sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Oração a Cruz

Oração a Cruz


Oh! Cruz do meu Salvador! altar sagrado sobre o qual se imolou uma vítima igual ao Eterno, a Deus não praza que eu nunca me glorie em outra coisa que em vós. Por vós, é que Jesus Cristo venceu. Que despojos vejo amontoados aos vossos pés! Vejo a morte destruída, quebrados os grilhões do universo, esmagada a cabeça da antiga serpente.

Único refúgio dos desgraçados mortais, por vós é que são, alfim, abertas as portas dessa melhor pátria, fechadas há tantos séculos pelo pecado do primeiro homem.

O sangue, que Jesus Cristo derramou sobre vós, desarma Seu Pai, apaga o raio nas Suas mãos, e restabelece a paz entre o céu e a terra.

Quanto me alegro pela extensão do vosso império! Oxalá que ele se estenda ainda mais! Oxalá que eu, com os exemplos constantes duma vida irrepreensível, contribua para a vossa propagação!

Oh! Cruz adorável! que glória vos está reservada no último dia! Aparecerás, no céu, como o símbolo da vitória e o árbitro das coroas. A vossa vista oprimirá os vossos inimigos; a vossa vista encherá de júbilo os vossos servos.

Então vós, só, serás o sinal da salvação, com que será necessário ser marcado para chegar ao reino.

Eu me abraçarei, pois, a vós, oh Cruz saudável! eu me abraçarei a vós; a vós unirei o velho homem, a fim de destruir o corpo do pecado, a fim de não ser escravo do pecado; a vós unirei a minha carne com suas concupiscências, o meu coração com suas paixões, a fim de as combater e aniquilar. Neste estado é que quero viver; neste estado também é que quero morrer. Oh! Cruz salutar! eu vos apertarei nos braços, na minha hora derradeira.

Juiz temível, a sombra da Vossa Cruz é que eu peço para aparecer diante do Vosso tribunal. Vós abrireis o livro terrível onde a Vossa justiça escreveu as minhas desordens: mas eu Vos apresentarei o sangue que derramastes para as expiar.

Escutareis a minha voz, e pronunciareis uma sentença favorável. Assim seja.

(Padre Guillois, citado no livro: Espírito e Vida - As sete palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo Pe. J.Cabral, edição de 1935)