quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A MÃE CRISTÃ!

A MÃE CRISTÃ!


Vede-a! Em brando murmurinho
Contempla o infante no leito;
Já nos estos do carinho
Toma ao colo o terno anjinho
Para nutri-lo a seu peito.

Borboleta em grato adejo,
Gira em torno da criança,
E com sôfrego desejo
Dá-lhe um beijo e outro beijo
E de beijá-lo não cansa.

Do mundo vão desprendida,
Só presa aos deveres seus,
No seu lar tem sua vida:
Considera-se nascida
Pr'a seu esposo e seu Deus.

Jovem, rica, airosa e bela,
Não pede ao luxo seus brilhos.
Foge aos salões e a janela;
Nem há mais mundo pr'a ela
Que sua casa e seus filhos.

Não entra do "sport" em listas;
E ri-se das vãs pelejas,
Das que, armadas por modistas,
Brigam lôas de conquistas,
Folgam de pisar invejas.

Dever, piedade e ternura
Dão-lhe ao lar virtude e calma,
E ao seu ânimo a ventura.
Nem há paz tão bela e pura
Como a paz que lhe vai n'alma.

Unindo o humano e o divino,
Deixa em baixo a esfera vã;
Segue em vôo peregrino,
E cumpre excelso destino,
Mulher forte e Mãe Cristã!

(J. Campo Santo, S.J, extraído do livro: As desavenças no lar, causas e remédios, J. Nysten, edição de 1927)