Por Teodomiro Tadeu Viana Franco
Para descer do seio do Eterno Pai, aguardou o Verbo Eterno e escolheu a hora propícia da silenciosa meia noite da ignorância dos mortais. Encontrava-se toda a posteridade de Adão sepultada no sono do esquecimento e da ignorância de seu verdadeiro Deus. Não havia quem abrisse a boca para confessá-lo e bendizê-lo, salvo alguns poucos dentre Seu povo escolhido. O resto do mundo achava-se no silêncio das trevas, havendo transcorrido a longa noite de quase cinco mil e duzentos anos. Sucederam-se os séculos e neles as gerações, cada qual no tempo preestabelecido pela Eterna Sabedoria, para que todos pudessem conhecer e encontrar seu Criador, pois lhe estava tão próximo que n'Ele tinham vida e movimento. Como, porém, não chegara o claro dia da luz inacessível, andavam os mortais mais ou menos às cegas, sem atingirem com a Divindade, desconhecendo-a atribuíam-na às coisas sensíveis e mais vis da terra. Chegou, portanto, o feliz dia em que o Altíssimo, não levando em conta os longos séculos de tão profunda ignorância, determinou manifestar-se aos homens e dar princípio à redenção do gênero humano, assumindo a natureza humana nas entranhas puríssimas de Maria Santíssima.