III
- EXERCÍCIO DA EDUCAÇÃO
Colaboradores de Deus, tendes sobre vossos filhos
uma autoridade que não se origina da Lei, nem do Estado, nem da Tradição,
mas no próprio Deus. Essa autoridade assumirá uma expressão diferente à
medida que a criança crescer; podeis mesmo delegá-la, mas não podeis
renunciar totalmente a ela enquanto a criança não atingir a idade adulta.
• É preciso sustentar com energia que fazer a
educação de um filho é necessariamente exercer sobre ele uma autoridade e
exigir-lhe que obedeça. E a criança a quem se deixasse “fazer tudo”, sob
pretexto de respeitar sua liberdade, correria o risco do tornar-se um ser
malfazejo contra o qual, depois, dever-se-ia empregar a força bruta como
defesa. Este seria o preço a pagar. E não temos de nos inquietar aqui em
saber se convém dizer que a natureza é boa ou se convém dizer que é má.
Verificamos apenas, como um fato, que as crianças não são espontaneamente
— e não se tornam sem que as ajudemos — o que devem ser. Em consequência
disso, dizemos ser necessário intervir em suas vidas.[1]
• Se Deus vos deu autoridade sobre os filhos, foi
para exercê-la visando ao seu maior bem e na medida desse
maior bem.