Todos os dias...
Há certas realidades de todos os dias. São realidades inegáveis, tangiveis, tremendas. Com elas tens de contar. Viver no esquecimento delas é indigno de uma cristã, máxime quando é jovem ainda.
"Todos os dias Deus é ultrajado, esquecido, desprezado, blasfemado, odiado... Todos os dias Jesus Cristo renova seu amoroso sacrifício do Gólgota sobre o altar, sempre que numa matriz ou capela se celebra a santa Missa. Seus inimigos procuram crucificá-lO novamente, maldizendo-Lhe o Evangelho. "Como é evidente que nosso Senhor, se voltasse ao mundo, seria crucificando de novo e mais depressa do que a primeira vez"! (Gay)
Todos os dias a Santa Igreja é atacada, criam-se leis que a perseguem...
Todos os dias oculto no tabernáculo, o Divino Mestre pergunta-te: É pouco o que tenho feito por ti? Nada me custou o amar-te?
Todos os dias milhares de vidas desaparecem... Uma hora! Que é isso? É um desfile de sessenta minutos breves? Um minuto? Significa a morte de cem pessoas e o nascimento de cem crianças. Uma centena de agonizantes e outra centena de recem-nascidos. Numa hora: seis mil cadáveres e seis mil berços! E para quantos correu talvez em vão o sangue de nosso Senhor!... Até ao fim do mundo, disse alguém, nosso Senhor estará em agonia.
Todos os dias milhares de almas deixam-se talvez arrastar e seduzir pelo pecado e ofendem a Deus, expõem-se ao inferno, ou, quem sabe, nele caem.
E eu, entretanto, em que vivo pensando? Penso em divertir-me, em distrair-me, em ofender a Deus também? Preocupa-me tão somente a frivolidade, a futilidade, o prazer, o nada?
"Pobre coração, que passa insensível ao lado de tanto amor, de tanta dor, de tanto risco, de tanto ódio, sem sensibilizar-se. Pobre cabeça que um nada distrai e que tanta coisa não pode enchê-la." (Pe. Plus).
(Excertos do livro: Audi Filia!, do Pe. Geraldo Pires de Souza)
PS: Grifos meus.