domingo, 17 de novembro de 2013

O BOM COMBATE NA ALMA GENEROSA - Parte XXI

Nota do blogue: Acompanhe esse especial AQUI.

O BOM COMBATE 
NA
ALMA GENEROSA

Missionárias de Jesus Crucificado de Campinas


O pão quotidiano das almas de boa vontade
(Padre Nosso meditado)

Amadíssimos filhos, quantas almas por infelicidade rezam sem saber o que estão dizendo, vindo daí tan­tas distrações e faltas de atenção para com seu Deus. Eu sou Maria, vossa Mãe, desejosa de ver-vos atentos, quando tendes a felicidade de rezar. Vou mostrar-vos a beleza das vossas orações quo­tidianas.

Padre nosso que estais no Céu. Caríssimos filhos, quantos por infelicidade pronunciara esta palavra sublime, com tão pouco respeito e sem a devida compreensão! Eis o motivo pelo qual não recebem o que pedem, porque rezam mal!

Quem é este Pai? Este Pai, cujo nome pronunciais com tão pouco respeito, é Deus. Sim, o Deus criador de todas as coisas, dos Céus e da terra e do que existe nestes dois reinos.


Este Pai, o qual invocais quando rezarei, tem ao Seu lado nove coros angélicos, louvando-O, amando-O e suprindo as vossas faltas de atenção... Sim, amadíssimos filhos, quando rezais mal e sem o devido respeito, os anjos su­prem as vossas faltas de atenção diante deste Pai, cuja caridade fez descer à terra Seu adorável Filho, para abrir-vos as portas do Paraíso!

Este Pai, que vós invocais quando rezais, tem em Suas mãos as vossas vidas, podendo em um instante tirar-vo-las, conforme Sua santíssima vontade!

Quando dizeis, Padre nosso que estais no Céu, os anjos respeitosos se inclinam para reverenciar este Deus tão amável em Si!

Amados filhos, que tendes a ventura de Me ouvir, como pronunciais esta palavra tão consoladora, Padre nosso que estais nos Céus? Não pronunciais esta palavra maquinalmente sem nenhum respeito? Ah! por amor de vossas almas, pelas quais Jesus morreu em dura Cruz, vos suplico: pronunciai esta palavra tão consoladora com respeito e veneração, lembrando-vos da reverência e adoração dos coros angélicos. Vós criaturas privilegiadas, destinadas um dia a gozardes de Sua divina presença, deveis ser na terra o que os anjos são no céu: Adorai, amai e reverenciai este Pai tão amável que vos criou, tirando-vos do nada e dando-vos uma alma imortal, para gozar por toda a eternidade de Sua presença adorável.

Amadíssimos filhos, não sejais vós árvores frondosas somente, mas sim árvores produtivas. Vós sabeis que a árvore que não dá frutos, será cortada e lançada ao fogo. Portanto, quando rezardes, rezai com todas as potências de vossa alma, lembrai-vos que a oração é a vossa con­versação com Deus! Pergunto-vos, se vísseis vosso Deus com os olhos do corpo, qual não seria o vosso respeito?!

Com a face por terra O adoraríeis, e não somente com os lábios, mas com todas as potências de vossa alma Lhe dizíeis: Quão bom é estar na Vossa presença; façamos aqui nossa morada! Amados filhos, este Deus bom, com o qual te tendes a felicidade de falar quando rezais, ainda que não O vejais com os olhos do corpo, vede-O com os olhos da fé.

“Bem-aventurados os que não viram e creram”. Portanto, com os olhos desta fé admirável que deveis ver ao vosso ..nr° este Deus, cuja beleza arrebata os habitantes da Jerusalém celeste. Que os olhos da vossa fé, cada vez mais se abram para rezardes com o devido respeito, que deveis tributar ao Deus três vezes Santo!
prossigamos a nossa oração. Padre nosso, que estais nos Céus, santificado seja vosso nome. Amados filhos, quando pronunciais esta admirável palavra: Santificado seja o vosso nome, sabeis o que estais dizendo? Ah! Jesus aqui podia dizer-vos: “nem todos os que me dizem Senhor, entrarão nos reinos dos Céus.” Ah! se compreendêsseis a sublimidade desta palavra, Santificado seja o Vosso nome!

Em verdade vos digo se bem compreendêsseis o que com os lábios dizeis, depressa santificar-vos-íeis. Deus é Santo, Santíssimo, portanto, quando Jesus ensi­nou o Padre nosso dizendo rezai assim: Santificado seja o Vosso nome, quis com isto dizer-vos, que Seu nome santís­simo, deve ser por todos Seus filhos, amado, adorado, reve­renciado, não somente com os lábios, mas principalmente com as obras. É nas obras santas e perfeitas que santifi­careis o nome daquele que é adorado e amado por todos os habitantes da Jerusalem celeste!

Santificado seja o Vosso nome, deveis dizer a toda hora. Sim, santificado no meu coração e no coração de todos os homens. São estas as disposições de vossos corações, quando rezais, quando vos apresentais para conver­sar com Deus três vezes santíssimo? Se fordes santos, o nome de vosso Tudo, que é Deus, é santificado em vós. Entendei bem, Deus é santíssimo, não precisa de vossas ações para ser mais santo, nem mais perfeito, mas, o que vos digo é que fazendo obras perfeitas Lhe dareis uma glória acidental, por isso que, o Seu santo nome seja santificado por vós, em vós e nas vossas obras. Ah! filhos diletos, se tivésseis esta sede ardente de ver o nome de vosso Deus santificado por todos os homens, como Lhe serieis agradáveis!

Todos os dias rezais estas palavras tão sublimes, sem saberdes o que estais dizendo, por isso é que Eu, vossa Mãe sempre solicita, desejosa de ver-vos mais perfeitos, com todo o amor Vos dou estas lições, para que, quando rezardes, aproveiteis do que estais dizendo e não façais como machinas que, girando somente pela força do motor, ficam sujas quando acabam o seu trabalho.

Ah! Amados filhos, quantos cristãos rezam sem pro­veito! Outros rezam tão mal, que em vez de darem glória a Deus, O ferem com as suas más disposições!

Para que isto não aconteça convosco que me ledes, preparai-vos para rezar com aquele que é o vosso Tudo. Apresentai-vos a Ele como Eu sempre me apresentei, com confiança, amor e respeito. Apresentai-vos a Ele dizendo para vós mesmos: Com quem vou conversar neste momen­to? Com meu Deus. O que lhe dizer? Vou rezar, vou pedir-Lhe seus socorros, Sua bênção para meus trabalhos, vou render-Lhe ação de graças, vou prostrar-me em Sua presença para adorá-lO como meu Deus e meu único e sobe­rano bem.

Sim, amados filhos, Jesus é o vosso único e sumo Bem. Haverá bem melhor do que Deus? Ah! não, tudo passa, tudo é vaidade, só Deus fica e vive eternamente. Portanto, quando vos aproximardes deste soberano Bem, (que é vosso Deus tão bom e amável, cuja bondade tem cativado milhões e milhões de virgens, lembremos que os próprios anjos, em êxtase, proclamam: Amemos e louvemos nosso Bem amado pelos séculos dos séculos. Tereza de Jesus ficou três dias fora deste mundo, somente à vista de uma das mãos de Jesus Cristo. Qual não será a beleza deste Deus, Seus encantos e melodias, quando o puderdes ver face a face e sem véus?! Ah! Eu bem conheço este Deus, pois, me acho nos Seus aposentos, conheço Sua bondade, Seu amor e beleza, por isso é que Vos desejo ver re­verentes em Deus que é o único bem que permanecerá sem­pre, eternamente. Tudo passará, só Deus ficará; só Ele é bom e por Sua bondade é feita a Mansão Celeste.

Prossigamos a rezar o Padre nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino.

Venha a nós o Vosso reino, palavra sublime e encanadora!

Amados filhos, rezais quem sabe sem verdadeiro fruto; pronunciais essa palavra sem compreenderdes o que estais pedindo ao vosso Deus! Desta falta de compreensão nascem tantas lamúrias em tantas almas! Pobres almas! Têm fome, têm sede de seu Deus, mas por falta de compreensão e rezando mal, gemem e choram, dizendo sempre: não estou em paz!

Venha a nós o Vosso reino: Sabeis o que quer dizer esta palavra tão sublime?

Esta palavra tão consoladora e sublime pede que Deus desça às vossas almas para habitar convosco. Disse Jesus: Aquele que Me amar e guardar Minhas palavras viremos e nele faremos a nossa morada. Eis por­que Jesus vos ensinou a pedir venha a nós o Vosso reino, pois na verdade Ele desce a vós na medida de vossa pre­paração. Vede caros filhos, como deveis meditar bem, quando vos preparais para rezar, lembrando-vos que ides Pedir que Jesus, o vosso Tudo, juntamente com o Padre e o Espírito Santo, com alegria, desça às vossas almas, fazendo de vossos corações e de vossas almas sua morada de amor. Vede como o que vos digo, vo-lo posso provar.

Eu acho minhas delícias em estar com os filhos dos homens. Sim, na realidade, este Deus Sapientíssimo, boníssimo acha Suas delícias em estar convosco, nos vossos corações, nas vossas almas. Portanto, filhos Meus, quando dizeis, venha a nós o vosso reino, com que amor e veneração deveis pronunciar esta sublime palavra! Ah! deveis ver que os Céus se abrem e a Santíssima Trindade desce a vós com todos os Seus atributos! Sim, se rezardes com verdadeira fé e amor, com o reino de Deus dentro de vós, saíreis da oração transfor­mados. Que ventura a de todos que de vós se aproximarem, pois sentirão os efeitos desta efusão de amor dentro de vós, o que vos fará derramar sobre eles o que está den­tro de vós: o próprio Deus, que é todo caridade!

Prossigamos na nossa oração:  Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu.

Amados filhos, muitos são os que rezam o Padre nosso, porém, poucos os que com alegria fazem a santíssima vontade de Deus.

E qual o motivo desta falta de cumprimento da vontade de Deus? Ah! esta desatenção para com Deus, causa de tão funesto mal, é por se rezar mal! Poucos, muito poucos são os que sabem rezar bem; é este o funesto mal que pro­duz tantas impaciências e tantas censuras contra Deus. Ah! se meditassem, essas almas que censuram o próprio Deus, se meditassem nestas palavras do Padre nosso, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Céu, não se lastimariam; antes aceitariam com alegria e diriam, como Job despojado de seus bens: Deus tudo me deu, Deus tudo m’o tirou, seja feita Sua santíssima vontade!

Amados filhos, Jesus ensinou-vos a dizer seja feita a Vossa vontade, para vos ensinar que deveis estar sempre contentes com tudo o que Deus vos envia, e como Job, a dizerdes sempre, Deus tudo me deu gratuitamente e agora m’o tira. Louvada e adorada seja por mim Sua santíssima vontade, que sabe do que preciso eu.

Sim, Deus é vosso Pai que vos ama infinitamente, por­tanto na qualidade de Pai dar-vos-á o que tendes necessi­dade, mas lembro-vos aqui, que, como Pai que é de vossas almas, muitas vezes vos prova como provou a Job, para ver se este varão justo na realidade o amava. Isto Ele pode fazer também convosco. E então, como deveis agir? Deveis agir como Job e como Jesus vos ensinou: Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no Céu. Ah! vós bem sabeis que no Céu os anjos rebeldes, que não obedeceram, e se revoltaram, converteram-se em demônios! Estes pobres não disseram o que disse Job, seja feita a Vossa san­tíssima vontade. E agora eis sua triste sorte, ardendo nas chamas abrasadoras do inferno, onde, desesperados, amal­diçoam o nome bendito d’Aquele, que os criou para goza­rem eternamente. Amados filhos, vede como Deus é bom ensinando-vos o Padre nosso, no qual Ele vos disse: seja feita a Vossa vontade. Sim, a Sua santíssima vontade de­veis cumprir com amor. Ah! quando rezardes meditai bem, preparando-vos para compreenderdes o que estais rezando, e assim possais dar cumprimento, realizando em vós o que dizeis com os lábios. Porque muitos não fazem isso, disse Jesus, que nem todos os que Me louvam com os lábios entrarão no Meu reino. Sim, porque não basta dizer, seja feita Vossa santíssima vontade, se não se dá cumprimento em si a vontade de seu Deus. Que importa a um homem dizer seja feita Vossa vontade, se quando chega a hora da provação ou de fazer qualquer obra que custe um pouco de sacrifício, não a faz! Este homem que só diz com os lábios esta sublime palavra, pode entrar nos Céus? Ah! não, porque se não fizer a vontade de Deus com suas obras, isto é, cumprindo os mandamentos de Sua Lei e os de Sua Santa Madre Igreja, não entrará na Mansão da paz. Eis porque pouco importa ao homem rezar com os lábios sem cooperar com a sua vontade que deve abra­çar com alegria a santíssima vontade de Deus.

Prossigamos a nossa oração: O Pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Amados filhos, quão bela é esta palavra, porém, pouco compreendida pelos filhos deste exílio. O Pão nosso de cada dia nos dai hoje.

De que pão Jesus falou? Ah! do Pão de Seu próprio corpo. Ensinou-vos Jesus a pedir o Pão de cada dia, o Pão da vida, o Pão da graça; é deste Pão que tendes necessida­de. Não disse Jesus, pedi primeiramente os bens eternos e os demais vos serão dados gratuitamente?! Sim, amados Meus, Deus, vosso Pai, deseja ver-vos pedir. Eis porque vos diz, pedi e recebereis; batei e abrir-se-vos-á. A todo aquele que pede ser-lhe-á dado e a todo aquele que bate abrir-se-lhe-á.

Dizem muitos, Deus sabe do que eu preciso, portanto não é necessário que eu Lhe peça; conhece minhas necessi­dades melhor do que eu. É verdade, amados filhos, Deus vê até o íntimo de vossos corações, sabe e conhece todas as vossas necessidades, porém, é esta a condição necessária exigida por Sua santíssima bondade para vos enriquecer de Seus divinos favores. Portanto, se esta é Sua vontade, que vos custa pedir? Ah! se Ele, para abrir-vos as por­tas do Paraíso, tanto sofreu, vós, os culpados, os necessi­tados, não desejais ter nenhum trabalho para vosso próprio bem? Que cegueira a do homem!

Amados filhos, poucos, muito poucos, sabem pedir, eis porque poucos são também os ricos. Há milhões e milhões que rezam o Padre nosso e dizem o Pão nosso de cada dia nos dai hoje, porém, muitos deles não sabem o que estão pedindo e outros pedem o bem estar material. O que foi que disse Jesus? Jesus disse, pedi primeiramente o que vos importa que é a Minha graça e o resto vos será dado gratuitamente.

Vede como os passarinhos não semeiam, nem colhem e como são alimentados?!

Que tristeza ver tantos cristãos pobres dos tesouros do Coração Adorável de Jesus, e tudo isto porque? Ah! porque não sabem pedir, não sabem rezar o Padre nosso: pedem o que não lhe foi ordenado que pedissem e o que devem pedir não o pedem. Daí esses tantos filhos indi­gentes, que vivem na mendicidade, em vez de serem ricos da graça e darem a seu Deus a glória que deles esperava.

Ah! vede como Eu tenho razão de vos exortar a bem rezar, porque se souberdes pedir, recebereis, pois Deus sendo tão bom, não nega a Sua graça a quem lh’a pede. Ele não vos dará pedra por pão. Ah! não, se souberdes pedir, dar-vos-á cento por um.

Pedi, caríssimos filhos, o Pão quotidiano para vossas almas; não sejais algozes de vossas mesmas almas criadas pela bondade de Deus, não as deixeis morrer de fome! Ah! quando vos dispuserdes para rezar o Padre nosso, dizei primeiramente: vou a meu Deus pedir-Lhe o Pão para hoje sustentar minha alma, para que ela não caia e não desfaleça, para que ela hoje seja forte e resista às embosca­das do inimigo. Vou pedir Pão a meu Deus. Oh! com que amor deveis vos apresentar a este Pai, para Lhe pedir não os bens caducos deste miserável mundo, mas, sim, os bens celestiais que a ferrugem deste mundo não pode corroer.

Amados filhos, como sois felizes! Jesus é vosso pão quotidiano, que vos dá cada dia forças e vigor para poder­des caminhar com segurança neste exílio. Sim, para não desfalecerdes neste exílio, pedi, pedi com confiança e amor este pão de vida; pedi como uma criança pede à sua mãe e se assim fizerdes sereis saciados: e fortes trilhareis este exílio em demanda da pátria amada, a Jerusalém Ce­leste.

Amados filhos, quando rezais o Padre nosso, dizeis o Pão nosso de cada dia nos dai hoje, portanto não vos deveis contentar em somente rezar um dia no mês ou na semana, mas sim cada dia e a cada instante em que vos sentirdes fracos. O que fazeis quando tendes fome? Comeis, ma­tando assim vossa fome. Fazeis mais; quando não sentis fome, ides ao médico para que vos examine se tendes qual­quer coisa de grave! Ah! para a matéria tendes tanto cuidado, quando para a alma há tanto relaxamento! Deixais morrer vossa alma de fome, não lhe dais ouvi­dos!... Quantas vezes ela grita com a falta de paz que sentis! Ah! esta falta de paz é a fome de vossa alma, que deseja ser saciada no seu único sumo bem que é Deus. Só Ele pode saciar-vos, só Ele pode matar a sede de feli­cidade, que sentis dentro de vós.

Amados filhos, não vos contenteis de pedir uma, duas vezes no mês, mas, sim pedi todos os dias o pão substan­cial que é o próprio Deus.

Ele só espera de vós boa vontade e estado de graça para vos enriquecer! Quão pouco Ele exige de vós para tornar-vos felizes e dar-vos Seus tesouros! Oh! se não sois ricos de Seus tesouros, é porque não sabeis pedir, não sabeis aproveitar desta belíssima oração que Ele mesmo a ensinou aos Seus apóstolos.

Padre nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu. O Pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Amados filhos, dizei assim, o Pão nosso, pois Ele mesmo se denominou vosso; quis vos dizer nesta tão sublime oração que Ele é todo vosso e que vós o podeis pedir com confiança.

Lembrai-vos de como faz a criança com a sua mãe, pede-lhe pão, mas sem constrangimento; sabe que está pe­dindo à sua mãe que é toda sua. Vede agora como Jesus foi boníssimo, dizendo-vos o Pão nosso de cada dia nos dai hoje; quis com isso que compreendais que Ele é todo vosso, que Lhe podeis pedir como a criancinha pede à sua mãe com toda a confiança, lembrando-vos que pedis o que e todo vosso. Sim, é todo vosso, e porque é todo vosso, quando rezardes falai assim: o Pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Amados filhos, Deus deseja que compreendais que é todo vosso, porque assim compreendendo, ireis a Ele com toda confiança.

Sim, podeis na verdade pedir com confiança o Pão quotidiano, porque Ele deseja imenso vo-lo dar.

Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Amados filhos, Deus está sempre pronto a vos per­doar. Ei-lO no alto da cruz, desculpando-vos perante seu amadíssimo Pai.

“Meu Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem.”

Sempre bom e generoso, este Deus Sapientíssimo se tem mostrado na segunda Pessoa que é o Filho. Vede-o insti­tuindo o sacramento da penitência para poder sempre vos dizer: Vinde a mim que Eu sou todo misericórdia.

Amados filhos, quando rezais o Padre nosso, meditais neste sempre perdoar de vosso Deus?

Ah! quem sabe muitos dos que me ledes, pronunciam esta palavra tão consoladora sem prestarem atenção e sem meditarem no sempre perdoar deste Deus eternamente amável!

Sim, este Deus que está sempre pronto em vos per­doar, deseja que ao rezardes o Padre nosso, vos capaciteis de que Ele é todo perdão, mas notai que logo Jesus acrescentou esta palavra admirável: “Assim como nós perdoa­mos aos nossos devedores.”

Chegamos a um ponto importantíssimo do Padre nosso, ponto que infelizmente não é executado pela maior parte dos filhos do exílio!

Como já vos disse, Deus está sempre pronto em per­doar e Seu perdão está bem patente na pessoa de Seu unigê­nito Filho. Ei-lo mais uma vez no alto da cruz dizendo ao Bom Ladrão: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”, depois de já haver dito à pecadora: “Vai em paz, teus pecados estão perdoados, não peques mais.”

Agora vos pergunto, quais são os que estão sempre prontos para perdoar as ofensas recebidas? Quais os que, como Jesus, desculpam seus ofensores? Jesus não disse no alto da cruz: “Meu Pai perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”? Que lição admirável aqui vos deu Jesus! Vós bem sabeis o quanto os algozes estavam injuriando, com blasfêmias as mais horrendas, a pessoa de Jesus Cristo! Oh! lição admirável! Apesar daqueles verdugos estarem a ofendê-lO, Ele diz a Seu Pai: “Perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem”! Oh! filhos, aqui a nossa linguagem emudece diante desta bondade infinita, desta cari­dade arrebatadora! Apesar deste Deus se achar ultrajado pelos hediondos crimes daqueles corações endurecidos, Ele sempre bom e generoso os desculpa perante o trono do Pai!

Amados filhos, Deus exige que, por amor, exerçais esta caridade, esta bondade infinita, para com todos os vossos semelhantes. Eis porque Ele, ensinando o Padre nosso, quis que todos os dias repetísseis estas palavras: Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos deve­dores, e se Deus sempre perdoa, vós também sempre deveis perdoar, e se não perdoardes também não sereis perdoados. Eis a condição de Deus para vos perdoar. “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos deve­dores. Vede Jesus vos dizendo, perdoai-nos como nós per­doamos aos nossos devedores; por infelicidade, porém, poucos são os que sabem perdoar aos seus agressores! E se poucos são os que sabem perdoar, menos ainda são os que sabem desculpar, dizendo como Jesus disse:   “Meu   Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem.”

Quão bela é a oração do Padre nosso, pois nela encer­ra-se tanta grandeza, tanta sabedoria! Oh! se souberdes rezar tão sublime oração, em verdade vos declaro, chegareis um dia a serdes santos e vereis a Deus nos Seus aposentos sagrados!       

Prossigamos a nossa oração: “Não nos deixeis cair em tentação.” Amados filhos, quanta bondade de Jesus ensinando-vos no Padre nosso o meio ou melhor dando-vos o remédio para que nas horas difíceis a Ele recorrais, dizendo-lhe: Não nos deixeis cair em tentação. Vendo Jesus os perigos a que todos vós estais sujeitos, deixou-vos um meio de a Ele recorrerdes, para que tivésseis força e saísseis vitoriosos no combate com os inimigos de vossa alma. Quem é que não tem combates a vencer?

Ah! filhos Meus, há por aí tantos inimigos, o demônio, o mundo, a carne, e todos em guerra, e que guerra! Quanto mais uma alma se esforçar para chegar até seu Deus, tanto mais ela é combatida. Eis porque todos sem exceção têm necessidade de rezar assim: “Não nos deixeis cair em tentação!”

Ah! os maiores santos são os mais combatidos, por isso nenhum cristão, por perfeito que se ache, nunca deve deixar de rezar o Padre nosso.

Rezai filhos Meus, rezai com amor e não com rotina; lembrai-vos que tendes necessidade dos socorros celestiais, sem os quais caíreis na tentação e quem sabe para sempre! Oh! quão bela é esta oração ensinada pela misericórdia de Jesus! Aproveitai, portanto, não jogueis ao chão tão precioso tesouro. Sim, se rezardes com rotina, sem amor sem meditardes no que rezais, lançais ao chão tão rico tesouro!

Prossigamos a nossa oração: “Mas livrai-nos do mal.”

Amados filhos, mais uma admirável lição, que Jesus vos deixou no Padre nosso. Livrai-nos do mal.

Sim, só Deus é bom; só n’Elle e em Suas obras se acha todo o bem, portanto, só Ele vos pode livrar de todo o mal. Vede como é uma realidade o que vos digo.

Onde encontrareis obras perfeitas, obras de caridade?

Só em Deus, e este representado neste vale de lágri­mas pela Sua admirável Igreja. O que vedes nesta Igreja? Só o bem por toda a parte, até onde ela estende seus braços benfeitores.

O que faz esta Igreja admirável? Espalha em profusão; este bem, saído do Coração adorável de Jesus! Não é necessário que aqui vos narre sua vida e seus fatos extraordinários próprios só de um Deus, o qual Se serve de Suas criaturas para dar e dar em abundância Seu próprio bem!

Oh! quão admirável é Deus nas Suas obras, na Sua caridade infinita! Bem- aventurados todos vós que estais dentro desta arca bendita, a Igreja, que não é outra coisa senão o Coração do mesmo Deus.

Livrai-nos do mal, sim, amados filhos, ficai certos, que, se rezardes com amor esta bendita oração, dentro desta arca admirável, a santa Igreja Católica, posso vos afirmar, sereis benditos e um dia vereis a Deus face a face, por toda a eternidade.

Amados filhos, não desperdiceis Minhas lições, não leiais isto por simples curiosidade... Ah! não. Lede estas lições que vos foram dadas por amor de vossas almas; aproveitai, tirai delas a firme e inviolável resolução de rezar o Padre nosso com amor, meditando os ensinamentos admiráveis que nele se contêm.

Vossa Mãe Maria, que vos abençoa.


17-8-1931.