terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vida reta e não belas palavras



Vida reta e não belas palavras

Alexandre Magno tinha um soldado covarde que, por acaso, também se chamava Alexandre. O imperador o chamou e lhe disse: "Amigo, ou mudas de conduta ou mudas de nome". O mesmo se poderia dizer de muitos jovens que se dizem cristãos, mas que, por suas vidas, conduta e leviandade, envergonham o nome de "cristão".

Que vale uma fé a que não corresponde uma vida condigna? Terá valor gabar-se alguém do seu cristianismo, se seu modo de pensar, suas palavras, atos, sua vida enfim, desmentem a religião cristã?

Belas palavras, mas vida indigna! De que valem então as belas frases? Neste particular tem a sociedade muito a pesar-lhe na consciência.

... Muitos jovens, infelizmente, não chegam a tanto (vida reta por conhecer a religião). Por isso há tão grande número deles com fraca vontade e fé escassa; esqueceram de tirar, do estudo da religião, desprendimentos, vida de sacrifício, vida religiosa.

Além disso, o nome "cristão" está ligado a sérias obrigações. Obriga-nos a uma vida sobrenatural, a que a alma aspire a coisas mais elevadas. "Sede santos, pois eu sou santo!" (Lev. 11,44) ordena o Senhor. "Sede perfeitos, como vosso Pai no céu é perfeito" (Mat. 5,48), diz o Salvador.

Atenção, meu filho, não comprometas o cristianismo! Não envergonhes a Jesus Cristo; não desonre tua alma! Muita gente é hoje de tal modo absorvida pelos cuidados cotidianos que não tem tempo para mais nada. Também para sua alma falta o tempo. Pobre alma que é como um inseto preso ao visgo; assim ela está presa aos interesses terrenos, ao dinheiro, ao passo que Deus quisera tivesse ela o vôo altaneiro duma águia!

Que escolhes?

A serviço de quem queres colocar tua força juvenil e animosa?
... De um lado está todo o mundo, o material, os homens sem Deus, mirando fins que a Igreja deve condenar, ou que querem gozar tudo o que uma super-civilização lhes oferece. Aí estão os homens do industrialismo insaciável, que operam com as forças brutais da economia, como se os atingidos por elas não fossem homens.

Há porém igualmente, uma multidão de instintos vandálicos, que se inebria com frases demagógicas, pois quer inverter toda a ordem do universo. No outro campo se reunem...os defensores do trabalho espiritual... o símbolo da Cruz.

Lá, contra Deus; aqui com Deus.
A que partido te filias?
Que pergunta!Não é?

"Com Deus! Com a Cruz! Com o catolicismo!"

Hoje, infelizmente, há muitos "batizados" apenas, mas pouco cristãmente católicos, isto é, que não levam vida realmente religiosa.

... Meu ideal é um jovem que, no caminho da vida, olha sempre as estrelas, sem contudo cair no valado; um jovem que sabe que toda cultura exige primeiro a cultura da alma. Meu ideal é o adulto em cuja vida a religião não é apenas um sentimento de domingo um acontecimento espiritual, um quadro sem moldura, um termo de festa, e sim a mais profunda potência que sustenta toda a sua vida, a embebe e a norteia.

Não é verdade, meu filho, quando fores adulto, também serás um homem que ama sua religião, observa seus mandamentos e é um católico consciente?

E se topasses com a incompreensão ao redor de ti?
E se, em teu círculo, não encontrasses um único exemplo de religião que te transmitisse tua convicção religiosa?

Ainda assim!
Sozinho? Não! Deus e eu, isso representa o maior poder. E se minha religião for atacada, defende-la-ei tanto mais animosamente!

Senhor, quero ser a cítara, que haveis de tanger!
Senhor, quero ser o fogo, e Vosso amor  arderá em mim!
Senhor, quero ser o vaso de cristal, que Vossa graça replene!
Senhor, quero ser o espelho, que retrate a Vossa beleza!
Senhor, quero ser o roble, sustentado pelo Vosso vigor!
Senhor, quero ser o oceano, cheio de Vossa imensidade!

Quando um sorriso de alegria expandir meu rosto, meus lábios exultantes falarão de Vós; se a dor inundar de lágrimas os meus olhos, cada gota há de cair em vossas mãos!

Permiti, Senhor, que eu seja sempre e em tudo um Vosso filho puro, obediente e feliz!
Dai, Senhor, que eu aprenda, viva e pratique a verdadeira Religião em minha juventude!

(A Religião e a Juventude - Mons.Tihamér Tóth)
PS: Grifos meus