Conversas entre crianças e seus responsáveis diminuem de forma mensurável quando a televisão está por perto, mesmo se ninguém parece estar assistindo a ela, afirma um novo estudo. Pesquisadores chegaram a essa conclusão após equiparem crianças com pequenos gravadores que monitoravam tudo que era falado e ouvido durante o dia-a-dia.
O estudo, liderado pelo doutor Dimitri A. Christakis, da escola médica da Universidade de Washington e do Instituto de Pesquisa de Crianças de Seattle, pode ajudar a explicar por que a exposição precoce à televisão está associada aretardos lingüísticos e cognitivos, os pesquisadores disseram. O estudo aparece no periódico The Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.
Para o estudo, mais de 300 crianças, de idades entre 2 e 48 meses, usaram os gravadores durante um dia inteiro uma vez por mês durante até dois anos. Um software então revisou as gravações.
Os pesquisadores descobriram que, para cada hora de televisão ligada, as crianças ouviram, em média, 770 palavras a menos de um adulto, um declínio de 7%. As crianças também falaram menos.
"Algumas dessa reduções provavelmente se devem às crianças terem sido deixadas na frente da televisão", o estudo afirma, "mas outras provavelmente refletem situações nas quais os adultos, embora presentes, estavam distraídos pela tela e não interagindo com seu bebê de maneira perceptível."