Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950
III. O amor para com a Igreja Triunfante
1.º- Devemos amar os santos porque Deus os ama
Assim como um pai mais estima o seu filho que todos os bens, porque ele reflete as suas perfeições; assim também Deus, o melhor dos pais, estima, ama os santos porque refletem as Suas divinas perfeições num grau eminente.
2.º- Devemos amar os santos porque eles amam a Deus
Os santos merecem o nosso amor enquanto pela sua vida glorificam a Deus. São a santificação viva do Seu nome, o Seu reino perene, a Sua vontade plenamente cumprida.
Os santos merecem o nosso amor enquanto pela sua vida santificam o mundo. Neste lugar de tantas iniquidades salvaguardaram a justiça; nesta terra de mentiras confessaram e morreram pela verdade; no meio de gerações perversas têm perpetuado a raça dos justos; têm sido os precursores, têm-nos preparado o caminho da verdade e da santidade. Os santos são nossos intercessores e mediadores. Pedem obtêm e transmitem-nos os bens que Deus nos destina.
3.º - Devemos conhecer e imitar os santos
Conhecer os santos é fundamento do amor que se lhes deve, e imitá-los é a coroa do amor para com eles. Para isto devemos ler e meditar a sua vida. A sua vida é a grande escola, é o Evangelho vivo, o cristianismo em ação, e a messe saída incessantemente do grão de trigo divino lançado na terra para aí morrer, e depois germinar, crescer e dar fruto, e que é Jesus Cristo.
Depois da Eucaristia e da Sagrada Escritura não há nada que, mais pronta e seguramente, possa formar nas almas, o caráter sobrenatural que é o fundamento de toda a santidade. A santidade é o contágio e a vida dos santos, é a atmosfera que os transmite através dos tempos: nada desapega tanto do mundo, nada inflama em tão salutares desejos, nada encoraja tanto, como a vida dos santos. Os santos, pode dizer-se, são Jesus Cristo em miniatura e, por isso, eles repetem como São Paulo: “Sede meus imitadores assim como o sou Jesus Cristo.”