quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Doutrina Cristã - Parte 21

Nota do blogue: Acompanhar esse Especial AQUI.

Muitos querem começar seus estudos pela filosofia, teologia ou questões de políticas eclesiásticas e simplesmente consideram o estudo do catecismo como algo banal ou já realizado quando criança. Enganam-se redondamente quem assim pensa, pois o catecismo longe de ser supérfluo traz consigo a base de todos os demais conhecimentos, é o alicerce, a raiz, se assim poderia dizer da vida de estudos de um cristão. Auxilia inclusive no progresso espiritual, seja numa boa preparação para receber mais adequadamente os Santos Sacramentos ou nas resoluções para se vencer os pecados com virtudes opostas e a prática dos Mandamentos de Deus. Invista nesse estudo e solidifique sua Fé.

Em tempo: Estamos trabalhando com afinco para que seja lançado a tradução do italiano do Catecismo de São Pio X, tradução essa muito fidedigna. Peço a orações de todos para que tudo concorra bem e que logo possamos oferecer essa "espada" num preço acessível.

Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula 

Monsenhor Francisco Pascucci, 1935, Doutrina Cristã
tradução por Padre Armando Guerrazzi, 2.ª Edição, biblioteca Anchieta.


8.° MANDAMENTO

Não levantar falso testemunho

            O oitavo mandamento nos proíbe toda falsidade e o dano injusto à fama alheia; donde, além do falso testemunho, a calúnia, a mentira, a detração ou a murmuração, a adulação, a suspeita e o juízo temerários.
            O oitavo mandamento nos ordena dizer a tempo e lugar a verdade e, possivelmente, interpretar bem as ações do próximo.

Falso testemunho

            45. - O homem tem direito à verdade, isto é, o direito de não ser enganado, como lhe assiste o direito ao seu bom nome: - o oitavo mandamento lhe tutela justamente esse dúplice direito.
            Em primeiro lugar, é proibida aos homens qualquer falsidade, a saber, além do falso testemunho - que reside em atestar falso diante de um Juiz, que legitimamente o interroga, proíbe toda e qualquer mentira.
            Mentira é uma palavra ou sinal que exprime o contrário do que se pensa, com intenção de se enganar o próximo. Comete-se mentira, ainda quando se diga a verdade, mas se pense dizer o que é falso.
            Divide-se a mentira em jocosa, oficiosa e danosa.
            É jocosa, se se mente por brincadeira, sem prejuízo algum, mas com intenção de se enganar.
          É oficiosa, se se diz por utilidade própria ou alheia, sem dano do próximo, para escusar a si ou a outrem, para esquivar-se a um castigo, etc.
            É danosa, se produz ao próximo qualquer dano, seja material, seja moral ou espiritual.
            A mentira, em si, é sempre um mal, pois contradiz à verdade, e, como tal, é ofensa a Deus, suma Verdade. A mentira jocosa e a oficiosa, de si são pecados veniais; a mentira danosa será grave ou leve, segundo o prejuízo que se inflige ao próximo. Se o dano for grave, deve-se repará-lo,
            Afins à mentira são a hipocrisia, a jactância, a simulação ou doblez e a adulação.

Violação do segredo

            46. O oitavo mandamento, proibindo qualquer falsidade, nos manda dizer a verdade, mas a seu tempo e lugar. Daí a obrigação de se observar o segredo.
            Segredo é a notícia de uma coisa que se deve ter oculta.
            Há quatro espécies de segredo:
            a) o segredo sacramental, imposto aos sacerdotes acerca das coisas ouvidas em confissão. É de tal modo grave, que não é jamais permitido violá-lo, mesmo que o sacerdote estivesse por esse motivo em perigo de vida;
            b) o segredo natural, quando, por acaso, nos vem ao conhecimento uma notícia, cuja manifestação ocasionasse dano ou justo desprazer ao próximo: manifestando-o sem razão, comete-se pecado contra a justiça, grave ou leve, conforme o prejuízo causado ao próximo;
            c) o segredo prometido, quando a nova se recebe com a promessa de a gente não manifestá-la - manifestando-a sem razão, comete-se pecado contra a fidelidade, grave ou leve, conforme o dano.
            d) o segredo comisso, ou confiado a uma pessoa para obter da mesma a ajuda ou um conselho: apoia-se na confiança que se tem na pessoa, por causa da estima que inspira ou do ofício que ocupa (advogado, tabelião, oficial público, etc.) - obriga por ter sido prometido e porque grandemente confere à sociedade a sua observância.
            Quanto mais estrita for a obrigação de se manter o segredo, tanto mais grave deve ser o motivo que permite violá-lo. Considerem-se como razões graves de se revelar um segredo natural e comisso o bem público e a caridade para com o próximo.
            Se não é lícito violar o segredo, não é também licito surpreendê-lo: - é proibido, pois, ouvir às portas ou ler a correspondência dirigida a outrem, exceto no caso em que possamos presumir o consentimento ou se a coisa se tornou usual, como nas casas de educação.

Restrição mental

            41. – Deve-se dizer a verdade a seu tempo e lugar; por isso, às vezes, para ocultar o que não somos obrigados a dizer a todos, se faz uso da restrição mental, que se cifra em subentender mentalmente algumas palavras, que mudam totalmente o sentido do que se diz.
            Se a restrição é de tal natureza a enganar verdadeiramente os ouvintes, não pode usar-se, porque é mentira. Se, ao invés, pelas circunstâncias e pelos hábitos, pode ser compreendida, não é mentira e pode ser empregada sem pecado: - convém, porém, dela servir-se por um motivo qualquer racional, como por ex. para libertar-se de pessoa importuna ou para fugir a pergunta indiscreta.

Dano injusto da fama

            48. - O oitavo mandamento proíbe também o dano injusto à fama alheia. Diz-se injusto, porque às vezes pode haver justo motivo para se dizer o que venha a causar prejuízo à fama do próximo.
             A boa reputação pode ser lesada:
            a) externamente com a detração, que se divide em calúnia e murmuração ou maledicência; b) internamente, com a suspeita e o juízo temerário.
            Calúnia é imputar malignamente ao próximo defeitos que não tem ou culpas que não cometeu.
            A calúnia, de si, é pecado mortal, contrário à verdade, à caridade, à justiça. Poderá ser venial, somente por matéria leve ou por defeito de advertência ou vontade.
             Quem caluniou deve reparar o dano, mesmo com grave incômodo seu, ainda que confesse ter dito falsidade; deve, além disso, ressarcir os danos materiais, se os houver.
            Murmuração ou maledicência é manifestar, sem motivo razoável, falhas ou vícios de um ausente, interpretar mal as suas ações palavras, diminuir-lhe as virtudes e o apreço.
            Dizemos "sem motivo razoável", porque devemos manifestar-nos quando somos chamados a depôr em juízo ou interrogados pela autoridade legítima.
            A murmuração é, de sua natureza, pecado grave; e peca, não só quem a faz, mas também quem voluntariamente a escuta: não é grave, se o mal que se conta é leve, e sem dano do próximo, ou se for mal notoriamente público.
            Quem murmurou deve reparar o mal causado, falando novamente da pessoa para fazer-lhe brilhar alguma virtude ou algum dote, ou declarando que a paixão lhe fez ver mais do que era. Quem ouviu sem referir a outrem, basta que se arrependa.
            É ainda contra o oitavo mandamento a intriga ou sussurro, que consiste em se referir ao próximo, sem justo motivo, o que outrem disse por conta sua.
           Ofende-se a boa reputação do próximo, internamente, com o juízo e a suspeita temerária, quando se julga ou apenas se suspeita mal do próximo temerariamente, isto é, sem justo motivo.
            O juízo temerário em matéria grave é pecado mortal; a suspeita temerária, ordinariamente, é só pecado venial. 

Sufrimientos purificadores, sufrimientos redentores y apostólicos

Robert de Langeac
La vida oculta en Dios

A mi juicio, lo que hace tan largos y tan aterradores los sufrimientos del Purgatorio son las ataduras conscientes, las infidelidades directa o indirectamente voluntarias, las resistencias, todo lo que hay de falta de conformidad entre nuestra voluntad depravada y la de Dios.

En las almas que han logrado elevarse hasta un grado de unión mística suficientemente alto, el desasimiento de todo lo creado puede hacerse sobre la tierra con una impresión crucificante muy dolorosa por dos razones: En primer lugar, por muy purificada que nos parezca un alma, puede tener todavía a los ojos de Dios y a los suyos propios algunos vínculos que la retengan y a los cuales haya de renunciar a toda costa. Los sabios modernos nos hablan de que en cada centímetro cúbico de agua existen de siete a ocho mil millones de microbios que, sin embargo, no vemos en ella. Pues en lo espiritual sucede lo mismo, que tampoco vemos esos átomos que, a los ojos de la santidad de Dios, parecen montañas, y lo son en realidad. «Porque tanto me da que un ave esté asida a un hilo delgado que a uno grueso; porque aunque sea delgado, tan asida se estará a él como al grueso, en tanto que no le quebrare para volar» Pruebas que son como la traducción a lengua humana, al sufrimiento humano, del horror que tiene Dios por el menor pecado.

El deseo torturante de Dios

Robert de Langeac
La vida oculta en Dios

Al empezar la vida interior, el deseo de Dios es débil. Es algo sordo, apenas perceptible. El alma siente como un malestar misterioso y dulce que no llega a precisar. Se siente minada en lo más íntimo de si misma. ¿Por qué? No lo sabe claramente. El amor de Dios está actuando en su corazón, pero como un fuego que se incuba bajo la ceniza. De vez en cuando brota una chispa: un impulso eleva el alma hasta Dios. Luego, todo se serena. La oscuridad envuelve otra vez el fondo del alma. La zapa de ésta, sin embargo, no se interrumpe. Prosigue lenta, oscuramente, pero con segundad. El deseo de Dios aumenta: invade poco a poco toda el alma. Y no ha de tardar en manifestarse de nuevo.

En espera de ello, ese deseo de Dios no permanece inactivo. Si pudiéramos penetrar en esta alma, veríamos que él es quien inspira, dirige y vivifica todo en ella. El alma se vuelve hacia Dios sin descanso. Lo busca siempre. Es como un hambre dolorosa. Como una sed agostadora. Como una misteriosa enfermedad que nada cura y todo lo aumenta. Es de todos los instantes. No deja descansar ni de día ni de noche. Incluso cuando el alma parece estar distraída de su dolor por las ocupaciones exteriores, lo siente siempre sordamente en el fondo de sí misma.

Su herida es profunda, su llaga siempre está viva. ¡Cómo sufrimos cuando te amamos, Dios mío! Pero también, ¡qué dichoso es una padeciendo! Llega, por fin, un momento en el que este sufrimiento es intolerable. Acaba por explotar. El alma gime, llora. Clama en alta voz su pena. Le parece que abriendo así su corazón vendrá de fuera un poco de aire fresco para templar el fuego de su amor. Pero todos esos esfuerzos no hacen más que agravar su afortunado mal.

Comprende más claramente que nunca que sólo Aquel que causó su herida puede también curarla., Pues el alma tiene hambre y Él es su alimento. Tiene sed, y Él es su bebida refrescante. Es pobre, y Él es su riqueza. Está triste, y Él es su consuelo y su alegría. Agoniza, y Él es su amor y su vida: « ¿Cuándo vendré y veré la faz de Dios?» «Muero porque no muero

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A MORAL CRISTÃ E A ESTABILIDADE DO LAR

Nota do blogue: Diante de uma sociedade ególatra e hedonista um texto como esse é um refrigério para a alma ao mesmo tempo que nos faz refletir a importância que o sacramento do Matrimônio (quando vivido, suportado e santificado como nos ordena a Igreja) tem diante desse caos. Famílias santificadas, por amor a Deus e dispostas a suportar suas cruzes, isso é o que precisamos, o resto é amor-próprio e egoísmo.

Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula


Porque é que sou católico 
por Jean Guiraud, redator Chefe de "La Croux" - 1930



            Não basta constituir uma família; é mister ainda educá-la, encarreirá-la na vida. Para semelhante empresa a um tempo longo e difícil, traz o catolicismo, com os seus ensinamentos, o seu concurso. Começa proclamando que para essa obra de largo fôlego, mister se faz, primeiro que tudo, a estabilidade do lar doméstico, e aí está, entre outras, uma das razões - não a única - pelas quais condena absolutamente o divórcio! Se as filosofias que mantêm certa reserva no descalabro das idéias e dos costumes, se as outras religiões, mesmo as que se dizem cristãs, se contentam com denunciar os abusos do divórcio, sua extensão indefinida, a substituir progressivamente o casamento pela união livre, o catolicismo, esse condena o próprio divórcio. Ponto é, sem dúvida, em que tem mantido sempre a maior intransigência. Est, est; non, non! É assim a única barragem sólida que se opõe ao transbordamento das paixões que, para se satisfazerem, forjaram, de toutes pièces, uma filosofia materialista que preconiza a união livre.
            Sendo o homem - diz ela - um ser mutável, no seu corpo, na sua inteligência e na sua vontade, como poderia prometer para a vida inteira fidelidade e amor a outro ser, promessa fementida porquanto os que a trocam não são capazes de cumpri-la! Denuncia então como um absurdo, uma tirania, uma hipocrisia, os compromissos do casamento bem como os votos religiosos. Reconheçamos, aliás, que quantos assim falam são lógicos com as suas idéias materialistas, pois, se é verdade que o homem não passa de um animal mais aperfeiçoado que os outros na evolução, só deve conhecer a união livre, a que estabelece entre casais de animais vínculos passageiros, ao sabor do instinto momentâneo.
            O catolicismo, ao contrário, em nome de uma moral que lhe vem do próprio Deus, estabelece uma regra indiscutível que, bem longe de se conformar com as paixões, quer ao contrário submetê-las a uma severa disciplina. A união do homem e da mulher não a apresenta ele qual um contrato humano, rescindível ao arbítrio das partes, mas como um dom recíproco, sem revogação, dos esposos, um ao outro, dom que tem por fiador, não o notário ou o oficial do registro, cujas funções puramente humanas não bastam para tal empresa, mas o próprio Deus. Todos os arrazoados humanos, todas as revoltas da carne seduzida por culposos amores vêm chocar-se de encontro a estas palavras divinas: os dois esposos serão dois em uma mesma carne. - "et erunt duo in carne una"; "não tem o homem o direito de separar o que Deus uniu": "quod Deus conjunxit homo non separet".
        Dura lei! - dizem aqueles que se acham dominados pela paixão, como aqueles que se acham dominados pelo egoísmo em face do problema da natalidade, e como diziam também os primeiros ouvintes da palavra de Jesus: "durus est hic sermo".

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A cruz na parede: 4.ª Coluna

Nota do blogue: Segue um texto excepcional sobre práticas piedosas que se perderam, isso porque a edição do livro é de 1938, imagina o que o autor escreveria nos tempos atuais?! Que sede temos de condutores de almas, de pregadores que nos levantem os olhos para a Cruz de Nosso Senhor, quantas almas se perdem porque "bois mudos fazem grandes estragos no rebanho do Senhor". Oxalá surjam oradores e curadores de almas impregnados do verdadeiro espírito Católico, que mantenham imaculada a Fé nesse tempo de trevas e apostasia.

Indigna escrava do Crucificado e da SS. Virgem,
Letícia de Paula



As colunas de tua casa, 
um plano para a família 
pelo 
Vigário José Sommer, 1938.

            A bênção de Deus só nos vem quando nos esforçamos, por alcançá-la. Ela poreja da cruz, das chagas do Salvador sobre nós. "Só na cruz está a salvação.”
            Seja, pois, a cruz de novo o centro da casa, o centro de gravidade visível, em torno do qual os espíritos circulam e não qualquer peça profana! - Naturalmente não quero dizer com isso que só deva haver quadros religiosos nas paredes dos aposentos.
            Para tudo quanto é belo resta ainda espaço em nosso lar cristão. E justamente os belos quadros da casa revelam o bom gosto dos moradores.             
            Nisso se lhes patenteia abundantemente o sentimento estético e moral.
            É extremamente importante despertar já na criança este sentimento e o fino gosto para o que é realmente belo; pois, o cultivo do belo eleva a alma acima do comum e conduz a Deus o Sumo Bem.
            Não pode por isso ser indiferente o que se vê suspenso às paredes do salão e dos quartos: a casa cristã é uma cópia da casa de Deus. Lá o principal é a cruz. Faz pena ver católicos que se tornaram “importantes”, ocultarem temerosamente o velho e raro símbolo.
            O salão cheio de estátuas e quadros, a cruz quando muito no quarto de dormir, para que ninguém se escandalize. - Não é assim que se gera o sentimento de fé profunda, o espírito verdadeiramente cristão, que salva a família do naufrágio e renova um povo.
            "Não são os falsos ídolos, nem também a espada e a mão armada que dão prosperidade a um povo, mas a cruz que se venera na família." - Ouvimos uma vez um orador clamá-lo, numa reunião popular.
            Tinha razão. Primeiramente carece que o Crucifixo seja de novo Rei na casa e na família. Daí lhe vem a bênção, como de um manancial profundo, espalhando-se pelo país e pelo povo. Honremos, pois, a sua imagem! Será nosso pregador, que nos chamará aos velhos costumes patriarcais, à fé, à justiça e à felicidade; pois veio de novo o tempo, do qual Wolfram von Eschenbaeh (falecido em 1215) diz:

Quase em completo abandono,
A fé, a fidelidade,
A justiça e a caridade,
Foram dormir um sono.

Quando acordarem deveras
Desse letargo profundo,
Veremos então no mundo
O bem-estar de outras eras.

            Como ressoa eloquente e penetra a palavra da cruz, em meio da decadência dos tempos modernos!
            Fala-nos da fé antiga, do velho cristianismo, ao qual nossos antepassados há quase 2.000 anos aderiram, que outrora tornou nosso povo grande e nossa vida de família feliz. Dos lábios do Crucificado, suspenso à porta, mana continuamente sobre a família cristã a fonte sagrada das mais remotas verdades, enquanto lá fora no mundo se torna - ai! - cada vez menor o número dos que se conservam fiéis ao Salvador! - E como a cruz exorta e adverte suavemente! Perdão, paciência e caridade, que nos são tão necessárias, como o pão de cada dia, dela aprendemos. E se alguém fora de casa quer andar por maus caminhos, se há ameaça de desavença e discórdia, não se desprende então baixinho dos lábios cerrados do Filho de Deus uma tocante exortação à paz, à paciência?
            Que bem fará às crianças aprenderem de pais piedosos a olhar diariamente neste maravilhoso espelho! - Não é como se das chagas do Salvador se desprendesse uma clara luz, iluminando-lhes a vereda, para que não tropecem e não caiam no pecado? Como fazem bem os pais e mães que veneram o crucifixo como o fiel amigo do lar, e testemunha de tudo o que sucede na família, desde o alvorecer do dia, até o crepúsculo da tarde!
            As luas mudam no meio deles: vê os filhos crescerem, levarem os mortos para a sepultura; ora contempla alegres semblantes; ora vê olhos banhados de lágrimas erguerem-se-lhe súplicas! Nas horas da dor se revela o único verdadeiro consolador!
            Pode a casa ser pobre, não ter senão nuas paredes, despidas de adorno e crianças famintas; mas se lá dentro se encontra uma simples cruz, não lhe falta consolo. Pois quem é mais pobre que o Salvador no lenho da cruz? - Comparada com a Sua penúria, nossa cruz torna-se tão pequenina, nossa pobreza menos penosa! E que chagas existem ainda para as quais ele não tenha algum bálsamo, não saiba algum socorro?
            Já é sempre um consolo para quem sofre, saber de outros que também sofrem e afinal ainda muito mais. Na cruz temos alguém que não só sofre conosco, mas que por nós sofreu todos os tormentos, que quis morrer por nós, para dar-nos a vida. Para quantos Ele tornou a cruz mais leve a dor mais suave! Quantos, erguendo os olhos para a cruz, suspensa à cabeceira do leito, suportaram de bom grado a enfermidade mais dolorosa e o mais penoso fardo!
            "Aceito tudo por amor d'Ele" - dizia-me recentemente um jovem aluno mortalmente enfermo, quando lhe perguntei se temia a morte.
            Assim se torna a cruz o grande baluarte da casa, um refúgio de salvação, uma fonte de cura, cujas forças nunca se gastam, cujas bênçãos são inesgotáveis.      
            Um dia, em Düsseldorf, subi ao telhado de uma das altas casas modernas. Lá de cima se divisa uma vista magnífica da cidade, com seu meio milhão de habitantes e o rio coalhado de navios e botes.
            E quando eu estava, com a bela cidade a meus pés, veio-me sem querer à mente a esperança do que se passa em todos aqueles milhares de criaturas, que, vistas do alto, parecem formigas, o que se encontra de alegria e sofrimento nas ruas e nas casas. 
            Quanta angústia e miséria muitas vezes passa apressada, sob uma capa brilhante! Quantos suspiros e maldições se confundem, com o tumulto das ruas, que me sobe aos ouvidos, amortecido como um surdo bramido, quase como uma voz de sepulcro!
          Quantas vezes, sob estas negras telas, uns olhos chorarão, um coração humano sofrerá e não poderão achar consolo algum, porque não querem consolo; porque não o procuram onde única e exclusivamente poderiam achá-lo?
            É na cruz, nas chagas d'Aquele que deixou traspassar Seu Coração na cruz, afim de ali preparar um refúgio seguro para todos enfermos e moribundos.
            Ah! prouvesse a Deus que todas as famílias de novo se reunissem junto à cruz ao Coração de Jesus! Que se manifesta também hoje ainda e sempre de novo, como o asilo de todos os oprimidos, o grande manancial de bênçãos para a casa e a família, assim como se exprime na forma de consagração, com que a Igreja costuma benzer as casas novas.
            O antigo e belo costume cristão conservou-o: Logo que os operários acabavam de construir o prédio, o sacerdote fazia o sinal da cruz sobre a porta e aspergia a casa com água benta, assim a consagrava quase como um templo e invocava sobre ela a bênção de Deus. Como são lindas essas orações da consagração!
            Poderíamos tolerar nesta casa abençoada alguma coisa que não estivesse de acordo com a lei divina?
            Afastemos, pois, tudo o que desagrada aos puríssimos olhos de Deus, seja quadro, ou livro, jornal ou moda! Do contrário o seu nome seria apenas um escárnio, seu domínio somente um reino das sombras - e nossa oração apenas uma função dos lábios.
            Deus e Belial são polos oposto, coisas incompatíveis.
            Que se dirá das famílias que talvez se consagrassem solenemente ao Divino Coração de Jesus, e afinal lhe conservam acesa, em frente à imagem, uma lamparina de azeite, na primeira sexta-feira do mês; mas em cuja casa, ao lado da cruz, se encontra toda a espécie de nudez, sob a cruz diários neutros e jornais ímpios, revistas ilustradas imorais e imundas? Quem ama o Senhor Deus, não pode tolerar em casa os Seus algozes, que são os livros e jornais maus e ímpios. E não é só isso. Eles são também a morte da vida religiosa.
            "Sabeis o que eu faria, se fosse o demônio, para afastar todos de Nosso Senhor? - Faria todos - assinarem um mau jornal ou pelo menos uma folha que nunca fale de Deus e da Igreja!" - escreveu há anos Albano Stolz. Tinha razão. De fato é grande o mal que faz esse alimento diário ímpio ou inimigo de Deus. Faz uma obra satânica.   Lento, como a malaria, o ar maligno dos pântanos da Itália, esse veneno penetra paralisante, não nos membros, mas em nosso modo de pensar e sentir, como católicos. De onde vem a letargia a inapetência, a fraqueza, a indiferença e frieza de tantos católicos? De onde procede o mal estar, o pânico que os acomete, quando têm de manifestar-se a forma da causa católica? De certo provêm muitas vezes do jornal que lêem, cujo espírito sopra contra nós, penetra-nos pouco a pouco, como o alimento que ingerimos, entra em nós.
            A vida sã e realmente católica só floresce e prospera à sombra da cruz, onde toda vida doméstica e pública da família se baseia sobre os princípios da religião do Crucificado. - Por amor de Deus, nada de meias tintas, do catolicismo "secularizado", que desterra o padre para a sacristia e oculta a religião, como uma insígnia que se usa apenas nas paradas e depois se guarda o estojo.
            Os livres pensadores dão a senha: monismo e não dualismo! Para eles é tudo uma só coisa: espírito e matéria são iguais, não há distinção alguma entre alma e matéria, homem e animal, Deus e o mundo! Nós não somos monistas: pois temos olhos para ver o infinito abismo que se abre entre Deus e mundo, entre o espírito e o corpo.        
         Compreendemos a sua diferença e condenamos o sistema monístico. Uma coisa, porém podem os monistas ensinar-nos: uma intuição mais unitária do mundo, uma concepção mais central de nossa vida! Um único ponto deve tornar-se de novo o ideal e o fim de toda a nossa atividade, de toda a nossa vida: Deus! Monismo, - não dualismo, no sentido de que temos – uma só alma e não duas ou três! Não temos uma alma de domingo e outra para os demais dias da semana, não temos uma alma para a vida particular e outra para a vida pública, uma alma para uso doméstico e outra para os negócios.
            Precisamos de homens de uma só têmpera: que, como o grande patriota irlandês Daniel O’Connell, se dediquem em casa e na vida – a Deus, Cristo e Pedro, isto é, a sua Igreja;  só estes são católicos. Da oração tira-lhes a força nutritiva a fé. É ao mesmo tempo: o termômetro da vida religiosa em geral.
            Se o termômetro baixa a zero, é sinal que o gelo invadiu o país. Quando numa família o espírito de oração baixa a zero, é sinal que nesta casa já chegou o inverno, em que tudo o que dantes florescia em virtude, cai gelado e entorpecido. Com a oração familiar cresce o sentimento religioso e uma fonte abundante de bênçãos abre-se para todos que residem na casa.

Uma colunazinha

            Onde se ora, se respeitam também os demais hábitos religiosos. Lá se venera, por exemplo, a água benta. Na antiga vida cristã representava a água benta em geral um grande papel. Em casa alguma podia faltar.
            Guardava-se a idéia cristã, que o celebre artista Miguel Ângelo exprimiu, na pia de água benta de uma Igreja de Florença: Um demônio está sentado sob a pia. Um anjinho borrifa-lhe inesperadamente a cabeça com água benta da pia de mármore. O demônio abaixa-se e foge. Assim o quer a benção dá Igreja sobre a água: o demônio e as influências satânicas devem ser afastados da casa e de seus moradores. Por isso havia outrora, pendurada à porta, a pia de água benta e a palma benta do último domingo de Ramos.
            À entrada e à saída se tomava da água benta para benzer-se e à noite a mãe aspergia com a palma água benta sobre a caminha dos seus pequenos. Em tocante quando também os filhos mais velhos, o filho e a filha, de manhã ou à noite, davam água benta à mãe, diante dela se ajoelhavam e pediam: "Mamãe, dai-me a vossa benção!”.
            Agora a pia de água benta frequentemente é banida do lar ou a água benta "secou". Com ela, porém, secaram também as almas e muitas coisas de valor inestimável se perderam.
            Seria para salvação da família? 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Doutrina Cristã - Parte 20

Nota do blogue: Acompanhar esse Especial AQUI.

Monsenhor Francisco Pascucci, 1935, Doutrina Cristã
tradução por Padre Armando Guerrazzi, 2.ª Edição, biblioteca Anchieta.

7.º MANDAMENTO
Não furtar

           O sétimo mandamento nos proíbe causar dano ao próximo nos objetos: porque proíbe os furtos, os estragos, as usuras, as fraudes nos contratos e nos serviços e favorecer esses danos. O sétimo mandamento nas ordena restituir as causas alheias, reparar as danos culpavelmente irrogadas, pagar as dívidas e a justa remuneração aos operários. O décimo mandamento nos proíbe a desenfreada avidez, das riquezas, sem atenção aos direitos e ao bem do próximo. O décimo mandamento nos ordena sermos justo, e moderados no desejo de melhorar a própria condição, e sofrer com paciência as angústias e as misérias permitidas pelo Senhor para mérito nosso, porquanto “ao reino de Deus devemos chegar pela via de muitas tribulações”.

O direito de propriedade

            41. - A proibição de furtar supõe o direito de propriedade, admitido pelos povos todos do orbe, estabelecido pela unanimidade dos legisladores, querido pelo próprio instinto natural, inato a todo homem, que não seja louco.
            Deus, sem dúvida, concedeu diretamente a todo o gênero humano os bens temporais; não fez, entretanto, uma divisão desses bens terrenos a cada um dos homens e das famílias. Como o homem tem o dever de conservar a vida e não podia fazê-lo de outro modo, senão empregando, para nutrir-se, vestir-se e ter habitação, os bens da terra, - possui um certo direito a uma parte desses bens; pelo que terá também o direito de excluir do uso dos bens, a ele necessários, os demais homens e de conservar esses bens unicamente para si e para os seus.
            Eis assim o direto de propriedade.
            Pode ser adquirido por varias formas:
            1.º- pela ocupação, fazendo própria, com o ânimo de tê-la por sua, uma coisa que não pertence a ninguém;
            2.º- pela acessão, quando quem é dono de uma coisa se torna dono também do que à coisa lhe é assessória, como por ex. acontece com os frutos do campo;
            3.º- pelo trabalho, porque o homem tem direito de extrair do trabalho o quanto lhe é necessário à vida;
             4.º- pela prescrição, postas certas condições de tempo, de consciência e de leis;  
             5.º- pela sucessão hereditária, por lei ou por testamento;
             6.º- por força de um contrato, como doação, compra e venda, etc.

Deveres dos Católicos Referentes às Faltas do Próximo

Tradução de Felipe Coelho 

Deveres dos Católicos
Referentes às Faltas do Próximo

Com dois Apêndices sobre a virtude da paciência
respeitante a quaisquer males que possam se abater sobre nós,
inclusive os provenientes do próximo.
John S. Daly

As fontes para o que segue são: a “Conferência” do Padre Faber sobre receber escândalo; Sto. Tomás de Aquino – Summa Theologiae; Scupoli – Combate Espiritual; Scaramelli – Diretório Ascético; São Francisco de Sales –Introdução à Vida Devota; Thomas de Kempis – Imitação de Cristo; Balmes –A Arte de Alcançar a Verdade; Sto. Afonso de Ligório; São João Crisóstomo; e outros.

Podemos:

• Acreditar que o próximo cometeu um pecado contanto que a malícia do ato em que baseamos nossa convicção seja tão clara, óbvia e palpável que o ato não seja susceptível nem de justificativa, nem de desculpa. (D’Hauterive: Grand Cat., parte 2, seção 1, lição 27, n.º 52)
• Quando a ocasião for propícia e o pecado for manifesto, corrigir ou censurar o próximo.
• Fugir como da peste da companhia de pecadores escancarados e manifestos.
• Quando o bem de outrem tornar isto aconselhável, denunciar um pecador cuja culpabilidade for objeto de certeza, ou manifestar nossas suspeitas razoáveis, com moderação, a pessoas que tenham necessidade de ser informadas.
• Sondar o estado de consciência de pessoas sobre as quais temos autoridade, por exemplo nossos filhos menores de idade.
• Avaliar a virtude ou as motivações do próximo para uma finalidade específica, por exemplo para decidir se é apropriado empregá-lo numa dada função, com a condição de mantermos nossas conclusões apenas provisoriamente, na medida que não atingem o nível da certeza.
• Suspeitar da existência de uma falta ou vício, ou ao menos duvidar da virtude de alguém, caso a necessidade nos obrigue a refletir sobre a questão e existam razões suficientemente sólidas para nossas conclusões.
• Até mesmo relatar nossas suspeitas a outras pessoas, com prudência e caridade, por uma razão suficiente.

A devoção ao Espírito Santo - Primeira Parte -

Fonte: Salve Regina
d. Curzio Nitoglia
29 de abril de 2011
[Tradução: Gederson Falcometa]

A devoção ao Espírito Santo
-Primeira Parte-
  
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Comumente se considera que, a devoção ao Espírito Santo seja qualquer coisa reservada as almas especiais ou favorecidas por carismas excepcionais ou extraordinários. Nada de mais falso. Essa é necessária para chegar a perfeição da nossa vida sobrenatural, a qual todos são chamados por Deus. SANTO TOMÁS (S. Th., II-II, q. 24, a. 9) ensina que a vida espiritual se pode dividir em três etapas: a “primeira via purgativa”, dos “principiantes”, que se livram do pecado mortal e fazem meditações discursivas; a “segunda via iluminativa”, dos “progredintes”, que imitam as Virtudes de Cristo e fazem uma oração mais afetiva; estas duas etapas compõem a ascética. Enfim a “terceira via unitiva”, que não é facultativa mas necessária, é a mística ou dos “perfeitos”, que graças a atuação habitual dos Dons do Espírito Santo chegam, com a oração infusa ou contemplação, a união com Deus com pleno e perfeito fervor da Caridade, por quanto é possível a natureza humana nesta vida, ajudada pela Graça divina.

Inicio uma série de artigos para explicar que coisa seja a terceira via mística ou dos perfeitos e como o Espírito Santo com os seus sete Dons é absolutamente necessário para chegar a santidade. Não é pura teoria, mas dessa derivam as consequências eminentemente práticas para podermos nos fazer santos e salvarmos a alma. LEÃO XIII na sua Encíclica Divinum illud munus (1897) escreveu que como Jesus iniciou a nossa redenção e santificação, assim essa deve ser aperfeiçoada e levada a término pelo Espírito Paráclito, o qual tem papel na nossa vida espiritual e portanto, absolutamente necessário. Basta pensar nos Apóstolos instruídos por Jesus por três anos e por outros quarenta dias depois da sua Ressurreição, que sem a plenitude do Espírito Santo recebida no dia de Pentecostes não foram capazes de permanecer próximos ao Mestre.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Aos devotos de Santa Gemma Galgani

Nota do blogue: Agradeço a gentileza do blogue Alexandria Católica pelo envio das imagens.











Doutrina Cristã - Parte 19

Nota do blogue: Acompanhar esse Especial AQUI.

Monsenhor Francisco Pascucci, 1935, Doutrina Cristã
tradução por Padre Armando Guerrazzi, 2.ª Edição, biblioteca Anchieta.


6.° MANDAMENTO
Não cometer atos impuros

9.° MANDAMENTO
Não desejar a mulher de outrem

            O sexto mandamento nos proíbe toda impureza; a saber: as ações, palavras, olhares, livros, imagens, espetáculos imorais.
            O sexto mandamento nos ordena "sermos santos no corpo", tendo o máximo respeito à própria pessoa e à de outrem, como obras de Deus e templos, onde Ele habita com a presença e a graça. O nono mandamento nos proíbe os pensamentos e desejos maus.
            O nono mandamento nos ordena a perfeita pureza da alma e o máximo respeito, do íntimo do coração, no santuário da família.

A pureza ou modéstia cristã

            37. - Entre as virtudes que o cristão deve praticar, está a pureza ou modéstia cristã, chamada também virtude angélica. Recomenda respeitar o nosso corpo, como um templo consagrado a Deus, e interdiz o que poderia ofuscar a pureza e aviltar a dignidade humana.
            Jesus Cristo com as palavras e os fatos exaltou essa linda virtude. No discurso da montanha, disse: - "Bem aventurados os limpos de coração; porque eles verão a Deus". (Math. V, 8.) Escolheu para mãe Sua a uma sempre Virgem; mostrou predileção por S. João, o Apóstolo Virgem, ao qual, ao morrer, confiou Sua santa mãe; suportou dos Fariseus toda espécie de acusações, mas nunca a da impureza.

O que é proibido

            38. - O sexto mandamento proíbe os pecados de luxúria, isto é, toda ação exterior contraria à pureza.
            Os atos impuros são atos desordenados que subvertem a ordem imposta por Deus na propagação da vida humana e repugnam ao fim santo e nobilíssimo, prefixo pelo próprio Deus ao homem.
            São, destarte, proibidas todas as ações imorais, porque más em si, e, mesmo que sejam ocultas, não podem ficar impunes diante de Deus, que, presente em toda parte, tudo vê e julga; são proibidas quaisquer conversações inverecundas, quer se pronunciem, quer sejam ouvidas deliberadamente, porque servem de escândalo e incitamento aos maus costumes; são proibidos os olhares impudicos, porque pelos olhos entra o pecado e é o caminho direto para perverter o coração; são proibidos os livros, os jornais, os espetáculos e as ilustrações desonestas, porque aliciam e atraem para o abismo do mal.
            O nono mandamento vai além, e, buscando o mal na raiz, proíbe até o desejo do mal.

Gravidade do pecado

            39. - Os pecados contra o sexto e o nono mandamentos, quer por pensamentos, quer por obras, são todos graves, quando houver plena advertência da mente é complacência plenamente deliberada da vontade.
            Antes, podem agravar-se cada vez mais, ficar disformes e mudar de espécie e malícia, consoante as pessoas, os lugares e os modos como são cometidos.
            Graves castigos infligiu Deus aos povos dissolutos, como e dilúvio universal e a destruição de Sodoma e Gomorra; graves males ferem os transgressores desses mandamentos, quer no corpo, quer no espírito, como o demonstra a experiência.

Meios para evitá-lo

            40. - Os meios principais, sugeridos pela fé ou pela razão, para superarmos os assaltos da paixão impura e dela sairmos vitoriosos, uns são positivos e negativos outros.
            Positivos: a oração, a mortificação dos sentidos, a frequência dos sacramentos, a devoção a Maria Santíssima e o pensamento da presença de Deus e dos novíssimos.
            Negativos: são a fuga do ócio, dos companheiros e livros maus, e das ocasiões perigosas.