terça-feira, 1 de outubro de 2013

"O Lírio dos Gonzaga"

Por: Bianca de Amorim


" (...) Entre todos os monumentos florentinos Luís preferia as igrejas e entre todas as igrejas preferia a SS. Anunciata.

Entrava nela frequentemente também porque se encontrava perto de casa. Ajoelhado aos pés do altar, em volta do qual estavam penduradas ricas lâmpadas votivas, Luís rezava demoradamente. Perante a imagem milagrosa de Nossa Senhora, havia continuamente braçadas de cândidos lírios. Ele prometeu à Virgem ser como uma daquelas flores. O senhor Del Turco tinha razão de exigir que o descendente dos Gonzagas se apresentasse na Côrte do Grão-Duque vestido conforme a sua dignidade. Mas existia uma outra côrte, a Celeste, onde os vestidos de cetim, as meias de seda, os bordados de ouro e os botões de prata não valiam nada.

Na frente de Nossa Senhora era necessário se apresentar com um outro vestido, branco como a pétala do lírio, imaculado como a neve que desce do céu. E este vestido era o da pureza. Então para ser admitido na Côrte do Céu, o descendente dos Príncipes Gonzagas prometeu a Nossa Senhora levar por baixo dos vestidos de gala o outro vestido da pureza e da castidade.

Esta promessa encheu de alegria o coração de Luís. Em Florença, fôra convidado a frequentar uma das Côrtes mais ricas do mundo. Agora ele espontaneamente convidava-se para outra Côrte mais sublime e maravilhosa: a do céu, onde a Virgem era Rainha e os Anjos os seus pagens." 

( Trecho retirado do livro: "O Lírio dos Gonzaga")