sábado, 24 de outubro de 2009

Leitura perigosa e a indigestão


“Nossa mocidade feminina lê muito. Lê por ocupação e lê por distração. Num e noutro caso a leitura exerce uma influência considerável em sua vida. Que o alimento influa no organismo e na saúde, ninguém o contesta. Muita moça, de saúde fraca, vê-se constrangida a seguir uma dieta. Ou então, a que é de boa saúde, tem lá um ou outro alimento que a prejudica. Os livros senhorita, apresentam-nos idéias.

Os capítulos são os vários pratos de um banquete. As idéias entram pela inteligência como o pão desce ao estômago, transubstanciam-se em nós, mudam-se em nós, correm pelo sangue ‘da alma’, dão-lhe vitalidade própria e colorido especial. Uma boa leitura é suficiente para vigorar a alma, como uma sadia refeição basta para retribuir as forças depauperadas. Mas na hipótese de uma alimentação malsã ou de uma deficiente digestão, ou no caso de não possuírem os alimentos a necessária força nutritiva, que acontecerá?

Depois de algum tempo o organismo se enfraquece, o sangue depaupera-se, a saúde torna-se fraca e o indivíduo anda sem energia para o trabalho. E no caso de haver algum veneno no alimento? Sendo um tóxico ativo, a morte é instantânea; sendo de lenta atuação, o envenenamento será progressivo e a morte chega devagar, mas sem falta.”(Mons.Landriot)

Por isso é uma verdadeira aventura de mau gosto pegar a moça qualquer livro e lê-lo. Só porque ele vem recomendado por uma amiguinha, ou muito falado, não deixa de ser alimento, sobre o qual é necessário estar bem informada. Que pena não ter muita moça o mesmo “luxo” para ler, como o tem para comer!

Na comida repara em tudo, de tudo tem medo, indaga “das misturas que podem fazer mal”. Mas não é de seu uso tal luxo em se tratando dos pratos para o espírito, dos livros. O manjar de fino gosto, apresentado pela fé, não é apreciado, porque a tal leitora tem um paladar estragado. Estragaram-no as leituras de... todos os temperos.

(Audi Filia - Pe. Geraldo Pires de Souza)

PS: grifos meus