sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Educação sobrenatural - V parte

EDUCAÇÃO SOBRENATURAL
PARTE V - JESUS CRISTO


Que lugar se deve dar a Jesus Cristo na instrução religiosa?
O primeiro.

O grande Apóstolo gloriava-se de não saber, de não pregar senão Jesus, e Jesus Crucificado.

"Jesus Cristo é o alicerce do edifício, é a pedra angular; não há nenhum outro nome debaixo do sol pelo qual possamos ser salvos. Jesus Cristo é o Deus homem, Deus visível; Deus posto ao nosso lado e aproximado de nós. Não se conhece Deus, se não se conhece Jesus Cristo, Seu Filho: ninguém chega ao Pai senão por mim, disse Ele... Jesus Cristo é a manifestação viva, autêntica de todas as perfeições de Deus. Todos aqueles, diz Pascoal, que procuram um Deus sem Jesus Cristo, não encontram nenhuma luz que os satisfaça ou que lhes seja verdadeiramente útil; porque, ou não chegam a conhecer Deus, ou se chegam, é inútil; porque nunca podem comunicar com Ele sem medianeiro... Jesus Cristo era ontem, será amanhã e em todos os séculos. Prometido, figurado, profetizado, esperado, eis toda a história do antigo mundo. Pregado, crido, amado, servido, recebido, continuado, eis toda a história do mundo moderno. Visto, contemplado, possuído na Sua natureza divina e na Sua natureza humana, eis toda a felicidade da vida eterna... Jesus Cristo é o grande objeto da piedade cristã. A Igreja é o Seu corpo e Ele é a Sua alma, só vive por Ele".
(Pichenot)

É, pois, a este ensinamento que os pais devem sempre conduzir os seus filhos, se os querem interessar e instruir duma maneira segura e verdadeiramente cristã.

Como se podem instruir as crianças no que elas devem saber sobre Jesus Cristo?
Colocando-as diante do presépio e diante da cruz.

- Em frente do presépio, elas adivinham, amam e adoram o mistério do Menino Jesus, que lhes parece um irmão: é o mistério da Encarnação. Em face do presépio, pela narração das circunstâncias do nascimento, a mãe pode instruir os seus filhos no amor de Deus, tocar-lhes o coração, despertar-lhes a vontade, levá-las a corrigirem-se e tornarem-se melhores para dar prazer ao Menino Jesus, que tanto os amou. Sugerir-lhes-á algumas práticas da devoção ao seu alcance: beijar com respeito o Menino Jesus do presépio; pedir-Lhe a Sua bênção; repartir com Ele.

"Ouvi contar que uma criancinha que estava habituada a fazer assim, não tendo mais que uma fatia de pão com doce, diz alegremente: Menino Jesus, eu ofereço-Vos metade. (Fazia-o, sem dúvida, tanto mais voluntariamente quanto é certo que podia comê-la inteira). Mas parecia-lhe que o Menino Jesus, comovido, quis centuplicar aquilo que Lhe era oferecido: fez ouvir a Sua voz - pelo menos a criança julgou  que Ele Lhe dizia:

- E eu convido-te para ceares amanhã comigo, na morada de Meu Pai.

A boa criança contou alegremente o convite que tinha recebido; os pais ficaram vivamente inquietos. E, no dia seguinte, o anjinho voava para o céu; tomava lugar na ceia da glória, como diz Bossuet".

(Pichenot)

Em frente do presépio, a mãe dirá a seus filhos que o Menino Jesus fazia bem a Sua oração, que era obediente; que não mentia; que não se encolerizava; que não conhecia a gulodice, nem a preguiça, etc.

- Em frente da Cruz, as crianças adivinham, amam e adoram o mistério do mesmo Jesus que sofre com as "maldades" delas; obtém o seu perdão e faz por elas a devida penitência: é o mistério da Redenção.

Em frente da Cruz, a mãe dirá aos seus filhos que Jesus os amou até a morte mais ignominiosa, a morte na Cruz; que os amou sem lhes dever nada e sem ter nada a ganhar; que os amou pessoalmente a cada um deles como se fosse só.

Ah! que livro! que espetáculo o da Cruz! Fala a todos os olhos, fala a todos os corações; impressiona sempre as crianças, inflama nelas o fogo sagrado da caridade.

(Catecismo da Educação, pelo Abade René de Bethléem, continua com o post: A alma)

PS: Grifos meus.