Pela natureza somos levados a amar nossos pais, e isso constitui a felicidade de nossa vida. A Fé no-los apresenta como representantes do Poder e da Bondade de Deus e no-los fez amar com amor sobrenatural. Assim o amor cristão possui toda a força da natureza e da Graça. Para ser verdadeiro, o amor filial revestirá três qualidades. Será respeitoso, submisso, dedicado.
Amor respeitoso - O respeito é a primeira prova do amor filial. Um amor despido de respeito não passa de amor-próprio, vizinho do desprezo. O respeito é o guarda fiel do amor, é-lhe a coroa de honra e de glória. Em presença dos pais, o filho evitará rigorosamente toda palavra menos respeitosa, ou trivial, que não ousaria dizer diante dum chefe probo; bem como todo ato grosseiro ou menos polido, que não faria diante de uma pessoa digna. O filho dedicado terá sempre a peito honrar seus pais perante o mundo. Sua honra pessoal lho impõe como dever, e Deus, como preveito absoluto.
Amor submisso - A santidade de Jesus, até os trinta anos de idade, foi um longo ato de obediência, cuja perfeição o Evangelho nos revela por esta simples palavra: " Era-lhes submisso" ( Lc 2,51). A obediência era sua vida.
Feliz do jovem que souber obedecer como Jesus! Seus atos terão grande mérito; seu coração gozará das delícias da paz; sua vida será abençoada por Deus.
Amor dedicado - O filho carinhoso evitará todo divertimento, de que seus pais não puderem participar; recusar toda amizade estranha, que divida seu tempo e seu afeto em detrimento do amor filial. Sua felicidade está em viver sob o teto paterno; seu prazer, em progalizar aos pais cuidados ternos e carinhosos, e ser-lhes, na hora do sofrimento e da provação, consolação e força.
Feliz do jovem que põe a glória de sua vida em servir aos pais, sem outra recompensa senão o amor do dever cumprido, sem outro desejo senão fazer-lhes o bem, sem outra esperança senão a de Deus. Procendendo assim, nada terá de perder, pois o prazer mais puro é o da família, a maior fortuna a da honra, a mais perfeita virtude a da dedicação.
(São Pedro Julião Eymard - Divina Eucaristia - Vol V - pág 144 à 145)