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19. A EDUCAÇÃO DO SENSO RELIGIOSO
2.ª Parte
• A excelente revista L’anneau d'Or interrogou um
dia os seus leitores: “Como ajudar as crianças a fazer a descoberta da
morte?” Dentre as respostas recebidas, destacamos estas duas experiências:
• A propósito da criança diante da morte, eis a
experiência de minha infância, pelo menos no que concerne ao fato
material da presença dos mortos. Todos o retardam indefinidamente sob o
pretexto de não impressionar as crianças. A meu ver é um erro: o choque
será muito mais violento quando o primeiro morto que elas virem for
um ente querido.
Quando ainda éramos muito crianças, entre 6 a 7 anos, mamãe
não hesitava em levar-nos para junto de alguém de suas relações
que acabara de morrer e que nós, crianças, mal conhecíamos. Ela
o fazia com toda a naturalidade: “O Sr. X. acaba de morrer. Sua
alma está junto ao Bom Deus, ou talvez ainda no Purgatório. Vamos
rezar perto do seu corpo, por ele e por sua família que está
sofrendo.” E mamãe evitava acrescentar: “Não tens medo, não é
verdade?” Ou outra sugestão inábil do mesmo gênero. De modo que bem
cedo fomos habituados a olhar sem o menor receio, adormecidos na
morte rostos que havíamos conhecido vivos.
De volta, mamãe aproveitava a ocasião para falar-nos sobre a
vida e a morte de um cristão, de uma maneira muito simples, a propósito daquele
que acabávamos de ver: ela nos contava como havia vivido e como se
preparara para morrer. Fazíamos perguntas de crianças às quais ela nos
respondia tranquilamente.
Mais tarde, quando Deus chamou para Si nossas avós, depois
uma irmã e um irmão ternamente amados, nossa dor, embora grande, não se
complicou com o terror nervoso que vi certos adultos sentirem nessas
ocasiões.