terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Conselhos para os noivos!



A religião católica cuida de um modo especial e com tato particular do noivado. Não é um tempo de embriaguez, de fantasias e quimeras, e sim uma época de estudar a si mesmo, e o futuro companheiro de vida.

A) O noivado é tempo de estudo sério de si mesmo.

Estudo que se deve realizar invocando-se o auxílio particular de Deus. Há com efeito, na vida humana, um momento mais importante, em que haja mais necessidade da direção divina, que o da escolha de um esposo(a)? Não é esta a significação do provérbio russo: "Partes para a guerra? Reza uma vez. Vais andar pelo oceano? Reza duas vezes. Vai casar? Reza três vezes".

É impossível que um jovem sério, no momento de casar-se, não faça um profundo exame de consciência, pois empreende uma grande tarefa. Eu vou fundar um lar. Deverei ocupar-me de uma mulher e de filhos. Contentar-me com alegrias silenciosas e puras. Trabalhar desinteressadamente. Renunciar, muitas vezes, tantas coisas... Eis a primeira parte deste exame de consciência.

A segunda parte oferece pensamentos consoladores e confortantes: serei o chefe responsável de um pequeno e feliz reino. Meu trabalho sustentará minha família. Meu amor edificará uma vida nova, e eu é que hei de assegurar a felicidade deste novo ninho. Será isto difícil, será uma tarefa penosa, um sacrifício perpétuo, mas serei indenizado de tudo isto, ao cêntuplo, quando ouvir estas palavras: "Papai, Papai".

É impossível que também uma jovem séria, no instante de casar-se não faça, igualmente, um bom exame de consciência. Deve refletir: Serei uma boa esposa, boa mãe de família, boa dona de casa? Há, em mim bastante espírito de renúnica e amor ao trabalho, bastante energia e indulgência, bastante profundidade e amor de Deus, para realizar esta tríplice e pesada tarefa de esposa, mãe e dona de casa?

Há em mim, mais vida interior, que vaidade?
É isto difícil, penoso, será um perpétuo sacrifício, mas serei mil vezes indenizada de todas estas renúncias, de todas estas vigílias, de todos estes trabalhos, quando ouvir estas palavras: "Mamãe, Mamãe!".

O noivado é, pos, um tempo de sério estudo de si mesmo.

B) Mas é também o tempo de aprender a estudar o seu futuro esposo (a).

Os casamentos infelizes podem ter multiplas causas, a mais freqüente é a precipitação com que eles foram realizados. Viram-se ontem. Amam-se hoje, e casam-se amanhã. Juram uma "eterna felicidade", mas não sabem a quem. Não sabem qual o temperamento do outro, quais suas idéias, seus hábitos, seus defeitos e seus planos... Pode-se ir para frente na vida com tal leviandade? Tem-se o direito de se casar por um entusiasmo irrefletido sob a impressão embriagadora...?

Um poeta alemão compôs uma encantadora poesia intitulada "A prova do amor". Ensina ele, à jovem, só dar o seu coração ao moço que for capaz de apanhar um lírio, com tal delicadeza que não lhe caia uma gota de orvalho. Que profundo símbolo este belo pensamento! Que aviso! Jovens, não esqueçais de exigir um do outro uma grande e profunda delicadeza de alma.

...Pela atitude recatada da moça séria, adquirirá esta uma confiança e uma estima ainda maior de seu noivo. Atualmente eu não estou unida a ele, definitivamente, não lhe pertenço ainda, e eis por que eu o trato com uma delicada reserva. Ele pode, contudo, confiar em mim, pois, quando eu lhe pertencer, serei unicamente dele e nunca de um outro. Mostrei-lhe que sei ser forte...

Ah! de (muitos) lábios caem facilmente queixas contra o rigor da santa Igreja, porque ela não permite "viver a própria vida" e "divertir-se" fora do casamento; vós, a cujos ouvidos retumbam as sedutoras palavras de "casamentos de amigos" ou "casamentos de week-end", olhai para a bela flor, que se abre aos raios do sol primaveril. Sobre ela pousa uma borboleta...suga-lhe o mel...este, porém, rapidamente se acaba...a borboleta voa para uma outra flor, pois há milhares delas...

Mas a pequena flor abandonada lá ficou, corola emurchecida, fanando-se na solidão e no abandono...Assim também, para a flor humana que, igualmente jovem e bela, quiser, porém, gozar de sua juventude contra a lei de Deus...

Moços e moças, olhai essa dolorosa imagem, antes, de abrides os vosso lábios numa queixa contra o sexto preceito da lei divina, ou antes que tenhais calcado aos pés, a proibição divina...Não terminarei, porém, com esta nota triste, e sim com a benção que o salmista lança sobre a família do homem temente a Deus:

"Felizes todos aqueles que amam o Senhor, e que andam em seus caminhos. Alimentar-te-ás com o trabalho de tuas mãos, e serás feliz, e coberto de bens. Tua esposa será no meio da casa como a vinda fecunda; teus filhos serão ao redor de tua mesa, como novas plantas de oliveiras. Assim será abençoado, o homem que teme o Senhor. Que o Senhor te bendiga de Sião...e possas ver os filhos de teus filhos" (Sl 127) Amém.

(Casamento e família - Dom Tihamer Toth)
PS: Grifos meus.