sexta-feira, 7 de agosto de 2009
"Tiranozinho doméstico"
Educação a partir do nascimento
Nunca será demasiada a importância que se de às primeiras semanas. Desde o primeiro dia, uma luta silenciosa de domínio começa entre a mãe e o filho. Se cederdes à criança, tereis para sempre ao vosso lado um tiranozinho doméstico diante de quem tudo se deverá curvar, e que a seguir sofrerá cruelmente de um desejo de dominação insaciável, uma vez que não terá sempre junto de si a mãe dedicada e dócil.
Habitualmente, os pais “estragam” o garotinho, mima-nos e a ele se entregam sem pensar nas conseqüências, convictos de que o momento da educação chegará quando o filho começar a falar, o que o capacitará a compreender o que se lhe faz e diz. Mas, esse momento pode ser muito tardio para reparar os graves erros anteriormente cometidos.
Algumas dicas:
- É preciso condenar o costume ridículo de buscar a criança logo que começa a chorar, embalá-la, cantar-lhe cantigas, dançar com ela ao longo do quarto. Quanto mais “estragardes” a criança, tanto mais ela perturbará o vosso sono e vos privará de vosso repouso essencial.
- “Há sempre, em torno das jovens mães, tias e conselheiras que, diante do menos sinal de choro da criança, tocam alarma e opinam que ela tem fome, sente cólicas, não se sabe mais o que. Não vos deixeis impressionar pelos gritos do bebê; se não está molhado, deixai-o gritar.” (Dr. Willhen Stekel, Lettres à une Mére, pág. 25)
- Sede firmes desde o início. O choro das crianças abala penosamente o coração das mães e o sistema nervoso dos pais. Será talvez preciso “pisar”, o vosso coração sensível, mas é para o verdadeiro bem do vosso filho. Se-lo-á também para o vosso, porque, se cederdes, vos tornareis mais ou menos seu escravo, e no dia em que, tendo-o compreendido, quiserdes deixar de sê-lo, correreis o risco de serdes vencido ou de cortardes o mal com certa brutalidade, por nervosismo, determinado verdadeiro choque afetivo na criança.
- Tende um horário de mamadas. Segui-o estritamente, sem derrogação. Nisso, muitas mães são escravas dos filhos, alimentando-os a qualquer hora e sem se preocupar com as quantidades. Esses petizes não possuem ainda controle da razão ou da vontade. Neles, são os instintos, e nada mais do que os instintos, que falam mais alto. Mas, esses instintos criam hábitos de que poderão ser vítimas.
- Evitai falar ao vosso filho em linguagem de “bebe”, por mais enternecedor que isso pareça. É um mau serviço que lhe prestamos imitar o seu modo de exprimir-se. O benefício que lhe damos para o futuro é ensinar-lhe a pronunciar de maneira correta a língua materna e corrigir-lhe as frases defeituosas.
(A arte de educar as crianças de hoje – Pe. G. Courtois)