domingo, 28 de março de 2010

Domingo de Ramos - Glória, laus.

Domingo de Ramos

Israël es tu Rex,
Davídis et ínclyta proles:
Nómine qui in Dómini, Rex benedícte, venis.
Glória, laus.


Vós sois o Rei de Israel,
ilustre descendente de David,
Rei bendito, que vindes em nome do Senhor.
Glória, louvor.

Quando a multidão, ao chegar ao cume do monte descobriu as brancas muralhas da cidade santa com os seus palácios magníficos e o seu vasto templo rodeado de muros de defesa, lançou aos ecos todos do vale os seus gritos de fé e amor: "Hosana! Hosana no mais alto dos Céus! Glória ao Filho de David! Bendito seja o que vem em nome do Senhor, para levantar o reino de David nosso pai!"

Não se podia reconhecer mais formalmente o Messias prometido a Abraão e cantado pelos profetas. E por isso os fariseus invejosos, que se tinham infiltrado no cortejo, exprobravam a Jesus os gritos, a seu ver sediciosos, dos seus partidários. Aquela ovação, feita ao seu inimigo, taxavam-na eles de provocação à revolta contra César. "Mestre, nós vos intimamos, diziam eles, com um despeito que não podiam dissimular, mandai já calar os vossos discípulos! - É inútil, respondeu o Salvador; porque, neste momento, se eles calassem, as próprias pedras clamariam."

Naquela hora, por Deus escolhida para glorificar o Seu Filho em nome da nação judaica, ninguém podia obstar aquela pública manifestação de Sua realeza.

Ai dos que, naquele dia soleme, recusaram abrir os olhos à luz, e blasfemaram contra o Salvador, em vez de cantar com o povo um hino á Sua glória! Do cimo do monte das Oliveiras, pousou Jesus, por um momento a vista sobre aquela Jesuralém que desde há tanto tempo vinha desprezando obstinadamente a graça da salvação, e chorou.

"Ó Jerusalém, exclamou Ele, se quisesses abrir os olhos e reconhecer Aquele, que só, e mais ninguém, te pode dar a paz! Porém não: estás ferida duma cegueira que te há de causar a ruína. Eis vem o dia, em que teus inimigos te rodearão de trincheiras e te encerrarão e apertarão por todas as partes. Eles te destruirão, e esmagarão contra o solo os filhos que encontrarem em teu seio; e de Jerusalém não ficará pedra sobre pedra, porque não conhecestes o tempo em que o Senhor te visitou."

Alguns momentos depois, entrava Jesus na cidade seguido da imensa multidão dos seus discípulos. E toda a população Lhe saiu ao encontro numa agitação profunda. Os estrangeiros perguntavam aos que encontravam: "Que homem é este, e porque tantas aclamações? - É o profeta de Nazaré, respondia-lhes a gente; este foi quem ressuscitou a Lázaro." É o "hosana ao Filho de David" ia ecoando de grupo em grupo, através de toda a cidade.

Quanto os fariseus, mais que nunca exasperados, diziam uns para os outros: "Já vedes que não aproveitamos nada: nós condenamo-lo e eis que toda a gente corre em seu seguimento."

Os discípulos acompanharam Jesus até ao templo; mas Ele só lá se demorou um momento; contudo foi o suficiente para ver que a casa de Deus voltara a ser uma feira pública, tal como de antes. Aproximama-se a noite; e Ele saiu com a deliberação de no dia seguinte por cobro àquelas profanações; depois, tendo despedido as turbas, voltou para o monte das Oliveiras, onde pernoitou, orando a Seu Pai.

(Excertos do livro: Jesus Cristo, Sua vida, Sua paixão, Seu triunfo - R. Pe. Berthe)

PS: Grifos meus