A Igreja (8)
A comunhão dos santos.
Em que consiste a comunhão dos Santos?
A comunhão dos Santos consiste nos fiéis desta Terra formarem com as almas do purgatório e os Santos do Céu uma só família, amando-se e auxiliando-se mutuamente.
1) Todos são filhos do mesmo pai e chamados à santidade e à bem-aventurança eterna. 2) Os Santos do Céu, chamam-se Igreja Triunfante por terem já alcançado o seu fim, que é a união com Deus; as almas do purgatório chamam-se Igreja Padecente, porque têm ainda que padecer; os fiéis da Terra chamam-se Igreja Militante, porquanto ainda têm que combater pelo seu ideal celeste com a realização de boas obras e com a vitória sobre as tentações. 3) Os membros desta grande comunidade estão intimamente ligados a Cristo, como os membros do corpo estão à cabeça. Esta união é o Espírito Santo que estabelece.
Os membros da comunhão dos Santos auferem de sua união as seguintes vantagens: 1) podem auxiliar-se mutuamente com orações e boas obras; 2) participam dos tesouros espirituais da Igreja.
1) Os membros da comunhão dos Santos auxiliam-se mutuamente como os órgãos do corpo. A força e a saúde de um órgão, como o estômago, a do pulmão, vem remediar a debilidade de outros membros menos fortes. a) A libertação de S. Pedro do cárcere e a conversão de Sto. Agostinho demonstram como os fiéis na Terra podem auxiliar-se mutuamente. Diz S. Tiago: “Rezai uns pelos outros para que sejais salvos!”. b) Nós podemos auxiliar as almas do purgatório, e estas, por sua vez, a nós. Foi por isso que Judas Macabeu mandou oferecer sacrifícios pelas almas dos guerreiros sucumbidos. c) Também os Santos do Céu nos auxiliam com sua intercessão, particularmente quando invocados. Pela visão de Judas Macabeu sabemos que Jeremias, o profeta, intercedia constantemente junto a Deus pelo povo judaico. Se o próprio avarento procurava interceder no inferno pelos seus irmãos na Terra, quanto mais não hão de interceder por nós os nossos amigos no Céu, pois “o amor não morre” (S. Paulo).
2) O Pai Nosso e as orações da Santa Missa provam que tiramos proveito dos tesouros espirituais da Igreja; pois, nessas orações realiza-se por todos. A doutrina da comunhão dos Santos consola-nos na morte; porquanto sabemos que depois da morte encontraremos um poderoso auxílio nas orações da Igreja. S. Francisco Xavier, apóstolo das índias, consolava-se nas suas perigosas viagens missionárias com o pensamento de ser favorecido pelas orações da Igreja.