quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Cidadela das almas


"A casa e o lar são luz na noite escura
quando estamos longe, solitários,
e o amanhecer nos surpreende.
O Criador eterno fez a mulher
e com ela a casa e o lar.
Sem eles o mundo morre de frio."

Desde os tempos mais recuados, a família tem sido um lugar de orações. Cristo vive nela: "Quando dois ou três se reunirem em meu nome, eu estarei no meio deles". E dessas famílias poderão nascer santos e heróis. Para a liturgia, o lar é uma imagem da pátria celeste; para as almas, uma cidadela, uma defesa e uma fonte de energias. Nele se pode repousar e descansar quando, após o trabalho do dia, se regressa a casa, ao refúgio sagrado do lar.

A família é o melhor centro de educação para a vida na sociedade e no Estado. Os filhos aprendem a obediência e o respeito que devem à autoridade. Têm outros irmãos e devem contar com eles e, por vezes, renunciar a determinadas coisas em seu favor.

Por isso, as famílias numerosas são a melhor preparação para adquirir o sentido social e o sentimento da ajuda mútua. Por sua vez, os pais aprendem a tomar, com força e com prudência, as rédeas do governo. A família é um Estado em miniatura.

...É bem sabido que, em todo o mundo, a família atravessa uma profunda crise e, por isso, a pretensão de salvar a humanidade deve ser precendida da salvação da família. Na confusão dos problemas humanos, esse é o único verdadeiramente importante e todas as outras angústias e preocupações desaparecem diante dele.

...É preciso que regresse à família a mais profunda religiosidade e que a Igreja se impregne verdadeiramente nas almas das famílias laicizadas, que hoje existem. O uso das imagens e o contato frequente com a Igreja caíram no olvido, apesar de que ambas as manifestações são uma fonte de energia sobrenatural. O homem religioso sabe lutar contra os ataques do demônio e tornar-se enérgico, carinhoso e fiel.

A mesa e o berço são objetos preciosos da família. No entanto, sobre o berço e sobre a mesa devem estar a cruz do Senhor e a imagem da sua Mãe. Sob a sua proteção salvar-se-á a família.

As imagens não devem ser um simples motivo ornamental que, pouco a pouco, se vá cobrindo de pó e a que nunca mais se conceda importância: devem ser testemunho vivo da oração e da fé da vida diária... a fé não é um fato para os domingos, é o latejar da vida diárias e a respiração da alma.

A benção da casa! Quando se funda uma nova família ou se muda de casa, quer seja na cidade, quer seja uma aldeia, deve convidar-se o padre a abençoar a nova morada, a fim de que nela reine sempre o amor generoso de que é imagem o coração de Cristo. Nenhum homem ou medida pode avaliar o imenso amor de Deus para conosco. Se se constrói um lar para o amor, não deveremos, porventura, abrir as suas portas ao amor infinito do Senhor?

A consagração da família ao coração de Jesus não é uma simples cerimônia piedosa; quem a faz com retidão recebe forças desconhecidas.

(A Mãe - Cardeal Minsdzenty)
PS: Grifos meus