sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O BOM COMBATE NA ALMA GENEROSA - Parte XVIII

Nota do blogue: Acompanhe esse especial AQUI.

O BOM COMBATE 
NA
ALMA GENEROSA

Missionárias de Jesus Crucificado de Campinas


Cooperemos com a Misericórdia para nossa santificação

Jesus, Rei de misericórdia, Pai compassivo, Esposo sempre pronto a perdoar, venho aqui ante Vossa presença adorável, neste Divino Sacramento, primeiramente, para Vos pedir perdão dos meus pecados. Sim, muito me pesa de Vos ter ofendido, ó meu Jesus, ainda que nada sinta! Sensibilidade não tenho mais, mesmo assim eu desejo ser santa e aborreço minhas iniquidades, porque esta é a Vossa vontade! Vós quereis que eu seja santa, eu também o quero ser, e para isso ei de empregar toda minha boa vontade, e estar aliada à Vossa Santíssima Misericórdia. Dizei-me, ó Jesus misericordioso, o que devo fazer para realizar este Vosso desejo de aliar minha tão pequenina vontade à Vossa infinita Misericórdia? Falai, Senhor, porque tenho sede da Vossa Palavra divina!

Alma que Me escutas, ouve com atenção a Minha pala­vra de misericórdia.

A Justiça divina tinha de exterminar o homem da face da terra e precipitá-lo no lugar por ele mesmo criado, porque foi o pecado o autor do desespero e do suplício eterno. O homem foi criado por Mim, não para o inferno, mas, sim, para a Pátria celeste, para gozar da Minha própria felicidade. Esta criatura, porém, criada por amor, deu ouvidos ao mal e no seu coração entrou a iniquidade!

Agora, alma que Me escutas, reflete bem no que te vou dizer. A Minha infinita misericórdia vendo este amor espezinhado e injuriado pelo mal no coração do homem, criado por amor, o que fez?

Oh! Prodígio! Oh! maravilha! Desce à terra para conciliar a justiça com a misericórdia; e esta infinita misericórdia cobre-se com um corpo igual ao do homem, excepto o pecado.

E no seio de uma Virgem puríssima, o amor deu-Me um corpo no qual ia sofrer as consequências do pecado; coberto com a capa dos pecadores ia sofrer os rigores da divina Justiça ofendida!

Vê que não é pela justiça que foste resgatada, mas, sim, pela divina e infinita misericórdia. Agora que te fiz conhecer que não foi a justiça, mas sim a misericórdia que te salvou o que deves fazer para cooperar e aliar-te a ela?

A primeira condição, para cooperar com a Minha misericórdia e vir a Mim, sem medo e sem temor. Se Eu sou tão prodigo que desci à terra, tomando sobre Mim todas as vossas iniquidades, porque motivo vir a Mim com temor?

A segunda condição para Comigo cooperar é reconhecer-Me como Pai de infinita caridade, pronto a tudo perdoar, sempre que o coração se disponha à emenda. Tenho sede de fazer o bem, e corações há que neles querem aniquilar-Me! Se criei o homem do nada, não posso de um grande pecador fazer um grande santo?
Sim, a Minha infinita misericórdia tudo pode. Vede tantos astros luminosos na Minha Igreja, que de grandes pecadores tornaram-se grandes santos. E porque, Eu vos pergunto? Porque cooperaram Comigo na Minha, infinita caridade!

Existe um erro gravíssimo em muitas filhos Meus: Dizem estes: Eu não posso ser grande santo, nem aspirar a tal, porque na vida passada cometi muitos pecados; os que devem ser santos, desde meninos já o são. Oh! ce­gueira do homem que assim fala! O que assim fala, quer aniquilar-Me e limitar Minha infinita caridade! Ah! em verdade vos declaro, não há pecador que não possa ser um grande santo!

Os pecados passados, para uma alma arrependida, não são obstáculo para ser santa, mas sim, fontes de humildade e fontes de reconhecimento, lembrando-lhe que Eu usei para com ela de misericórdia, descendo até ela, lavando-a com o Meu Sangue divino e purificando-a com o Meu amor.

Ninguém diga que não pode ser um grande santo, por­que cometeu muitas faltas, na vida passada foi impuro e manchou sua honra com os pecados os mais vergonhosos! Ah! não, a nenhum mortal é permitido assim falar; uma só coisa é necessária, para se santificar, é boa von­tade, sem a qual o homem não pode se salvar; porém, o homem que tem boa vontade não deve temer, nem duvidar de sua salvação e também de sua santificação. Eu desci para os homens de boa vontade, e quais são eles? Os que ouvem a Minha palavra e a põem em prática, os que pra­ticam a Minha lei e os Meus conselhos. Uns se contentam; de observar a lei, porém outros aspiram mais alto e praticam esta lei com perfeição nas pequeninas coisas. Estes serão chamados, na casa de Meu Pai, de servos fiéis, que souberam aproveitar das pequeninas coisas para vir a mim. Nesta segunda condição ficou dito, que, para coope­rar com a Minha infinita misericórdia, é necessário reconhecer-Me como Pai misericordioso, pronto a perdoar e fazer de um grande pecador um herói de virtude.

A terceira condição para aliar-se à Minha misericór­dia é usar de misericórdia, primeiramente consigo, depois com o seu próximo. Como uma alma pode usar de misericórdia para consigo, se ela é tão desprovida desta mise­ricórdia e se no seu coração só existe a inclinação para o mal? Onde buscar esta misericórdia? Ah! Eu vo-lo digo, no Coração de Maria; Ela vos mostrará o Meu amável Coração e vos dirá: Vinde e vamos à fonte inesgotável, vamos sem demora a Jesus. Por que temer? O Coração de Meu Filho está aberto para Vos receber e, não com pesar, mas, sim, com alegria. Jesus não recebe Seus filhos com pesar, mas com grande regozijo! Porque temer, alma querida, vede, a misericórdia de Jesus vos abraça e indeniza vossa causa! Por esta falta Jesus já sofreu, só vos resta agora apresen­tar-vos a Ele com humildade e confiança, e, quanto maior for a vossa confiança mais bela será a vossa purificação. Sim, almas que Me escutais, é Maria que vos mostrará melhor o quanto Eu sou misericordioso e pomo deveis usar primeiramente de misericórdia com vossa alma, para depois usá-la com os outros.

Como usareis de misericórdia com o próximo senão para aliar-vos à Minha misericórdia? A medida daquela, será a medida da vossa união Comigo, será por esta me­dida que vós recebereis a Minha misericórdia.

Se Eu por vós morri em duro madeiro, se Me revesti de vossa natureza, tomando sobre Meu delicado corpo e Minha cândida alma os vossos pecados, qual deve ser o vosso proceder, vendo o vosso Mestre adorável dar-vos tantos exemplos?

Misericórdia e sempre misericórdia, quer dizer, perdoar e perdoar sempre, consolar e consolar sempre aos aflitos, morrer, se preciso for, para salvar uma só alma; esta é a caridade, a misericórdia que vim trazer ao mundo. Salvar almas, ó nobreza! Esta é verdadeira caridade! Pouco vale­ria ou aproveitaria a um homem que fosse imensamente caridoso, se não trabalhasse, na essência da mesma cari­dade, que consiste em salvar almas; e para salvá-las e cativá-las, a alma, que Me ama, serve-se de todos os meios ao seu alcance.

Sim, almas venturosas, ao mundo dei a conhecer a Minha infinita misericórdia. Que bela, que formosa é esta misericórdia, sem a qual o homem tornar-se-ia insuportável a si próprio; porque o homem, que não possui o conhecimento de Minha misericórdia, vive em continuo martírio, ele mesmo ó seu algoz!

Oh! almas que Me ouvis, mergulhai-vos nesta infinita misericórdia, não olheis para vossos pecados, mas, sim, para minha misericórdia, que tanto deseja ver-vos reconhecidos aos seus efeitos benéficos.  Ó todos, que no passado fostes infiéis, não temais, podeis ser santos e grandes santos se Me compreenderdes na Minha infinita misericórdia.

Não vos deixeis levar pelos artifícios do inimigo que vos diz: Tu não podes aspirar a grandes coisas, porque és um grande pecador ou o foste no passado! Ah! não ofendais Minha misericórdia, dando ouvidos a tal tentação! Todos vós pecadores e não pecadores, podeis ser grandes, por­que grande é Minha misericórdia, que deseja ver-vos a todos felizes, e, ao Meu lado para cantar o hino belíssimo da divina misericórdia!

Tende boa vontade e atirai-vos nos braços amorosos de Maria, que Ela é Mãe, e como tal vos conduz ao Meu Cora­ção infinitamente misericordioso, onde Ela vos fechará para sempre. Sede todos de Maria que Ela é vosso tesouro.

Jesus, Pai de Misericórdia, do Tabernáculo Santo.

4-3-1931.