A taxa de fecundidade do país passou de seis filhos por mulher, em 1960, para menos de dois em 2006, revelou o estudo Indicadores Sociodemográficos e de Saúde 2009, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a entidade, o aumento da escolaridade feminina é uma das causas para a redução na família brasileira.
A queda na taxa de fecundidade foi iniciada em 1970 na região Sudeste, revela o estudo. No Sul e Centro-Oeste, o início da transição ocorreu a partir do início da década de 70, enquanto no Norte e Nordeste, apenas no início da década de 80. A queda manteve-se nas décadas seguintes, chegando à estimativa de 1,99 filho em 2006. Para o IBGE, trata-se de um "declínio vertiginoso em 30 anos em relação a países desenvolvidos, que demoraram mais de um século para atingir patamares similares".
De acordo com o IBGE, mulheres menos instruídas ainda apresentam taxas de fecundidade mais elevadas. Essa diferença, porém, vem se reduzindo nas últimas três décadas em todas as regiões. Em todos os Estados, as mulheres com mais de oito anos de escolaridade (pelo menos o ensino fundamental completo) têm taxas de fecundidade total abaixo do nível de reposição, de 2 filhos..
Nascimentos - O número de nascimentos no país caiu de 3,2 milhões, em 2000, para 2,9 milhões, em 2006. Entre 2000 e 2006, houve declínio da participação dos nascimentos oriundos de mães dos grupos etários de 15 a 19 anos e 20 a 24 anos. No grupo de mães entre 10 a 14 anos houve estabilidade e, entre as mães acima de 24 anos, um pequeno crescimento nos percentuais de nascimentos.
Segundo o Ministério da Saúde, a cesariana já representa 43% dos partos realizados no Brasil nos setores público e privado, quando a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é para que as cesáreas sejam de, no máximo, 15% dos partos, limitando-se a situações de risco tanto da mãe quanto da criança.
No caso dos planos de saúde privados, o percentual de cesarianas chega a 80%. Já no SUS (Sistema Único de Saúde), as cesáreas somam 26% do total de partos. Os partos cesáreos são mais comuns entre as mulheres com maior nível de instrução, chegando a quase 70% entre aquelas com 12 anos e mais de escolaridade e sendo menos de 20% entre as mulheres com menor grau de instrução.
(Diário Online)