terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como retribuir - São João de Ávila





"Como vos pagarei, ó Cristo, esse vosso amor?

É justo que sangue se pague com sangue.
Seja eu banhado com esse sangue e cravado nessa cruz.
Recebe-me também em teus braços, ó Santa Cruz.

Alarta-te, coroa de espinhos,
para que eu coloque em ti a minha cabeça.
Cravos, deixai as mãos inocentes de meu Senhor
e transpassai meu coração de compaixão e amor.

Roubador dos corações,
a força de vosso amor estraçalhou nossos corações tão duros.
Inflamastes todo o mundo no vosso amor.

Senhor da sabedoria,
inebriai nossos corações com esse vinho,
abrasai-os com essa flecha de vosso amor.

A vossa cruz é arco e flecha que fere os corações.
Saiba todo o mundo que tenho o coração ferido.

Ó grande Amor, o que fizestes?
Viestes para curar e me feristes?
Viestes para me ensinar a viver e me tornastes semelhante a um louco?
Ó sábia loucura, não viva mais eu sem vós!

Senhor, quando vos vejo na cruz,
tudo me convida a amar:
o madeiro, a vossa pessoa, as feridas de vosso corpo e principalmente o vosso amor.
Tudo me convida a vos amar e a não me esquecer mais de Vós"

(São João de Ávila, Trattati dei SS.Sacramento dell' Eucaristia, t.I, nº 14-18)

Senso do pecado - Eduque seu filho(a)


É uma das conseqüências do senso de Deus. O homem perdeu o senso do pecado porque perdeu primeiro o senso de Deus. Se para nós Deus é (e será sempre) o Senhor, Senhor de tudo, Senhor absoluto, então a sua Lei é a suprema regra da vida, e importa obedecer-lhe acima de todas as coisas, sejam quais forem as conseqüências humanas.

E se Deus é para nós o Pai, que nos ama como a melhor das mães ama a seu filho, Pai previdente que faz por nós as maravilhas de sua onipotência e nos dá as mais estupendas provas de seu amor, é preciso amá-Lo de “todo o coração, de toda a alma, com todas as forças”. (Cf. Lc. 10,27).

Se dermos à criança o senso de Deus, damos-lhe, por isso mesmo, o senso do pecado. Ela sabe e sente que nada há mais importante do que obedecer a Deus, e nada lhe doerá mais do que ofender ao Pai de tanta bondade e tanto amor.

É este o primeiro aspecto do pecado que devemos apresentar: - ele é uma ofensa a Deus, paga de ingratidão a quem nos ama com amor infinito, é uma recusa de amor de Deus, um “não!” ao Pai do Céu.

Dando à criança esta atitude em face do pecado, é mais fácil dar-lhe o sendo de reparação:
- Se desobedecer a uma ordem do Soberano Senhor, devo apresentar-Lhe desculpas;
- Se ofender a um Pai tão bom, devo dizer-Lhe que estou arrependido e que nunca mais farei essa ingratidão.

Só em segundo lugar apresentaremos os efeitos do pecado em nós. São graves, terríveis:
- Expulsa de nós o Espírito Santo;
- Priva-nos da condição de filhos de Deus;
- Despoja-nos de todos os méritos;
- Entrega-nos ao Demônio;
- Condena-nos ao inferno.

Nada se pode imaginar de pior ... para o homem. Mas o pecado é, antes de tudo, a ofensa a Deus, e só depois podemos considerar o mal que ele nos faz. Primeiro, Deus ofendido; depois, o homem arruinado. É o mesmo ato que produz os dois efeitos; mas consideraremos primeiro o que é mais grave. Este aspecto deve ser mais salientado do que até agora tem sido. Isto não significa que menosprezemos os efeitos do pecado para nós. Não; até porque nada há de mais funesto para o homem, sendo mesmo a única verdadeira desgraça (des-graça) que nos pode acontecer. Aliás, o senso do bem espiritual ajuda-nos a avaliar o mal do pecado. Quem sabe:

- apreciar a beleza da graça santificante;
- prezar o inefável dom da habilitação de Deus em nós;
- estimar devidamente a felicidade de poder gozar da amizade divina.

Esse saberá também avaliar o que seja o pecado:

- rompimento com Deus;
- destruição da vida divina em nós;
- sujeição ao demônio.

Por isso um dos meios eficazes de infundir horror ao pecado é dar o amor ao estado de graça, a prática habitual da virtude, o gosto da consciência tranqüila. O hábito da vida consciente em graça dará o senso do pecado, com o hábito da limpeza da à criança e repugnância à sujeira.

Mas, (permita a insistência), apesar de tudo, é secundário. O primeiro valor é o que se refere diretamente a Deus: - o pecado é uma ofensa à Bondade Infinita.

(Preparação para a primeira comunhão – Mons. Álvaro Negromonte)

PS: grifos meus

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Santa Filomena a grande milagrosa - Você conhece?

Apesar das investigações de muitos sábios, nada tinha sido ainda encontrado que pudesse lançar alguma luz sobre a história pessoal de Santa Filomena, anteriormente ao descobrimento das suas relíquias nas catacumbas. No entanto, alguns dos seus devotos mais fervorosos, animados pela terna solicitude com que a sua querida Santa costumava atender as preces de seus servos, ardentemente lhe suplicaram que os elucidasse sobre quem ela era e o que sofrera por Jesus Cristo. Estas ansiosas preces foram atendidas, e a Santa revelou a três pessoas diferentes, que viviam afastadas e absolutamente desconhecidas uma das outras, a história da sua vida e os pormenores do seu martírio.

Estas revelações, de caráter privado ou feitas a particulares, eram, todavia, surpreendentes, e não apresentam pequena soma de probabilidades humanas. Serem idênticas e terem sido as três feitas a três pessoas, entre si desconhecidas; é coincidência extraordinária que lhes dá grande valor. Além disto, conjugam-se admiravelmente com o que nós conhecemos da Santa, estando em perfeita concordância com o escrito e os símbolos que foram encontrados no sarcófago.

Mais recentemente tem tido larga publicidade, e o livro que as refere recebeu o imprimatur da Congregação do Santo Oficio.

Não significa isto que a Santa Sé garanta a autenticidade das revelações, - o que raramente faz nos casos de revelações privadas – mas prova que nos assiste o direito de as acatar, apreciando-se devidamente, e que a Igreja lhes não encontra coisa alguma digna de censura.

Como os nossos leitores estarão, sem dúvida ansiosos por saber tudo quanto se conhece a respeito da nossa Santa, vamos citar-lhes uma das três revelações: a que foi feita diretamente à Madre Maria Luísa, Superiora Geral da Congregação das Dores de Maria, que morreu em odor de santidade no ano de 1875.


Minha querida irmã, - lhe disse a Santa, - eu era filha do rei de um pequeno estado grego. Minha mãe também era de sangue real. Como não tinham descendência, meus pais ofereciam constantemente sacrifícios e preces aos seus falsos deuses para alcançarem a graça de um filho. Estava nesse tempo com a nossa família um doutor romano, chamado Públio, agora santo da Corte Celeste, apesar de não ter sido mártir. Impressionado com a cegueira espiritual dos seus soberanos e comovido com a mágoa que eles manifestavam, foi inspirado pelo Espírito Santo a falar-lhes da nossa fé e afirmar-lhes que as suas orações seriam ouvidas se eles abraçassem a Religião Cristã.

O seu eloqüente fervor penetrou o coração de meus pais e ao mesmo tempo o espírito de ambos foi iluminado pela graça divina. Depois de madura deliberação receberam finalmente o Santo Sacramento do Batismo. Nasci no princípio do ano seguinte; a 10 de janeiro, e chamaram-me Lumena ou Luz, porque nascera sob a luz da fé a quem meus pais votavam agora ardente devoção. Deram-me ao batismo o nome de Filomena, isto é, amiga da Luz que me iluminou a alma pela graça desse Sacramento. A Divina Providência permitiu que o epitáfio do meu sarcófago fosse exarado neste verdadeiro sentido, apesar dos intérpretes não terem percebido que esse era o pensamento exato no espírito daqueles que primeiramente o escreveram.

Meus pais dedicavam-me a maior afeição possível, e meu pai não podia conformar-se com a idéia de me ter fora das suas vistas. Por esse motivo, quando eu contava treze anos, acompanhei-o a Roma. Esta viagem foi efetuada em conseqüência da declaração de guerra que injustamente nos foi feita pelo soberbo e poderoso Imperador Romano.

Reconhecendo a sua fraqueza, meu pobre pai partiu para Roma, na esperança de obter a paz com o Imperador. Minha mãe e eu acompanhamo-lo e estivemos presentes na audiência que o tirano lhe concedeu. Que extraordinário destino, o que me esperava! Enquanto meu pai calorosamente advogava a sua causa, tentando defender-se, o Imperador, lançando-me furtivos olhares cintilantes, respondeu:

- Não te assuste mais; podes estar absolutamente descansado que não há motivo para ansiedade. Em vez de te atacar, porei as forças do Império ao teu dispor, com a condição de que me darás em casamento a mão da tua encantadora filha Filomena.

Meus pais concordaram plenamente com a proposta e, ao regressarmos à nossa pousada tentaram convencer-me de que eu, na verdade, me deveria considera felicíssima como Imperatriz de Roma. Recusei a proposta sem um momento de hesitação e declarei-lhes que já me havia tornado Esposa de Jesus Cristo, por um voto de castidade, quando eu tinha doze anos. Meu pai, então, por todos os meios diligenciou provar-me que uma criança da minha idade não podia dispor de si própria como lhe aprouvesse; e invocou toda a sua autoridade para me obrigar a obedecer. Mas o meu Divino Esposo deu-me a necessária coragem para permanecer firme na minha resolução.

Quando o Imperador foi informado da minha resposta, considerou-a mero pretexto para lhe sermos desleais. E disse a meu pai:
- Tragam-me aqui a Princesa Filomena, e eu verei se posso convence-la ou não.
Meu pai foi-me buscar, mas vendo que a minha resolução era inabalável, ele e minha mãe, ambos se lançaram aos meus pés suplicando-me que mudasse de propósito.
- Filha! – exclamavam eles – tem dó de teus pais, tem piedade do nosso reino! Eu respondi que os meus pais e o meu reino eram o céu. Deus e a mi nhá Virgindade estavam, para mim, acima de tudo mais.

No entanto, não pudemos deixar de obedecer ao Imperador, apresentando-nos no palácio. Ele, primeiro, usou de toda a espécie de promessas e lisonjas para me induzir a aceitar o casamento; mas tudo foi em vão. Depois, recorreu a ameaças. Mas sem melhor resultado. Por fim, num acesso de desespero, impelido pelo demônio da luxúria, ordenou que eu fosse atirada para um cárcere, nos subterrâneos do palácio imperial. Aí, amarraram-me os pés e as mãos e carregaram-me de cadeias, na esperança de assim me constrangerem a casar com aquele homem em cuja alma só imperava o espírito das trevas.

Todos os dias ele vinha renovar os seus galanteios. Aliviavam-me de ferros, de modo que eu podia tomar um pouco de pão e água; mas o Imperador, ao ver que os seus esforços eram inúteis, mandava que se me repetissem as torturas. Durante todo este tempo o meu Divino Esposo me amparou. Constantemente eu me recomendava a Jesus e a sua Mãe Bendita.

Passavam-se estas cenas havia trinta e sete dias, quando a Rainha do Céu me apareceu, aureolada por uma luz deslumbrante e sustendo nos braços o seu Divino Filho.
–“Minha filha – disse-me Ela – continuarás ainda mais três dias neste cárcere, e depois, ao quadragésimo dia do teu cativeiro, abandonarás este lugar de tormento”.

Mas a Bendita Mãe de Deus continuou:
 - “Quando o abandonares sofrerás ainda cruéis torturas por amor a Meu Filho”.

Esta nova revelação deixou-me apavorada, e cheguei a experimentar a sensação de que já me assaltavam as terríveis agonia da morte.

- “Coragem, querida filha! – acrescentou a Rainha do Céu - querida acima de todas porque tens o meu nome e o nome de Meu Filho. Tu chamas-te Lumena ou Luz. Meu Filho, teu Esposo, chama-se Luz, Estrela, Sol. E eu também, não me chamo igualmente, Aurora, Estrela, Lua, Sol? Eu serei o teu amparo. Agora é o período transitório da fraqueza e da humilhação humana; porém, quando chegar a hora do julgamento, então receberás a graça da divina força. Além do teu Anjo da Guarda, terás a teu lado o Arcanjo Gabriel, cujo nome significa A força do Senhor. Quando eu estava na terra, era ele o meu protetor: eu agora o mandarei aquela que é a minha mais querida filha”.

Estas palavras tranqüilizadoras reanimaram a minha coragem, e a visão desapareceu, deixando na masmorra perfume celeste.

O Imperador, perdendo a esperança de me fazer ceder aos seus desejos, recorreu ás maiores torturas, com o fim de me aterrorizar e assim conseguir que eu quebrasse o meu voto feito a Deus. Ordenou que eu fosse amarrada a uma coluna e cruelmente açoitada, acompanhando-se ainda o bárbaro suplício de horríveis blasfêmias.
Dizia o tirano:
-“Visto que é tão persistente em preferir um malfeitor, condenado à morte pelos seus próprios compatriotas, a um imperador como eu, sofra ela o castigo merecido”

Vendo que, apesar de eu estar toda numa chaga, a minha resolução continuava inalterável, mandou que tornassem a levar-me para a prisão, onde deveria agonizar e morrer.

Estava eu lançando o meu pensamento para além da morte, esperando descansar no seio do meu Esposo, quando me apareceram dois anjos resplandecentes e derramaram um bálsamo celestial sobre as minhas feridas. Estava curada.
Na manhã seguinte, o Imperador ficou assombrado ao saber da notícia. Vendo-me ainda mais forte e mais bela que nunca esforçou-se por me convencer de que eu recebera aquele benefício de Júpiter, que para mim destinava a coroa imperial.

O Espírito Santo inspirou-me e refutei aquele sofisma, ao mesmo tempo em que resisti às blandícias do Imperador.

Louco de raiva deu ordem para que me prendessem ao pescoço uma âncora de ferro e me lançassem ao Tibre. Mas Jesus, para mostrar o seu poder e confundir os falsos deuses, mais uma vez mandou em meu auxílio os seus dois anjos que cortaram a corda; e a ancora caiu no fundo do rio, onde ficou encravada no lodo. Trouxeram-me então para a margem, sem que uma gota de água tivesse tocado nas minhas roupas.

Este milagre converteu um grande número dos que o presenciaram. Diocleciano, mais obstinadamente cego que Faraó, declarou então que eu devia ser feiticeira e ordenou que me trespassassem de setas. Mortalmente ferida, quase morta, uma vez mais fui atirada para a prisão. Em vez da morte, que muito naturalmente devia ter vindo, o Altíssimo fez-me dormir um sono reparador, depois do qual acordei, ainda mais bela do que era.

Ao ter notícia deste novo milagre, o Imperador ficou de tal maneira enfurecido, que ordenou a repetição da tortura até que a morte sobreviesse enfim; mas as setas recusaram-se a partir dos arcos. Diocleciano insistia em que semelhante fato era determinado por um poder mágico e, na esperança de que esse encantamento se aniquilasse diante do fogo, deu ordem para que as setas fossem aquecidas numa fornalha até ficarem rubras. Mas este expediente foi de nulo efeito. O meu Divino Esposo livrou-me desse tormento voltando as setas contra os besteiros, seis dos quais foram mortos.

Este último milagre deu lugar a outras conversões e o povo começou a manifestar grande descontentamento e a mostrar reverência pela nossa bendita fé.

Receando mais sérias conseqüências, o tirano ordenou então que eu fosse decapitada.

A minha alma gloriosa e triunfante, ascendeu ao Céu, onde recebi a coroa da virgindade, que mereci por tão grande número de vitórias. Foi às três horas da tarde, de 10 de agosto numa sexta-feira.
Eis aqui as razões por que Nosso Senhor quis que o meu corpo fosse reconduzido para Mugnano em 10 de agosto e por que Ele operou tantos milagres nessa ocasião.”

(Santa Filomena a Grande Milagrosa - por E.D.M)

PS: - grifos meus
      - Em breve publicaremos a novena de Santa Filomena e também transcreveremos alguns dos milagres e prodígios que Deus realizou através dessa grande santa)

domingo, 4 de outubro de 2009

Sacramento da Santíssima Eucaristia



§1o - Da natureza da Santíssima Eucaristia e da presença real de Jesus Cristo neste Sacramento

594) Que é o Sacramento da Eucaristia?
A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento, espiritual.

595) Está na Eucaristia o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na terra, da Santíssima Virgem?
Sim, na Eucaristia está verdadeiramente o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na terra, da Santíssima Virgem Maria.

596) Por que acreditais que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente Jesus Cristo?
Eu acredito que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo, porque Ele mesmo o disse, e assim no-lo ensina a Santa Igreja.

597) Qual é a matéria do Sacramento da Eucaristia?
A matéria do Sacramento da Eucaristia é a que foi empregada por Jesus Cristo, a saber: o pão de trigo e o vinho de uva.

598) Qual é a forma do Sacramento da Eucaristia?
A forma do Sacramento da Eucaristia são as palavras usadas por Jesus Cristo: Isto é o meu Corpo: este é o meu Sangue.

***
3.o - Das disposições necessárias para bem comungar

625) Produz o Sacramento da Eucaristia sempre em nós os seus maravilhosos efeitos?
O Sacramento da Eucaristia produz em nós os seus maravilhosos efeitos, quando o recebemos com as devidas disposições.

626) Quantas coisas são necessárias para fazer uma comunhão bem feita?
Para fazer uma comunhão bem feita, são necessárias três coisas:

1º estar em estado de graça;
2º estar em jejum desde uma hora antes da comunhão;
3º saber o que se vai receber e aproximar-se da sagrada Comunhão com devoção.

627) Que quer dizer: estar em estado de graça?
Estar em estado de graça quer dizer: ter a consciência limpa de todo o pecado mortal.

628) Que deve fazer antes de comungar quem sabe que está em pecado mortal?
Quem sabe que está em pecado mortal, deve fazer uma boa confissão antes de comungar; porque para quem está em pecado mortal, não basta o ato de contrição perfeita, sem a confissão, para fazer uma comunhão bem feita,

629) Por que não basta o ato de contrição perfeita, a quem sabe que está em pecado mortal, para poder comungar?
Porque a Igreja ordenou, em sinal de respeito a este Sacramento, que quem é culpado de pecado mortal, não ouse receber a Comunhão, sem primeiro se confessar.

630) Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo?
Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo, mas não a sua graça; pelo contrário, cometeria sacrilégio e incorreria na sentença de condenação.

631) Em que consiste o jejum eucarístico?
O jejum eucarístico consiste em abster-se de qualquer espécie de comida ou bebida, exceto a água natural, que, na atual disciplina eucarística, não quebra o jejum.
***

§ 4.o - Da maneira de comungar

640) Como devemos apresentar-nos no ato de receber a sagrada Comunhão?
No ato de receber a sagrada Comunhão devemos estar de joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a cabeça coberta.

641) Como se deve segurar a toalha ou a patena da Comunhão?
A toalha ou a patena da Comunhão deve-se segurar de maneira que recolha a sagrada Hóstia, caso ela viesse a cair.

642) Quando se deve engolir a sagrada Hóstia?
Devemos procurar engolir a sagrada Hóstia o mais depressa possível, e convém abster-nos de cuspir algum tempo.

643) Se a sagrada Hóstia se pegar ao céu da boca, que se deve fazer?
Se a sagrada Hóstia se pegar ao céu da boca, é preciso despegá-la com a língua, nunca porém com os dedos.

(Catecismo Maior de São Pio X)

PS: grifos meus

sábado, 3 de outubro de 2009

A ociosidade é mãe maldita de muitos males


Grande elogio fez o Sábio à mulher, ao diz que não comeu seu pão na ociosidade. Foi um dos traços com que descreveu a mulher forte, verdadeiro modelo e invejável prêmio para o homem justo.

A lei do trabalho, leitora, é universal neste mundo. Comer o pão do suor do rosto vale tanto para o homem como para a mulher. Ainda mais quando se associam formando um lar, abrindo nele a primeira escola para os filhos. Para que trabalhassem - lemos que Deus colocou os primeiros homens no paraíso. No paraíso do lar eles receberam autêntica missão. O homem labutando lá fora, e dentro de casa a esposa "procurando o linho e a lã, trabalhando-os com suas mãos hábeis e diligentes". - Péssimo exemplo dá aos filhos a mãe que vive seus dias na ociosidade, sem fazer nada, toda entregue às leituras, às visitas, aos passeios e às futilidades. Debalde se cansa o marido, se em casa vive uma companheira ociosa.

... Móveis, roupas, imóveis - tudo se estraga mais depressa, quando os olhos da dona diligente não se interessam por sua conservação. A ociosidade é mãe maldita de muitos males. Que fará a dona de casa se não trabalha? Lê? Sim; mas em breve as leituras, para não serem monótonas, hão de ser picantes e ... nocivas. Fica imaginando na vida? E torna-se então uma sonâmbula dentro da vida, verdadeiro flagelo dos filhos e maridos. Ou, como sói acontecer, dá para colecionar doenças, conforme a moda e as receitas das amigas igualmente desocupadas.

Não amando o trabalho, desama o lar toda mãe e esposa. Por isso vive fora de casa, espalhando-se pelas casas de outras, em palestras e indiscrições, dando mau exemplo.
Poderá, por ventura, haver paz numa casa onde a patroa nada trabalha? As desordens se revezarão com as queixas, os descontentamentos alternarão com as recriminações e brigas. Eu já vi marido falir no comércio, sempre e sempre, porque a mulher em casa, ao lado da ociosidade, cultivava - flor de planta maldita - custosa vaidade.

Vamos lá, prezada leitora, é preciso que responda à tua consciência se, em casa, és uma rainha de colméia ou uma abelha diligente, de sol a sol!

Para a educadora.

A educação não consiste só na instrução. Pois esta não forma caracteres, nem hábitos nobres e firmes, nem atinge o alvo pelo desenvolvimento perfeito de todas as vidas que há na criança: vida material, vida intelectual, vida moral, vida sobrenatural. A educação não consiste nas boas maneiras e nos modos polidos. Tudo isso nada vale quando não exprime as belas realidades.
Pais que não educam acertadamente seus filhos, não cumprem a lei de Deus, comprometem a eternidade das almas de seus filhos.

(As três chamas do lar - Pe. Geraldo Pires de Souza)

PS: grifos meus

A oração e o demônio


"Posto o homem em oração, o Demônio não cessa de lhe revolver e trabucar na memória quantas notícias impertinentes e inúteis pode. Pica a alma com cuidados, a consciência com escrúpulos, o corpo com dores e outras inquietações molestas da paixão da carne. Diverte o espírito do estudo prático das verdades, para o especulativo de conceitos, e lhe aconselha que deposite na memória para proveito de outros a luz que Deus lhe dava para o seu próprio.

Quando por si não pode interromper a oração, vai voando sugerir a algum doméstico ou estranho que lhe venha perguntar ou pedir ou trazer isto ou aquilo; e de uma palavra encadeia tantas, que, se lhe somem e consome o tempo da oração, sem o entender senão depois de perdido. Outras vezes lhe quebra e torna lânguidas as forças do corpo, causa formigueiros no cérebro, mete fraqueza de estômago, faz sobressaltos de coração e descomposição de pulsos, como um relógio cujo pêndulo não anda compassado; outras se pendura por detrás nos vestidos, puxando por eles sutilmente, de sorte que lhe subam à garganta e o afoguem; ou se lhe assenta sobre os ombros, causando mais ou menos peso, conforme Deus lho permite."
(Luz e Calor - Pe. Manuel Bernardes, 12)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

S. Tereza do Menino Jesus



Dia 03 de outubro - Dia de Santa Teresa do Menino Jesus

"A verdadeira coragem não está nesse ardor de um momento que faz desejar voar à conquista das almas, à custa de todos os perigos imaginários, que só aumentam o encanto desse belo sonho; a verdadeira coragem é querê-lo na angústia do coração e ao mesmo tempo afastá-lo por assim dizer, como Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras." ( Santa Tereza do Menino Jesus)

Os últimos anos, que a Serva de Deus passou sobre a terra, foram o eco de sua vida; nunca desmentiu seu terno abandono a Deus, sua humildade. Seu semblante refletia uma indefinível paz. Sentia-se que sua alma chegara ao termo onde a conduziram os desejos de toda sua vida. Seu único fim estava agora atingido!
Os sofrimentos físicos que suportou nos últimos meses eram atrozes, pois a doença do peito acresceu-se a tuberculose nos intestinos que provocou a gangrena; ao mesmo tempo formaram-se chagas devido à sua extrema magreza, males esses que éramos incapazes de aliviar.

Vejo-a ainda submetendo-se a mais de quinhentas pontas de fogo nas costas (eu mesma as contei). Enquanto o médico as aplicava, falando sobre coisas banais, com Nossa Madre, a angélica paciente ficava de pé, apoiada numa mesa. Disse-me depois que oferecia seus sofrimentos pelas almas e pensava nos mártires. Após a sessão subia à sua cela, sem esperar que lhe dirigissem uma palavra de compaixão; sentava-se, tremendo, à beira do pobre enxergão e lá, sozinha, suportava o efeito desse tratamento penoso.


No meio das dores mais agudas conservava uma grande serenidade e alegria. Admirava-me interiormente, pensando que talvez não sofresse tanto quanto se pensava, e desejei, por isso, surpreendê-la num momento de crise. Pouco tempo depois, via-a sorrir com um ar angélico. Perguntando-lhe a causa, disse-me:

"É porque sinto uma dor muito aguda no lado; tomei o hábito de fazer sempre uma boa acolhida ao sofrimento".

No dia de sua morte, à tarde, Madre Inês de Jesus e eu estávamos a sós com ela. Trêmula e extenuada chamou-nos em seu socorro! Sofria muito em todos os seus membros. Colocando um dos seus braços sobre o ombro de Maria Inês de Jesus e o outro sobre o meu, ficou assim com os braços em cruz. Nesse momento, soaram três horas; pensamos logo em Jesus crucificado; nossa pobre pequena mártir não era sua viva imagem?

A agonia começou logo depois; foi longa e terrível. Ouvimo-la repetir:

-  "Oh! é bem o sofrimento puro porque não há consolação; não, nenhuma!"
- "O meu Deus!!! Eu amo, entretando, meu bom Senhor ... ó minha Santíssima Virgem, vinde em meu socorro!"
- "Se isto é a agonia, que será a morte?
- "Ó minha Mãe, asseguro-vos que o cálice está cheio até as bordas. Sim, meu Deus, tudo o que quiserdes, mas tende piedade de mim. Não, eu não acreditaria que se pudesse sofrer tanto...nunca, nunca! Não o posso explicar senão pelos desejos ardentes que tive de salvar almas."
- "Amanhã, será pior ainda! Enfim, tanto melhor!"


Essas palavras entrecortantes e dilacerantes, eram sempre impregnadas da maior resignação. Irmã Tereza do Menino Jesus, acolheu as Irmãs com um gracioso sorriso, depois apertando o crucifixo em suas mãos, pareceu entregar-se inteiramente ao sofrimento, mas não falou mais.

Sua respiração tornou-se ofegante, um suor frio banhava-lhe o rosto, as vestes e as cobertas que ficaram molhadas. Ela tremia!

A comunidade ficou surpresa, mas de repente nossa querida Irmãzinha procurou os olhos de Nossa Madre que estava de joelhos a seu lado, enquanto seu olhar velado retomou a expressão de sofrimento que tinha antes. Alguns instantes mais tarde, Nossa Madre despediu a comunidade, crendo que a agonia poderia prolongar-se. A angélica paciente voltando-se então para ela, perguntou:
- "Minha Mãe, é a agonia, não é? não vou morrer?"
E a resposta de que a agonia poderia prolongar-se ainda, disse com voz doce e queixosa:
- "Pois bem, vamos ... vamos ... Oh! não desejaria sofrer menos!
- "Oh! ... eu o amo! ... Meu Deus, eu ... vos ... amo!!!"



Foram suas últimas palavras. Assim que acabou de pronunciá-las, com grande surpresa nossa, abateu-se imediatamente, a cabeça pendida para a direita. Mas de repente, ergueu-se como que chamada por uma voz misteriosa, abriu os olhos, fizou-os irradiantes um pouco acima da imagem milagrosa da Virgem. Esse olhar durou alguns minutos, o tempo de recitar um Credo.
Era quinta-feira, 30 de setembro de 1897, ás 7h 20 m da tarde... Chovia! Então, apoiando-me a um dos pilares da arcado do claustro disse soluçando: "Se ao menos houvesse estrelas no céu!" Logo que acabei de pronunciar estas palavras o céu tornou-se sereno, estrelas brilhavam no firmamento e não havia nuvens!

Depois que minha Tereza bem-amada exalou o último suspiro e quando todas as irmãs se retiraram, achando-me sozinha junto dela, vi uma lágrima que brilhava ainda em suas pálpebras e quis recolhê-la. Como não tinha um pano fino, pequei apressadamente um lenço branco, grosseiro, que estava perto e com um cantinho enxuguei a pérola preciosa, que brotara após o supremo combate. Depois, rasgando o lenço em todo o cumprimento refiz a bainha afim de que ninguém o percebesse.

Guardei a tira que conservava bem visível o sinal do lugar molhado pela última lágrima de minha Irmã querida, até o dia em que, sendo cortada na forma da lágrima, foi colocada, cercada de diamantes, num relicário que representa um anjo debronze maciço revestido de uma armadura.
"Quero passar meu Céu fazendo o bem sobre a Terra"
(Inscrição feita em uma cruz de madeira que se encontra sobre o túmulo da Santa)

(Conselhos e lembranças - Escritos de Celina irmã de Santa Tereza de Lisieux)

Ataques de "teólogas" feministas a Santa doutrina da Igreja Católica

1º Ataque: Mulher e a submissão (aos olhos das feministas)

Geralmente, em virtude do papel que assume a religião na vida das mulheres, a menina, mais dominada pela mãe do que o irmão, sofre mais, igualmente, as influências religiosas. Ora, nas religiões ocidentais, Deus Pai é um homem, um ancião dotado de um atributo especificamente viril: uma opulenta barba brancal.

Para os cristãos, Cristo é mais concretamente ainda um homem de carne e osso e de longa barba loura. Os anjos, segundo os teólogos, não têm sexo, mas têm nomes masculinos e manifestam-se sob a forma de belos  jovens. Os emissários de Deus na terra: o papa, os bispos de quem se beija o anel, o padre que diz a missa, o que prega, aquele perante o qual se ajoelham no segredo do confessionário, são homens. Para uma menina piedosa, as relações com o pai eterno são análogas às que ela mantém com o pai terrestre; como se desenvolvem no plano do imaginário, ela conhece até uma demissão mais total.

A religião católica, entre outras, exerce sobre ela a mais perturbadora das influências. Está fora de dúvida que as mulheres são infinitamente mais passivas, entregues ao homem, servis e humilhadas nos países católicos: Itália, Espanha, França, do que nos países protestantes: países escandinavos e anglo-saxões. E isso vem em grande parte de sua própria atitude: o culto da Virgem, a confissão etc, convida-as ao masoquismo

A Virgem acolhe de joelhos as palavras do anjo: "Sou a serva do Senhor", responde. Maria Madalena prostra-se aos pés de Cristo e os enxuga com seus longos cabelos de mulher. As santas declaram de joelhos seu amor ao Cristo radioso. De joelhos no odor do incenso, a criança abandona-se ao olhar de Deus e dos anjos: um olhar de homem.
(A experiência vivida - Simone de Beauvoir - Feminista)

2º Ataque: Mulher e a emancipação no casamento/vestimentas e universidades (observar o desenho ao lado)

O nome de Lucy Stone evoca hoje uma fúria devoradora de homens, mulher usando calças e brandindo um guarda-chuva. Ao nascer, sua mãe exclamara: «Oh, meu Deus! Que pena, é uma menina! A vida de uma mulher é tão difícil!»

Revoltou-se por ter nascido mulher, já que isso, segundo a Bíblia e sua mãe, significava algo tão humilhante. Revoltou-se quando ergueu seguidamente a mão em reuniões paroquiais e seu voto nunca era contado. Num círculo de costura, onde fazia uma camisa para um rapaz que pretendia ingressar no seminário, ouviu Mary Lyon falar em educação para a mulher.

Deixou a camisa por terminar e aos dezesseis anos começou a ensinar na escola, a um dólar por semana, economizando durante nove anos a fim de conseguir o bastante para ingressar na universidade. Queria aprender «a lutar não só pelos escravos, como por toda a humanidade sofredora, e especialmente pela exaltação de seu próprio sexo». Mas em Oberlin, onde foi uma das primeiras mulheres a se diplomar no «curso regular»

Em certa cidade circulou o boato de que uma mulher alta, masculinizada, usando botas, fumando charuto e praguejando como um soldado, chegara para fazer conferências. As senhoras que acorreram para ouvir essa aberração manifestaram sua surpresa ao ver Lucy Stone, pequenina e delicada, vestida de preto, com uma gola de renda branca, «o protótipo da graça feminina, fresca como o ar da manhã».

Esta considerava que «o casamento é para a mulher um estado de escravidão»
Lucy Stone e Henry Blackwell escreveram em conjunto, antes de trocarem as promessas conjugais:

"Depois de reconhecer nossa mútua afeição assumindo publicamente a relação de marido e mulher... consideramos um dever declarar que este ato não implica, de nossa parte, em nenhuma sanção ou promessa de obediência voluntária às atuais leis do casamento, que não reconhecem a esposa como um ser independente e racional e conferem ao marido uma superioridade injuriosa e contra a natureza".
(Mística feminina - Beth Friedan- Feminista)

3º Ataque: Aqui o ataque contra a maternidade é irônico, utilizando alguns escritores católicos.

Todas as mães têm a mesma "missão",(Ida Sée, op. cit., p. 4) todas devem "consagrar-se totalmente a esse sacerdócio" (Id. Ibid., p. 18), "sacrificar sua vontade ou seu prazer para o bem da família" (Id. Ibid., p. 96); todas, enfim, só podem encontrar sua salvação "devotando-se ao seu dever materno".(Id. Ibid., p.96) Esse devotamento sem limites é "a dor expiadora" (Dupanloup, De Vèducalion, II, p. 150) por excelência, aquela que permite a Eva transfigurar-se em Maria.

Jamais o parto na dor foi considerado um dogma tão absoluto. Como agora o "parto" abrange todo o período de formação da criança, do feto à idade adulta, a dor materna prolongou-se na mesma medida. A maldição divina sobre Eva nunca teve um alcance tão grande como entre os cristãos do século XIX.
(O mito do amor materno - Elisabeth Badinter -Feminista)

PS: grifos meus

Ver também: La autoridade de la familia - Pio XII
                    Autoridade marital
                    Declarações sobre a modéstia  no vestir
                    Imodéstia no vestir - noiva do diabo
                    Joelhos dobrados de uma mãe
                    Sois cristã?
                    Missão da mãe 

O Sinal da Cruz



1. És cristão?
Sim; sou cristão pela graça de Deus.

2. Qual é o verdadeiro cristão?
Verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina e a lei de Jesus Cristo.

3. Como é que o homem se faz cristão?
O homem se faz cristão pelo Batismo.

4. Qual é o sinal do cristão?
O sinal do cristão é a cruz.

5. De quantos modos se faz o sinal da cruz?
O sinal da cruz se faz de dois modos: persignando-se e benzendo-se.

6. Que é persignar-se?
Persignar-se é fazer três cruzes com o dedo polegar da mão direita aberta: a primeira na testa; a segunda na boca; a terceira no peito, dizendo: Pelo sinal + da santa cruz, livrai-nos Deus, + Nosso Senhor, dos nossos + inimigos.

7. Para que se fazem estas três cruzes?
Faz-se a primeira cruz na testa, para que Deus nos livre dos maus pensamentos; a segunda, na boca, para que Deus nos livre das más palavras, e a terceira no peito, para que Deus nos livre das más obras, que nascem do coração.

8. Que é benzer-se?
Benzer-se é fazer uma cruz, com a mão direita aberta, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: Em nome do Pai, e do Filho, + e do Espírito Santo. Amém.

9. Por que o sinal da cruz é o sinal do cristão?
O sinal da cruz é o sinal do cristão: 1º porque serve para distinguir os cristãos dos infiéis, e 2º porque indica os principais mistérios da nossa fé.

10. Quais são os principais mistérios da nossa fé?
O principais mistérios da nossa fé são: 1º Unidade e Trindade de Deus; 2º Encarnação, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

11. É coisa útil fazer freqüentemente o sinal da Cruz?
Sim; fazer freqüentemente o sinal da cruz é coisa utilíssima, porque este sinal tem a virtude de avivar a fé, repelir as tentações e alcançar-nos de Deus muitas graças.

12. Quando devemos fazer o sinal da cruz?
Devemos fazer o sinal da cruz pela manhã, ao despertar; à noite ao deitar; antes e depois das refeições; no princípio e no fim de qualquer trabalho; antes de começar a oração; nas tentações e nos perigos.

13. Que é o catecismo da doutrina cristã?
O catecismo da doutrina cristã é o compêndio de tudo quanto Jesus Cristo nos ensinou para alcançarmos a salvação.

14. Em quantas partes se divide a doutrina cristã?
A doutrina cristã divide-se em quatro partes principais, a saber: o Credo, a oração, os mandamentos e os sacramentos.

15. É necessário aprender a doutrina cristã?
Sim; é necessário aprender a doutrina cristã, e cometem falta grave aqueles que, por negligência ou má vontade, não a quiserem aprender.

(2º Catecismo da doutrina cristã - para download aqui )

A obediência dentro da igreja e com os padres


A obediência e ao respeito aos superiores deve andar unido o respeito ás igrejas e a todas as coisas da religião. Somos cristãos; por isso devemos venerar tudo o que se relaciona com este estado de cristãos e especialmente a igreja, que é chamada templo de Deus, lugar de santidade, casa de oração. Tudo o que pedirmos a Deus na igreja, alcançaremos: Omnis enim qui petit áccipit.

Ah! meus caros filhos, quanto sois agradáveis a Jesus Cristo e que belo exemplo dais aos outros, estando na igreja com devoção e  recolhimento! Quando São Luis ia à igreja, corria a gente para vê-lo e todos ficavam edificados pela sua modéstia e pelo seu porte. Quando entrardes em uma igreja, evitai correr e fazer ruído; mas, tomando água benta e depois de fazer a devida reverência ao altar, ide ao lugar que vos está marcado e ajoelhando adorai a Santíssima Trindade, rezando três glórias ao Pai.

Se ainda não for hora de começarem as funções religiosas, podeis rezar as setes alegrias de Nossa Senhora ou fazer algum outro exercício de piedade. Evitai com o maior cuidado rir na igreja ou falar sem  necessidade. É suficiente uma palavra ou um sorriso para dar mau exemplo e incomodar os que assistem ás sagradas funções. Santo Estanislau Kostka estava na igreja com tanta devoção, que muitas vezes não ouvia quem o chamava, nem percebia os empuxes com os quais os seus criados o advertiam que já era tempo de voltar para casa.

Recomendo-vos sumo respeito aos sacerdotes e aos religiosos. Por isso recebei com veneração os avisos que vos derem; tirai o chapéu em sinal de respeito, quando falais com eles ou quando os encontrardes na rua. Deus vos livre de que chegueis a desprezá-los com atos ou com palavras. Tendo alguns menino escarnecido do profeta Eliseu dando-lhe apelidos, o Senhor os castigou fazendo sair de uma floresta dois ursos, que, atirando-se a eles, mataram quarenta e dois. Quem não respeita os ministros sagrados deve recear um grande castigo de Nosso Senhor. Sempre que se falar deles, imitai o jovem Luis Comolo, o qual costumava dizer: Dos ministros sagrados ou falar bem ou calar absolutamente.

Por último, quero adverti-los que não deveis envergonhar-vos de ser cristãos também fora da igreja! Por isso, quando passardes de ante das igrejas ou de alguma imagem de Maria ou dos outros Santos, não deixeis de tirar o chapéu em sinal de veneração. Desta arte mostrar-vos-eis verdadeiros cristãos e Deus vos encherá de bênçãos por causa do bom exemplo que dais ao próximo.

(Jovem instruído - ARTIGO V- Dom Bosco)

PS: Grifos meus

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Perigo de imoralidade


Até sua entrada para o colégio, a criança só recebe a influência da família. Seus pensamentos, suas preocupações morais e religiosas, identificam-se com as de seu meio. Ela não pode conceber um mundo diferente daquele em que está acostumada a viver.

E eis que, repentinamente, ela descobre em mundo desconhecido: o dos colegas que praticam ações censuradas por seus pais e dos que não têm religião ou pertencem a um outro credo. Quais vão ser suas reações morais e religiosas?

Primeiramente a surpresa e até o escândalo, a menos que ela tenha sido prevenida por pais esclarecidos, dos encontros a que vai expôr-se. Se ficar abandonada a si mesma, será para recear que o choque dos primeiros contatos não pendure e que, prontamente, ela venha a acostumar-se com o meio. Sem mesmo se dar conta, ela sofrerá o prestígio dos companheiros que se ufanam de sua perversidade, aceitará as diferenças religiosas como um fato normal, correndo o risco de escorregar, pouco a pouco, para o ceticismo e de perder suas próprias convicções.

A influência mais ou menos desmoralizadora do colégio exige uma interferência rigorosa dos educadores; em primeiro lugar dos pais e paralelamente dos mestres e sacerdotes.

É preciso que a influência dos pais se torne bastante forte para contrabalançar a dos maus colegas. Eis porque eles não devem hesitar em pôr o filho a par das fraquezas e vícios que ele encontrará, cedo ou mais tarde, em alguns de seus companheiros. Estando prevenido ele afastar-se-á, naturalmente dos amigos que o poderiam contaminar.

... Se, ao mesmo tempo, os pais incutirem-lhe o orgulho de sua própria moralidade e a coragem de defendê-la em face dos colegas que a poderiam atacar, ele saberá resistir aos perigos que acompanham, tão freqüentemente a vida escolar.
(Pequeno tratado de pedagogia - Cônego Jean Viollet)

PS: grifos meus

A devoção do "Sábado do Sacerdote"

A devoção do "Sábado do Sacerdote" hoje tão largamente conhecida e praticada em todo o mundo católico, nasceu, em 1934, do zelo apostólico dum piedoso sacerdote da Congregação do Divino Salvador.
Não é uma associação religiosa propriamente dita. Todos os fiéis podem praticá-la. Consiste em consagrar todo o dia do sábado que segue imediatamente à primeira sexta-feira do mês, à santificação do clero e dos candidatos ao sacerdócio.
Nessa pia intenção, oferecem ao Divino Salvador, pela mediação da Mãe de Deus, a Santa Missa, a sagrada comunhão e todos os atos meritórios desse dia (podendo servir para este fim o "Oferecimento" abaixo).


Os Santos Padres os Papas Pio XI e Pio XII*, abençoaram e recomendaram à piedade de todos os fiéis a feliz idéia do zeloso sacerdote salvatoriano, sendo secundados por numerosos Cardeais, Arcebispos e Bispos de todo o orbe católico.

Em nossa querida pátria onde é imensa e palpável a falta de padres, o "Sábado do Sacerdote" encontrou o mais franco apoio por parte das nossas Autoridades Eclesiásticas. Eminentes membros do nosso Episcopado abençoaram este piedoso exercício e, em cartas pastorais recomendaram-no à devoção de seus diocesanos.


Oração de Santa Terezinha do Menino Jesus pelos sacerdotes

Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai todos os vossos sacerdotes sob a proteção do vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder. Conservai ilibadas as suas mãos ungidas, que tocam todos os dias em vosso Corpo santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo vosso Sangue preciosíssimo. Conservai puros e desapegados dos bens da terra, os seus corações que foram selados com o caráter sublime do vosso glorioso Sacerdócio. Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco e preservai-os do contágio do mundo. Dai-lhes também, juntamente com o poder que têm de transubstanciar o pão e vinho em vosso Corpo e Sangue, o poder de transformar o coração dos homens. Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Assim seja.

"Jesus, Salvador do mundo, santificai os vossos sacerdotes e levitas."
(300 dias de indulgência cada vez)
"Mandai, Senhor, à Vossa Igreja, sacerdotes santos e religiosos fervorosos."
 (300 dia de indulgência)

Indulgência do Sábado do Sacerdote

Indulgência plenária para cada "Sábado do Sacerdote", Quinta-Feira Santa, festa de Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos (primeiro sábado depois da Ascenção) e todas as festas dos Apóstolos, se na supracitada intenção se confessarem e comungarem, rezando na intenção do Santo Padre.
Indulgência parcial: de 7 anos para todos os dias do ano em que com o coração contrito praticarem esse piedoso exercício.
(dados acrescentados no dia 01/10 as 21:29 h)

Oferecimento

Divino Salvador, Jesus Cristo, que confiastes aos sacerdotes, como a vossos representantes, a obra da Redenção, a salvação e a felicidade dos homens, eu vos ofereço pelas mãos de nossa Mãe Santíssima, para a santificação dos sacerdotes e dos candidatos ao sacerdócio, inteiramente todas as orações, trabalhos, alegrias, sacrifícios e sofrimentos deste sábado.

Concedei-nos, Senhor, sacerdotes verdadeiramente santos, que abrasados pelo fogo do vosso amor divino, só procurem a vossa maior glória e a salvação de nossas almas. -E vós, ó Maria, boa Mãe dos sacerdotes, protegei a todos eles nos perigos e dificuldades de sua santa vocação. Guiai também, com vossa mão maternal, os pobres sacerdotes transviados, que se tornaram infiéis à sua sublime vocação, para que voltem, quanto antes, para junto do Bom Pastor. Amém.

Maria Santíssima, Rainha do Clero, Mãe de Jesus, Sumo Sacerdote, - intercedei pelos sacerdotes-  e pelos que se preparam para o sacerdócio, e despertai verdadeiras vocações sacerdotais entre a mocidade.

IMPRIMI POTEST: Rio de Janeiro, 15-VIII-1942
P. Vicente Hirschle - Sup. Prov. S.D.S.
IMPRIMATUR: S. Paulo, 17-VIII-1942
Mons. Antônio de Castro Mayer - Vig. Geral

*(Informações retiradas de um santinho que veio em um dos livros que eu comprei em um sebo, fiz uma pequena alteração pois na época que o santinho foi impresso o Papa reinante era Pio XII)


***


PADRE ANTÔNIO


Numa cidadezinha perdida e esquecida, lá nos confins deste tão imenso Brasil, existe uma igreja quase sem existir. Em torno, mil ou duas mil almas mais ou menos desalmadas; dentro, um velho vigário a fazer contas intermináveis, e um padre coadjutor, na sacristia, a olhar o morro, a linha férrea lá longe, o rio, talvez o céu.
Já traz cinzas na cabeça e uma curvatura nas costas, mas naquele momento o que mais lhe pesa é a solidão que cerca a velhice que se aproxima. Está ali. Não é nada. Não sente forças para fazer nada pela vila indiferente que quer viver sua vida rotineiramente encaminhada para a morte. Sente-se inútil a mais não poder. Quer que ele celebre a única missa da féria, e com uma só porta apenas entreaberta. Precaução aliás inútil porque ninguém mais aparece nas missas dos dias da semana. O povo não gostou quando o vigário tirou os santos que há mais de cem anos povoavam a velha igrejinha. Diminuiu a assistência à missa, diminuíram as confissões. A conversa com o vigário, na hora do jantar, reduz-se a monossílabos.

Padre Antônio torna a pensar nas coisas que se perderam: a água benta, a oração do terço à noite, os santinhos que dava aos moleques na rua com magnanimidade, e tudo o mais que fazia companhia, que cercava a alma da gente nas igrejinhas da roça. Por que esta devastação? O vigário não gosta de abordar o assunto. Sofre a seu modo, com a tenacidade obtusa dos animais feridos. Cerra os dentes. Não pensa. Não fala. Faz o que o bispo mandou fazer e encerra-se num mutismo quase vegetal. Às vezes parece ter gosto de transmitir seu sofrimento fazendo um outro sofrer. É seu modo de conversar, e quem paga é padre Antônio.

Um dia padre Antônio não encontrou sua velha batina e teve de pedir uma explicação a d. Ana e ao vigário. Explicaram-lhe que estava imprestável. Ganharia nova batina? Não. Clergy-man também é muito caro. Padre Antônio deveria comprar na loja do João Mansur umas calças de lonita e duas camisas esporte. E é com esta roupa pobre que padre Antônio agora se debruça na janela e consulta o infinito. Pobre, pobre padre Antônio. Ele nunca foi propriamente vaidoso e preocupado com a roupa que haveria de vestir, como aconselha Nosso Senhor.

Mas essa história da batina doía-lhe ainda como se estivesse em carne viva, como se 1he tivessem arrancado a pele. E o pior é pensar que é com esta roupa por baixo, esta roupa de rua, esta roupa sem bênçãos que deve celebrar a Santa Missa. Disseram-lhe que era mais prático usar uma só alva por cima do traje esporte. E esta alva não era mais daquelas antigas, rendadas e compridas. Padre Antônio não queria as rendas para si, já que era desgracioso e escuro: queria-as para enfeitar o louvor de Deus. Mesmo porque, descontada alguma andorinha, nenhum ser vivo aparecia para assistir ao Sacrifício de nosso Salvador. Nem valia a pena bater a campainha. As novas alvas não têm rendas. São ordinárias e curtas, sim, curtas, porque o importante é aparecerem as calças para todo o mundo ver que o padre é homem, como outro homem qualquer.

Está na hora de preparar a missa da tarde, e padre Antônio sente a tristeza aumentar. Está só. Está só. Não tem com quem falar. Poderá conversar na farmácia com a turma do gamão do Frederico, mas depois a volta para a casa é ainda mais pesada. Poderá perguntar a d. Emília se está melhor do reumatismo, e a d. Maria se o marido já voltou do Rio. Mas não tem ninguém com quem possa falar, com quem possa desabafar, a quem possa explicar a desmedida tristeza de vestir por cima das calças uma alva sem rendas, e a quem possa dizer a saudade que tem da batina preta, a batina bendita em que um dia amortalhara o homem velho para viver em Cristo Nosso Senhor. E não tem ninguém a quem possa perguntar tremendo: «O que é que está acontecendo em nossa Igreja? E o Papa?» Ou então alguém, um irmão, um padre, a quem possa dizer com medida indignação: «Não pode ser! Não pode ser! As portas do inferno não prevalecerão!»

Padre Antônio olhou mais uma vez para o horizonte que a noite já escondia. O mundo começava além daquela serra... O mundo! Padre Antonio curvou a cabeça como um condenado. Estava preso! Estava preso! Abriu então as duas mãos grandes e magras que considerou com triste ternura: um dia elas tinham recebido o poder de consagrar o Pão e o Vinho, e de trazer assim ao mundo, como a Virgem Santíssima, o Corpo de Deus. Mãos grandes, mãos nervosas e escuras, mãos consagradas. Ao menos esta pele não lhe arrancam, esta marca não lhe tiram.

Num desamparo infinito padre Antônio contemplava as duas mãos frementes, tão poderosas e tão inúteis. Turvava-se o espírito, vacilava a razão e a fé. Estão ali as mãos. E o resto. E a água benta? o Latim? as coisas da Igreja? As palmas inúteis não respondiam às suas indagações, e até pareciam pedir-lhe uma resolução, uma decisão, já que a mão foi feita mais para fazer do que para pensar... O que é isto? O que é isto nas palmas das mãos? Estará chovendo? Padre Antônio, padre Antônio, o senhor está chorando. Quem foi que falou? Ninguém. Ninguém. É o próprio padre Antônio que tomou o costume de falar com o padre Antônio.

Juntam-se as mãos. E das profundezas dos abismos que todos trazemos, mesmo debaixo de uma camisa esporte, subiu um clamor de aflição: «Usquequo exaltabitur inimicus meus super me? Respice et exaudi me! Respice et exaudi me! Respice et exaudi me, Domine Deus meus...».

E então, neste momento infinito, padre Antônio teve a incomparável certeza de que não estava só.

(Gustavo Corção - 15-2-69- retirado do site:  Permanência)