Dia por dia (a prudente jovem) foi se impondo um ato de mortificação totalmente desinteressado. Ora privava-se de um passeio ou de uma simples voltinha agradável; ora, entre dois caminhos, escolhia o menos agradável. De uma poltrona cômoda passava a sentar-se numa cadeira; cessava de ler, juntamente quando a curiosidade começava a despertar-se.
Aparentemente era de pouco valor o que ia fazendo.
Entretanto, nisso firmou-se a energia da heroína que ela soube mostrar diante dos rudíssimos golpes da vida. Houve sadia e cristã filosofia por parte da jovem, que não fez pouco desse exercício da vontade. Os grãozinhos de areia são, isoladamente, coisa anódina. Reunidos, formam as dunas, que enfrentam a fúria do mar e lhe detêm o avanço pela terra a dentro.
Pequenas contrariedades feitas à tua vontade, leitora, formarão essa duna contra a qual os vagalhões de paixões resolutas e teimosas irão se quebrar, cantando no embate o teu triunfo de cristã prudente. Não faças pouco das pequenas mortificações...
Os pequenos defeitos e as pequenas virtudes!
Nem um nem outro devem ser tratados com ares de pouco caso. As vinhas não perecem sob as patas de animais. Morrem vítimas de um ser microscópico: a filoxera. Os corais insignificantes - até no meio do mar! - formam suas ilhas indestrutíveis. Os formidáveis diques da Holanda são combatidos, não pelo elementar vigor das ondas, mas por um inseto que já vinte vezes pôs em périgo o país.
Atos de grande virtude, de heroísmo moral, são raros. Nascem de circunstâncias especiais e têm a vida toda para palco e escolha da hora de sua realização.
Ocasiões para praticar pequenas virtudes não faltam dentro das horas de cada dia e nas dobras de conversa. A prática contínua de pequenas virtudes supõe uma paciência real e uma grande reserva de energia.
Receber polidamente os importunos, não apoquentar-se com os mal educados, não ceder à tentação de criticar ordens, fechar os olhos sobre desatenções habituais... eis aí, senhorita, uma pequena e grande virtude.
Até o sorriso contínuo pode muito bem ser a prova da virtude que tens. Parece ser o clarão da chama que dentro de ti arde e se consome pelo bem.
(Excertos do livro: Audi Filia! Formação para moças - Pe. Geraldo Pires de Souza)
Os pequenos defeitos e as pequenas virtudes!
Nem um nem outro devem ser tratados com ares de pouco caso. As vinhas não perecem sob as patas de animais. Morrem vítimas de um ser microscópico: a filoxera. Os corais insignificantes - até no meio do mar! - formam suas ilhas indestrutíveis. Os formidáveis diques da Holanda são combatidos, não pelo elementar vigor das ondas, mas por um inseto que já vinte vezes pôs em périgo o país.
Atos de grande virtude, de heroísmo moral, são raros. Nascem de circunstâncias especiais e têm a vida toda para palco e escolha da hora de sua realização.
Ocasiões para praticar pequenas virtudes não faltam dentro das horas de cada dia e nas dobras de conversa. A prática contínua de pequenas virtudes supõe uma paciência real e uma grande reserva de energia.
Receber polidamente os importunos, não apoquentar-se com os mal educados, não ceder à tentação de criticar ordens, fechar os olhos sobre desatenções habituais... eis aí, senhorita, uma pequena e grande virtude.
Até o sorriso contínuo pode muito bem ser a prova da virtude que tens. Parece ser o clarão da chama que dentro de ti arde e se consome pelo bem.
(Excertos do livro: Audi Filia! Formação para moças - Pe. Geraldo Pires de Souza)