domingo, 30 de junho de 2013

Catecismo do Padre Spirago - Parte 3

Nota do blogue: Acompanhe essa transcrição AQUI.



1 – O catecismo

1. O que é o catecismo?

O catecismo é um livro que, com precisão e clareza, nos informa sobre o que devemos saber e fazer para entrarmos no céu. O catecismo é como um indicador de estrada; aponta o rumo do céu. É como uma jóia; pequenino, mas precioso. Um pregador de renome gostava de levar o catecismo consigo ao púlpito, e de lá assim falava ao povo: “Vede este livrinho: minúsculo, mas de ouro! Ele encerra todos os tesouros da sabedoria!”

2. A que pergunta capital responde o catecismo?

O catecismo responde a seguinte pergunta capital: Por que estamos na terra?

2 – O destino do homem

3. Para que estamos na terra?

Estamos na terra para glorificar a Deus e conseguir, com isto, a eterna bem aventurança.

O universo inteiro, e portanto também o homem, foi criado por Deus sobretudo para a sua própria glorificação. O universo é destinado a manifestar a onipotência, a sabedoria, a bondade, a beleza, numa palavra: a majestade de Deus. Tudo quanto vejo parece-me clamar: Ó Deus, como sois grande, como sois belo! Ora, sendo o homem uma criatura dotada de inteligência e livre arbítrio, cabe-lhe glorificar a Deus livremente; é o que ele faz procurando conhecê-lo, amando-o e honrando-o. (Vejam quais as 3 partes do catecismo). Assim é que o homem conquista a bem aventurança eterna. Assemelha-se, pois, o homem a um criado que, com servir o padrão, ganha o seu ordenado.

4. Com que palavras nos lembra Jesus Cristo o nosso destino?

Jesus Cristo lembra-nos o nosso destino quando nos diz: “Uma só coisa é necessária”. E “procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça, que tudo mais vos será dado em acréscimo”.

A própria estrutura do corpo humano lembra o homem que ele é destinado ao céu; porquanto, ao invés dos irracionais, ele tem o andar ereto e os olhos voltados para o alto. Igualmente as torres das igrejas e todo o estilo das igrejas góticas chamam a atenção do homem para o alto. Sendo, pois, o homem destinado para o céu, ele é na terra mero peregrino e sua vida terrena uma peregrinação. Entretanto, quantos esquecem o seu destino e só cogitam dos prazeres e dos bens da terra! Estes são aqueles convidados que fala o Evangelho, os quais uns por causa da fazenda, outros por causa duma junta de bois, outros por causa das mulheres, deixaram de comparecer ao banquete.

5. Como adquirimos a eterna bem aventurança?

Adquirimos a eterna bem aventurança pela religião; quer dizer: procurando conhecer a Deus, observando-lhe os mandamentos e fazendo uso dos meios da graça.

A religião consiste, portanto, no conhecimento de Deus, na vida agradável a Deus e no culto divino. A palavra “Religião” deriva-se do latim: religare = ligar; significa, portanto, ligação. De fato a religião prende-nos a Deus. Ela é como uma luz, como uma alavanca, como uma âncora, como um alimento. Por quê? Luz, ela nos clareia o caminho ao céu; alavanca, torna poderosa os mais fracos e capacita-os para as maiores façanhas (Davi contra Golias); âncora, preserva-nos do naufrágio das adversidades da vida, assim como a âncora segura o navio na ventania; alimento, sossega e satisfaz os anseios da alma como o alimento à fome. Santo Agostinho diz de forma bela: “Nosso coração anda inquieto enquanto não repousa em vós, ó Deus!” O homem sem religião se parece com um faminto. – A religião também traz vantagens para o Estado. Dizia o imperador Napoleão I: “Sem religião não se pode governar um povo”. – Erram, pois, os que taxam a religião de coisa secundária ou de negócio particular.

Divisão do catecismo

6. Do que se trata o catecismo?

O catecismo trata:

1. Do conhecimento de Deus e da fé.
2. Dos mandamentos.
3. Dos meios da graça.

1) Só se chega a um conhecimento nítido de Deus pela fé, que, qual uma luz, nos esclarece a inteligência. A fé é astro luzente; dá-nos a conhecer o Deus vivo. Chama-se, por isto, dogmática ou a doutrina da fé a primeira parte do catecismo. 2) A segunda parte chama-se moral. 3) A terceira parte chama-se: doutrina dos meios de graça, ou doutrina da graça. – O catecismo é comparável a um edifício; suas três partes, aos muros.