quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dever dos filhos

Pela natureza somos levados a amar nossos pais, e isso constitui a felicidade de nossa vida. A Fé no-los apresenta como representantes do Poder e da Bondade de Deus e no-los fez amar com amor sobrenatural. Assim o amor cristão possui toda a força da natureza e da Graça. Para ser verdadeiro, o amor filial revestirá três qualidades. Será respeitoso, submisso, dedicado.

Amor respeitoso - O respeito é a primeira prova do amor filial. Um amor despido de respeito não passa de amor-próprio, vizinho do desprezo. O respeito é o guarda fiel do amor, é-lhe a coroa de honra e de glória. Em presença dos pais, o filho evitará rigorosamente toda palavra menos respeitosa, ou trivial, que não ousaria dizer diante dum chefe probo; bem como todo ato grosseiro ou menos polido, que não faria diante de uma pessoa digna. O filho dedicado terá sempre a peito honrar seus pais perante o mundo. Sua honra pessoal lho impõe como dever, e Deus, como preveito absoluto.

Amor submisso - A santidade de Jesus, até os trinta anos de idade, foi um longo ato de obediência, cuja perfeição o Evangelho nos revela por esta simples palavra: " Era-lhes submisso" ( Lc 2,51). A obediência era sua vida.
Feliz do jovem que souber obedecer como Jesus! Seus atos terão grande mérito; seu coração gozará das delícias da paz; sua vida será abençoada por Deus.

Amor dedicado - O filho carinhoso evitará todo divertimento, de que seus pais não puderem participar; recusar toda amizade estranha, que divida seu tempo e seu afeto em detrimento do amor filial. Sua felicidade está em viver sob o teto paterno; seu prazer, em progalizar aos pais cuidados ternos e carinhosos, e ser-lhes, na hora do sofrimento e da provação, consolação e força.
Feliz do jovem que põe a glória de sua vida em servir aos pais, sem outra recompensa senão o amor do dever cumprido, sem outro desejo senão fazer-lhes o bem, sem outra esperança senão a de Deus. Procendendo assim, nada terá de perder, pois o prazer mais puro é o da família, a maior fortuna a da honra, a mais perfeita virtude a da dedicação.

(São Pedro Julião Eymard - Divina Eucaristia - Vol V - pág 144 à 145)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Feminista ou feminina?"

A pergunta acima estava na primeira página da edição março-junho de 2000 do jornal "Fazendo Gênero" do Grupo Transas do Corpo (um grupo feminista apoiado pela Fundação Mc Arthur e Fundação Ford). A autora da matéria lamentava que "apesar do feminismo estar presente, há longas décadas (...), a velha expressão 'sou feminina, não feminista' ainda ecoa forte nas falas de muitas mulheres".

As mulheres têm razão de não quererem ser consideradas feministas, assim como os homens tem razão de não quererem ser considerados machistas. O natural da mulher é ser feminina, assim como o natural do homem é ser masculino. O feminismo é uma deformação da feminilidade, assim como o machismo é uma deformação da masculinidade.
A beleza do "ser mulher" está justamente em ser diferente do homem e complementar a ele. Ao compreender o papel insubstituível que ela desempenha no lar junto aos filhos, a mulher não se sente mal ao dizer que é dona de casa. Ao compreender a beleza da maternidade, não se horroriza ao pensar numa gravidez, nem abomina a família numerosa.

O feminismo, tal como se apresenta nos nossos dias, é um movimento de autodesvalorização da mulher. Tal ideologia, ao pregar a "competição com o homem", esquece-se que homem e mulher não são inimigos natos, mas são complementares. Um foi feito para o outro, não para competir com o outro.
Por dever de ofício (e não apenas por opção) o homem tem que sair para trabalhar e sustentar a família. Se, porém, todas as mulheres resolverem (como pregam as feministas) sair de casa para obter "realização profissional", pergunto: com quem ficarão as crianças? Quando ambos - pai e mãe - passam o dia fora de casa, os filhos são órfãos de pais vivos...

...Como seria bom se todas as mulheres compreendessem que são alicerce (que sustenta mas não aparece) e não se enganassem procurando freneticamente ser fachada (que aparece, mas não sustenta).
No âmago do feminismo está uma depreciação da feminilidade e um desejo de masculinizar a mulher.

(Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz)
PS: grifos meus

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aos devotos de São Dimas

" Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino".

Uma hora talvez, se passou...Os gritos agudos e as blasfêmias dos dois ladrões torturados reduziram-se a gemidos, e os gemidos ao silêncio da exaustão; e, no silêncio, a Graça de Deus e os hábitos do passado estiveram em obra juntos. Um dos ladrões ainda está absorto na sua própria dor, olhando-a, confrontando-a, volvendo-a para cá e para lá, procurando acomodá-la; e o outro começa a compreender que há algo no universo afora a sua própria dor; que a sua dor não é o princípio e o fim de todas as coisas. Algumas vezes, quando a sua cabeça se torcia para este lado ou para aquele, através do sangue e das lágrimas que o cegavam, através da névoa de poeira levantada pela multidão marulhosa, ele colhera impressões rápidas do Outro que está suspenso no meio. O seu companheiro de sorte também O viu, mas na paciência d'Ele viu apenas uma exprobração ao seu próprio tormento...
" Se és o Cristo, salvea-te a ti e a nós" ( Lc 23,39). Sem embargo, aquele outro vê naquilo mais do que fracasso e uma tragédia; ouviu, talvez, aquela primeira Palavra gemida quando os pregos eram enfiados; e, por esta minúncia e por aquela e por aquela outra, o seu espírito entenebrecido - o espírito de uma criança selvagem - tem estado dolorosamente em obra.

E, na sua operação misteriosa, a Graça também tem estado trabalhando sobre aquele espírito corrompido e bronco, como a luz do sol num beco infecto...Com toda a nossa teologia, nós quase nada sabemos deste processo divino; sabemos um pouco das suas condições, uma parcela dos seus efeitos; classificamos algumas leis secundárias da sua ação; e nada mais. Contudo, uma coisa sabemos: que o homem a quem a Graça veio não era totalmente egoísta; que ainda havia nele receptividade bastante para a Graça poder entrar.

Assim, pouco a pouco, a verdade (não ousamos dizer a verdade integral e explícita) começou a infiltrar-se nele. Aquele espírito entenebrecido começou a colher vislumbres, que vinham e iam e voltavam, do Fato supremo que os fariseus cultivados desdenhavam...começou a perceber que o "Criminoso" do meio não era um criminoso, que aquela coroa de espinhos não era totalmente uma zombaria, que o título colocado por cima da Cruz era mais do que um sacarmo...

Sabemos, pelo menos, que o ladrão finalmente falou - milagre maior do que o da mula de Balaão! - sabemos que um assassino reconheceu o Senhor da Vida, que um mentiroso falou a verdade que um proscrito se submeteu ao Rei. " Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino".

Pede ele, portanto, o mínimo que podia pedir: que um Rei que algum dia entrará num certo reino não se esqueça de que existe uma criatura como Dimas, que um dia sofreu ao lado d'Ele. Já não exprime uma dúvida - " Se és o Cristo" - mas Lhe chama logo "Senhor". Já não pede livramento - "salva-te a ti e a nós" - mas pede apenas uma lembrança futura. Um dia, seja quando for, lembra-te...

E, ato contínuo, produz-se o milagre que se produz sempre quando uma alma, envergonhada, começa a tomar o lugar mais baixo. Mal aprendemos a ser servos, recebemos o lugar e o nome de amigos.

" Amigos, vem cá mais para cima" (Lc 17,10)..." Não vos chamarei servos...mas amigos" (Jo 15,15). Porque Ele é o Único cui service regnare est; cujo serviço é perfeita liberdade..." Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" ( Lc 23,43).

Aqui reside, pois, uma das leis mais profundas da vida espiritual, e uma das mais difíceis de aprender, porquanto, como todas as leis fundamentais tanto da graça como da natureza, ela se apresenta como um paradoxo. " Se quiserdes subir, deveis procurar descer"..." O que se humilha será exaltado" ( Lc 14,11)

Oh! esta amizade de Jesus ao penitente!

Ainda há pouco havia três dos íntimos de Cristo em torno à sua Cruz - de um lado, Maria Imaculada e o discípulo casto a quem Jesus amava; e do outro a purificada e chorosa Madalena. Agora completa-se o quaternário dos seus amantes, porque a estes se juntou o Ladrão arrependido - ele que desejava servir por isto mereceu reinar...E ele, também, já pende no Paraíso.

(A amizade de Cristo - Mons Robert Hugh Benson - pág 145 - ano de 1950)

domingo, 9 de agosto de 2009

Exemplo de boa família!

Coroação de espinhos


“E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe sobre a cabeça”. Bem reflete o devoto Landspérgio que este tomento de espinhos foi excessivamente doloroso, porque transpassaram toda a sagrada cabeça do Senhor, parte sensibilíssima, já que da cabeça partem todos os nervos e sensações do corpo. Além disso, foi o tormento mais prolongado da paixão, pois Jesus suportou até à morte esses espinhos, tendo-os enterrados em sua cabeça."

 (A Paixão de Nosso Senhor Volume II - pág 26)



- Os espinhos

A planta utilizada na confecção da coroa de espinhos tem sido objeto de muito debate. Os mais renomados experts em botânica da Terra Santa, porém, restrigiram as espécies ao espinheiro-de-cristo sírio ou espinho-de-cristo. As duas plantas são membros da família de plantas espinhosas ( Rhamnaceae) e muito parecidas entre si, cresce abundantemente das planícies da Síria e do Líbano até Palestina, Arábia, Petraea e Sinai, pode também ser achada na fronteira sul de Israel, chegando até a Samaria, mas não é encontrada hoje em Jerusalém e cercanias.

São caracterizados por espinhos rentes e afiados. O espinheiro-de-cristo sírio é um arbusto cujo tamanho varia entre 3 e 5 metros, já o espinho-de-cristo é um arbusto que atinge 1 e 3 metros de altura. Contém um par de espinhos estipulares desiguais, duros e afiados, um deles mais curvados que o outro.

- A coroação

É importante notar que a coroa foi feita com o entrelaçamento dos espinhos na forma de um boné. Isso permitiu o contato de uma quantidade enorme de espinhos com o topo da cabeça, a fronte, a parte traseira e as laterais.

“Impuseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos, que era á maneira de pileus (= carapuça, gorro) por sorte que todos os lados lhe cobria e tocava a cabeça”
(São Vicente de Lérins - Sermo in Parasceve), e acrescenta que produzira essa carapuça 70 ferimentos. O "pileus" era, entre os romanos, uma espécie de gorro semi-oval, de feltro, que envolvia a cabeça e servia principalmente para o trabalho. O couro cabeludo sangra com muita facilidade; como esse gorro foi enterrado a pauladas (para não ferir as mãos dos soldados), os ferimentos produzidos devem ter feito correr bastante sangue.

- Neuralgia do trigêmeo

Os golpes na cabeça irritavam os nervos e ativaram zonas nos lábios, do lado do nariz, ou no rosto, causando dor imensa, similar a uma queimadura ou choque elétrico. A dor era lancinante, atingindo as laterais do rosto e penetrando nos ouvidos. O sangramento decorria da penetração dos espinhos nos vasos sanguíneos. A dor podia cessar abruptamente, mas era reiniciada com o menor movimento nas mandíbulas ou golpe de ar. O choque traumático do açoitamento brutal deve ter realçado as dores paroxísmicas no rosto. Exacerbações ou retrações nos surtos de dor podem ter ocorrido no caminho do Calvário (mais ou menos 8 quilômetros) e durante a crucificação, ativados pelos movimentos de andar, cair ou pela pressão dos espinhos na coroa, além dos muitos golpes e empurrões dos soldados.

A inervação que permite a percepção de dor na cabeça é feita por ramos de dois nervos principais: o nervo trigêmeo, que supre essencialmente a parte frontal da cabeça, e o grande ramo occipital, que abastece a pate de trás, os ramos se dividem de forma infinitesimal pela pele. Para apreciar essa distribuição, pegue um alfinete e tente achar uma parte do seu couro cabeludo que seja isento de dor. Você vai descobrir que a tarefa é praticamente impossível. Estímulo ou irritação de ramos desses dois nervos principais causam dor. De acordo com o dr. Robert Nugent, professor e presidente do Departamento de Neurologia da escola Medicina de West Virginia, " a neuralgia do trigêmeo é considerada a pior dor que um ser humano pode sofrer".

- Evidências no Sudário

Considerando a grande quantidade de vasos sangüíneos existentes na cabeça e os efeitos da coroação de espinhos, é óbvio que o sangue iria escorrer livremente pela face de Jesus, Isso é evidenciado de forma dramática no Sudário, cujas imagens revelam "riachos" e marcas de algo jorrando, saturando o cabelo e escorrendo pela testa. A imagem frontal sugere acentuada saturação do cabelo com sangue seco, fazendo com que ele permanecesse nos dois lados do rosto. Marcas estão presentes na testa e na nuca (a nuca foi muito ferida devido as quedas onde a cruz - patibulum -pressionava a coroa e também quando Cristo estava na cruz). Além dos ferimentos com a coroa de espinhos, os vários golpes que Ele recebeu no rosto são evidentes no Sudário, particularmente na região da testa, lado superior direito do lábio, mandíbula e nariz. O padrão tridimensional nas imagens realçadas por computador revelam mais claramente uma separação na cartilagem nasal- mas não uma fratura- e confirmam os ferimentos já citados.

* Informações retiradas da obra de dr.Frederick T.Zugibe e dr. Pierre Barbet

sábado, 8 de agosto de 2009

Um digno apostolado feminino


Educar no senso religioso

Uma mãe cristã se preocupa com a alma do seu filho muito antes que ela nasça. Durante esse período único, a mãe pode, por seu espírito de oração e de oblação, exercer uma influência invisível sobre a alma do ser querido e capitalizar para ele as bençãos divinas.

No instante do nascimento, as mãe e pais cristãos não deixem de consagrar ao Senhor o serzinho querido que Deus lhe deu, ou melhor, lhes confiou.

O que será esse filho mais tarde? de qualquer modo, não se destina a se tornar eleito? E a missão mais importante dos pais não é a de ajudá-lo a realizar a sua vocação sobrenatural de filho ou de filha de Deus?
É aos pais que cabem a honra e a alegria da primeira educação religiosa dos filhos. Mas é preciso tudo prever. O padrinho e a madrinha recebem da Igreja a missão de "suplemento" . É nesse espiríto que cumpre escolhê-los, e não tendo únicamente em conta convenções mundanas ou susceptibilidade familiares.

É nos primeiros meses que a criança - que registra muito mais do que se pensa - pode receber a feliz influência da mamãe rezando ao pé do seu berço. A criança, olhando apenas, imitará por si mesma os gestos da mãe e aprenderá assim, pouco a pouco, a juntar as mãos e a enviar um beijo à imagem de Jesus e de Maria, cujos nomes, juntamente com os do pai e da mãe, serão os primeiros que balbuciará.

Logo que a criança começa a falar, a mamãe pode fazê-la repetir algumas curtas invocações...Muito depressa, aliás ela se mostrará capaz de falar espontâneamente ao Bom Deus, por menor que seja o estímulo materno.

Desenvolver o espírito de fé na criança é habituá-la a ver Deus e a levá-Lo em conta na vida cotidiana. Compete à mãe impregnar da Divina Presença os dias do filho. Cumpre evitar que as relações com Deus sejam relegadas unicamente ao começo e ao fim do dia, mas aproveitar as circunstâncias, bem como as disposições do filho, para elevar-lhe a alma naturalmente a Deus...

De parte, não se deve tratar o Bom Deus como um "coleguinha" , o que levaria muito depressa à falta de respeito e à abolição do senso do sagrado. De outra parte, nunca se deve apresentar Deus como um Ser remoto, inacessível, espião das fraquezas humanas, sempre pronto a surpreender as delinqüências, pequenas ou grandes. Isto seria uma caricatura, uma verdadeira traição. Quando mal pode ser feito por meios de frases como a que assimila Deus a uma "Papão" ou a um " Papai-de-chicote" : Desobedecestes e por isso te machucastes; é bem feito, o Bom Deus te castigou!".

Assim que a criança puder, ensinar-lhe as principais orações da Igreja: o Padre Nosso, a Ave-Maria. Explicar-lhe o sentido dessas orações, mas cuidar de que sejam recitadas corretamente, sem atropelos. Ainda aí, prestemos atenção ao sendo do sagrado e façamos rezar "em beleza": pelo sinal da cruz, genuflexão bem feita, oração bem dita, com todo o coração.

Convém orientar a criança no sentido de uma grande confiança a Santa Virgem, por quem nos foi dada por Jesus, e em quem sempre encontramos o caminho que a Ele conduz. Com as crianças as precauções nunca são bastantes. Porque não lhe souberam contar toda a história de Jesus, inclusive Sua ressurreição, há crianças que permanecem quer no estágio do presépio, quer na fase da cruz. Para as primeiras, Jesus é uma criança como elas, que nunca cresceu; para as segundas, é um Deus morto.

Advertir a criança de quem não se espante se vir sombras, contradições, horas difíceis na história da Igreja. A Barca de São Pedro é freqüentemente assaltada pelas tempestades. Perseguições e abandonos foram, aliás, preditos. Mas o Cristo é o eterno Vencedor, é ele que terá a última palavra.

(A arte de educar as crianças de hoje- Padre G.Courtois -1959)

PS: grifos meus.
PS2: Segue excelente Catecismo ilustrado

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Marxismo e as "teólogas" feministas

O marxismo: origem da ideologia de gênero
(Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz)

A ideologia de gênero, que causou enorme discussão na IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher (Pequim, 1995), tem sua origem em Frederick Engels , amigo inseparável de Karl Marx. Em seu livro “A origem da família, da propriedade e do Estado” (1884), Engels dizia:

“O primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, unidos em matrimônio monógamo, e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino” [2].

Segundo a doutrina marxista, não há conciliação possível entre as classes. Operários e patrões são necessariamente inimigos. Os operários não devem buscar melhorias para sua classe. Devem fazer uma revolução, que terá por fim acabar com as classes. Marx pregava uma tomada do poder pelo proletariado. Depois de algum tempo, o Estado iria desaparecer, não haveria mais classes sociais e tudo seria comum. Seria instaurado o comunismo.

Seguindo a mesma linha, o feminismo atual, com bases no marxismo, não deseja simplesmente melhorias para as mulheres. Deseja eliminar as “classes sexuais”. Diz a feminista radical Shulamith Firestone, em seu livro “The Dialectic of Sex” (A dialética do sexo):

“... assegurar a eliminação das classes sexuais requer que a classe subjugada (as mulheres) faça uma revolução e se apodere do controle da reprodução, que se restaure à mulher a propriedade sobre seus próprios corpos, como também o controle feminino da fertilidade humana, incluindo tanto as novas tecnologias como todas as instituições sociais de nascimento e cuidado de crianças. E assim como a meta final da revolução socialista era não só acabar com o privilégio da classe econômica, mas com a própria distinção entre classes econômicas, a meta definitiva da revolução feminista deve ser igualmente — à diferença do primeiro movimento feminista — não simplesmente acabar com o privilégio masculino, mas com a própria distinção de sexos: as diferenças genitais entre os seres humanos já não importariam culturalmente”.

As feministas de gênero, fiéis à visão marxista, dizem que toda desigualdade é injusta. Que o trabalho exercido pelo homem seja diferente do exercido pela mulher é simplesmente uma injustiça institucionalizada. É preciso acabar com ela.

A respeito da mulher que opta por ficar em seu lar cuidando dos filhos, diz a feminista Christina Hoff Sommers:
“Pensamos que nenhuma mulher deveria ter esta opção. Não se deveria autorizar a nenhuma mulher ficar em casa para cuidar de seus filhos. A sociedade deve ser totalmente diferente. As mulheres não devem ter essa opção, porque se essa opção existe, demasiadas mulheres decidirão por ela [3].

Nota:
[2] ENGELS, Frederick , The Origin of the Family, Property and the State, International Publishers, New York , 1972, pp. 65-66.
[3] SOMMERS, Christina Hoff. Who Stole Feminism?, Simon & Shuster , New York , 1994, p.257.

(Texto retirado do artigo: Gênero: que é isso? http://www.providaanapolis.org.br/index1.htm)

PS: grifos meus.
_________________________________________________

Frases de feministas:

 "Nada fez mais por constringir a mulher do que os credos e os ensinos religiosos". (Judith Lasch)

"Os textos bíblicos não são revelação de inspiração verbal nem princípios doutrinais, senão formulações históricas... Analogamente, a teoria feminista faz questão de que todos os textos são produtos de uma cultura e história patriarcal androcéntrica." (Elisabeth Schussler Fiorenza - ("teóloga" feminista de gênero)

"O cristianismo é uma teologia abusiva que glorifica o sofrimento. Cabe assombrar-se de que tenha muito abuso na sociedade moderna, quando a imagem teológica dominante da cultura é o 'abuso divino do filho' - Deus Pai que exige e efetua o sofrimento e a morte de seu próprio filho? Se o cristianismo tem de ser libertador do oprimido, deve primeiro liberar-se desta teologia"
("teólogas" Joanne Carlson Brown e Carole R. Bohn - expressões do livro: A critica feminina, pág. 26)

Só se deverá acreditar num Deus que ordene aos homens a justiça e a igualdade
(George Sand)

Amai e não vos multipliqueis" - título de um livro escrito por Maria Lacerda de Moura considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil

"Tiranozinho doméstico"


Educação a partir do nascimento

Nunca será demasiada a importância que se de às primeiras semanas. Desde o primeiro dia, uma luta silenciosa de domínio começa entre a mãe e o filho. Se cederdes à criança, tereis para sempre ao vosso lado um tiranozinho doméstico diante de quem tudo se deverá curvar, e que a seguir sofrerá cruelmente de um desejo de dominação insaciável, uma vez que não terá sempre junto de si a mãe dedicada e dócil.

Habitualmente, os pais “estragam” o garotinho, mima-nos e a ele se entregam sem pensar nas conseqüências, convictos de que o momento da educação chegará quando o filho começar a falar, o que o capacitará a compreender o que se lhe faz e diz. Mas, esse momento pode ser muito tardio para reparar os graves erros anteriormente cometidos.

Algumas dicas:

- É preciso condenar o costume ridículo de buscar a criança logo que começa a chorar, embalá-la, cantar-lhe cantigas, dançar com ela ao longo do quarto. Quanto mais “estragardes” a criança, tanto mais ela perturbará o vosso sono e vos privará de vosso repouso essencial.

- “Há sempre, em torno das jovens mães, tias e conselheiras que, diante do menos sinal de choro da criança, tocam alarma e opinam que ela tem fome, sente cólicas, não se sabe mais o que. Não vos deixeis impressionar pelos gritos do bebê; se não está molhado, deixai-o gritar.” (Dr. Willhen Stekel, Lettres à une Mére, pág. 25)

- Sede firmes desde o início. O choro das crianças abala penosamente o coração das mães e o sistema nervoso dos pais. Será talvez preciso “pisar”, o vosso coração sensível, mas é para o verdadeiro bem do vosso filho. Se-lo-á também para o vosso, porque, se cederdes, vos tornareis mais ou menos seu escravo, e no dia em que, tendo-o compreendido, quiserdes deixar de sê-lo, correreis o risco de serdes vencido ou de cortardes o mal com certa brutalidade, por nervosismo, determinado verdadeiro choque afetivo na criança.

- Tende um horário de mamadas. Segui-o estritamente, sem derrogação. Nisso, muitas mães são escravas dos filhos, alimentando-os a qualquer hora e sem se preocupar com as quantidades. Esses petizes não possuem ainda controle da razão ou da vontade. Neles, são os instintos, e nada mais do que os instintos, que falam mais alto. Mas, esses instintos criam hábitos de que poderão ser vítimas.

- Evitai falar ao vosso filho em linguagem de “bebe”, por mais enternecedor que isso pareça. É um mau serviço que lhe prestamos imitar o seu modo de exprimir-se. O benefício que lhe damos para o futuro é ensinar-lhe a pronunciar de maneira correta a língua materna e corrigir-lhe as frases defeituosas.
(A arte de educar as crianças de hoje – Pe. G. Courtois)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O divórcio e a prole

A prole é a primeira vítima do divórcio, a mais digna de lástima porque a mais inocente... O primeiro efeito do divórcio é eliminar a prole. Sua tendência negativista manifesta-se logo em impedir que venham à existência frutos naturais do matrimônio.É uma conseqüência imanente ao dinamismo psicológico criado pela mentalidade divorcista. A criança, por sua natureza, pede uma casa com futuro garantido. Se a solidez dos lares definitivos se substitui a mobilidade temporária das tendas, tudo o que é estável e duradouro passa a ser um móvel deslocado, um traste inútil, uma travanca a empecer a liberdade dos movimentos.
Não; num lar que o divórcio pode romper não há lugar para a criança.

A prole que, na ordem natural, era o fim do matrimônio, no regime divorcista é sempre um risco, amanhã talvez um, obstáculo, mas tarde um remorso. E esta mentalidade hostil ao berço, generaliza-se espontâneamente onde quer que o divórcio tenha obtido uma sanção legal.

A prole, que nas exigências da sua evolução normal, impõe aos progenitores a indissolubilidade da vida comum, com a sua simples presença, é um dos cimentos mais fortes da sua união conjugal. O filho é a expressão viva do amor dos pais. No temperamento, nas qualidades, nos traços da fisionomia que se vão definindo com os anos, traz ele, indelével, a impressão das duas vidas que se fundiram na sua. Cada nova florzinha que desabrocha no lar como que rejuvenece com a sua frescura os encantos do primeiro amor. E, com os anos, intensificam-se os sentimentos de simpatia; apura-se o senso de responsabilidade nos encargos comuns da educação; a família toda consolida-se numa estabilidade definitiva.
Os filhos, naturalmente, são os mais seguros defensores da indissolubilidade conjugal. Casal sem filhos, em país divorcista, é vítima provável da grande tentação de recomeçar o romance de novos amores.

O divórcio, por sua própria natureza, tende a multiplicar os lares sem filhos. Lares sem filhos, por sua natureza, são mais facilmente divorciáveis. Por sua própria natureza, pois o divórcio é um corruptor progressivo da família. É o primeiro dos seus círculos viciosos. Não é o único infelizmente.
(O divórcio - Pe. Leonel Franca)

Ver também: Encíclica Casti Connubii

PS: grifos meus

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Duas espécies de inocência



...A par dos imaculados, estão os arrependidos e as arrependidas. Admiramos São João Evangelista e, não menos Santo Agostinho; encanta-nos Santa Ângela, mas igual estima temos por Santa Maria Madalena - a pecadora de Magdala de quem Cristo expulsou sete demônios (Mat. 16-9) e se tornou a filha predileta do divino Mestre, a grande Santa do Novo Testamento. Há pois duas sortes de inocentes:

- as que nunca murcharam, e são as mais belas!
- e as que se reconquistaram.

Estas duas espécies diversas de inocência achavam-se presentes ao pé da Cruz de Jesus: São João representando a virgindade e Santa Maria Madalena representando o arrependimento. Esta última é ainda talvez mais tocantes, porque mais humildes. Ao lado de um jovem que repete, com santa alegria: " Não cai", encontra-se, muitas vezes, outro que primeiro atira-se consternado, roído pelos remorsos, ao genuflexório para se confessar, e depois, lança-se aos braços do confessor clamando: " Salva-me! Venho de longe! Se soubesses!.. .Meu Deus! Como são humilhantes essas quedas! Como isto é vil e baixo! mas agora já sei! Nunca mais! Repare bem: nunca mais!"

Caro e pobre amigo! O Salvador misericordioso de nossas almas, Aquele que conhece a miserável argila de que se acha constituída a nossa pobre natureza, nunca recusa, há já vinte séculos, o perdão aos filhos pródigos, que voltam das terras da escravidão, onde se morre à fome, e tornam para a morada onde encontram o festim de alegria, a túnica branca, o anél de reconciliação onde lhes é dado abraçarem, estreitarem contra o seu coração magnânimo de um pai, que tudo esquece! Maior é a sua indulgência do que toda a vossa fraqueza! Desgarrado e perdido, sentias fatalmente a tristeza! Volta.Generoso, has de forçosamente viver feliz. Persevera.
Triunfa de teus baixos apetites. Serás recompensado pela altivez de sentir seu coração bater livremente e altaneiro em teu peito.
Irás monologando: É terrível esta luta travada consigo mesmo, sem testemunhas do que se passa no recôndito do coração! Nem mesmo uma voz de alento, nem um prémio qualquer.
Puro engano!

Tens uma piedade de invisíveis testemunhas: teu Deus; teu Anjo da Guarda, teus caros finados e os eleitos te fazem linda coroa.
Sustenta esse grande duelo contra o vício que tenta roubar-te o coração...

(Le combat de la puretê - Padre Hoornaert, pág 124 à 126)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Malícia da vaidade

Há um desejo de ser estimado que não é desordem: desejar que as nossas qualidades, naturais ou sobrenaturais, sejam reconhecidas, para Deus ser por elas glorificado e a nossa influência para o bem ser por esse modo aumentada, em si não é pecado...A desordem consiste, pois, em querer ser estimado por si mesmo, sem referir essa honra a Deus, que em nós pôs tudo quanto há de bom; ou querer ser estimado por coisas vãs que não merecem louvor; ou enfim em procurar a estima daqueles, cujo critério não tem valor, dos mundanos, por exemplo, que não apreciam senão as coisas vãs. Ninguém descreveu melhor este defeito do que São Francisco de Sales:

” Chamamos vã a glória que nos atribuímos, ou por coisa que não existe em nós, ou por coisa que está em nós, mas não é nossa, ou por coisa que está em nós e é nossa,mas que não merece que dela nos gloriemos. A nobreza da raça, o favor dos grandes, a honra popular, são coisas que não estão em nós, senão em nossos predecessores ou na estima de outrem. Há quem todo se envaideça e pavoneie, por se ver em cima dum bom cavalo, por levar um penacho no chapéu, por estar vestido sumtuosamente, mas quem não vê esta loucura? É que, se há glória nessas coisas,essa glória é para o cavalo, para a ave ou para o alfaiate...Outros miram-se e remiram-se, por terem bigode frisado, a barba bem penteada, os cabelos anelados, mãos muito finas, por saberem dançar, tocar, cantar; mas não será de ânimo vil, querer encarecer o seu valor e acrescentar a reputação com coisas tão frívolas e ridículas? Outros, por um pouco de ciência, querem ser honrados e respeitados do mundo, como se cada qual tivesse obrigação de ir à escola a casa deles e tê-los por mestres; é por isso que os chamam pedantes. Outros narcisam-se extasiados na própria formosura e crêem que toda a gente os galanteia. Tudo isto é extremamente vão, insensato e impertinente, e a glória que se toma de tão fracos motivos chama-se vã, louca e frívola."(A vida espiritual explicada e comentada - Adolph Tanquerey)

domingo, 2 de agosto de 2009

“Virão modas que desagradarão muito a Nosso Senhor”

“A mulher não se vestirá de homem, nem o homem de mulher; aquele que o fizer, será abominável diante do Senhor seu Deus”
(Dt 22,5)

 Pioneira do Feminismo Amandine Lucie Aurore Dupin que mudou seu nome para : GEORGE SAND Baronesa Dudevant, dita George, romancista francesa que nasceu em Paris, França, no dia 1º de julho de 1804, e faleceu em Nohant, França, no ano de 1876.

Seus livros foram muito populares no séc. XIX. Ficou conhecida por suas ligações amorosas com Frédéric Chopin e com o poeta Alfred de Musset, e por desafiar as convenções sociais fumando charutos e usando roupas masculinas.

Atribui-se a ela o mérito de ter sido a primeira mulher a viver de sua produção literária. Passou a usar o pseudônimo de George Sand em 1832, quando escreveu, sozinha, o romance "Indiana", que fez grande sucesso.George Sand envolveu-se amorosamente com vários homens, entre eles os escritores Alfred de Musset e Prosper Mérimée e o compositor Frédéric Chopin. Acredita-se que tenha tido um relacionamento amoroso também com a atriz Marie Dorval,sua amiga.

Carta de George Sand (artigo de Helena Vasconcelos, editora da revista eletrônica portuguesa “Storm”).

Mandei fazer um casaco comprido masculino em pesada fazenda cinzenta bem como calças e casaco combinando. Com um chapéu também cinzento e um enorme lenço de lã tornei-me a imagem de um estudante. Não consigo expressar o prazer que me davam as minhas botas. De boa vontade dormiria com elas... Com aquelas solas revestidas a ferro, sentia-me firme a andar pelas ruas e corri Paris de uma ponta a outra. Dava-me a sensação de que poderia dar a volta ao mundo. Com aquelas roupas, não temia absolutamente nada. Saía para a rua estivesse o tempo que estivesse, voltava para casa a qualquer hora da noite, sentava-me em qualquer lugar obscuro do teatro. Ninguém me prestava atenção e ninguém suspeitava do meu disfarce."