O valor da prece na família
A prece é a seiva que alimenta a vida espiritual da família e dá as graças necessárias à vida espiritual de cada um dos seus membros.
Ela deve ser coletiva e individual. Coletiva, porque a família constitui uma sociedade na qual todos os membros são solidários. Individual, porque cada um se aplica em aumentar as suas próprias riquezas, afim de que elas redundem em bênçãos sobre os outros membros da família.
O verdadeiro patrimônio espiritual da família não se constituirá na prece comum presidida pelos pais, na presença de Deus, da Virgem Maria e dos Santos? Todos se sentem dependentes da soberania de Deus e todos desejam obter juntos as graças necessárias a todos os membros da sociedade particular.
Quando o pai ajunta às preces ordinárias alguma certa meditação, inspirada pelos acontecimentos do dia e inspira na própria fé os pensamentos que esclarecem a alma religiosa dos filhos, ele constrói em torno de si uma vida espiritual ativa e movimentada...
Há um pensamento que deveria estar constantemente presente a todos os membros da família, mesmo fora das horas da prece e das horas em que os pais falam de Deus aos filhos: é o dogma da comunhão dos santos. Esse pensamento seria para as almas, uma disciplina moral de todos os instantes. Se cada um se lembrasse que seus atos têm uma repercussão boa ou má no conjunto da vida familiar e que é um erro colocar sua alma à beira de um abismo pelo pecado, todos se aplicariam em enriquecer a alma da família praticando o bem.
Eles saberiam que todo o esforço moral, por menor que seja, aumenta o tesouro espiritual ao qual todos os membros da família podem recorrer. Com que entusiasmo os pais não se aplicariam para a perfeição, com o pensamento único de que assim contribuíram para santificar a alma de seus filhos. mostrando-lhes os seus esforços para conseguir isso!
Que admirável orientação espiritual seria dada aos filhos quando soubessem que as suas menores ações contribuíram para a felicidade de seus pais e de seus irmãos!
O Sacrifício da Missa, continuação do sacrifício de Jesus na Cruz, é uma outra grande luz que ilumina a vida familiar. Em união com Jesus, oferecendo seus labores e seus sofrimentos para a salvação do mundo, os esposos oferecerão, na Missa, para a sua própria salvação, e para a salvação de seus filhos, seus trabalhos e seus sofrimentos: o pai, seus cuidados; a mãe, suas fadigas. Esta verá nas dores da maternidade um meio de atrair sobre a cabeça de cada um de seus filhos as bênçãos redentoras da Cruz.
Por exemplo, os filhos presentearão a Deus os seus trabalhos e a sua boa vontade e a aceitação generosa dos sacrifícios que se deparam em toda a vida humana, mesmo nas vidas mais jovens.
O espírito de sacrifício animando todos os membros da família, enrijará as vontades, purificará os corações, obterá para todos em geral e para cada um em particular as graças que orientam as almas para Deus, pelo amor de Jesus Crucificado.
(O Casamento, pelo Cônego Jean Viollet)
PS: Grifos meus.
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