Jesus discutindo com os doutores no Templo
Duccio di Buoninsegna, século XIII
Você se lembra daquele incidente no Evangelho, quando Jesus, com 12 anos de idade, ficou perdido por três dias, e foi encontrado por seus pais no grande Templo de Jerusalém? Ele estava discutindo com os doutores da sagrada Lei Mosaica. Ele tinha apenas 12 anos. Eles ficaram impressionados com sua sabedoria e Suas respostas para as perguntas deles. Mas Maria teve um choque de alívio ao encontrar seu Filho seguro. Ela falou para Jesus como se Ele nunca tivesse estado longe dela antes. "Filho, por que fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu Te procurávamos aflitos". São Lucas continua a assegurar-nos de que Jesus voltou a Nazaré com Maria e José e - cito - "Que Ele lhes era submisso". Isso significa obediente e respeitoso. O evangelista também observa esta sequencia: "E Jesus crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens" (Lc 2,49-52).
Observe que não há nenhuma menção aqui ou em qualquer outro lugar sobre Jesus frequentar uma escola. Nós preferimos suspeitar que Ele nunca foi a qualquer escola terrena. Sabemos que Ele podia falar com o Seu Pai celestial e o Espírito Santo a qualquer momento. Sua santa Mãe, criada no templo, tinha sido formada na Lei de Moisés. Isto incluiu os célebres Dez Mandamentos e muitas outras regras de boa conduta, moralidade e justiça para os judeus observar. Jesus certamente não precisou de formação da escola terrena.
Catequese na Antiga Aliança
E as crianças judias de outros casais? Será que Deus mandou que houvesse um sistema de escola judaica para os meninos e meninas hebreus? Será que Deus quer que os filhos aprendam Suas leis e as obedeça? Será que ele tinha alguns professores em mente que iriam passar para as crianças as leis de Deus reveladas a Israel especialmente pelo grande legislador Moisés?
A resposta para todas essas perguntas é: sim. Eram os pais que se ensinavam as leis de Deus para as crianças.
Moisés ensinando os Israelitas
Bíblia Bury. Século XII
Vamos voltar aos anos de formação de Israel, quando, liderados pelo grande Moisés, eles estavam vagando pelo deserto do Monte Sinai em direção à Terra Prometida além do rio Jordão. Esta história é contada no Pentateuco, isto é, os cinco primeiros livros da Bíblia, começando com o Gênesis.
O quinto destes livros é Deuteronômio. No capítulo 4, Moisés diz:
* “Ó Israel, ouvi os preceitos que eu ensino a ti... Não deveis adicionar nada a palavra que eu vos dou, nem tirar nada dela” (v.2)
* “Não esqueçais as palavras (da lei)... Deveis ensiná-la aos vossos filhos e netos… (que as pessoas) ensinem aos seus filhos.” (v. 9-10)
* “Ponham essas palavras em seus corações e mentes… ensinem aos seus filhos que eles devem meditar sobre elas, quando te sentares na tua casa, e andares pelo caminho, e deitares para descansar.” (11,19)
* “Deveis escrever minhas palavras nos postes e portões da tua casa, para que teus dias sejam multiplicados e os dias de teus filhos” (20-21).
No capítulo 32, Moisés oferece o seu famoso Cântico da Lei: "Ouvi, ó céus, as coisas que eu falo..." Ele conclui dizendo a todas as pessoas:
“Ponham os seus corações nas palavras que testifico a vós neste dia, que deveis mandar os vossos filhos guardá-las e cumpri-las, e cumprir todas as coisas desta lei, que estão escritas.” (32,36)
Observe que a lei de Deus está escrita, bem como entregue, ensinada, meditada, mantida e feita. O que são essas exortações de Moisés? É um testemunho bíblico do ensino em casa.
Vamos concluir com uma citação do Livro do Eclesiástico:
“Aquele que ensina seu filho mais velho vai ser louvado por ele, e no meio de sua família, ele se gloriará nele. (Quando ele morre), ele terá deixado atrás de si alguém como ele mesmo” (30,2-4)
Será que o povo hebreu antigos permaneceu contente com este ensino em casa dos seus filhos nas Leis de Deus? O único tipo de instrução entre eles era ensinado pelos pais? Não, não de forma alguma.
Ao passo em que os judeus se tornaram mais estabelecidos na terra e mais avançados em educação, eles desenvolveram professores profissionais e escolas para diversos fins. Mas espero que os pais e mães judeus nunca tenham esquecido a sábia, santa e inspirada insistência de Moisés para ensinar aos seus filhos as leis de Deus.
Tanto pela antiga Israel.
O papel das escolas católicas
Os vitrais medievais eram aulas de catecismo. Catedral de Chartres
Vamos agora para a Nova Israel de Deus, nome inspirado de São Paulo para a Santa Igreja Católica. Como deve a Igreja transmitir aos seus filhos mais jovens o conhecimento da nova lei, isto é, o Evangelho, a partir do Novo Moisés, isto é, Jesus?
Este não é o lugar ou a hora de dar-lhe uma história completa da Educação Católica. Seria uma história maravilhosa. Os fantásticos vitrais dessas altíssimas catedrais medievais são um sermão permanente e instrução sobre os mistérios católicos num momento em que nem todas as pessoas tinham a vantagem da alfabetização e da escolaridade.
Com o tempo, especialmente após a Revolução Protestante, as ordens religiosas católica surgiram. Seu trabalho principal era ensinar a Fé, especialmente para crianças e adolescentes. Lembre-se que as primeiras universidades na Europa católica foram fruto de do ensino católico das ordens na Idade Média. Chegando aos nossos próprios tempos, nos acostumamos a ter algum sistema de escolas católicas em nível primário e secundário, pelo menos no passado recente, de acordo com os altos e baixos da Igreja na sociedade secular em que vivemos.
Estas escolas católicas costumavam ensinar o catecismo, usando perguntas e respostas curtas e memorizadas, ainda na memória viva da geração mais velha de hoje. Esta catequese tradicional era muito eficaz quando ensinada por um bom religioso. Eu aprendi isso sozinho, e durante a minha infância nos anos 40 e 50, a maioria dos nossos professores eram zelosos religiosos, superando de longe os professores leigos católicos.
Após o Vaticano II, uma revolução na Catequese
Desde a década de 1960 e do Concílio Vaticano II, a história é diferente e perturbadora. A revolução destruiu catequese e teologia católica, assim como tem feito na liturgia e na fé. Um sintoma é a perda de conteúdo claro, do conhecimento sólido. Depois de vários anos de escolaridade católica, os nossos alunos parecem saber quase nada de definitivo. Eles passam o tempo na história de outras religiões, mas parecem negligenciar a sua própria fé católica. Eles ouvem pouco sobre conhecimento, dever e herança. Experiência, atitude e sentimento, são as palavras que se tornaram importantes.
Mas, os novos professores dizem: "Estas são apenas coisas subjetivas", o que significa que eles estão em mim, em vez de coisas objetivas estáveis, fora de mim.
Algumas verdades são ignoradas ou negadas. Por exemplo, anjos e demônios são retratados como meros símbolos, e não seres espirituais reais. O sacerdote é principalmente um facilitador e conselheiro, não é um verdadeiro ofertante hierático do sacrifício. A Presença Real é apenas um símbolo de Cristo, e a Encarnação de Deus em Jesus Cristo deve ser questionada. A Primeira Confissão não é importante e deve ocorrer um ano ou mais após a Primeira Comunhão. A adoração da Hóstia é antes um absurdo. Milagres não aconteceram, mas foram histórias inventadas pelos primeiros cristãos para que Jesus e a Igreja parecessem atraentes e divinos. A inspiração da Bíblia é um mito, a Bíblia pode ser explicada por causas e processos naturais e racionais. E assim por diante.
Estas são algumas das falsidades religiosas que são ensinadas ou pelo menos sugeridas aos católicos em nossos tempos pós-modernos, a partir, principalmente, da década de 1960. Todas elas contradizem a Tradição Católica, e violam muitos dos dogmas definidos de nossa Fé.
Como esses falsos ideais surgem? De onde é que eles vêm? Eles são um corpo de opinião organizado, deliberado, consistente, que tem um nome? Por que os Papas, desde João XXIII (que morreu em 1963, um ano após o início do Concílio Vaticano II) permitem que essas ideias erradas invadam a Igreja Católica? Será que estes papas também concordam com essas opiniões modernas e falsas? O que podemos fazer para resistir e corrigir o fluxo contemporâneo de heresia? Como podemos proteger nossos filhos disso?
Estas são algumas das perguntas que os católicos sensatos devem fazer e se esforçar para responder. Para levar a bom termo estas considerações sobre a catequese, fé e ensino em casa, vamos elaborar algumas respostas.
Bispos e teólogos heréticos
Primeiro, vamos admitir francamente que, do ponto de vista de Deus, estamos diante de uma perda mundial de fé que muitas vezes equivale a uma rejeição dessa Fé. Podemos chamar isso de uma verdadeira apostasia, e a frase "apostasia silenciosa" ou "apostasia rastejante" foi ouvida a partir do Vaticano II, particularmente em relação a Europa. O Papa Paulo VI falou da fumaça de Satanás no santuário, e da autodestruição da Igreja na década de 1970. O próprio Jesus predisse em Mateus 24 que muitos falsos Cristos e falsos profetas se levantariam e enganariam a muitos; não poucos, mas muitos. Eu vejo os falsos Cristos como os bispos heréticos, e os falsos profetas como os teólogos heréticos, especialmente aqueles que foram os líderes durante e depois do Concílio Vaticano II.
Jesus certa vez perguntou retoricamente: "Quando o Filho do Homem vier, você acha que Ele vai encontrar fé sobre a terra?" São Paulo também prevê esta rebelião liderada pelo Anticristo, o homem do pecado, em 2 Tessalonicenses, capítulo 2, todos os dezesseis versos. Você deve ler e refletir sobre essa passagem. É a única passagem de São Paulo, que foi suprimida no novo lecionário.
Alguns dos muitos males
Do ponto de vista de filosofias humanas, hoje a Igreja está envolvida em uma onda de liberalismo, modernismo, mobilismo e, provavelmente, mais meia dúzia destes anticatólicos "ismos". Estes vêm apodrecendo o mundo a nossa volta por um longo tempo, especialmente desde a Revolução Francesa de 1790, que matou cruelmente o Rei e os nobres, assim como milhares de padres, monges, freiras e outros fiéis católicos. Desde então, bons Papas têm se esforçado para proteger e armar a Igreja contra o mal do mundo, fechando as portas e janelas da Igreja para o ar poluído do lado de fora.
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Mas João XXIII por volta de 1960 abriu as janelas para deixar entrar, como ele propôs, bom ar fresco eaggiornamento, ou "atualização." Os resultados, como se pode ver, tem sido trágicos.
Deixem-me descrever brevemente os perigosos ismos.
Liberalismo é uma promoção exagerada da liberdade. Isso significa que o homem está "em liberdade" para acreditar ou não no que ele quiser sobre religião e Deus. Só a ciência pode exigir o seu consentimento. Opiniões religiosas são irrelevantes para a vida real e para o governo, a religião deve permanecer um assunto privado. Tal é o liberalismo. Isso leva, naturalmente, ao ateísmo, a negação de Deus.
Modernismo é o Zeitgeist, o espírito dos tempos. Ele tende a ser um "pega tudo", um apanhado de todas as heresias passadas em uma só. Então, nós fomos ensinados pelo Papa São Pio X, que escreveu uma magnífica encíclica contra o Modernismo. Seu nome é Pascendi Dominici gregis. Ela é regularmente ignorada pelos teólogos modernos e modernistas. Nós às vezes falamos da chamada Nova Teologia na Igreja. Normalmente, ela é mais ou menos modernista.
Isso nos leva ao Mobilismo. A palavra implica movimento, crescimento, mudança, evolução, busca, esforço. É uma noção filosófica que considera que tudo esteja em fluxo e não estável ou firme. Do ponto de vista da ciência física, há muita verdade nisso. Do ponto de vista espiritual e teológico, é falso e desastroso. O Mobilismo diz que o vir a ser é melhor do que ser, o movimento é melhor do que o repouso, a ação é melhor do que a meta. A plenitude e perfeição de Deus é irritante, se não incompreensível para um pensador mobilista.
Devido a estes ismos, estas correntes de filosofia mundana, o educador religioso contemporâneo odeia o catecismo tradicional. Ele chama de mero papaguear a memorização de perguntas e respostas curtas. Ele ridiculariza definições simples como sendo rígidas e estreitas e fechadas a uma maior reflexão. Ele diz que a busca de Deus é melhor do que possuí-Lo. Ele diz que escolher ou moldar a sua própria religião é melhor do que aceitar uma vinda de cima, seja de um professor fiel, ou da Igreja, ou de Deus. Que orgulho colossal desses homens tolos que faz com que eles queiram tentar escolher ou construir uma religião melhor do que a una, santa, religião Católica trazida do Céu para a Terra pelo Senhor Jesus após a devida preparação pelos Seus Profetas precursores.
Infiltração judaica e maçônica na Igreja
Há outro ataque, mais concreto e malévolo à Igreja Católica, com o objetivo de destruí-la por dentro. Refiro-me à infiltração dos seminários católicos e casas religiosas em meados do século XX, por jovens que se mostravam como católicos devotos, inteligentes, educados e, previamente preparados para este trabalho da quinta-coluna da Maçonaria e B'nai B'rith.
Talvez você tenha lido o livro AA-1025, o diário detalhado de um destes infiltrados, que foi morto em um acidente de rua. Seu diário foi descoberto em sua pasta por Marie Carre, uma enfermeira católica no hospital para onde seu corpo foi levado de ambulância. Posteriormente, foi publicado para nos advertir.
Ouvi o relato sobre outro agente infiltrado no seminário em minha própria cidade de Toronto. Ele vinha recebendo correspondência que parecia suspeita, foi investigado, e prontamente expulso. Ele saiu gritando descaradamente: "Vocês me pegaram, mas não irão pegar milhares de outros!".
Outro livro importante para isso é o Alta Vendita, do final do século XIX. É um manual detalhado sobre como corromper e confundir; como desalojar e destruir a fé religiosa dos católicos. Era uma publicação secreta dos maçons, para a orientação de seus agentes infiltrados. O Alta Vendita foi descoberto e relatado ao Papa Pio IX, que autorizou sua reedição para os católicos, para alertá-los sobre o perigo maçônico.
Solução: oração e ensino tradicional
Voltou para Nazaré. Simone Martini, século XIII
O que podemos fazer para nos manter firmes contra o vasto e penetrante tumulto diabólico, ativo no mundo e atacando a Igreja do nosso tempo? Em particular, como temos de resolver a crise que se abateu sobre a educação religiosa e a catequese?
Ouvimos dizer que o menino Jesus foi para Nazaré com Maria e José, e era-lhes submisso. Nós podemos nos ajoelhar para Jesus, Maria e José, e estar sujeito ao seu apoio, luz e graça celestiais.
Ouvimos sobre o patriarca Moisés ensinando as leis de Deus nos Livros do Pentateuco e exortando-nos a ensinar essas leis aos nossos filhos. Podemos ensinar as novas e perfeitas leis do Evangelho de Jesus, o novo Moisés, por meio do já testado Catecismo Católico Baltimore ou outro catecismo tradicional.
Podemos utilizar a grande e crescente força do ensino católico em casa. Podemos continuar firmes no remanescente fiel da Igreja Católica, com sua Fé católica e sacramentos católicos.