Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950
A esperança é para a salvação de absoluta necessidade.
Com
efeito, não podemos alcançar a salvação sem cumprirmos a vontade de Deus. Ora
Deus quer expressamente que confiemos na fidelidade de Suas promessas e
esperemos firmemente a bem-aventurança eterna.
Há, pois, um preceito formal direto que impõe a todos o dever de esperar e fazer atos
de esperança.
São
Paulo, escrevendo a Timóteo, diz-lhe: "Ordena aos fiéis que não esperem nas
riquezas incertas, mas sim no Deus vivo". (I Tim; VI, 17). Aos Hebreus diz de
uma maneira ainda mais positiva: "Cumpre que aquele que se quer aproximar de
Deus, creia que Ele existe e que é remunerador." (Heb. XI, 6).
Este
dever da esperança, é de tal modo obrigatório, que a condição indispensável de salvação : "É pela esperança que nos salvamos diz o grande Apóstolo”. (Rom. VIII, 24).
Não
só temos obrigação de conservar a esperança habitual que recebemos no batismo, senão
também de fazer atos formais de esperança: 1.º quando chegamos ao uso de razão; 2.º quando somos gravemente tentados de desesperação;
3.º no artigo de morte; e, enfim, muitas vezes no decurso da vida.