ORAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO
(Mandada publicar por Urbano VII)
Diante de Vós, Senhor, apresentamos o fardo dos nossos crimes e simultâneamente as feridas que por causa deles recebemos. Se pensamos no mal que fizemos, é bem pouco o mal que sofremos e muito maior o que merecemos. Foi grave o que ousamos cometer e leve o que agora sofremos.
Sentimos que é dura a pena do pecado e no entanto não nos decidimos a deixar a ocasião dele. A nossa fraqueza geme esmagada sob o peso dos castigos com que nos punis justamente, e a nossa maldade não se quere desfazer dos seus caprichos. O espírito anda atormentado, mas a cerviz não se verga. A nossa vida suspira no meio das dores e não nos corrigimos.
Se contemporiza conosco, não nos emendamos, e se tirais de nós vingança, gritamos que não podemos. Se nos castigais, sabemos declarar que somos réus, mas se afastais por um pouco a Vossa ira, esquecemos logo o que deploramos. Se levantais a mão, logo prometemos a emenda, se retirais a espada, já nos esquecemos da promessa. Se nos feris, gritamos que nos perdoeis, se nos perdoais logo entramos de Vos provocar.
Tendes-nos aqui, Senhor, diante de Vós, confessamos os nossos pecados; se Vos não amerceais de nós, aniquilar-no-á a Vossa justiça.
Concedei-nos, Pai onipotente, o que sem merecimento algum da nossa parte Vos pedimos, Vós que nos tirastes do nada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Oremos - Ó Deus, a que, o pecado ofende e a penitência propicia, olhai favoravelmente para as preces do Vosso povo e relegai para longe os castigos da Vossa ira, que merecemos com os nossos pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
(Oração extraída do Missal Quotidiano e vesperal, por Dom Gaspar Lefebvre, 1951)