Até sua entrada para o colégio, a criança só recebe a influência da família. Seus pensamentos, suas preocupações morais e religiosas, identificam-se com as de seu meio. Ela não pode conceber um mundo diferente daquele em que está acostumada a viver.
E eis que, repentinamente, ela descobre em mundo desconhecido: o dos colegas que praticam ações censuradas por seus pais e dos que não têm religião ou pertencem a um outro credo. Quais vão ser suas reações morais e religiosas?
Primeiramente a surpresa e até o escândalo, a menos que ela tenha sido prevenida por pais esclarecidos, dos encontros a que vai expôr-se. Se ficar abandonada a si mesma, será para recear que o choque dos primeiros contatos não pendure e que, prontamente, ela venha a acostumar-se com o meio. Sem mesmo se dar conta, ela sofrerá o prestígio dos companheiros que se ufanam de sua perversidade, aceitará as diferenças religiosas como um fato normal, correndo o risco de escorregar, pouco a pouco, para o ceticismo e de perder suas próprias convicções.
A influência mais ou menos desmoralizadora do colégio exige uma interferência rigorosa dos educadores; em primeiro lugar dos pais e paralelamente dos mestres e sacerdotes.
É preciso que a influência dos pais se torne bastante forte para contrabalançar a dos maus colegas. Eis porque eles não devem hesitar em pôr o filho a par das fraquezas e vícios que ele encontrará, cedo ou mais tarde, em alguns de seus companheiros. Estando prevenido ele afastar-se-á, naturalmente dos amigos que o poderiam contaminar.
... Se, ao mesmo tempo, os pais incutirem-lhe o orgulho de sua própria moralidade e a coragem de defendê-la em face dos colegas que a poderiam atacar, ele saberá resistir aos perigos que acompanham, tão freqüentemente a vida escolar.
(Pequeno tratado de pedagogia - Cônego Jean Viollet)
PS: grifos meus