O "silêncio". Indico quase sempre o "silêncio" e dou-lhe uma importância que alguns catequistas reputarão exagerada. Mas não é.
Já por si exteriorizada e dispersiva, tem a criança atual um mundo trepidante a chamá-la para fora, distraí-la, prendê-la ao sensível. Habituá-la, pois, a um instante de silêncio, chamá-la a concentrar-se, a pensar em determinado assunto que lhe escapa aos sentidos, é ensinar-lhe a dominar o mundo exterior, a fixar o pensamento num objeto desejado, a vencer as próprias distrações, a conseguir aos poucos o domínio das faculdades inferiores pelas superiores. Aplicando-as às coisas religiosas, estamos orientando-a para a oração - que passará de mecânica repetição de palavras, às vezes sem a mínima atenção, para um encontro consciente do homem com Deus, uma verdadeira conversa, uma "elevação da alma a Deus", como quer a própria definição.
Este "silêncio" tem suma importância, inclusive para nós. Começássemos sempre com ele as nossas orações, e veríamos como escassearia a distração, que corrói como o cupim que deixa da madeira apenas a forma.
(Preparação para a primeira comunhão - Mons. Álvaro Negromonte - pág 76)