quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Perigo de exaltação religiosa na adolescência
Em conseqüência da necessidade que tem o adolescente de julgar que por si mesmo e de libertar-se dos cueiros da infância, vão-se manifestar, segundo os temperamentos e a influência do meio, duas atitudes contraditórias. Em alguns, sobretudo, talvez, nas meninas, os sentimentos religiosos vão tomar um impulso até a exaltação. Virão a confundir, facilmente, as manifestações de sua sensiblidade com o sentimento religioso. Se não forem bem esclarecidas, imaginarão terem perdido a Fé por não experimentarem sentimento, isto é, sensações durante suas orações e práticas religiosas. Convém lembrar-lhes que a verdadeira vida de piedade reside na vontade e não na sensibilidade e que, para perseverar na Fé, é preciso realizar atos e não se contentar com sentir emoções.
Tovadia, essa é também a idade dos sonhos de perfeição e de heroísmo. As almas generosas, sobretudo, as que receberam uma forte educação cristã durante a infância procurarão imitar os santos e facilmente chegarão a crer que são chamadas a uma vocação excepcional. É preciso, ao contrário, servir-se dessa tendência dos adolescentes, para confirmá-los em seus desejos de perfeição, velando, ao mesmo tempo, para impedí-los de desviarem-se. O tempo e as exigências da vida não tardarão em repor o problema da vocação dentro do limite do real e do possível.
(Pequeno Tratado de Pedagogia - Cônego Jean Viollet - págs. 170 e 171)
PS: grifos meus