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O BOM COMBATE
NA
ALMA GENEROSA
Missionárias de Jesus Crucificado de Campinas
Bem-aventurados os que choram
Sim,
disse Eu: Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados, e no Meu
reino serão suas lágrimas enxugadas por Meus divinos favores. Chorar, Minha
filha, é próprio de um coração que sofre. Criaturas há que choram quando se
vêem na mendicidade, outras quando se vêem privadas de um afeto, outras quando
a desgraça lhes bate à porta, pela morte de um ente querido ou nela perda de
uma fortuna!...
Mas Eu disse: Bem-aventurados os que choram... sim, os que
choram por causa de Meus interesses! Na verdade, bem-aventurados os que choram,
quando vêem o Meu nome blasfemado! Bem-aventurados os que choram, quando vêem
os Meus interesses em perigo! Bem-aventurados os que choram, quando a
desolação, que é o pecado, se alastra no mundo!
Ah!
minha filha, quão poucas são as almas que choram, vendo a heresia e o erro se infiltrarem
nos corações!... Quão poucos são os corações que comigo choram a perda de
tantas almas!...
Ah!
a perda de uma alma é um mal irreparável! Se os que se dizem Meus amigos
compreendessem o valor de uma alma, ah! como chorariam!... Se Meus amigos compreendessem
a desolação que causa ao Meu coração o pecado, como se compadeceriam destas
almas e como iriam a traz delas para Me dar prazer, proporcionando-lhes uma
felicidade eterna!... As almas nobres compreenderam todos estes estragos e
procuraram repará-los com a sua dedicação, fazendo para isso tudo que lhes
estava ao próprio alcance. Comigo choravam, aos pés de Meu Sacrário vinham
chorar as desditas desses corações engolfados no pecado. Quantas vezes, Minha
filha, fui obrigado a dizer: Basta!... E agora onde há desses corações? Quem se
compadece quando vêem o inimigo me roubar uma alma que Me pertence? Ah!
examinai-vos, se sentis e se vos causa uma grande dor quando ouvis um homem
blasfemar. Ah! se tal não acontecer, é porque vosso amor por mim ainda é muito
diminuto! Examinai-vos, se nada sentis quando ouvirdes dizer que um homem
morreu impenitente, e se for assim é porque ainda tendes pouco conhecimento de Minha glória!... Ah! como o mundo se acha na languidez!...
Os
homens choram os bens falazes da terra! E vós, almas consagradas a Meu serviço,
chorais junto comigo os Meus bens perdidos? Poucos, Minha filha, são os que
encontro aos pés do Meu Sacrário a chorarem pela Minha glória! Ah! apenas entre
mil encontro um! Qual será a causa de tão funesto mal? Ah! a causa de tão
funesto mal é o pouco amor que Me é consagrado; é a falta de conhecimento de Minha glória, sim, da glória que está reservada aos eleitos! Minha filha, se os
homens consagrados a Meu serviço, e as esposas que se imolam ante o altar
compreendessem o que é Minha glória, saberiam chorar a perda de uma só alma, e
tudo fariam para poder trazê-la de novo para Meu aprisco! Se há esta
indiferença e esta languidez é por falta de profundas meditações sobre a Minha
glória! Sim, porque é pela meditação que se entra nos páramos celestes; é na
meditação do efeito do pecado, representado em Minha dolorosíssima Paixão, que
as almas podem compreender o mal do pecado e o quanto ele ofende Minha glória.
Se o pecado foi causa de Minha sangrenta Paixão e Morte, como as almas que
meditam nestas divinas verdades não hão de chorar, vendo o mundo engolfando-se
e perdendo-se para sempre, privando-se de um bem eterno que sou Eu! O mal atual
é proveniente da falta de reflexão e de meditação! Ah! quem meditar na Minha
dolorosíssima Paixão, vendo que a causa dela foi somente o pecado, sentirá
partir-lhe o coração de dor!
Minha filha, poucas são as almas que sabem
meditar, pois se houvesse mais almas, que soubessem meditar, muitos seriam os
que chorando comigo a perda das almas, procurariam trabalhar mais para Minha
glória, primeiramente santificando-se, pois querer me dar almas sem antes se
santificar, é vã quimera! A santificação própria já é um meio de me dar almas, porque de nada valem as palavras, quando não há o exemplo! De nada valeriam as Minhas pregações se Eu não praticasse por primeiro o que Eu ensinei!
Eis
aí, almas queridas, as lágrimas que Eu chamo bem-aventuradas, e que as guardo
no relicário de Meu Divino Coração. Eis também, filhinha, porque encontro tão
poucas almas que possa chamar bem-aventuradas por falta de não compreenderem Minha glória, e por Me terem tão pouco amor! Vós, almas consagradas a Meu
divino serviço, lamentai comigo a perda de tantas almas e procurai de hoje em
diante vos engolfar nos páramos celestes, para depois poderdes chorar comigo o
mal que se alastra no mundo!
Teu
JESUS DO CALVÁRIO
17-2-1930