quarta-feira, 6 de março de 2013

Amor da Igreja - Primeira parte (Amor para com a Igreja Militante)

Nota do blogue: Devemos amar a hierarquia da Igreja enquanto tal, mas não a seus homens quando renunciam a ser a efetiva hierarquia da Igreja.

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Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula
Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950

2 - Amor da Igreja

            Em virtude do dogma da Comunicação dos Santos devemos amar as Igrejas Militante, Purgante e Triunfante.

I - Amor para com a Igreja Militante

            1.º- Devemos amar a Igreja de todo o nosso espírito. A Igreja é uma autoridade intelectual. Jesus Cristo, o seu fundador, deu-lhe estas ordens terminantes: “Ide e ensinei: quem vos ouve a mim ouve.” (Luc. X, 16). Devemos, pois, submeter o nosso espírito a todas as verdades propostas pela Santa Igreja.

            2.º- Devemos amar a Igreja de toda a nossa vontade. Assim o faremos se lhe obedecermos. A Igreja dogmatizando é Jesus Cristo governando. A fé nos dogmas torna-nos verdadeiros, a obediência às suas leis torna-nos bons.

            3.º- Devemos amar a Igreja de todo o nosso coração. Assim como submetemos a nossa vontade a esta rainha devemos consagrar o nosso coração a esta mãe. Devemos defender a causa, zelar os seus interesses e regozijarmo-nos com os seus triunfos. Devemos ser delicados em sentir as ofensas que lhe são feitas.
            Nas horas dos seus Getsemani não façamos como os três Apóstolos, a flor dos doze, dormiam. Devemos velar cuidadosamente, orar fervorosamente e chorar abundantemente.
            Devemos amar a Igreja com todas as nossas forças. Devemos santificar-nos para ela. A Igreja não existe senão para santificar as almas. Um santo a mais ou mesmo um grau a mais de santidade no mais humilde dos seus membros é para ela um acréscimo de vida, de força, de beleza e de honra. É Jesus mais presente, mais livre, mais ativo. De que vive ela senão de Jesus? Possuído deste sentimento de amor, repetia São Paulo: A minha vida é Jesus Cristo.

Amor à hierarquia da Igreja

            Devemos amar a hierarquia da Igreja.

            1.º- Devemos amar o Papa. - Devemos amar o Papa com os mesmos sentimentos que um filho ama seu pai: vê nele um representante de Deus junto de si, e aquele que lhe deu a vida por vontade de Deus.

          2.º- Como devemos amar o Papa. -1.º Veneração. Devemos venerar o Papa; a sua majestade é celeste, é o Vigário de Jesus Cristo na terra. - 2.º Obediência. Devemos obedecer-lhe, é o chefe supremo da Igreja. E a Igreja é uma mãe a dizer a um filho o que o pai lhe mandou fazer. - 3.º- Assistência. Não só devemos contribuir anualmente com o nosso óbolo para o Dinheiro de São Pedro porque os encargos do Papa são grandes, mas também devemos orar por ele porque o seu fardo é pesado. Devemos ser esteios para essa coluna que sustenta tudo o mais. Considerem a oração que Jesus fez pelo Papa. “Simão, Simão, satanás pediu para te passar pelo crivo como se faz ao trigo, mas eu orei para que a tua fé não desfaleça.”

          3.º- Devemos amar os Bispos. - Os Bispos são inseparáveis do Papa. Jesus diz a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja” e em seguida diz aos Apóstolos unidos a Pedro: “Ide e ensinai todas as nações.” (Mat. XVI, 18-XXVIII, 19). - Os Bispos são indispensáveis ao povo cristão.
            1.º- Os Bispos são faróis para esclarecer os povos. O Romano Pontífice é a vibração da verdade, os Bispos fazem-se eco da verdade, propagam-na.
           2.º - Os Bispos são as sentinelas do povo de Deus. Os Bispos velam sobre a doutrina de que são mestres; sobre os costumes de que são guardas; sobre a vida cristã de que são o centro.
          3.º- Os Bispos perpetuam o sacerdócio. É por eles que os sacerdotes são ordenados e são enviados aos fiéis para os santificar e salvar.

            4.º- Como devemos amar os Bispos.

            1.º- Obediência. Devemos obedecer aos Bispos. Já no Circo de Roma no meio das feras, que iam devorá-lo, santo Inácio de Antioquia fez ouvir a sua voz com toda a veemência, através dos rugidos dos leões, para dizer: “O Espírito Santo disse-me e encarregou-me de vos exortar a que nada façais sem o Bispo. Aquele que opera sem consultar o Bispo presta culto ao demônio. Obedecei ao Bispo e sede-lhe submissos como Jesus Cristo o foi a Seu Pai, durante a Sua vida mortal, e como os Apóstolos o foram a Jesus Cristo.” - Que linguagem! Sempre o Bispo em um lugar de Jesus Cristo, diz Mgr. Dadolle, e isto sem restrição alguma. É a linguagem mais eloquente e mais formal da submissão católica. Grande lição e grande exemplo para nós!
        2.º- Assistência. Quando o nosso Prelado ordena qualquer peditório para as necessidades diocesanas, devemos ser generosos em dar e também devemos olhar por ele porque a sua missão é bastante grave.

            5.º- Devemos amar o nosso pároco. - O católico faz parte de uma hierarquia; e nesta hierarquia é à paróquia que está em contato imediato com os fiéis; pela paróquia estes são de uma diocese e pela diocese são da Igreja católica, apostólica e romana.
            A paróquia é, pois, uma porção de território de uma diocese que o Bispo confiou a um pároco. “Os párocos são os principais auxiliares, os Bispos na direção geral da grei que lhe foi confiada para a formar, reger, guiar pelo caminho da salvação e exercitá-la nas virtudes cristãs.” 

            6.º- Como devemos amar o nosso pároco?- Os fiéis devem ser dedicados ao seu pastor não só conhecendo-o, ouvindo a sua voz e seguindo-o, mas também à sua paróquia.

            7.º- Devemos amar a nossa paróquia. - A paróquia é, na ordem espiritual, o que é a família da ordem doméstica.
            A nossa casa é a igreja, o pároco é o no pai, representante do Pai celeste.
           A nossa paróquia! Que sentimentos sagrados esta palavra desperta em nossos corações. A paróquia é o sacerdote que mantém o culto divino; que procura a santificação das almas; que nos batizou, confessou e deu a sagrada comunhão. A paróquia é pia do batismo onde nossas almas foram regeneradas; são os bancos do catecismo onde nos sentamos para tomar o leite da doutrina, é a cadeira paroquial em volta da qual nos reunimos para receber o pão da palavra de Deus; é a mesa da comunhão.
            A paróquia é o berço sagrado dos vivos e o túmulo dos mortos, tudo isto tem encantos que prendem e atrativo que cativam.

            8.º- Como devemos amar a nossa paróquia - Devemos interessar-nos pela nossa paróquia. Devemos ser católicos na nossa paróquia e com a nossa paróquia. Isto é, devemos conhecer as obras de instrução, piedade, caridade e ação católica existentes na nossa freguesia e colaborarmos nestas obras, segundo a nossa capacidade, como membros ativos ou benfeitores. - Devemos auxiliar materialmente a nossa paróquia. Quem faz parte de uma sociedade, e se aproveita dos seus benefícios, deve participar dos seus encargos.