quinta-feira, 8 de julho de 2010

A formação do corpo

A formação do corpo


A educação física, que começa antes do despertar da consciência, é orientada para o fortalecimento e proteção da vida e da saúde. No entanto, a criança deve habituar-se paulatinamente a observar uma certa hierarquia e a subordinar as exigências físicas às espirituais. Não se deve fazer do homem um asceta budista que despreze o corpo ou um materialista que ignore a alma; deve fazer-se dele um cristão equilibrado que se preocupe com harmonizar corpo e alma, por serem ambos dons de Deus.

O corpo humano tem uma grande dignidade e a mãe deve ganhar consciência disso logo de início. É representante da providência de Deus e deve tratar e tocar o corpo da criança como algo de sagrado, de de maneira que transpareça essa atitude de respeito.

Ainda que o filho não reflita, pressente com que mãos é cuidado. Mas deve também ser introduzido, desde o início, no espírito de disciplina e de sacrifício. O excessivo mimo não procede de um verdadeiro amor pelo filho mas de uma frívola sensibilidade. Uma boa educação física é, ao mesmo tempo, uma educação do espírito.

As reações anímicas do filho devem ser cuidadosamente observadas, para que seja possível a sua reta orientação. A consciência da criança desperta entre os três e os seis anos e manifesta-se por um impulso poderoso na procura da verdade.

Por meio de perguntas incessantes, quer ganhar depressa a experiência dos mais velhos e, por vezes, não é fácil encontrar respostas oportunas às infinitas curiosidades dos filhos. A mãe deve encher-se de paciência e servir-se dessas perguntas constantes para a formação espiritual da criança.

Aos olhos do filho, ela torna-se servidora da verdade e nenhuma pergunta deve ficar sem resposta. No entanto, uma resposta nunca deve ser dada nos termos em que se daria a uma pessoa crescida; é preciso adaptar todas as coisas à capacidade de compreensão de cada criança. Ninguém pode compreender isso melhor do que a mãe e as suas respostas são sempre o melhor elemento educativo.

(A mãe, pelo Cardeal Mindszenty)

PS: Grifos meus.