terça-feira, 13 de agosto de 2013

NECESSIDADE DE PERTENCER À IGREJA

Nota do blogue: Acompanhe esse especial AQUI.

A Igreja e seus mandamentos
por
Monsenhor Henrique Magalhães
Editora Vozes, 1946

NECESSIDADE DE PERTENCER À IGREJA
4 de Outubro de 1945

Em várias palestras sucessivas eu vos mostrei as notas da verdadeira Igreja: uma, santa, ca­tólica, apostólica. — Do que vimos decorre um corolário: Se na Igreja Romana, e só e exclusi­vamente nela, se encontram as notas essenciais à verdadeira Igreja — todas as criaturas humanas têm o dever imprescindível de pertencer à Igreja Romana, isto é, à nossa Igreja; daí o axioma: fora da Igreja não há salvação.

Para entender esta doutrina, é preciso ter em mente o seguinte: Ninguém se salva se omite ou despreza o que é de necessidade de meio para a salvação; trata-se, portanto, de coisas necessárias para a bem-aventurança na vida futura. Outras coisas são de necessidade de preceito; quem as omite, peca.

Na Igreja há corpo e alma. Corpo é o elemen­to visível ou o conjunto dos elementos que exte­riormente formam a sociedade cristã sob o regime dos Bispos e do Romano Pontífice. — Alma é a entidade invisível, o conjunto dos elementos que constituem uma sociedade espiritual, unidos pelos vínculos da fé e da caridade. — Ao corpo da Igreja pertencem todos os que professam exterior­mente a doutrina católica, sob o magistério e re­gime do Romano Pontífice. Pertencem à alma da Igreja todos os que têm a fé e a caridade inter­nas, e assim estão em estado de graça.

Isto posto, concluamos: 1.° — É necessário por necessidade de meio pertencer à alma da Igreja. Para tanto basta o estado de graça, pela fé e a caridade como acabei de dizer. E qualquer adulto, seguindo sinceramente os ditames de sua consciência, pode conseguir essas disposições com o auxílio de Deus. 2.° — É também de necessidade de meio pertencer ao corpo da Igreja, pelo menos em desejo. Quem já conhece o redil do Bom Pastor e quer ingressar nele, dispondo-se devida­mente, preparando-se para o grande passo, está neste caso. Quem não conhece a Igreja e portanto não pode desejá-la, mas tem contrição perfeita e amor a Deus, pode ser incluído entre os que dese­jam fazer parte da Igreja. Porque quem ama sin­ceramente a Deus está sempre disposto a obedecer- lhe, de modo particular no que concerne à própria salvação. 3.° — Quem, sem culpa nenhuma, não pertence ao corpo da Igreja, pode salvar-se. É o caso dos que ignoram que ela seja verdadeira, a única fundada por Jesus Cristo, encadeada por uma série ininterrupta de Bispos e Papas até os apóstolos e Pedro. — Na dúvida, deve o homem procurar esclarecer-se, lendo, estudando, ouvindo, consultando.

Um protestante que sinceramente se julga com a verdade, um espírita nas mesmas condi­ções — salvam-se, cumprindo os deveres que lhes aponta a consciência.

Militam em favor destes católicos duas coisas: a ignorância invencível e a impossibilidade abso­luta. Entretanto é bom frisar: exige-se a since­ridade em assunto de tanta relevância, como a salvação da própria alma.

Quem se conserva fora da Igreja por como­dismo, por interesse, por orgulho, por espírito de vingança, por diletantismo, ou para não desagra­dar parentes ou amigos... — todos estes estão num caminho perigoso, cujo termo pode ser fatal.

Veremos amanhã as provas do axioma: Fora da Igreja não há salvação.