Nota do blogue: Devemos amar a hierarquia da Igreja enquanto tal, mas não a seus homens quando renunciam a ser a efetiva hierarquia da Igreja.
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Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula
Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950
2 - Amor da Igreja
Em virtude do dogma da Comunicação
dos Santos devemos amar as Igrejas Militante, Purgante e Triunfante.
I
- Amor para com a Igreja Militante
1.º- Devemos amar a Igreja de todo o
nosso espírito. A Igreja é uma
autoridade intelectual. Jesus Cristo, o seu fundador, deu-lhe estas ordens
terminantes: “Ide e ensinei: quem vos ouve a mim ouve.” (Luc. X, 16). Devemos,
pois, submeter o nosso espírito a todas as verdades propostas pela Santa
Igreja.
2.º- Devemos amar a Igreja de toda a
nossa vontade. Assim o faremos se lhe
obedecermos. A Igreja dogmatizando é Jesus Cristo governando. A fé nos dogmas
torna-nos verdadeiros, a obediência às suas leis torna-nos bons.
3.º- Devemos amar a Igreja de todo o
nosso coração. Assim como submetemos
a nossa vontade a esta rainha devemos consagrar o nosso coração a esta mãe.
Devemos defender a causa, zelar os seus interesses e regozijarmo-nos com os
seus triunfos. Devemos ser delicados em sentir as ofensas que lhe são feitas.
Nas horas dos seus Getsemani não façamos
como os três Apóstolos, a flor dos doze, dormiam. Devemos velar cuidadosamente,
orar fervorosamente e chorar abundantemente.
Devemos amar a Igreja com todas as
nossas forças. Devemos santificar-nos para ela. A Igreja não existe senão para
santificar as almas. Um santo a mais ou mesmo um grau a mais de santidade no
mais humilde dos seus membros é para ela um acréscimo de vida, de força, de
beleza e de honra. É Jesus mais presente, mais livre, mais ativo. De que vive
ela senão de Jesus? Possuído deste sentimento de amor, repetia São Paulo: A
minha vida é Jesus Cristo.
Amor
à hierarquia da Igreja
Devemos amar a hierarquia da Igreja.
1.º- Devemos amar o Papa. - Devemos
amar o Papa com os mesmos sentimentos que um filho ama seu pai: vê nele um
representante de Deus junto de si, e aquele que lhe deu a vida por vontade de
Deus.
2.º- Como devemos amar o Papa. -1.º Veneração. Devemos venerar o Papa; a sua
majestade é celeste, é o Vigário de Jesus Cristo na terra. - 2.º Obediência. Devemos obedecer-lhe, é o
chefe supremo da Igreja. E a Igreja é uma mãe a dizer a um filho o que o pai
lhe mandou fazer. - 3.º- Assistência.
Não só devemos contribuir anualmente com o nosso óbolo para o Dinheiro de São Pedro porque os encargos
do Papa são grandes, mas também devemos orar por ele porque o seu fardo é pesado.
Devemos ser esteios para essa coluna que sustenta tudo o mais. Considerem a oração
que Jesus fez pelo Papa. “Simão, Simão, satanás pediu para te passar pelo crivo
como se faz ao trigo, mas eu orei para que a tua fé não desfaleça.”
3.º- Devemos amar os Bispos. - Os Bispos são inseparáveis do Papa. Jesus
diz a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja” e em
seguida diz aos Apóstolos unidos a Pedro: “Ide e ensinai todas as nações.” (Mat.
XVI, 18-XXVIII, 19). - Os Bispos são indispensáveis ao povo cristão.
1.º- Os Bispos são faróis para esclarecer os povos. O Romano Pontífice é
a vibração da verdade, os Bispos fazem-se eco da verdade, propagam-na.
2.º - Os Bispos são as sentinelas do povo de Deus. Os Bispos velam sobre
a doutrina de que são mestres; sobre os costumes de que são guardas; sobre a
vida cristã de que são o centro.
3.º- Os Bispos perpetuam o sacerdócio. É por eles que os sacerdotes são
ordenados e são enviados aos fiéis para os santificar e salvar.
4.º- Como devemos amar os Bispos.
1.º- Obediência. Devemos obedecer aos Bispos. Já no Circo de Roma no
meio das feras, que iam devorá-lo, santo Inácio de Antioquia fez ouvir a sua
voz com toda a veemência, através dos rugidos dos leões, para dizer: “O
Espírito Santo disse-me e encarregou-me de vos exortar a que nada façais sem o
Bispo. Aquele que opera sem consultar o Bispo presta culto ao demônio. Obedecei
ao Bispo e sede-lhe submissos como Jesus Cristo o foi a Seu Pai, durante a Sua
vida mortal, e como os Apóstolos o foram a Jesus Cristo.” - Que linguagem! Sempre
o Bispo em um lugar de Jesus Cristo, diz Mgr. Dadolle, e isto sem restrição alguma.
É a linguagem mais eloquente e mais formal da submissão católica. Grande lição
e grande exemplo para nós!
2.º- Assistência. Quando o nosso Prelado ordena qualquer peditório para
as necessidades diocesanas, devemos ser generosos em dar e também devemos olhar
por ele porque a sua missão é bastante grave.
5.º- Devemos amar o nosso pároco. - O católico faz parte de uma
hierarquia; e nesta hierarquia é à paróquia que está em contato imediato com os
fiéis; pela paróquia estes são de uma diocese e pela diocese são da Igreja
católica, apostólica e romana.
A paróquia é, pois, uma porção de
território de uma diocese que o Bispo confiou a um pároco. “Os párocos são os
principais auxiliares, os Bispos na direção geral da grei que lhe foi confiada
para a formar, reger, guiar pelo caminho da salvação e exercitá-la nas virtudes
cristãs.”
6.º- Como devemos amar o nosso pároco?- Os fiéis devem ser dedicados ao
seu pastor não só conhecendo-o, ouvindo a sua voz e seguindo-o, mas também à
sua paróquia.
7.º- Devemos amar a nossa paróquia. - A paróquia é, na ordem espiritual,
o que é a família da ordem doméstica.
A nossa casa é a igreja, o pároco é o no pai, representante do Pai celeste.
A nossa casa é a igreja, o pároco é o no pai, representante do Pai celeste.
A nossa paróquia! Que sentimentos
sagrados esta palavra desperta em nossos corações. A paróquia é o sacerdote que
mantém o culto divino; que procura a santificação das almas; que nos batizou,
confessou e deu a sagrada comunhão. A paróquia é pia do batismo onde nossas
almas foram regeneradas; são os bancos do catecismo onde nos sentamos para
tomar o leite da doutrina, é a cadeira paroquial em volta da qual nos reunimos
para receber o pão da palavra de Deus; é a mesa da comunhão.
A paróquia é o berço sagrado dos
vivos e o túmulo dos mortos, tudo isto tem encantos que prendem e atrativo que
cativam.
8.º- Como devemos amar a nossa paróquia - Devemos interessar-nos pela
nossa paróquia. Devemos ser católicos na nossa paróquia e com a nossa paróquia.
Isto é, devemos conhecer as obras de instrução, piedade, caridade e ação
católica existentes na nossa freguesia e colaborarmos nestas obras, segundo a
nossa capacidade, como membros ativos ou benfeitores. - Devemos auxiliar
materialmente a nossa paróquia. Quem faz parte de uma sociedade, e se aproveita
dos seus benefícios, deve participar dos seus encargos.