Santa Rita de Cássia:
sábado, 22 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Honrar pai e mãe
Honrar pai e mãe
(Eclesiástico 3, 1-16)
Escutai, filhos meus, o vosso pai;
fazei-o, e vos salvareis.
Pois o Senhor dá ao pai honra diante dos filhos
e afirma a autoridade da mãe sobre sua prole.
Quem honra seu pai expia seus pecados,
quem respeita sua mãe acumula tesouros;
quem honra seu pai se alegrará com seus filhos,
quem honra seu pai terá vida longa,
quem dá descanso a sua mãe obedece ao Senhor;
quem respeita o Senhor honra seus pais,
Filho meu, honra teu pai com palavras e ação,
e virá sobre ti todo tipo de bênçãos;
a bênção do pai afirma as raízes.
Não busques honra na humilhação de teu pai,
porque dela não tirará honra;
a honra de um homem é a honra de seu pai,
e a desonra da mãe é vergonha dos filhos.
Filho meu, sê constante em honrar teu pai,
não o abandones enquanto viveres;
ainda que ele caduque, tem misericórdia;
não o envergonhes enquanto ele viver.
A esmola do pai não será esquecida,
será levada em conta para pagar teus pecados;
no dia do perigo se lembrará de ti,
e desfará teus pecados como o calor desfaz a geada.
Quem despreza seu pai é um blasfemo,
quem insulta sua mãe irrita seu Criador.
Payada del parangón entre la malicia del hombre y la mujer
PAYADA DEL PARANGÓN ENTRE
LA MALICIA DEL HOMBRE Y LA MUJER
De los bichos del Señor,
de pezuña, garra o ala,
el macho es el peliador,
pero la hembra es la mala.
El criollo que caza tigre
en el Chaco o en Formosa,
un poncho envolviendo un puño,
y al otro la refalosa,
cuando sale tras un rastro,
sabe que arriesgó la vida,
pero sabe que la juega
si es una tigra parida;
porque en los bichos que alientan,
de pezuña, garra o ala,
el macho es el peliador,
pero la hembra es la mala.
El cuyano que buscando
nido de cóndor, se encumbra,
sabe que habrá fiesta y cueca
si el macho cóndor lo adumbra:
mas si no hay pichón y hay huevos,
y la señora empollando,
ya no supo lo que viene,
ni si volverá, ni cuándo:
pues todo bicho que alienta,
de pezuña, garra o ala,
el macho es corajudo,
pero la hembra es más mala.
El toro es cosa de empuje,
sobre todo cuando tória;
cuando están embrama y topan,
no hay cosa pior en la historia;
con todo y eso los tórian
en la tierra de los godos,
pero toriar una vaca
no es asunto para todos;
porque los seres que nadan
o reman a pata o ala,
el macho será violento,
pero Doña Ella es mala,
¿Quién dirá la tijereta,
con ser un rétil de nada,
lo saca huyendo al chimango
si le roza la nidada,
y es la madre la que pega
siempre el primer grito y saque,
revoliando como chispas
contra el otro badulaque;
porque de todos los bichos
que el mar y la tierra encierra,
la mujer es la venganza,
y el hombre es sólo la guerra.
¿Qué varón clavara un clavo
en la sien de un enemigo,
o le trozara el pescuezo
cuando el otro está bebido?
Ustedes no irán a creerlo,
mas la Biblia, libro santo,
de dos mujeres lo cuenta
que lo han hecho, y otro tanto;
pues de todo par que existe
defendiendo nido y cuero,
él es el más peliador
de los dos, y no es más fiero.
El caballo sólo cócia;
patea y muerde la yegua.
El hombre es guerrero y transa,
da condición, firma tregua,
y en las luchas más fatales,
guarda honor y acepta ley.
La mujer tiene sus hijos,
tiene un solo Dios y un Rey;
porque desde el rétil que anda
hasta el ave que navega,
la ira del hombre es bruta,
pero la mujer es ciega.
El hombre junta consejos
y para sus parlamentos,
mira pa'todos los lados
de la rosa de los vientos;
pero la mujer furiosa
no la para ni el Eterno.
Por eso, pues, las mujeres,
no las ponen de gobierno;
porque si se enoja y manda
justicia seca hora mismo,
ella agarra un país entero,
capaz que l'hunda al abismo.
Y es que debe ser que el hombre
tiene oficios mil diversos,
y ella no tiene más que una
quehacer única y debida.
El hombre afuera agenciando
mil tesoros y universos,
y ella guarda dentro della
lo más caro, que es la vida.
Y por eso, de los bichos
de todo pelaje y suerte,
el varón es más robusto,
pero la madre es más fuerte.
A educação cristã dos filhos (Santa catarina de Sena)
A educação cristã dos filhos
(Santa Catarina de Sena)
Carta 156
Para João Perotti
1 - Saudação e objetivo
Caríssimo e muito querido filho (João Perotti, casado com dona Lippa, era de Luca, Catarina lhe escreveu as cartas 156 e 160), no doce Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no Seu precioso sangue, desejosa de vos ver como autêntico pai que nutre, orienta e governa vossa família no santo temor de Deus, de modo que vós sejais uma árvore frutífera e vossos filhos sejam bons e virtuosos.
2 - Na educação, Cristo é o exemplo
Meu filho, sabeis que uma árvore, para produzir frutos, deve ser de boa qualidade e bem formada. Assim, afirmo que vossa alma também deve ser formada no autêntico e santo temor e amor de Deus. Se por acaso disséssemos: "Eu não sei como aperfeiçoar-me", eis que o Verbo, Filho de Deus, tornou-se nosso exemplar. Ele disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Quem vai por esse caminho, não poderá errar e produzirá o fruto da vida.
Essa vida alimentará os vossos filhos espirituais, mas sobretudo os filhos naturais, que receberão o perfume e a essência daquela vida.
Qual foi a maneira de viver do bondoso Mestre, o imaculado Cordeiro? Ele viveu em profunda humildade. Sendo Deus, humilhou-se diante dos homens. Sua vida foi de sofrimentos, tormentos, acusações, dores e cansaços e por fim acabou na terrível morte de cruz.
Desprezando prazeres e satisfações pessoais, sempre caminhou pelas estradas mais humildes e desprezadas. E qual foi o resultado dessa caminhada para nós? Que qualquer pessoa pode segui-lO, se quiser. Já ouviste contar de um ato de paciência semelhante ao Seu, quando estava pregado na Cruz? Ao grito dos judeus: "Crucifica-o", Ele respondia: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34).
Desmedida bondade divina! Além de perdoar, apresenta justificações ao Pai! Cristo é um manso Cordeiro e d'Ele ninguém ouviu qualquer queixa. Ele nos revelou um grande amor, pois foi o amor que O conservou pregado na Cruz. Não foram os cravos, nem a madeira. Unicamente o amor. Cristo foi obediente ao Pai celeste, nunca pensou em Si, mas somente na glória do Pai e em nossa salvção.
Meu bondoso filho, eis o caminho que desejo que sigais, para serdes um bom pai, nutrindo vossa alma e a alma dos filhos que Deus vos deu, fazendo-os crescer de virtude em virtude.
Lembrai-vos, porém, que não podemos obter as virtudes por nós mesmos. Somos todos árvores silvestres. Temos de fazer um enxerto naquela doce árvore de Cristo crucificado, mediante o amor e o desejo. Vendo-nos tão amados por Cristo que por nós deu a vida, sentimo-nos obrigados a formar uma só coisa com Ele.
Inebriada de amor, a pessoa não aceita seguir outro caminho senão o seu Mestre. Despreza o prazer e as consolações do mundo, porque Cristo os evitou. Ama a virtude, despreza o vício. Prefere morrer a ofender o Criador. Nem suportará que os próprios filhos e a família O ofendam. Repreenderá até, como autêntico pai. E quanto pode, exige que sigam o próprio exemplo.
É sobre isso que vos peço atenção. Lembranças à vossa família e muitas recomendações à mãe e à esposa. De modo especial abençoai aquela filha, que eu quero que seja religiosa e consagrada a Cristo.
3 - Conclusão
Nada mais acrescento. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor.
(Cartas completas - Santa Catarina de Sena)
PS: Grifos meus.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
A escolha
A escolha
De todos os atos do casamento o mais importante é, sem dúvida alguma, a escolha, porque é dela que depende, para sempre, o futuro. Da escolha depende a felicidade ou a desgraça do lar; sobre ela repousam os valores moral e espiritual da família. A escolha é livre, porque o amor é livre e não nasce de um imposição: é mais fácil extingui-lo do que impô-lo; mas, uma vez feita a escolha, ela o terá sido definitivamente, para a vida toda.
É por esse motivo, porque a escolha do casamento é coisa primordial e definitiva, que é preciso que não nos enganemos. Ora, a escolha pode ser falsa por várias razões. Uma vez são razões de ordem mundanas e social; outras são as paixões carnais, imaginativas; outras ainda, preocupações de amor-próprio sem que se olhe para o amanhã.
Não seria demais que os candidatos ao casamento ouvissem e examinassem todas essas ordens de razão mesmo porque eles não saberiam nunca prescrutar suficientemente a natureza de todos os seus sentimentos.
É por ocasião da escolha daquele que será o companheiro de uma vida toda, que os futuros esposos deverão invocar o divino Espírito Santo, para que as falsas luzes da paixão não venham obscurecer os raios luminosos do amor espiritual, tal como deve ser realizado entre cristãos.
Os homens têm duas concepções contraditórias do amor a escolher. Ou bem eles o indentificam com a paixão carnal, ou vêm no amor um meio de colaborar na grandiosa obra de Deus, com a fundação de um lar.
Se atentarmos na paixão carnal, é fácil vermos que esse amor não é livre. Ele é uma febre sensual que acorrenta as pessoas e, praticamente, lhes rouba o senso das realidades morais e objetivas. Aquele que se entrega a essa espécie grosseira de amor, preocupa-se apenas em acorrentar o objeto de sua cobiça, afim de fazê-lo cair sem mais resistências e submetê-lo aos seus desejos de posse pecaminosa...
Para que o amor seja livre é necessário que ele se liberte das exigências da paixão. A paixão deve ser sempre dominada e, muitas vezes mesmo, corajosamente destruída. Somente por este preço é que as faculdades superiores do respeito, do devotamento e da generosidade encontram meios de se libertar e de se desenvolver.
Deixar-se prender pelos olhos ou pela imaginação a uma paixão cega, não é escolher o objeto de seu amor, mas tornar-se o joguete de seus próprios desejos. A paixão tem seu nascedouro das profundezas do instinto carnal, enquanto que o verdadeiro amor eleva o instinto às mais altas aspirações espirituais da alma.
A educação e os hábitos agem na boa ou má escolha dos jovens. Aquele que está habituado a obedecer unicamente aos seus caprichos, fará sua escolha em função de um capricho; o que está habituado a pesar seus atos, a refletir, não se decidirá nunca superficialmente.
Os homens têm duas concepções contraditórias do amor a escolher. Ou bem eles o indentificam com a paixão carnal, ou vêm no amor um meio de colaborar na grandiosa obra de Deus, com a fundação de um lar.
Se atentarmos na paixão carnal, é fácil vermos que esse amor não é livre. Ele é uma febre sensual que acorrenta as pessoas e, praticamente, lhes rouba o senso das realidades morais e objetivas. Aquele que se entrega a essa espécie grosseira de amor, preocupa-se apenas em acorrentar o objeto de sua cobiça, afim de fazê-lo cair sem mais resistências e submetê-lo aos seus desejos de posse pecaminosa...
Para que o amor seja livre é necessário que ele se liberte das exigências da paixão. A paixão deve ser sempre dominada e, muitas vezes mesmo, corajosamente destruída. Somente por este preço é que as faculdades superiores do respeito, do devotamento e da generosidade encontram meios de se libertar e de se desenvolver.
Deixar-se prender pelos olhos ou pela imaginação a uma paixão cega, não é escolher o objeto de seu amor, mas tornar-se o joguete de seus próprios desejos. A paixão tem seu nascedouro das profundezas do instinto carnal, enquanto que o verdadeiro amor eleva o instinto às mais altas aspirações espirituais da alma.
A educação e os hábitos agem na boa ou má escolha dos jovens. Aquele que está habituado a obedecer unicamente aos seus caprichos, fará sua escolha em função de um capricho; o que está habituado a pesar seus atos, a refletir, não se decidirá nunca superficialmente.
Não é demais observarmos aqui que a responsabilidade de certos erros na escolha dum marido ou duma mulher provém, muitas vezes, das faltas cometidas pelos educadores. Quem, além dos pais, é o responsável pela escolha precipitada de um jovem que se deixou levar unicamente por uma paixão de momento? Se esses pais não se tivessem sempre curvado aos caprichos do filho, ele agora não seria capaz de agir precipitadamente, num caso de tanta gravidade e que requer tanta meditação.
Por que um jovem escolhe sua esposa apenas pelos bens materiais que ela possui, sem levar em conta suas qualidade morais? Não será porque sempre lhe ensinaram que os bens de fortuna valem mais do que tudo no mundo?
Os hábitos adquiridos, assim como a educação recebida, podem prejudicar ou favorecer a liberdade da escolha. Se as paixões obscurecem e falseiam os julgamentos, aqueles que se libertarem dessas paixões serão mais livres do que aqueles que ainda se encontram acorrentados a elas. Aquele que se tornou um escravo da carne, já não é capaz de fazer uma escolha, mas unicamente de obedecer a um impulso; ao contrário, há plena liberdade de escolha para aquele que conseguiu se livrar de todo o interesse egoísta e vulgar.
O jovem que nunca olhou as mulheres senão com olhar de cobiça e que nunca pensou em associá-las às suas aspirações morais e espirituais, está reduzido a escolher sua esposa apenas pelos encantos que possuir; ser-lhe-á impossível penetrar no conhecimento da alma feminina.
É necessário não concluir, pelo que acima ficou escrito, que o atrativo físico não tem nenhuma importância no matrimônio: o que se quis frisar foi que, quanto maior preponderância tiver o atrativo físico sobre as outras qualidades do objeto amado na escolha, tanto menos livre se tornou essa escolha...
A próposito do casamento, toda a averiguação é difícil e não nos move nenhuma presunção de poder dar aqui processos e métodos infalíveis. Sobre esse terreno escorregadio, os erros são sempre possíveis.
Uma das primeiras preocupações que deve surgir aos futuros cônjuges deve ser sobre a saúde. É inadmissível que dois cristãos se unam pelo casamento, sem se terem assegurado previamente a existência de uma prole sadia. Não precisamos salientar agora que a saúde moral deve ficar colocada muito acima da saúde física: é curial que muitas vezes se encontram almas superiores em corpos débeis; mas não resta a mínima sombra de dúvida que antes de se unirem pelo casamento, os futuros esposos têm a obrigação de se precaver, na medida do possível, de legar a seus filhos máculas congênitas. Não é para defesa desses riscos de hereditariedade mórbida que a Igreja e a sociedade civil impedem o casamento entre primos próximos? ...
O conhecimento das disposições morais deve ser o centro das averiguações de que falamos acima: pesquisa essecial mas, quão difícil muitas vezes! Se é verdade que há almas perfeitas que têm a ventura de se conhecer bem e que fazem questão de se mostrar tal qual são, quantos há que mistificam suas atitudes e seus gestos, certos de que assim conseguirão logo um casamento?
Nunca será demais insistir com os jovens que a maior mentira consiste em enganar alguém para se fazer desposar.
Entretanto, mesmo advertidos e convencidos sobre esse ponto, os jovens procuram instintivamente se tornar agradáveis uns aos outros: surgem daí incovenientes desvios, que necessitam de uma indispensável averiguação das realidades morais que estão escondidas sob esta ou aquela atitude.
Essas realidades morais estão em profunda dependência com o meio social e familiar. Infelizmente, as próprias famílias se mascaram e, cúmplices de seus filhos, encaminham as coisas para uma solução que lhes agrada. O meio dos amigos também está sujeito a influenciar os espíritos, afim de não perder suas relações. Por isso, nada poderá substituir a própria observação...
É necessário, enfim, conhecer as crenças morais e espirituais daquele ou daquela que se pensa desposar: convicções relativas aos grandes problemas da vida - da moral conjugal - da educação dos filhos.
Além destas questões já tratadas, o jovem cioso do seu futuro tem de enfrentar outras interrogações, antes do casamento.
Deve optar por um casamento precoce ou por um casamento tardio?
... Não será tentar a Providência o constituir uma família, sem que se possa ainda prover as suas necessidades? Neste particular, pode-se dizer que a idade do casamento tende a variar com as situações sociais dos pretendentes ao matrimônio. Todavia, não é necessário, sob o pretexto de prudência, se espere para fundar um lar até que se tenha resolvido, antecipadamente, todos os problemas que se apresentarão no decurso do seu desenvolvimento.
"Cada dia tem o seu mal", dizia Jesus. Parodiando o Mestre, pode-se dizer: "Cada dia tem a sua prudência". Uma vez que o homem tem a certeza que pode fazer face às necessidades do lar que vai fundar, deve ter confiança que a Providência virá em seu socorro à medida que a família for crescendo.
Em face de tantos e tão variados problemas, os jovens que querem chegar à solução deles, têm muitas vezes uma necessidade de auxílio. A quem deverão confiar tantas perguntas de difícil resposta? Antes de darem conhecimento da escolha que fizeram, não seria conveniente dá-la a conhecer a alguém para que pudessem ouvir alguns conselhos?
Uma elementar prudência manda que contem com a experiência daqueles que já viveram muito, para terem visto e ouvido bastante. Em primeiro lugar os pais devem ser consultados. Eles têm muito mais facilidades, do que os dois interessados em uma união, para fazer pesquisas sobre a saúde, a situação material, a posição social do candidato. Além do mais, amam os seus filhos e desejam unicamente a sua felicidade.
Essas condições são essenciais para que não se enganem em suas averiguações. Eles conhecem o caráter do filho e estão aptos, mais do que ninguém, para ver se uma determinada união traz probabilidades de felicidade que eles sonharam para o filho.
Um amigo experimentado, um diretor de consciência, pode também prevenir enganos e orientar a escolha.
Não é raro, entretanto, ver-se jovens que se recusam terminantemente fazer qualquer confidência sobre os seus sentimentos. Eles acreditam, em geral, que um celibatário por vocação, ignora tudo quanto se refere ao coração e suas aspirações. Entretanto, o padre, pelas confissões que ouve e pelo seu profundo conhecimento das paixões humanas, está em situação privilegiada e pode, melhor do que qualquer outra pessoa, distinguir um verdadeiro, de um falso sentimento, sabe ver o que é uma paixão egoísta e o que é um dom generoso da alma.
Os jovens não deverão pois penetrar no matrimônio precipitadamente. Sabendo que o casamento não é uma união passageira e que envolve consigo, não somente o seu próprio futuro, como também os dos filhos que virão, não deverão se casar antes de ter examinado se a união que se apresenta oferece as garantias morais que asseguram a sua perfeita solidez...
A verdadeira sabedoria humana consiste em contar com Deus, mais do que com todos os cálculos da prudência. Mas, fazer abstração de sua razão e de suas faculdades de observação, não será desprezar a Providência? A conciliação da Fé com a sabedoria é que deve ser aplicada pelos jovens que receberam de Deus a missão de fundar um lar cristão.
(Excertos do livro: O casamento, do Cônego Jean Viollet)
PS: Grifos meus.
X - A CRUZ: A MÃE
X - A CRUZ: A MÃE
Dizem que quando Jesus foi condenado à morte e entregue aos judeus para ser crucificado, elevou-se na araçá tão formidável clamor, que a Virgem Maria, refugiada numa casa da rua principal que seguia o fundo do vale do Tyrópeon, ao pé do Pretório, compreendeu, àquele grito de ódio, que tudo estava terminado: ergueu-se logo e, amparada por mãos amigas saiu à frente da porta para aguardar a passagem do lúgubre cortejo.
Este se formava a toda pressa no interior do corpo de guarda; requeriam-se pelo menos quatro soldados para levar os pregos, os martelos, as cordas, as escadas: um centurião romano deveria presidir à execução; estes cinco homens estavam escalados para a emergência. Não é fora de propósito pensar que vários outros, criados do Pretório ou soldados romanos, tenham pedido e conseguido agregar-se ao cortejo do famoso Rei, ou que outros mesmos lhe tenham sido acrescentados por dever oficial.
Pilatos tinha entregado Jesus aos judeus; no sopé da escada do Pretório, aquela turba sequiosa esperava pela Vítima: na primeira fila os sacerdotes, os escribas, os anciãos, os notáveis do Sinédrio e, provavelmente, a sua tropa de criados e de soldados. Isto fazia uma escolta compacta, cerrada. A cruz que de há muito haviam preparado para Barrabás é trazida: aguarda em pé, sustentada por um homem ao pé da escadaria. Jesus aparece no topo dos vinte e oito degraus, hoje transportados a Roma; desce devagar, regiamente, escoltado por criados e soldados. Tem as mãos atadas.
Nunca monarca algum que descesse para um carro de triunfo manifestou mais altivez, mais magnitude do que deixou transparecer Jesus nessa curta descida que ia ter à cruz.
Através das vestes, sob os passos, qual púrpura real e roçagante, marcava-Lhe o Sangue as pegadas e a passagem.
Chegado em baixo, é violentamente agarrado pelos algozes: adaptam-Lhe a cruz aos ombros; quer a tenha carregado num só ombro, quer deitada sobre as costas, ocupadas então as duas mãos em suster-lhe os dois braços dela, é sempre certo que o pé da cruz arrastava em terra. A cada passo, portanto, os tropeços do caminho, as pedras, o calçamento, as asperezas imprimiam um solavanco ao pé da cruz, e este solavanco repercutia dolorosamente nos ombros ensangüentados do Mestre.
Aliás, é-Lhe o corpo todo uma ferida só; os milhares de golpes da flagelação, as contusões repetidas das bofetadas, dos sôcos, das pauladas, não deixaram lugar algum sem pisadura; cada passo, cada movimento, o própria roçar das vestes são outros tantos padecimentos.
Mas o sinal é dado: soam os clarins, os clamores avultam, a onda se abala e logo, numa marcha que se quer apressada, lá se vai o pobre Jesus, cedendo ao peso, curvado, dobrado quase, com a cruz a dançar-lhe nas costas a cada passo; o suor, o Sangue, um palor lívido o rosto. A cabeça está por força abaixada, os cabelos caem-Lhe ante a face em longas mechas empapadas de Sangue e suor. É através deste intrincado sangrento que a multidão, ávida desses espetáculos, busca apreender o trabalho dos sofrimentos passados e o da morte que se aproxima.
Tudo se faz com pressa e precipitação nesse último acompanhamento. Os judeus estão pressurosos por acabar com aquilo, ou porque queiram quanto antes ver expirar a sua Vítima, ou porque o grande dia do sábado, que principiará naquela noite, os instigue e anime, ou porque no fundo receiem algum surto de magia no condenado.
Chegado em baixo, é violentamente agarrado pelos algozes: adaptam-Lhe a cruz aos ombros; quer a tenha carregado num só ombro, quer deitada sobre as costas, ocupadas então as duas mãos em suster-lhe os dois braços dela, é sempre certo que o pé da cruz arrastava em terra. A cada passo, portanto, os tropeços do caminho, as pedras, o calçamento, as asperezas imprimiam um solavanco ao pé da cruz, e este solavanco repercutia dolorosamente nos ombros ensangüentados do Mestre.
Aliás, é-Lhe o corpo todo uma ferida só; os milhares de golpes da flagelação, as contusões repetidas das bofetadas, dos sôcos, das pauladas, não deixaram lugar algum sem pisadura; cada passo, cada movimento, o própria roçar das vestes são outros tantos padecimentos.
Mas o sinal é dado: soam os clarins, os clamores avultam, a onda se abala e logo, numa marcha que se quer apressada, lá se vai o pobre Jesus, cedendo ao peso, curvado, dobrado quase, com a cruz a dançar-lhe nas costas a cada passo; o suor, o Sangue, um palor lívido o rosto. A cabeça está por força abaixada, os cabelos caem-Lhe ante a face em longas mechas empapadas de Sangue e suor. É através deste intrincado sangrento que a multidão, ávida desses espetáculos, busca apreender o trabalho dos sofrimentos passados e o da morte que se aproxima.
Tudo se faz com pressa e precipitação nesse último acompanhamento. Os judeus estão pressurosos por acabar com aquilo, ou porque queiram quanto antes ver expirar a sua Vítima, ou porque o grande dia do sábado, que principiará naquela noite, os instigue e anime, ou porque no fundo receiem algum surto de magia no condenado.
As ruas de Jerusalém são estreitas, a multidão apaixonada é tumultuosa. Jesus é assim esbarrado, sacudido, o pé da cruz se desvia; todo o corpo do pobre condenado segue essas oscilações e esses contra-golpes.
À saída da grande porta de três vãos por sobre a qual haviam apresentado o Homem, Ecce Homo!, a rua desce rapidamente, em ladeira íngreme, para emendar em ângulo reto com a via principal que se estendia ao longo do vale do Tyropeon.
A escolta que O acossa, as vaias que O ensurdecem, o impulso dados pelos sacerdotes e anciãos que precedem o cortejo, sobretudo a cruz que O sobrepuja, que O verga e O impele para a frente: tudo isto faz com que a marcha de Jesus seja precipitada, de tal sorte que, chegado ao termo da ladeira, impelido por aquele declive doloroso, Ele cai bruscamente, e a cruz esmaga-O com todo o seu peso.
A escolta que O acossa, as vaias que O ensurdecem, o impulso dados pelos sacerdotes e anciãos que precedem o cortejo, sobretudo a cruz que O sobrepuja, que O verga e O impele para a frente: tudo isto faz com que a marcha de Jesus seja precipitada, de tal sorte que, chegado ao termo da ladeira, impelido por aquele declive doloroso, Ele cai bruscamente, e a cruz esmaga-O com todo o seu peso.
O Sangue, dizem, escorreu-Lhe da boca e das narinas. Foi preciso certo tempo para reerguer a cruz e Jesus. Este estava tão macilento, tão lívido, que um murmúrio de compaixão prorrompeu num grupo de mulheres que O seguia. Entretanto, sem dó O sobrecarregam de novo.
O cortejo vira à esquerda; a rua é reta, sem acidente, por alguns metros. Com as vestes cobertas de poeira e de Sangue, o Mestre se adianta, mais curvado que nunca.
Súbito, à esquerda, à frente de uma porta e amparada por algumas mulheres, – Ele distinguiu Madalena, – avista Ele Sua Mãe.
O cortejo vira à esquerda; a rua é reta, sem acidente, por alguns metros. Com as vestes cobertas de poeira e de Sangue, o Mestre se adianta, mais curvado que nunca.
Súbito, à esquerda, à frente de uma porta e amparada por algumas mulheres, – Ele distinguiu Madalena, – avista Ele Sua Mãe.
Ela estende instintivamente os braços: esse gesto da Mãe diante de quem tudo desapareceu e que só vê o Filho.
Ele soergueu um pouco a cabeça rorejante de Sangue e olhou-A. O cortejo passou, impelido numa onda de empurrões e pó. Maria continuava a estender os braços, mas a figura do Filho já desaparecera no turbilhão humano que o rodeava.
Que olhar! Que silêncio! Há sofrimentos que não se podem exprimir; desnaturá-los-ia a palavra; tudo se diz com um olhar e em silêncio. É nessas horas que as almas comunicam entre si diretamente, através do invólucro da carne que sofre.
A vida espiritual tem estados semelhantes. Jesus passa: a alma estende os braços e quer segurá-lO... Ele já passou. Mas olhou-a. E, como Maria, a alma se põe no encalço de Jesus: aquele olhar fascinou-a, ela irá até o Calvário, espezinhada, padecente por todos os poros, a sangrar, porém irá, porém se manterá lívida, de pé, junto à cruz.
Assim Jesus manifesta o Seu poder divino até no meio das ignomínias e das inferioridades padecidas em Sua Paixão.
Uma palavra pôs por terra os algozes que O vinham prender no horto.
A vida espiritual tem estados semelhantes. Jesus passa: a alma estende os braços e quer segurá-lO... Ele já passou. Mas olhou-a. E, como Maria, a alma se põe no encalço de Jesus: aquele olhar fascinou-a, ela irá até o Calvário, espezinhada, padecente por todos os poros, a sangrar, porém irá, porém se manterá lívida, de pé, junto à cruz.
Assim Jesus manifesta o Seu poder divino até no meio das ignomínias e das inferioridades padecidas em Sua Paixão.
Uma palavra pôs por terra os algozes que O vinham prender no horto.
Um olhar traspassou Pedro e transtornou-lhe a alma: Et conversus Jesus respexit Petrum.
Um outro olhar cai sobre Sua Mãe: Ela segue arrastada pelo Seu Amor que vai adiante.
Dentro em pouco ouviremos uma palavra de Jesus dar o Céu ao bom ladrão.
É mister quebrar a casca sangrenta da Paixão para lhe achar o fruto da divindade.
Está lá, ainda que oculta. Por assim dizer, desde que subiu ao Calvário Jesus só age e só opera nas almas através do sofrimento que as oprime.
Está lá, ainda que oculta. Por assim dizer, desde que subiu ao Calvário Jesus só age e só opera nas almas através do sofrimento que as oprime.
Não há serem salvos e predestinados senão os que são conformes a Jesus Cristo, e a Jesus Cristo Crucificado (Rm 8, 29).
Ó minha alma, inveja pois esta semelhança, rejubila-te se alguns traços sangrentos daquela face lívida, desonrada, desprezada, se imprimirem em ti.
Ó minha alma, inveja pois esta semelhança, rejubila-te se alguns traços sangrentos daquela face lívida, desonrada, desprezada, se imprimirem em ti.
Olha, a multidão grita, os braços se agitam e empurram Jesus, a cruz Lhe pesa, os amigos são poucos... onde estão mesmo? A estrada se faz ascendente e desolada até à porta judiciária por onde se sai da cidade. Há na tua vida algo deste sombrio cenário? Então estás na estrada real. Praeit Dominus: o Senhor vai na frente; é lá em cima, no Calvário, que Ele dá o paraíso.
A lembrança do doloroso encontro de Jesus e Maria permaneceu cara à piedade dos fiéis amantes do Calvário. Mostra-se ainda hoje, em Jerusalém, no lugar presumido desse encontro, numa cripta sombria, sobre um mosaico antiqüíssimo, a dupla efígie de dois pés, dois pés de mulher: estão desenhados sobre o fundo escuro do mosaico, em pedras brancas e brilhantes: era ali que se postava Maria quando Jesus passou. Gostam as pessoas de ver esse lugar e a posição dos pés: estão voltados obliquamente para o lado do pretório, frente para Jesus que dali vinha.
Minúcia alguma é indiferente quando se trata de uma Mãe – e que Mãe! – a aguardar, na angústia e na desolação preditas pelo profeta Simeão, a passagem do Filho que caminha para a morte.
+ + +
(Capítulo X da primeira parte do livro “A subida do Calvário”, do Pe. Louis Perroy, SJ)
(Recebido por e-mail)
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Aggredere! Aprende a agir!
Aggredere! Aprende a agir!
Para formar um caráter, não basta renúncia "Abstine", nem perseverança, "Sustine". É preciso, ademais, a ação corajosa da vontade ativa: o "Aggredere". A sorte favorece aos audaciosos. - Conheço jovens que não têm dificuldade alguma em praticar a renúncia e a perseverança, mas que não gostam do trabalho ativo, positivo. Não é a perfeição. Por "moço de caráter" não entendemos o covarde que baixa a cabeça e não sai do seu canto.
A renúncia está longe de ser fácil, e a vida cristã absolutamente não consiste num repouso calmo e tranqüilo: é, antes, uma atividade transbordante. Não denominamos nós a felicidade celeste de "vida celeste"? A nossa religião não tem só mandamentos que nos dizem o que não devemos fazer, - tem outros que nos mostram o que devemos fazer. Portanto: "Aggredere!" - "Age!"
Dizem que a sorte tem um pulso de ferro que pode abater o universo. Não importa! Porque tu, tu tens uma alma que te pode fazer mais perseverante, mais resistente e mais maleável que todo o mundo material.
"Se queres ação, é pôr-lhe a mão", diz o provérbio. A lâmina de aço verga, mas resiste. E quem então lhe deu essa maleabilidade e solidez extremas? Foi a têmpera de fogo, o ardor das chamas.
A vida humana não é mais que uma teia de pequenos acontecimentos. Considerados um a um, parecenm bem insignificantes, mas, no fundo, é deles que é feita a vida toda. O maior edifício não é mais que um amontoado de pequenas pedras; a mais longa vida não é mais que uma seqüência de miúdos acontecimentos; e as maiores quedas morais começaram por pequenos desvios.
Não as temamos pois, essas grandes quedas morais, se nos soubermos pôr em guarda contra as pequenas faltas. - Que é que faz cair as pessoas na rua? Não são as grandes pedras, que elas exnvergam de longe; é uma sementezinha de fruta que lhes falseia o pé.
"Irritam-me tanto com todas essas "coisinhas!", exclamam não raro os jovens, e por esse termo "coisinhas" entendem todas as pequenas ordens que recebem e a que não ligam nenhuma importância.
Entretanto, é coisinha não se ajustarem as rodas duma esplêndida máquina, coisa de apenas um centímetro? É coisinha se, no violino, tomas somente meio tom mais alto do que seria mister? É coisinha se, em alemão, aplicas a conjugação fraca a um verbo forte? Pergunta aos que entendem de cavalos, que enorme diferença de preço pode haver entre dois desses animais de igual raça, igualmente impetuosos, de cor igual, se um tem apenas uma pequena, uma pequenina mancha branca na testa.
As mais pequenas coisas têm, do mesmo modo, grandíssima influência na vida moral... Muitas vezes, também, a perda de um jovem não começa senão por pequenas falhas, nem inocentes em aparência.
Na escola, desobedece um ponto do regulamento, - mente uma ou duas vezes para desculpar sua preguiça, - vai brincar com maus colegas em vez de fazer seus exercícios, - isso não é coisa tão horrorosa! Porém as ações repetidas, cedo se tornam hábitos; as boas, bons hábitos; as más, maus hábios.
No início, a consciência exprobra-lhe o abandono dos bons princípios para agradar a maus condiscípulos, - mas "é tão bom estar com eles!". E desde a terceira, desde a quarta vez, já se tornou tão fácil isso de ceder ao desleixo, tão cômodo abafar a voz da consciência!
(Excertos do livro: O moço de caráter - A juventude católica - Dom Tihamér Tóth)
PS: Grifos meus.
A renúncia está longe de ser fácil, e a vida cristã absolutamente não consiste num repouso calmo e tranqüilo: é, antes, uma atividade transbordante. Não denominamos nós a felicidade celeste de "vida celeste"? A nossa religião não tem só mandamentos que nos dizem o que não devemos fazer, - tem outros que nos mostram o que devemos fazer. Portanto: "Aggredere!" - "Age!"
Dizem que a sorte tem um pulso de ferro que pode abater o universo. Não importa! Porque tu, tu tens uma alma que te pode fazer mais perseverante, mais resistente e mais maleável que todo o mundo material.
"Se queres ação, é pôr-lhe a mão", diz o provérbio. A lâmina de aço verga, mas resiste. E quem então lhe deu essa maleabilidade e solidez extremas? Foi a têmpera de fogo, o ardor das chamas.
A vida humana não é mais que uma teia de pequenos acontecimentos. Considerados um a um, parecenm bem insignificantes, mas, no fundo, é deles que é feita a vida toda. O maior edifício não é mais que um amontoado de pequenas pedras; a mais longa vida não é mais que uma seqüência de miúdos acontecimentos; e as maiores quedas morais começaram por pequenos desvios.
Não as temamos pois, essas grandes quedas morais, se nos soubermos pôr em guarda contra as pequenas faltas. - Que é que faz cair as pessoas na rua? Não são as grandes pedras, que elas exnvergam de longe; é uma sementezinha de fruta que lhes falseia o pé.
"Irritam-me tanto com todas essas "coisinhas!", exclamam não raro os jovens, e por esse termo "coisinhas" entendem todas as pequenas ordens que recebem e a que não ligam nenhuma importância.
Entretanto, é coisinha não se ajustarem as rodas duma esplêndida máquina, coisa de apenas um centímetro? É coisinha se, no violino, tomas somente meio tom mais alto do que seria mister? É coisinha se, em alemão, aplicas a conjugação fraca a um verbo forte? Pergunta aos que entendem de cavalos, que enorme diferença de preço pode haver entre dois desses animais de igual raça, igualmente impetuosos, de cor igual, se um tem apenas uma pequena, uma pequenina mancha branca na testa.
As mais pequenas coisas têm, do mesmo modo, grandíssima influência na vida moral... Muitas vezes, também, a perda de um jovem não começa senão por pequenas falhas, nem inocentes em aparência.
Na escola, desobedece um ponto do regulamento, - mente uma ou duas vezes para desculpar sua preguiça, - vai brincar com maus colegas em vez de fazer seus exercícios, - isso não é coisa tão horrorosa! Porém as ações repetidas, cedo se tornam hábitos; as boas, bons hábitos; as más, maus hábios.
No início, a consciência exprobra-lhe o abandono dos bons princípios para agradar a maus condiscípulos, - mas "é tão bom estar com eles!". E desde a terceira, desde a quarta vez, já se tornou tão fácil isso de ceder ao desleixo, tão cômodo abafar a voz da consciência!
(Excertos do livro: O moço de caráter - A juventude católica - Dom Tihamér Tóth)
PS: Grifos meus.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Uma fonte de energia - A donzela cristã e a oração
Uma fonte de energia
A donzela cristã e a oração
A oração é um colóquio de amor com Deus
A criança, que ama verdadeiramente os pais, gosta de falar com eles, manifesta-lhes tudo que agita o seu coração. Cada alegria que sente, vai logo comunicá-la à mãe, ou ao pai; expõe-lhes todas as suas dores; narra-lhes os seus receios; conta-lhes os seus interesses.
Se a criança passasse com seus pais um dia inteiro, sem lhes dirigir uma só palavra, teriam muita razão em se queixar: nosso filho não nos ama, pois se nos amasse seria mais comunicativo conosco.
É o que dará contigo, jovem cristã, se amares a Deus e Vosso Salvador, verdadeiramente, e de coração, sentir-se-ás necessariamente compelida a falar com Ele, a entreter-se com Ele, isto é, a rezar. A oração é para ti um dever sagrado, que não hás de omitir um só dia sequer.
1º - A oração te enobrece
Conta-se que a opala à luz solar por muito tempo, é penetrada tão profundamente pelos raios, que (esta pedra) se torna inteiramente luminosa, e na escuridão da noite, irradia uma luz brilhante.
A opala é a imagem da alma, que na oração, se põe em contato com o Altíssimo.
A alma, quando reza, entra em relação íntima com Deus, infinitamente grande, infinitamente perfeito e santo. A luz de Deus, os raios da Sua santidade e magnificência atuam sobre ela. Deus a alumia e a penetra cada vez mais com Sua graça, a atrai cada vez mais para si, eleva-a e a enobrece.
A alma, pela oração, torna-se semelhante a Deus. Aqui, também, viria muito a propósito o brocardo: "Dize-me com quem andas e dir-te-eis quem és".
Afirmou alguém: o homem é tão grande, quanto o são seus pensamentos. Se isto é verdade, não deve então a donzela, quando ora, com seu espírito embebido de infinita sublimidade e grandeza de Deus, transportar-se a uma altura que deixe muito abaixo de si todas as grandezas da terra?
Não deve a sua alma, o seu entendimento e a sua vontade adquirir sempre mais luz, mais perfeição, mais nobreza de coração? "Aproxima-te do Senhor, e serás iluminada". (Sl. 33,6).
São Gregório Nazianzeno comenta: "Assim como o corpo se torna iluminado pela luz do sol, assim também a alma recebe a luz através dos raios da graça, na oração".
Quem reza, sobranceia sempre todas as criaturas visíveis, que não podem orar. Entre os próprios homens, o pobre operário, que todos os dias junta as mãos calosas para rezar, piedosamente, é mil vezes mais digno de louvor e respeito, do que o príncipe orgulhoso, que despreza a Deus e nunca ora.
A humilde criada, que não recebeu nenhuma formação especial e que deve, constantemente ocupar-se de seu trabalho obscuro, mas ama a Deus e todos os dias, regularmente, faz a sua oração piedosa, acha-se num plano muito mais alto do que a dama vaidosa que arrasta a seda e veludo e ostenta custosos diamantes, mas que há muitos anos não se preocupa com Deus e não quer saber da oração.
Se não rezas, jovem cristã, intimamente renuncias a Deus, fonte única de tudo que é bom e nobre, e retornas à pobreza do teu próprio eu, que te arrasta para a miséria e para o pecado. Se não rezas, abdicas da tua verdadeira dignidade.
2º - A oração fortalece-te
Lá está uma árvore, com sua beleza e suntuosidade próprias da primavera; ornada de verdes folhas e toda ataviada de lindas flores.
Aproxima-se dela um insensato e pensa consigo: "Faz-me pena esta árvore! Tudo nela é belo: os ramos, que se agitam no ar; as flores, cujas formosuras encantam. Todavia, a casca áspera e feia que lhe reveste o tronco deforma-a completamente. Deve, portanto desaparecer". Começa ele a retirar aquela casca tão pouco vistosa, arrojando-a para longe.
Mas, qual a conseqüência?
Durante algum tempo a árvore, com certa dificuldade, permanecerá ainda verde e se cobrirá de flores; depois entrará a murchar, e, no outono, em vão nela se procurará um fruto, sequer. Aquela casca desprezada contém os canais, como que veias, através das quais circulam a eiva e a força, a vida e o vigor. A privação da casca explica a morte da árvore.
O mesmo acontece com a oração, que muitas jovens e donzelas desprezam com arrogância e leviandade. Os atos de piedade são como canais e veias por onde descem até nós a força e a graça sobrenaturais.
Se rezarem bem, donzela cristã, estás a te apoiar humildemente em Deus e d'Ele, que é a força e poder infinitos, jorrarão a santidade e o vigor sobre a tua fraqueza. Sentir-te-á reanimada e fortalecida, de tal modo que poderás dominar as tuas más inclinações e exclamarás, então, como o Apóstolo dos gentios: “Tudo posso Naquele que me conforta” (Fil. 4,13).
Como a oração nos comunica força sobrenatural contra os inimigos da nossa salvação, admoesta-nos o Divino Salvador: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt., 26,38).
Eis por que se deve, sobremodo, lamentar que muitos jovens, e até muitas donzelas, precisamente naqueles anos em que os ameaçam tantos perigos e tentações, rezem com demasiada negligência, e por vezes, durante largo tempo, abandonem de todo a oração.
Quantas moças, moralmente fracas, passariam a ser virtuosas se todos os dias fizessem oração, de modo regular! A sua infelicidade tem por causa o abandono da oração. Esqueceram a Deus e não se importam mais com Ele; e Deus as abandona a sua própria fraqueza e impotência.
Disse um grande bispo dos últimos tempos, Martinho de Paderbon: "É grande desgraça pecar, mas há uma desdita ainda maior - pecar e deixar de rezar".
3º - A oração é fonte de consolações e de entusiasmo
Quando, no ardente verão, os raios abrasadores do sol queimam por muito tempo, as flores deixam cair as corolas tristes e murchas.
Mas, quando a noite desce e o branco orvalho penetra na terra, tudo na natureza respira, novamente, até as flores se erguem reanimadas e alegres.
Para o coração humano existem, também, às vezes, certas horas em que lhe falta ânimo, como à pobre flor, nos dias abrasados do verão. Horas, em que sente a perfídia, ou se vê em conflito com a maldade humana; horas, em que graves tentações o assaltam e perturbam, ou duros e amargos sofrimentos espirituais procuram roubar-lhes a coragem e a confiança.
Sabes, porventura, o que pode levantar-te o espírito naquelas horas, dar-te nova vida, novo alento?
É o orvalho da graça celeste, que a oração filtra em tua alma. Encaminha-te, pois a casa de Deus ou ao teu quarto, recolhe-te, ajoelha-te e expõe a Deus teus sofrimentos, implora o Seu auxílio, e persuade-te de que receberás nova energia e uma disposição íntima para continuar a viver.
"Chama por mim no dia da tribulação, eu te salvarei e tu me louvarás" (Sl. 49,15).
E, se acaso Deus, não afastar de ti completamente a adversidade, ela se converterá para ti em fonte de bênçãos, no tempo e na eternidade. Como a oração é poderosa em sumo grau, toma resoluções particularmente apropriadas a tua vida de piedade.
Se há tempo, em que a necessidade da oração se faz sentir de maneira especial, é sem dúvida o tempo do azáfama e ansiedade, da disposição e açodamento.
É justamente nesta fase que nos devemos apegar a Deus, e da noção da eternidade tirar uma força sobrenatural, sempre nova, que nos senhoreia e fortalece; do contrário, desvanecer-se-iam as nossas energias espirituais, e dentro em pouco nos tornaríamos servos submissos de "Mamon", ou escravos das paixões idólatras de nós mesmos.
É precisamente, ao nosso tempo, que se aplica a velha e sábia divisa: "Ora et labora" - Reza e trabalha!
Portanto, donzela cristã, antes de tudo, não deixe de fazer regularmente a tua piedosa oração, pela manhã. Também aqui se verifica a sentença: "A hora matinal tem ouro nos lábios" - Morgenstund hat Gold in Mund.
No decorrer desta oração matinal, tão pouco omitas uma ou outra resolução apropriada ao dia que se inicia. Propõe-te, sobretudo, estar atenta a cada ocasião favorável que se oferecer para corrigir tua inclinação e evitar as faltas habituais, vencendo-te a ti mesma. Suplica humilde ao teu Divino Salvador o auxílio de Sua graça, para que possas cumprir fielmente tuas boas resoluções.
Antecipa-lhe também a oferta de tudo quanto no decorrer do dia fizeres. Esta boa disposição será de grande proveito para a vida cristã. Renova-a portanto, muitas vezes durante o dia, sobretudo quando a impaciência tentar estabelecer-se no teu íntimo, ou alguma intenção vaidosa buscar infiltrar-se em tuas ações.
À noite agradece a Deus, em poucas palavras, todas as graças e benefícios que te concedeu durante o dia. Examina a consciência sobre os pecados e faltas que cometeste, excita em ti um vigoroso ato de arrependimento, acrescentando-lhe a firme resolução de te vigiares melhor no dia seguinte e cumpre fielmente as tuas obrigações.
Encomenda-te à bondade infinita de Deus, à Bem-aventurada Virgem Maria e ao teu Anjo da Guarda, para que te protejam durante a noite contra todos os perigos da alma e do corpo.
Em dez minutos poderás fazer bem a oração da manhã e da noite.
No entanto, muito grande te será a sua utilidade, se permaneceres constantemente fiel a este salutar exercício. Para fazeres bem, com atenção e piedade, a tua oração, cumpre-me aconselhar-te, sobretudo, a te colocares na verdadeira disposição logo no início dela, pondo-te vivamente na presença de Deus, com o que lhe darás bom começo. Se, ao depois, sobrevierem distrações, concentra-te de novo e continua a rezar tranqüilamente.
Desejaria ainda inculcar-te, que faças tua oração da manhã e da noite de joelhos, se isto não te for muito incômodo. Assim a oração terá mais força, se lhe associarmos o desprendimento e a humildade. Esta é a atitude mais conveniente a nós, criaturas pecadoras, e mais conforme à grandeza infinita e à santidade de Deus.
Pensamentos grandes e elevados surgirão no espírito da donzela, toda a vez que se entretiver com o Senhor em oração humilde e piedosa. Faze, portanto, a tua oração cada dia regularmente.
(A donzela cristã, do Pe. Matias de Bremscheid )
PS: Grifos meus.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Orações para antes e depois da meditação
Orações
Antes da meditação
Eis-me aqui, meu bom Jesus, em Vossa divina presença. - Venho, cheio de confiança, prostrar-me a Vosso pés, - quereria esconder-me no Vosso amantíssimo Coração - para escutar de mais perto Vossos desejos e sentir mais intimamente Vossas pulsações de amor.
Venho, querido Jesus, - escutar a Vossa voz e falar-Vos por minha vez. - Tantas coisas tenho de aprender de Vós e tantas tenho de dizer e pedir-Vos.
Meu Jesus amado, falai; - penetre a Vossa voz até o íntimo de minha alma, - e depois ensinai-me também a falar, - a entreter-me intimamente conVosco num destes colóquios interiores - que animam, fortificam e estimulam na prática da perfeição.
Puríssimo coração de Minha Mãe, compadecei-vos de mim, - e não me desampareis durante e após esta meditação. - Eu vos ofereço e vos consagro - todos os meus pensamentos, desejos, afetos e resoluções. Tomai e oferecei tudo a Jesus - depois de tê-lo purificado e embelezado no Vosso amantíssimo Coração. - Por indigno que isto seja, por amor de Vós Ele há de aceitá-lo - e atenderá às minhas humildes preces.
Ó Jesus, vivendo em Maria - vinde e vivei em mim pelo Vosso espírito de santidade, - pela plenitude de Vossos dons e perfeição de Vossas leis, - pela prática de Vossas virtudes e comunhão de Vossos divinos mistérios.
Dominai em mim as forças dos inimigos: mundo, demônio e carne, - pelo poder de Vosso amor, para glória de Vosso eterno Pai. Amém.
Ave Maria...
Depois da meditação
Meu querido Jesus, - eis terminado o tempo da meditação, não porém o tempo de nosso colóquio amoroso. - Oh! peço-Vos a graça de poder continuar a entreter-me conVosco, durante este dia inteiro, - como acabo de fazê-lo durante esta meditação.
É tão suave e tão consolador o tempo passado a Vossos pés. - perto de Vosso Coração, - que eu quero aí fixar a minha morada para sempre. - As ocupações externas podem interromper materialmente a nossa conversação; - mas quero que não diminuam a nossa intimidade nem o nosso amor.
Quero durante este dia conservar a Vossa lembrança, - avivá-la em cada oração de hora, - e aplicar-me a imitar as Vossas virtudes, - especialmente aquela que é o objeto da minha resolução de hoje...
(Uma pausa...especificar).
Agradeço-Vos, meu querido Jesus, as graças recebidas durante esta meditação. - Aceitai, em ação de graças, - o amor, pureza e a fidelidade de Vossa divina Mãe, - e por amor del'A guardai-me, defendei-me e guiai-me, - no caminho do dever e da santidade. Amém.
Alma de Maria, santificai-me;
Coração de Maria, inflamai-me;
Mãos de Maria, sustentai-me;
Pés de Maria, dirigi-me;
Olhos imaculados de Maria, olhai-me;
Lábios de Maria, falai-me;
Dores de Maria, fortalecei-me;
Ó doce Maria, atendei-me;
Escondei-me no Coração de Jesus;
Não permitais que de Vós me aparte;
Defendei-me contra os meus inimigos;
Na hora da morte: chamai-me;
Levai-me para o meu querido Jesus;
Alcançai-me o perdão das minhas fraquezas;
Colocai-me perto de Vosso trono;
Para conVosco amar e louvar a Jesus;
Nos séculos dos séculos. Amém.
(Orações retiradas do livro: Contemplações evangélicas doutrinais e morais sobre a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - I Tomo - Os pródromos do calvário - Pe. Júlio Maria - missionário de N.ª S.ª do SS. Sacramento)
Divulgando a devoção a santa Filomena
Nota: Segue link para download do livro: Santa Filomena a Grande Milagrosa.
Só uma observação: o livro físico possui mais dados.
Agradeço a generosidade da leitora Tânia Ogawa que disponibilizou esse livro para os leitores do nosso blogue.
Divulgando a devoção a santa Filomena
Outro meio muito eficaz de conquistar o amor e o interesse da Querida Santinha é divulgar a sua devoção e tornar o seu milagroso poder conhecido por toda a parte.
A maneira mais fácil de atingir este fim é distribuir a Vida ou História da santa pelo maior número de pessoas que seja possível.
Atentando-se bem na simples narrativa de todos os prodígios que Ela realiza e dos benefícios que Ela alcança, é quase impossível não sentir uma poderosa atração e um ardente amor pela querida Tamaturga. Aqueles que divulgam a sua devoção pordem ficar certos de obter a sua proteção poderosíssima.
(Excertos do livro: Santa Filomena a Grande Milagrosa, por E.D.M)
sábado, 15 de maio de 2010
Consciência
Consciência
Os Mandamentos são a regra dos atos humanos. Tudo que lhes é conforme é bom; o oposto, é mau. Mas, para saber se os nossos atos são conforme ou opostos aos Mandamentos, Deus nos deu a consciência, que aplica a nós a lei divina.
A lei de Deus, em si mesma, é invariável: universal e imutável. Mas, entendida e aplicada pelos homens, toma formas quantas são as maneiras de cada um julgar a moralidade das coisas. Daí a importância de saber que é a consciência, e quando aplica bem ou mal os Mandamentos.
O que é a consciência
1 - É um juizo prático pelo qual se julga, em cada circunstância, o que é obrigatório, permitido ou proibido.
2 - Antes da ação, a consciência nos esclarece sobre o valor do ato; se é bom, permite e aconselha; se é mau, proíbe.
3 - Durante a ação, nos julga: dá testemunho do bem e do mal que fazemos, encorajando-nos ou procurando deter-nos.
4 - Depois da ação, ela nos recompensa pela satisfação do bem feito, ou nos castiga pelo remorso.
A consciência obriga
Somos responsáveis na medida em que julgamos bom ou mau o que fazemos, no momento mesmo de agir. Por isto nunca se pode agir contra a consciência.
a) Tudo o que não é segundo a consciência é pecado (Rom. 14,23). Tudo o que se faz contra a consciência leva ao inferno (Conc. Latrão).
b) A consciência é em nós a voz de Deus para os casos particulares: não ouvi-la é desprezar a voz de Deus.
1 - Nem sempre os homens julgam do mesmo modo a moralidade das coisas. Isto acontece por vários motivos:
a) ignorância: desconhecem o que a lei divina manda ou proibe;
b) educação: o ambiente, a convivência podem fazer com que os homens julguem erradamente o valor moral das coisas;
c) paixões: o homem é inclinado a julgar permitindo o que lhe agrada;
d) mau exemplo: a tendência de imitar leva a pensar e fazer como os outros. (Conhece casos de pessoas que, mudando de ambiente, mudam de modo de pensar e agir?).
2 - A consciência é verdadeira quando julga bom o que é bom e mau o que é mau. Julgando o contrário, é errônea.
3 - A consciência é certa ou duvidosa conforme tenha ou não tenha convicção de seu julgamento.
4 - A consciência escrupulosa teme pecado onde não há, ou acha grave o que é leve; a laxa faz o contrário.
1 - Temos obrigação de agir segundo a nossa própria consciência; mas só podemos ter plena confiança quando ela é verdadeira e certa.
2 - Nos casos de dúvida, procuremos afastá-la, consultando pessoas esclarecidas, estudando, refletindo para formarmos uma norma segura.
3 - Os escrupulosos obedecem com confiança ao seu confessor, e fiquem tranqüilos.
4 - Os laxos procurem corrigir essa deformação, pois é grave perigo guiar-se por uma consciência laxa.
1 - A consciência se deforma pela ignorância, pela má educação, pelas paixões soltas e pelos maus exemplos. O hábito do pecado arrebata o sentimento moral, e a hipocrisia nos dá um peso para nós, outro para o próximo. O afastamento dos deveres religiosos embota-nos a consciência; o demasiado cuidado dos bens terrenos nos faz esquecer as preocupações morais, e a prática dos atos sensuais (boa mesa, embriaguez, pecados contra a castidade, muito mimo com o corpo) enerva o coração e afasta o homem das coisas espirituais.
Não admira que pessoas assim, cegas de espírito, duras de coração, vivam tranqüilas e insensíveis no mal, com uma obstinação, que é o último passo em vida para a condenação eterna.
2 - Para se ter a consciência bem formada devem-se empregar os seguintes meios:
a) Instruir-se sobre os próprios deveres para saber o que deve fazer ou evitar.
b) Fazer leituras, em que se louva e ensina o bem. Os jovens com especialidade nunca devem ler maus livros, sob nenhum pretexto. E só devem ler bons livros. Praticar a leitura espiritual.
c) Consultar pessoas honestas e doutas sobre o que se deve fazer e por que.
As razões por que devemos agir firmam as convicções. Quem age por convicções, age com muito mais segurança.
d) Fugir dos maus e conviver com pessoas de consciência bem formada.
e) Cultivar a sinceridade não só com os outros, mas consigo, julgando as próprias ações como julga as alheias.
f) Procurar em tudo a vontade de Deus e não a própria satisfação.
É preciso que nos acostumemos a fazer o que devemos, e não o que queremos. Diante do dever o homem reto só vê uma conveniência: - cumpri-lo.
g) Quando faz o mal, ver o maior castigo na deprovação da consciência; quando faz o bem, ter o melhor prêmio no seu aplauso.
1 - Quem tem uma consciência má vive infeliz. Sabe que está desviando do bom caminho. E por mais que faça para viver tranqüilo, os remorsos não o deixam. Perturbam-no, apavoram-no: "Não há paz para os ímpios" (Is. 48,22); "os que praticam o mal, vivem apavorados" (Prov. 21,15).
A voz da consciência o acusa como a Caim, e o temor da morte o persegue (Gen. 4,14). É que o seu verme não morre (Mc. 9,47). E o pecado sabe por que teme. Baltazar se conturbou ao ver a mão escrevendo na parede (Dan. 5,6). Antíoco nem podia dormir com a lembrança de seus males (I Mac. 6,8-13). Às vezes vai até ao desespero, como Judas (Mt. 27,5).
2 - Quem tem uma boa consciência só teme ofender a Deus. Só pensa em fazer o bem e evitar o mal, obedecendo à Lei de Deus e fugindo assim ao pecado. Todos os males que lhe acontecerem por isto não o perturbam. Pouco se lhe dá que o mundo o censure, os inimigos o ameacem, os interesses padeçam, os amigos se desgostem, a saúde se arruíne, a vida perigue. Prefere tudo, contanto que fique em paz com a própria consciência.
Assim, fizeram os santos. Temos no Brasil o exemplo admirável de D. Vital. Quwm age com boa consciência fica tranqüilo, mesmo no meio das tormentas, dizendo, como Jó: "O meu coração nada me reprova" (Jo. 27,6).
3 - Não esperemos de ninguém a recompensa ou o castigo das nossas ações. Nem sempre os homens recompensam o bem que fazemos ou castigam o mal. Há casos em que os homens aplaudem o que a consciência me censura. Ou vice-versa. Ouçamos a voz da consciência, e nos tranqüilizemos. Isto nos ensinará a cumprirmos serenamente o dever.
4 - A melhor maneira de formar a boa consciência é uma boa vida cristã. A essência da vida cristã é o estado de graça. E o estado de graça é o mais poderoso meio de formação da consciência.
Assim como o pecado, vai nos escurecendo, deformando, insensibilidade, afazendo ao mal, o estado de graça vai esclarecendo, tornando sensível e delicada a consciência, despertando o cuidado de fugir ao pecado (mesmo venial) e acostuma à claridade ou à escuridão... Por mais de um motivo, devemos viver sempre em estado de graça, como bons cristãos.
5 - O exame de consciência é recomendado até por pagãos. É dos mais proveitosos meios, não só de formação de consciência, mas de perfeição cristã.
Damos o método de Santo Inácio, que não é exclusivo. Para o exame geral dá as seguintes normas:
1) Dar graças a Deus pelos Deus pelos benefícios recebidos. Isto nos mostra quanto é ingrato quem se rebela contra o Benfeitor.
2) Pedir a graça de conhecer e detestar os pecados. Precisamos do auxílio divino tanto para uma como para outra coisa.
3) Examinar-se desde o despertar até o momento presente, de hora ou de tempo em tempo.
4) Pedir a Deus perdão das faltas. A contrição é o elemento principal do exame.
5) Propor emenda, com uma resolução prática, que escolhe os meios. Por fim, o Pater.
6) É de suma importância sabermos sabermos as causas dos pecados. É bom conhecermos nossas faltas externas. Mais vantajoso ainda irmos aos motivos interiores donde elas nascem.
Faltando à caridade, podemos agir leviandade, ciúmes, inveja, vaidade; se agirmos deliberados para magoar o próximo, se tínhamos consciência da malícia do nosso ato, ou se agimos inconsideradamente, sem medir o alcance do que fazíamos, ou sem pleno consentimento.
No começo haverá alguma dificuldade nisto; mas irá desaparecendo aos poucos. Então veremos os bons efeitos do exame de consciência para a correção dos defeitos e para a perfeição.
(O caminho da vida - Pe. Álvaro Negromonte)
PS: Grifos do autor.
a) Tudo o que não é segundo a consciência é pecado (Rom. 14,23). Tudo o que se faz contra a consciência leva ao inferno (Conc. Latrão).
b) A consciência é em nós a voz de Deus para os casos particulares: não ouvi-la é desprezar a voz de Deus.
Espécies
1 - Nem sempre os homens julgam do mesmo modo a moralidade das coisas. Isto acontece por vários motivos:
a) ignorância: desconhecem o que a lei divina manda ou proibe;
b) educação: o ambiente, a convivência podem fazer com que os homens julguem erradamente o valor moral das coisas;
c) paixões: o homem é inclinado a julgar permitindo o que lhe agrada;
d) mau exemplo: a tendência de imitar leva a pensar e fazer como os outros. (Conhece casos de pessoas que, mudando de ambiente, mudam de modo de pensar e agir?).
2 - A consciência é verdadeira quando julga bom o que é bom e mau o que é mau. Julgando o contrário, é errônea.
3 - A consciência é certa ou duvidosa conforme tenha ou não tenha convicção de seu julgamento.
4 - A consciência escrupulosa teme pecado onde não há, ou acha grave o que é leve; a laxa faz o contrário.
Regras
1 - Temos obrigação de agir segundo a nossa própria consciência; mas só podemos ter plena confiança quando ela é verdadeira e certa.
2 - Nos casos de dúvida, procuremos afastá-la, consultando pessoas esclarecidas, estudando, refletindo para formarmos uma norma segura.
3 - Os escrupulosos obedecem com confiança ao seu confessor, e fiquem tranqüilos.
4 - Os laxos procurem corrigir essa deformação, pois é grave perigo guiar-se por uma consciência laxa.
Formação da consciência
1 - A consciência se deforma pela ignorância, pela má educação, pelas paixões soltas e pelos maus exemplos. O hábito do pecado arrebata o sentimento moral, e a hipocrisia nos dá um peso para nós, outro para o próximo. O afastamento dos deveres religiosos embota-nos a consciência; o demasiado cuidado dos bens terrenos nos faz esquecer as preocupações morais, e a prática dos atos sensuais (boa mesa, embriaguez, pecados contra a castidade, muito mimo com o corpo) enerva o coração e afasta o homem das coisas espirituais.
Não admira que pessoas assim, cegas de espírito, duras de coração, vivam tranqüilas e insensíveis no mal, com uma obstinação, que é o último passo em vida para a condenação eterna.
2 - Para se ter a consciência bem formada devem-se empregar os seguintes meios:
a) Instruir-se sobre os próprios deveres para saber o que deve fazer ou evitar.
b) Fazer leituras, em que se louva e ensina o bem. Os jovens com especialidade nunca devem ler maus livros, sob nenhum pretexto. E só devem ler bons livros. Praticar a leitura espiritual.
c) Consultar pessoas honestas e doutas sobre o que se deve fazer e por que.
As razões por que devemos agir firmam as convicções. Quem age por convicções, age com muito mais segurança.
d) Fugir dos maus e conviver com pessoas de consciência bem formada.
e) Cultivar a sinceridade não só com os outros, mas consigo, julgando as próprias ações como julga as alheias.
f) Procurar em tudo a vontade de Deus e não a própria satisfação.
É preciso que nos acostumemos a fazer o que devemos, e não o que queremos. Diante do dever o homem reto só vê uma conveniência: - cumpri-lo.
g) Quando faz o mal, ver o maior castigo na deprovação da consciência; quando faz o bem, ter o melhor prêmio no seu aplauso.
Para viver a doutrina
1 - Quem tem uma consciência má vive infeliz. Sabe que está desviando do bom caminho. E por mais que faça para viver tranqüilo, os remorsos não o deixam. Perturbam-no, apavoram-no: "Não há paz para os ímpios" (Is. 48,22); "os que praticam o mal, vivem apavorados" (Prov. 21,15).
A voz da consciência o acusa como a Caim, e o temor da morte o persegue (Gen. 4,14). É que o seu verme não morre (Mc. 9,47). E o pecado sabe por que teme. Baltazar se conturbou ao ver a mão escrevendo na parede (Dan. 5,6). Antíoco nem podia dormir com a lembrança de seus males (I Mac. 6,8-13). Às vezes vai até ao desespero, como Judas (Mt. 27,5).
2 - Quem tem uma boa consciência só teme ofender a Deus. Só pensa em fazer o bem e evitar o mal, obedecendo à Lei de Deus e fugindo assim ao pecado. Todos os males que lhe acontecerem por isto não o perturbam. Pouco se lhe dá que o mundo o censure, os inimigos o ameacem, os interesses padeçam, os amigos se desgostem, a saúde se arruíne, a vida perigue. Prefere tudo, contanto que fique em paz com a própria consciência.
Assim, fizeram os santos. Temos no Brasil o exemplo admirável de D. Vital. Quwm age com boa consciência fica tranqüilo, mesmo no meio das tormentas, dizendo, como Jó: "O meu coração nada me reprova" (Jo. 27,6).
3 - Não esperemos de ninguém a recompensa ou o castigo das nossas ações. Nem sempre os homens recompensam o bem que fazemos ou castigam o mal. Há casos em que os homens aplaudem o que a consciência me censura. Ou vice-versa. Ouçamos a voz da consciência, e nos tranqüilizemos. Isto nos ensinará a cumprirmos serenamente o dever.
4 - A melhor maneira de formar a boa consciência é uma boa vida cristã. A essência da vida cristã é o estado de graça. E o estado de graça é o mais poderoso meio de formação da consciência.
Assim como o pecado, vai nos escurecendo, deformando, insensibilidade, afazendo ao mal, o estado de graça vai esclarecendo, tornando sensível e delicada a consciência, despertando o cuidado de fugir ao pecado (mesmo venial) e acostuma à claridade ou à escuridão... Por mais de um motivo, devemos viver sempre em estado de graça, como bons cristãos.
5 - O exame de consciência é recomendado até por pagãos. É dos mais proveitosos meios, não só de formação de consciência, mas de perfeição cristã.
Damos o método de Santo Inácio, que não é exclusivo. Para o exame geral dá as seguintes normas:
1) Dar graças a Deus pelos Deus pelos benefícios recebidos. Isto nos mostra quanto é ingrato quem se rebela contra o Benfeitor.
2) Pedir a graça de conhecer e detestar os pecados. Precisamos do auxílio divino tanto para uma como para outra coisa.
3) Examinar-se desde o despertar até o momento presente, de hora ou de tempo em tempo.
4) Pedir a Deus perdão das faltas. A contrição é o elemento principal do exame.
5) Propor emenda, com uma resolução prática, que escolhe os meios. Por fim, o Pater.
6) É de suma importância sabermos sabermos as causas dos pecados. É bom conhecermos nossas faltas externas. Mais vantajoso ainda irmos aos motivos interiores donde elas nascem.
Faltando à caridade, podemos agir leviandade, ciúmes, inveja, vaidade; se agirmos deliberados para magoar o próximo, se tínhamos consciência da malícia do nosso ato, ou se agimos inconsideradamente, sem medir o alcance do que fazíamos, ou sem pleno consentimento.
No começo haverá alguma dificuldade nisto; mas irá desaparecendo aos poucos. Então veremos os bons efeitos do exame de consciência para a correção dos defeitos e para a perfeição.
(O caminho da vida - Pe. Álvaro Negromonte)
PS: Grifos do autor.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
A moral
A moral
O homem deve fazer o bem e evitar o mal. Só assim ele se assemelhará de fato ao Pai que o criou, e poderá gozar d'Ele no céu. Só a prática do bem nos assegura a proximidade do sumo Bem, realizando o nosso destino.
Mas o homem precisa conhecer o bem que deve fazer e o mal que deve evitar. São as normas mesmas de sua vida. São os caminhos que deve trilhar, para chegar ao termo a que se destina. É este o "caminho da vida", da única verdadeira vida - a vida eterna.
Noção de moral
1 - Dando ao homem capacidade para conhecer e querer o bem e o mal, Deus quer que o homem faça isto e evite aquilo. A vontade de Deus sobre o homem é a regra primeira de toda a Moral. Chama-se também a lei eterna. Tudo o que lhe é conforme é moral; tudo o que dela se afasta é imoral. É a regra suprema de bem e do mal.
2 - Para conhecer esta regra eterna Deus deu ao homem a razão. Não estando perturbada pelas paixões, nem desviada pelos prejuízos, a reta razão manifesta ao homem os ditames da Razão Eterna. É o meio natural que temos de conhecer o que quer de nós a vontade divina.
3 - Moral é um conjunto de regras que dirigem os atos livres do homem, de acordo com a reta razão e a vontade positiva de Deus.
4 - Para que um ato seja moral exige-se que o homem o pratique em pleno domínio de si mesmo. É necessário que conheça e decida o que faz, em perfeita consciência e deliberação. O ato moral é portanto, o ato consciente e voluntário. A ele chama-se - ato humano...
Moral natural
A Moral se divide em natural e revelada.
1 - A Moral natural regula os costumes pelos ditames da razão. A razão distingue o homem dos outros animais. Para permanecer na altura da própria dignidade, o homem deve seguir o que lhe dita a reta razão.
2 - Em vista, porém, do pecado original, é difícil o homem manter-se em equilíbrio. As paixões influem na razão, escurecendo-a, desviando-a. Vêm daí os perigos e a insuficiência da moral natural.
Moral revelada
A Moral revelada, que é a Moral Cristã, baseia-se na própria natureza humana. Mas Deus, vendo a impossibilidade de seguir o homem um caminho seguro, ditou-lhe leis, dando de modo positivo o que já tinha posto na própria natureza humana.
Submete o homem inteiramente a Deus, seu Criador, e lhe orienta a vida não para o prazer, ou para o interesse, ou para os outros homens (a sociedade), mas para o próprio Deus. Oferece uma recompensa ao bem e um castigo ao mal. É uma lei natural, divina e imutável.
Erros
Vários têm sido os erros a respeito da Moral, todos eles fáceis de percebermos.
1 - A moral do prazer ensina que tudo o que dá prazer é lícito.
2 - A moral do interesse ensina que é lícito tudo quanto é útil ao homem. Se a utilidade é comum a moral chama-se social.
3 - A moral científica acha que só a ciência pode impor aos homens normas de agir.
4 - Crítica
a) Nestas morais o homem traça normas a si mesmo, em vez de recebê-las de Deus.
b) Todas essas coisas - prazer, interesse, ciência - são variáveis; ao passo que a Moral é por si imutável.
c) Todas são também de livre escolha: ninguém é obrigado a procurar o prazer ou o interesse; ao passo que as normas da Moral são obrigatórias.
A verdade Moral
1 - A Moral Cristã é a única verdadeira. Consulta, por igual, a situação atual do homem e os seus destinos eternos.
Não se baseia na sensibilidade, no interesse ou na simples razão; inspira-se mais alto. Põe em Deus - Criador, Legislador, Juiz e Remunerador - toda a autoridade. Crer em Deus e admitir outra moral é absurdo.
2 - Deus manifestou positivamente a Sua vontade. É a Moral Revelada.
Nenhuma atende tão perfeitamente às necessidades humanas, porque nenhuma corresponde tão bem à natureza do homem. Reconhece que o homem foi feito para a felicidade: mas esta não se encontra no prazer e sim na alegria de uma boa consciência. Prega o amor do próximo e o bem social, mas sem assentar nisto as bases da moral, - mesmo porque a moralidade é pessoal, e a pessoa anterior à sociedade.
Imutável nos seus princípios, tem vencido todos os tempos, aplicável a todos os povos e situações.
Para viver a doutrina
1 - Temos as normas da vida traçada por Deus. Assim temos a certeza de que agimos conforme a vontade de Deus, quando cumprimos os Mandamentos.
2 - O espírito do mundo introduz princípios facilmente aceitos pelos próprios cristãos. Incautos, eles os vão absorvendo insensivelmente. O desejo imoderado de gozar a vida, a procura desabalada do conforto, a busca ao que traz proveito, o abandono do que não apresenta vantagens práticas são outras tantas manifestações das condenadas morais do prazer e do interesse. No entanto, são muito correntes, ainda entre cristãos que querem viver a sua fé. Precisamos acautelar-nos.
3 - Grave perigo é julgar que certas coisas são permitidas, porque estão em uso. Antigamente podiam ser proibidas, e mesmo deviam, porque o mundo não estava preparado. Mas hoje já evoluímos muito - dizem. O que viola a lei de Deus é condenado em todos os tempos e para todos os homens.
4 - Devemos dar muitas graças a Deus pelo dom da revelação. Sabemos o que devemos fazer. Temos normas seguras e absolutas. Firmes em trilhá-las, podemos ficar tranqüilos de estar no caminho da vida.
5 - Há muitos povos que ainda deconhecem a Moral revelada. E as trevas do paganismo envolvem uma grande parte da humanidade. A obra das Missões é um dever para nós, a fim de que brilhe para os pagãos a luz do Evangelho.
(Excertos do livro: O caminho da vida, do Pe. Álvaro Negromonte)
PS: Itálicos do autor, negritos meus.
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