terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Santidade dos filhos começa no ventre da mãe!


A educação do filho não começa quando a mãe vê, pela primeira vez, a sua face, mas no momento em que a mãe sente que ele foi concebido. O pressuposto fundamental da educação é o autodomínio e a santidade da mãe. A paz de consciência transmite-se ao novo ser e, por isso, a mãe evita o pecado, domina as suas paixões e procura viver os tesouros da fé cristã para encher assim a sua alma.

Este tempo de espera deve decorrer na maior pureza interior. Purificar a alma no sacramento da penitência e receber a Cristo, pão dos fortes, na Eucaristia. A mãe deve pôr o seu fruto nas mãos de Deus, que vela pelo bem da mãe e do filho. Santa Mônica concentrava-se interiormente e não abandonava os livros sagrados para santificar o fruto das suas entranhas. Com todas as suas forças procurava ter um coração puro para que o filho que se estava a formar recebesse somente influências salutares.

E assim o seu filho, Santo Agostinho, pode escrever que começou a apreciar a palavra de Deus no seio materno e que nele tinham tido a sua raiz todos os impulsos divinos que recebera. Neste tempo, a mãe deve pedir para o filho uma alma cheia de beleza que possa atrair outras almas pela plenitude de sua alegria e pelo espírito de paz.

A mãe merece, agora mais do que nunca, atenção e respeito. À sua volta, deve andar-se com passos leves, como sobre o musgo, porque “o amor de Deus anda pela floresta...” Esse respeito pela mãe é também respeito pelo filho. No entanto, são aos milhares as mães que se queixam da falta de consideração e o fato traduz-se dolorosamente no filho.

O marido que com seriedade ganha consciência dos seus deveres de pai; é uma grande ajuda para a mulher nesses dias difíceis e, ainda que seja a esta que corresponde a parte mais importante, o esposo sabe partilhar das suas preocupações. Se alguma vez alguém mereceu o maior respeito e a mais delicada consideração, foi a mãe que espera um filho!

As próprias feras se amansam perante a mãe que traz um filho no seio, e só um ser grosseiro ou estouvado pode fazer troça, numa atitude que só compraz o “inimigo da vida e homicida de sempre”.

Modelo desse auxílio é a Virgem Maria que, depois da saudação Angélica em Nazaré, na Galiléia, se apressou a ir até às montanhas da Judéia para visitar a sua prima Isabel e partilhar com ela das alegrias e penas da maternidade. “Aprendei de Maria, vós mulheres, como se deve prestar ajuda ás futuras mães: nem o retraimento próprio de uma virgem, nem as montanhas ásperas, nem a longa distância impediram Maria de acudir em auxílio da mãe que ia dar à luz”.(Santo Ambrósio)

O caminho da mãe começa agora. Durante toda a vida se alegrará com a felicidade do filho, mas o seu coração começará a sangrar ao ver que ele se afasta dela cada vez mais. O amor pode sem dúvida recompor essa brecha, mas o filho nunca mais voltará a estar tão intimamente unido com a mãe como nesses dias de esperança. Não nos esqueçamos nunca do seio materno em que o nosso corpo viveu durante nove meses, amparado pelo coração amoroso da nossa mãe.

(A Mãe – Cardeal Mindszenty)
PS: Grifos meus