terça-feira, 10 de novembro de 2009

Comer como cristão - Ensine seu filho(a)


A preocupação aqui é formar hábitos que correspondam à finalidade de alimentação e à dignidade humana. Qualidade, quantidade, horário, modo, tranqüilidade, são essenciais.

... Crianças e adolescentes em pleno desenvolvimento, têm melhor apetite que os adultos. Como, em geral, têm "os olhos maiores que o estômago", e mais facilmente se deixam levar pelo gosto que pelas necessidades, devem ser educados para não se excederem. O hábito de comer o que está á mesa não é apenas das boas maneiras: supõe domínio de si e é indício de espírito cristão, pois é recomendação do Senhor aos seus discípulos: "Comei o que vos servirem" (Lc, 10.8)

Crianças que comem a todo instante, em vez de o fazerem só às refeições, mais prejudicam à fortaleza moral, ao domínio de si, à boa digestão e à robustez corporal.

As boas maneiras ao comer são específicas da espécie-humana, muito mais que simples exigência de bom-tom. Quem, ao alimentar-se, pela voracidade, pela patente satisfação, pela ausência de correção, se assemelhasse aos animais, estaria caindo da dignidade de homem, além da má impressão que de si deixaria.

À mesa, como em poucas oportunidades, se conhece um homem educado. É pena que o estejam esquecendo tanto as nossas famílias, com as maneiras "americanas", desgraçadamente introduzidas entre nós. Seja a refeição um momento tranqüilo, de amável convivência doméstica. Todos à mesa em seus lugares certos ou previamente indicados pela mamãe, sem pressa, falando de assuntos agradáveis, em tom oderado, aguardando o momento de ser servidos, se disporão a todas as vantagens da alimentação.

Corpo e espírito

Aqui está oportunidade excelente para o exercício da temperança, um dos esteios da vida moral. Alimentar o corpo para servir ao espirito! Para isto, o espirito deve comandar a alimentação, refrescando os excessos, ditando as abstenções necessárias à saúde, a sobriedade tão digna do homem, e a mortificação, controladora dos desregramentos do paladar, como de todos os instinstos. Aqui está a raiz de muita virtude ou de muita desordem... o cristão, que santifica tudo, não pode deixar de santificar esta função fundamental. Ela subirá assim do mero plano animal para o sobrenatural, próprio do cristão, que tudo faz para a glória de Deus, ainda que seja comer e beber (Cfr. I Cor. 10.31).

A família cristã reza antes de depois das refeições. Ainda melhor: que o faça em comum.

(O que fazer de seu filho - Pe. Álvaro Negromonte)