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O BOM COMBATE
NA
ALMA GENEROSA
Missionárias de Jesus Crucificado de Campinas
Jesus chora de saudade
SENHOR!
é obra de misericórdia consolar os que choram, dar de comer a quem tem fome,
visitar os encarcerados.
Ah!
Senhor, sois Vós aquele que brada no fundo dos tabernáculos: Meus filhos, estou
chorando de saudades. Há tanto tempo, que alguns de Meus filhos, se afastaram
de Mim..., outros nem conhecem seu pai!... Que saudades! Como isso roê,
dilacera a alma!...
Eu
te disse, é obra de misericórdia consolar os que choram; consola, então, Meu
coração amargurado, enxuga Minhas lágrimas! Ah! é essa porção querida de
cândidos lírios, que mitiga Minha cruenta dor!...
Ah!
filhinha, se não fosse essa porção querida, a justiça de Meu Pai teria
desabado sobre a humanidade ingrata!
Neste
sacramento de amor, onde permaneço dia e noite, sinto necessidade de um pouco
de alimento, e o Meu alimento é fazer o bem, alimentar Meus filhos com a Minha
própria carne! Eu te disse, é obra de misericórdia dar de comer a quem tem
fome, e vós, porção querida, lírios de meu jardim, podeis suprir esses corações
ingratos, que não Me dão a esmola de seu amor!... Filhinha, Eu sou teu mendigo!
Tenho tanta fome, tanta sede, tenho frio, estou nu! Deixei Meu trono para vir
morar em vossas casas!... Apesar de tanta indigência, sinto-Me satisfeito por
morar com os filhos dos homens, porque o Meu desejo é fazê-los a todos felizes.
Dizei a todos cândidos lírios de Meu jardim, que estou com fome, que é obra de
misericórdia matar a fome de um pobre mendigo, que se acha às suas portas!...
Sim,
Eu estou à porta de cada um de Meus filhos, onde ao mesmo tempo Me acho
prisioneiro! É obra de misericórdia visitar os encarcerados? Vosso Deus, o
vosso amigo, o vosso Pai se acha na prisão à espera da vossa visita!... Ó
ingratidão de um filho que vê seu pai na prisão e não o vai visitar!...
Eu,
prisioneiro, porque cometi o crime de vos amar com loucura! Este crime,
filhinha, Me mereceu a sentença de ficar prisioneiro até o fim dos séculos;
sentença irrevogável, não há apelação até o fim dos séculos!...
Vosso
amigo na prisão, isto não vos entristece o coração?!... Vosso pão prisioneiro
não dilacera a vossa alma?!... Direis vós: O culpado
fui Eu, cometi um crime, agora só me resta cumprir à risca Minha sentença!
Filhinhas, vede um Deus sentenciado!... Sim, sentenciado!... Condenado a uma
longa e dura prisão!... Sim ela se torna dura quando os filhos queridos não Me
vêm visitar!... Quando vejo porém os cândidos lírios, Minhas esposas, se
aproximarem de Mim, desaparece a dura prisão e se torna o sacrário um paraíso!
Quando estas cândidas donzelas vem a Mim com as vestes mais alvas que a neve,
no meio dessa brancura acho Minhas delícias! Ah! então, filhinha, mato Minha
sede, sacio Minha fome, enxugo Minhas lágrimas. Dai-me uma nova veste,
cicatrizai Minhas chagas abertas pela ingratidão dos filhos, que não Me vem
visitar!
Jesus
do Calvário, prisioneiro por amor dos homens.
19-2-1930.