segunda-feira, 8 de julho de 2013

PRESBITERADO

Nota do blogue: Acompanhe esse especial AQUI.

A Igreja e seus mandamentos
por
Monsenhor Henrique Magalhães
Editora Vozes, 1946

PRESBITERADO
29 de Julho de 1940

Prossigamos no estudo do Sacramento da Ordem, do qual, por assim dizer, depende a vida da Igreja na terra, em suas múltiplas manifestações.

Como entender o vosso catolicismo sem sacerdotes, prezados ouvintes? A doutrina e a prática dos sacramentos desapareceriam — a primeira porque se tornaria em deplorável confusão e em divisões em um sem número de seitas; e os sacramentos não teriam mais ministros; secaria a fonte donde tem jorrado a graça, desde a hora solene do Calvário, até aos nossos dias e até ã consumação dos séculos.

Ser católico e repelir o sacerdócio é absurdo tão flagrante que chega a tocar às raias da insensatez.

Vamos agora examinar a matéria e a forma do sexto Sacramento. Há na ordenação dos presbí­teros sinais sensíveis que indicam a comunicação do poder invisível e da graça: a imposição das mãos e a oração do Bispo, e a entrega do cálice com vinho e da patena com a hóstia, para a consagração.

A Sagrada Escritura por várias vezes menciona essa imposição das mãos, como sinal exterior do ingresso do fiel em uma milícia especialmente destinada a funções sagradas.

Nos Atos dos Apóstolos vemos que, por determinação do Espírito Santo, Paulo e Barnabé receberam os poderes do apostolado pela imposição das mãos (At 13, 2-3 e lugares já citados).

São Paulo, escrevendo a Timóteo, diz: “Eu te exorto a que ressuscites a graça de Deus que está em ti, pela imposição das minhas mãos” (2 Tim 1, 6). E na epístola anterior se vê o cuidado que o apóstolo quer que haja na escolha dos eleitos do Senhor, recomendando ao seu querido discípulo: “Não imponhas precipitadamente sobre alguém as tuas mãos” (1 Tim 5, 22).

Este cerimonial se observou invariavelmente desde as origens do Cristianismo. Hoje, por ocasião da ordenação sacerdotal, logo de início o Bispo estende, em silêncio, as mãos sobre a cabeça de cada um dos ordinandos, no que é imitado pelos sacerdotes presentes. Em seguida o Bispo e os sacerdotes levantam a mão direita sobre os ordinandos, enquanto o celebrante implora para estes a plenitude dos dons celestiais, para o exato cumprimento dos deveres impostos pela dignidade sacerdotal.

No fim da Missa, nova imposição das mãos sobre cada neo-sacerdote, dizendo o Bispo estas pala­vras: “recebe o Espírito Santo. A quem perdoares os pecados, ser-lhes-ão perdoados; a quem os retiveres, ser-lhes-ão retidos”.

São, também, ungidas com óleo sagrado as mãos dos ordinandos, que, em dado momento, tocam o cálice com vinho e a patena com a hóstia, como já vimos — dizendo o Bispo: “Recebe o poder de oferecer o sacrifício a Deus e de celebrar a Missa tanto pelos vivos, como pelos defuntos, em nome do Senhor, Amém”.