sábado, 17 de outubro de 2009

Insubmissão - Ruína da própria mulher


Esta chefia do marido está longe de ser absoluta. A mulher é uma pessoa, com todos os direitos inalienáveis da pessoa humana. A sua liberdade é essencial e se conserva intacta e intangível em tudo o que toca a consciência, aos deveres de esposa e de mãe. Ela casou por um ato desta liberdade e não abdicou dela, senão no que se refere ao regime conjugal.

... Essa autoridade é diferente da que se exerce com os filhos quando estes são ainda incapazes de se dirigir, por falta de maturidade. É bem diferente da autoridade militar, diante de cujas ordens o súdito não tem direito de discutir, mas apenas de pensar que podia ou devia ser de outra forma.

Aqui, a autoridade que se não exercer com elevação, degrada-se. É um regime necessário de hierárquia. A exigência de ordem implica a subordinação. Santo Agostinho, comentando a criação de Eva, nota que esta não foi tirada da cabeça de Adão, para não parecer que o devesse dominar, nem dos pés, para não parecer que devesse ser dominada. Tirada do lado, de perto do coração, seria tratada com uma autoridade suave e amorosa... É na verdade, misteriosamente delicada esta autoridade do marido sobre a mulher. Quase que a exerce sobre si próprio, reconhecendo na esposa a carne de sua carne e o osso de seus ossos (Gn 2.23). Uma atitude de tirania revela um espírito anticristão - e só condiz com um sultão.

... Quanto à mulher, não há por que recusar-se a esta submissão, tão natural e elevada, tão delicada e necessária. Nada tem de humilhante um regime que acautela por inteiro a dignidade da pessoa e mantém inviolável o santuário da consciência.

... É plano verdadeiramente diabólico o que deseja afastar a mulher "da honesta e fiel submissão ao marido" como se isto fosse "uma indigna escravidão". Impelindo-a, em nome da "emancipação", para a independência econômica, na qual ela possa "livremente ter, tratar e administrar seus negócios particulares", visam os inimigos da Família "afastar a mulher dos cuidados domésticos, dos filhos e da família", terminando por "desobrigá-la dos deveres matrimoniais tanto de esposa como de mãe". Mas isto "é antes corruptela da índole feminina e da dignidade da mãe", porque redunda em "privar da mulher o marido, e da mãe os filhos, e toda a família daquela que deve ser sua guarda vigilante".

Aliás, é a própria mulher que deve rejeitar esta situação artificial. Porque "esta falsa liberdade e esta igualdade anti-natural com o homem revertem em ruína da própria mulher: se ela desce do trono real, a que foi elevada, no lar doméstico, pelo Espírito Santo, cedo recairá na antiga escravidão, e tornará a ser, como no paganismo, mero instrumento de prazer nas mãos dos homens".

No mais, não há porque esquivar-se à submissão, pois esta - como autoridade do esposo- é um ato de amor.

* As palavras entre aspas são da Encíclica Casti Connubii

(Noivos e esposos - Pe. Álvaro Negromonte)

PS: grifos meus