Nota do blogue: Acompanhe esse especial AQUI. Apenas uma observação: Infelizmente, poucas são as paróquias que possuem um catecismo íntegro, aliás, se é que ainda existem... Se faz mister que os pais (em especial a mãe) tomem a frente nessa questão do catecismo e que busquem se aprofundar nesse estudo através de instrução de bons (e que são poucos) sacerdotes que ainda mantêm a Tradição da santa Igreja.
A Mãe segundo a vontade de Deus ou Deveres da Mãe Cristã para com os seus filhos,
do célebre Padre J. Berthier, M.S
Edição de 1927
VI
- Do catecismo
Quando
a inteligência da criança está desenvolvida, o sacerdote encarrega-se de
completar, pelo catecismo, a educação religiosa. As mulheres verdadeiramente
cristãs dão-se por felizes, vendo terminar a sua obra, por um mestre mais
hábil e mais experimentado que elas. As mães, que pelo contrário, deixaram os
seus filhos submersos na ignorância das coisas mais necessárias, são as que
menos empenho mostram, em lhes fazer seguir as instruções familiares do
catecismo. É todavia para toda a mãe, e principalmente para uma mãe negligente,
uma obrigação rigorosa mandar ao catecismo os seus filhinhos. E que pretextos
plausíveis poderão alegar, para deixarem de cumprir este imperioso dever?
Precisais do vosso filho? Não importa. Sois pobre e é preciso que ele trabalhe
para ganhar o pão de cada dia? Não importa também. Em qualquer dos casos,
deveis mandá-lo ensinar, e reservar-lhe alguns instantes para isso. Tendo
obrigação de prover às necessidades do seu corpo, porque haveis de desprezar o
cuidado da sua alma, resgatada pelo sangue de Jesus Cristo? Uma mãe que tem fé
sincera, encontra sempre tempo para mandar um filho ao catecismo e ao trabalho.
«O
catecismo não é só a instrução; é, segundo o pensamento do ilustre bispo de Orleans,
a educação religiosa do homem, durante os anos da sua infância e da sua
mocidade; e ensinar o catecismo, não é só ensinar às crianças o cristianismo, é
educá-las no cristianismo.» E nunca a criança teve mais imperiosa necessidade
das exortações paternas, do pastor ou do sacerdote, do que depois da sua
primeira comunhão. Para convencer as nossas leitoras, basta que leiam o
seguinte trecho extraído dum breve de Sua Santidade Pio IX a Mgr. Dupanloup.
«Por
mais perfeito que fosse o ensino feito à criança, dos elementos da doutrina
cristã e das máximas de piedade, se mais tarde, quando os «sentidos fazem
sentir o seu império, os negócios temporais a sua tirania, os erros o seu sopro
funesto, não vierem novos ensinos confirmar essas crianças nos seus bons
princípios, formá-las na «prática das virtudes, inspirar-lhes o amor do que aprenderam,
só a custo se pode esperar algum bom «resultado dos primeiros trabalhos, de que
todo o fruto será perdido... Exortamos todos aqueles a «quem está confiado o
cuidado dos povos, a que não se contentem em lançar as sementes da fé e «das
virtudes na alma das crianças, mas em cultivar, tanto quanto possível, esses
germens nos adolescentes, e nas crianças.»
Seria,
pois, para desejar que todos os pastores de almas estabelecessem nas suas
paróquias catecismos de perseverança; e sem dúvida o fariam, se o seu zelo não
fosse paralisado pela indiferença dos pais, que, desde que os filhos estão
prontos (como eles dizem) do catecismo, só tratam de explorar todos os seus
momentos, ou lhes deixam a fatal liberdade de se divertirem, com companheiros
suspeitos, durante o tempo que poderiam consagrar a edificarem-se e a
instruírem-se! Pobres rapazes! Afastando-se assim do Sacerdote, e não ouvindo
já as suas exortações, inspiradas pela mais terna caridade, não aprendendo já
da sua boca os meios de combater as suas paixões, esquecem que têm uma alma,
entregam-se sem freio às paixões ardentes da sua idade, e maculam os mais belos
anos da sua vida, pelos vícios mais vergonhosos. Depois de feita a primeira
comunhão, deve uma mãe cristã continuar a mandar os filhos ao catecismo, pelo
menos aos domingos, ensinando-lhes, que não é humilhação ouvir explicar a
doutrina católica, e que em todas as idades carecemos de instrução religiosa, e
sobretudo de exortação à virtude; e ela própria lhe dará o exemplo de assistir
ao catecismo do domingo. Também os mandará assistir às práticas. Fénelon queria
que as crianças assistissem, não aos sermões cheios de ornamentos vãos e afetados,
mas a discursos sensatos e edificantes, como práticas e homílias.