domingo, 2 de outubro de 2016
CAPÍTULO VIII -- A revelação do momento presente é-nos mais útil, porque se dirige diretamente a nós
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CAPÍTULO VIII
A revelação do momento
presente é-nos mais útil,
porque se dirige diretamente
a nós
As palavras que Deus pronuncia expressamente para nós, são as que propriamente falando, nos instruem bem. Não é pelos livros
nem pela investigação curiosa das histórias, que nos tornamos sábios na ciência
de Deus. Esses meios não produzem, por si mesmos, senão uma ciência vã e
confusa, capaz somente de ensoberbecer. O que nos instrui é o que hora a hora,
momento a momento, nos vai sucedendo; isso é o que forma em nós a ciência
experimental, que Jesus Cristo quis adquirir antes de ensinar. Era de fato a
única em que podia crescer, segundo a expressão do Evangelho, pois como Deus
não há grau algum de ciência especulativa que Ele não possuísse. Mas se esta
ciência foi útil ao próprio Verbo Encarnado, a nós é-nos absolutamente
necessária para falarmos ao coração das pessoas que Deus manda ao nosso encontro.
Só conhecemos perfeitamente o que a
experiência nos ensinou pela realidade do sofrimento. Essa é a verdadeira
escola do Espírito Santo que ao coração fala palavras de vida; desta fonte
deve brotar tudo aquilo que dizemos aos outros. O que lemos, o que vemos, não
se torna ciência divina senão por esta fecundidade, esta virtude e esta luz
que lhe dá o adquirido. Tudo isso não é senão como uma massa que necessita de
fermento e deve ser condimentada pelo sal da experiência. E quando não há senão
ideias vagas sem este sal, o homem é como um visionário que sabe todos os
caminhos de todas as vilas e cidades, mas que se perde ao ir para a sua própria
casa.
Portanto é preciso escutar a voz de
Deus, momento a momento, para ser douto na teologia virtuosa, toda ela prática
e experimental. Não te importe o que se diz aos outros. Ouve o que se diz para
ti e a ti; e terás o bastante para exercitar a tua fé, pois esta linguagem
interior de Deus exercita-a, purifica-a e aumenta-a pela sua mesma obscuridade.
CAPÍTULO VII -- A ação divina é tão indignamente tratada por muitos cristãos
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CAPÍTULO VII
A ação divina é tão
indignamente tratada por muitos cristãos, nesta manifestação de cada dia, como
Jesus Cristo o foi pelos Judeus em sua própria carne
Ó quantas infidelidades se encontram
no mundo! Ó como se pensa indignamente de Deus, pois sem cessar temos a ousadia
de observar à ação divina o que não faríamos com o mais pequeno artista na sua
arte. Queremos reduzir a ação de Deus às regras e aos limites imaginados pela
nossa débil razão. Queremos reformá-la! Tudo são queixas, tudo murmurações!
Surpreende-nos e desperta a nossa
indignação o tratamento dado a Jesus pelos judeus. Ó divino amor! ó vontade
adorável! ó ação infalível! Como vos consideram! Por ventura a vontade divina
pode proceder fora de propósito ou fora de razão? Mas eu tenho um negócio e
falta-me tal coisa; tiram-me os meios necessários; este homem atravessa-se em
tão santas obras: ora isto não é completamente absurdo? Esta doença apodera-se
de mim, sendo que eu não posso absolutamente prescindir da saúde. E eu digo que
a vontade de Deus é a única coisa necessária; e assim tudo o que ela não dá é
inútil.
Não, ó queridas almas, nada vos
falta. Se vós soubésseis o que são essas coisas que chamais reveses, contratempos,
contrariedades, onde não vedes senão sem-razões e despropósitos, experimentaríeis
extrema confusão; repreender-vos-íeis a vós mesmas das vossas murmurações,
como de verdadeiras blasfêmias; mas não pensais nisso. Porém tudo isso não é
senão a vontade de Deus; e esta vontade adorável é blasfemada pelos seus
queridos filhos, que a desconhecem!
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