Nota: Havíamos transcrito apenas excertos deste texto, segue ele inteiro e finalizamos com este post o capítulo sobre a formação da vontade.
A FORMAÇÃO DA VONTADE
PARTE XI
O ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO
"Não há nada maior no universo do que Jesus Cristo; não há nada mais sublime em Jesus Cristo que o Seu sacrifício".
(Rene Banzin, A doce França, p. 86)
Que veremos neste capítulo?
1º- A natureza do espírito de sacrifício;
2º- A sua importância;
3º- Os meios a empregar para incutir nas crianças.
O que é o espírito de sacrifício?
O espírito de sacrifício é uma virtude que consiste em saber sofrer por uma intenção que eleva.
Quais são as formas principais do espírito de sacrifício?
1º- A resignação cristã em face dos males que é preciso sofrer.
Em todo o dia há que sofrer; o calor, o frio, uma dor de cabeça, uma contrariedade, uma repreensão, uma afronta, etc.
2º- Uma prática espontânea de certas mortificações, que alentam e desenvolvem a virtude.
(Rene Banzin, A doce França, p. 86)
Que veremos neste capítulo?
1º- A natureza do espírito de sacrifício;
2º- A sua importância;
3º- Os meios a empregar para incutir nas crianças.
1º- A natureza do espírito de sacrifício
O que é o espírito de sacrifício?
O espírito de sacrifício é uma virtude que consiste em saber sofrer por uma intenção que eleva.
Quais são as formas principais do espírito de sacrifício?
1º- A resignação cristã em face dos males que é preciso sofrer.
Em todo o dia há que sofrer; o calor, o frio, uma dor de cabeça, uma contrariedade, uma repreensão, uma afronta, etc.
2º- Uma prática espontânea de certas mortificações, que alentam e desenvolvem a virtude.
Uma criança que se haja habituada a aceitar os pequenos sofrimentos da vida, sem se queixar e a oferecê-los a Deus; que se tenha acostumado a ajudar o seu esforço pessoal e livre aquilo que as circunstâncias lhe impõe, essa criança terá o espírito de sacrifício.
"Tudo esmorece, tudo se estiloa, tudo morre na criança a quem nada se recusa".
(Mons. Gibier, A desorganização da família, p. 315)
Qual é a importância do espírito de sacrifício?
É imensa. Por que se pode dizer que a felicidade, a virtude, a santidade e a salvação dependem dele.
Como pode o espírito de sacrifício dar a felicidade?
1º- Disciplinando os nossos desejos.
A felicidade, com efeito, não consiste na fruição desta ou daquela soma de vantagens materiais ou morais. É o resultado do equilíbrio entre aquilo que se deseja e o que se tem.
Ora o coração humano, entregue a si próprio, é insaciável: as satisfações que lhe são concedidas não fazem senão aumentar os seus desejos. Somente a disciplina interior, quer dizer o espírito de sacrifício, pode reduzir a ansiedade de gozar a proporções razoáveis, em harmonia com aquilo que possui.
Parece-nos sobremaneira admirável a reflexão daquele campónio que passeava na rua mais comercial duma grande cidade, à hora em que, ao cair da noite, as ondas de luzes, nas montras dos armázens, faziam rebrilhar os objetos mais variados, próprios para excitar a cobiça dos trausentes:
- Que coisa de que eu não tenho necessidade, dizia ele.
E era feliz. Devia ser um homem capaz de se sacrificar.
2º- Produzindo esse delicado prazer que a generosidade dá sempre aos corações bem nascidos. Quando se fazem generosamente os sacrifícios que as ocasiões oferecem, encontra-se nisso uma tal felicidade que se tem pena quando esses sacrifícios já não são necessários. Neste mundo, quanto mais sacrifícios se fazem, mais felizes nos sentimos.
3º - Suprimindo o egoísmo e o mau caráter, que são as causas ordinárias duma multidão de dificuldades exteriores, que perturbam a tranquilidade e a felicidade.
É verdade que a virtude depende do espírito de sacrifício?
Não há dependência mais direta, nem mais completa do que aquela: aos dois termos corresponde mais ou menos a mesma definição; são praticamente inseparáveis; e será sempre verdadeiro o dizer-se que quem se não sabe sacrificar é incapaz de adquirir alguma virtude.
"Tendo a virtude por base e por essência o sacrifício, as virtudes mais meritórias são aquelas que se adquiriram com maiores esforços... Um homem não tem importância quando é incapaz de fazer um sacrifício".
(J de Maistre)
Como depende a santidade do espírito de sacrifício?
Não sendo a santidade mais que a virtude levada a um grau heróico, depende, como a própria virtude, do espírito de sacrifício.
Como depende a salvação do espírito de sacrifício?
Se não fizerdes penitência, não vos salvareis, diz Nosso Senhor. E que penitência farão aqueles que não sabem reprimir-se, mortificar-se, sacrificar-se?
Não farão nenhuma, e perder-se-ão.
Que conclusões derivam destas considerações sobre a importância do espírito de sacrifício?
2º- A importância do espírito de sacrifício
"Tudo esmorece, tudo se estiloa, tudo morre na criança a quem nada se recusa".
(Mons. Gibier, A desorganização da família, p. 315)
Qual é a importância do espírito de sacrifício?
É imensa. Por que se pode dizer que a felicidade, a virtude, a santidade e a salvação dependem dele.
Como pode o espírito de sacrifício dar a felicidade?
1º- Disciplinando os nossos desejos.
A felicidade, com efeito, não consiste na fruição desta ou daquela soma de vantagens materiais ou morais. É o resultado do equilíbrio entre aquilo que se deseja e o que se tem.
Ora o coração humano, entregue a si próprio, é insaciável: as satisfações que lhe são concedidas não fazem senão aumentar os seus desejos. Somente a disciplina interior, quer dizer o espírito de sacrifício, pode reduzir a ansiedade de gozar a proporções razoáveis, em harmonia com aquilo que possui.
Parece-nos sobremaneira admirável a reflexão daquele campónio que passeava na rua mais comercial duma grande cidade, à hora em que, ao cair da noite, as ondas de luzes, nas montras dos armázens, faziam rebrilhar os objetos mais variados, próprios para excitar a cobiça dos trausentes:
- Que coisa de que eu não tenho necessidade, dizia ele.
E era feliz. Devia ser um homem capaz de se sacrificar.
2º- Produzindo esse delicado prazer que a generosidade dá sempre aos corações bem nascidos. Quando se fazem generosamente os sacrifícios que as ocasiões oferecem, encontra-se nisso uma tal felicidade que se tem pena quando esses sacrifícios já não são necessários. Neste mundo, quanto mais sacrifícios se fazem, mais felizes nos sentimos.
3º - Suprimindo o egoísmo e o mau caráter, que são as causas ordinárias duma multidão de dificuldades exteriores, que perturbam a tranquilidade e a felicidade.
É verdade que a virtude depende do espírito de sacrifício?
Não há dependência mais direta, nem mais completa do que aquela: aos dois termos corresponde mais ou menos a mesma definição; são praticamente inseparáveis; e será sempre verdadeiro o dizer-se que quem se não sabe sacrificar é incapaz de adquirir alguma virtude.
"Tendo a virtude por base e por essência o sacrifício, as virtudes mais meritórias são aquelas que se adquiriram com maiores esforços... Um homem não tem importância quando é incapaz de fazer um sacrifício".
(J de Maistre)
Como depende a santidade do espírito de sacrifício?
Não sendo a santidade mais que a virtude levada a um grau heróico, depende, como a própria virtude, do espírito de sacrifício.
Como depende a salvação do espírito de sacrifício?
Se não fizerdes penitência, não vos salvareis, diz Nosso Senhor. E que penitência farão aqueles que não sabem reprimir-se, mortificar-se, sacrificar-se?
Não farão nenhuma, e perder-se-ão.
Que conclusões derivam destas considerações sobre a importância do espírito de sacrifício?
Quem quiser assegurar a felicidade, a virtude e a salvação das crianças que tem a seu cargo, deve necessariamente habituá-las ao sacrifício. Seria um "desejo egoísta" querer desviar delas todo o sofrimento, toda a pena, toda a fadiga, toda a privação.
Que meios se devem empregar para incutir o espírito de sacrifício nas crianças?
É preciso:
1º- Não as enervar;
2º- É preciso por meio dum regime austero habituar as crianças a serem valorosas;
3º- Exercitá-las no sofrimento;
4º- Fazê-las praticar atos;
5º- Fazê-las agir sobrenaturalmente.
1º- Não se devem enervar as crianças
"Pais que favoreceis a moleza do corpo, a moleza da vontade, corrompeis as gerações em flor".
(Mons. Gibier, A desorganização da família, p. 315)
Com que devem ter cuidado os pais que não querem enervar as crianças?
Devem ter cuidado com o ardor e a frequência das suas carícias e dos seus abraços; reprimir algumas dessas demonstrações; tornar outras menos expansivas; compenetrar-se bem de que os seus filhos nada perderam com este regime, e que eles próprios serão com isso beneficiados.
Com efeito, as manifestações exageradas de ternuras esgotam o coração dos pais, e não dão às crianças senão moleza; ora, a moleza torna sensível a menor impressão.
2º- É preciso por meio dum regime austero habituar as crianças a serem valorosas
"Não basta fortalecer a alma da criança; é preciso enrijar-se-lhe os músculos".
(Montaigne, Ensaios)
Quer isto dizer que se devem submeter ao regime espartano?
Não dissemos nem pensamos nada semelhante. O regime espartano, com efeito, consistia em educar a criança, privando-a de todo o conforto.
"Adestravam-nas a suportar, sem se queixar, o frio e o calor, a fome e a sede, a fadiga e a dor. Usavam o mesmo fato em todas as estações. Dormiam sobre caniços, que eles mesmos cortavam no Eurotas. Alimentavam-nas mal, e obrigavam-nas a roubar para matar a fome. Havia concursos de resistência às pancadas. Todos os anos se chicoteavam diante do altar de Artemis, e o vencedor era o último a queixar-se. Houve crianças que morreram sem soltar um gemido...".
(Albert Malet, A antiguidade, p. 175)
Que é pois, o austero regime educativo da coragem?
Sem ir até ao excesso do regime espartano, nem mesmo caminhar resolutamente pelo caminho que conduz à Lacedemônia, parece vantajoso submeter as crianças a uma certa austeridade de regime.
Mestres experimentados recomendam este método - chamam-lhe "regime educativo da coragem": Consiste em inspirar a energia contra a dor; a privação voluntária duma injúria; a aceitação resoluta duma punição merecida; a sinceridade na confissão duma falta.
O emprego deste meio não apresenta algum perigo?
Sim.
É que o "austero regime educativo da coragem" degenera em estoicismo ou em rigidez orgulhosa. Evita-se esse perigo purificando e espiritualizando as intenções da criança.
3º - É preciso habituar as crianças ao sofrimento.
Qual é o primeiro meio a empregar para ensinar às crianças a suportarem as dificuldades?
É de não prestar àquilo que as contraria senão uma atenção relativa.
"Não lhes mostreis jamais um interesse muito grande quando as encontrardes com um parecer um pouco demudado; faz-se-lhes um mal que nem imagina com estas perguntas: 'Como estás?', olhando-a fixamente. É o meio de as predispor para as doenças e, sobretudo, para os abalos nervosos, torná-las preocupadas com a sua saúde. Temei menos os pequenos acidentes do que as emoções morais; ensinai as crianças a ser ágeis à custa mesmo de algumas contusões na cabeça".
(D.Donné, citado por Depoisier, Da educação, p. 303-304)
Qual é o segundo meio a empregar para ensinar às crianças a suportarem as dificuldades?
É o de só lhes prestar atenção proporcional às contrariedades que sofrem...
4º- É preciso obrigar as crianças a fazerem sacrifícios
"Um cristão não sucumbe, sacrifica-se"
Como podem os pais obrigar os filhos a fazerem sacrifícios?
De quatro maneiras:
3- Os meios a empregar para incutir o espírito de sacrifício nas crianças
Que meios se devem empregar para incutir o espírito de sacrifício nas crianças?
É preciso:
1º- Não as enervar;
2º- É preciso por meio dum regime austero habituar as crianças a serem valorosas;
3º- Exercitá-las no sofrimento;
4º- Fazê-las praticar atos;
5º- Fazê-las agir sobrenaturalmente.
1º- Não se devem enervar as crianças
"Pais que favoreceis a moleza do corpo, a moleza da vontade, corrompeis as gerações em flor".
(Mons. Gibier, A desorganização da família, p. 315)
Com que devem ter cuidado os pais que não querem enervar as crianças?
Devem ter cuidado com o ardor e a frequência das suas carícias e dos seus abraços; reprimir algumas dessas demonstrações; tornar outras menos expansivas; compenetrar-se bem de que os seus filhos nada perderam com este regime, e que eles próprios serão com isso beneficiados.
Com efeito, as manifestações exageradas de ternuras esgotam o coração dos pais, e não dão às crianças senão moleza; ora, a moleza torna sensível a menor impressão.
2º- É preciso por meio dum regime austero habituar as crianças a serem valorosas
"Não basta fortalecer a alma da criança; é preciso enrijar-se-lhe os músculos".
(Montaigne, Ensaios)
Quer isto dizer que se devem submeter ao regime espartano?
Não dissemos nem pensamos nada semelhante. O regime espartano, com efeito, consistia em educar a criança, privando-a de todo o conforto.
"Adestravam-nas a suportar, sem se queixar, o frio e o calor, a fome e a sede, a fadiga e a dor. Usavam o mesmo fato em todas as estações. Dormiam sobre caniços, que eles mesmos cortavam no Eurotas. Alimentavam-nas mal, e obrigavam-nas a roubar para matar a fome. Havia concursos de resistência às pancadas. Todos os anos se chicoteavam diante do altar de Artemis, e o vencedor era o último a queixar-se. Houve crianças que morreram sem soltar um gemido...".
(Albert Malet, A antiguidade, p. 175)
Que é pois, o austero regime educativo da coragem?
Sem ir até ao excesso do regime espartano, nem mesmo caminhar resolutamente pelo caminho que conduz à Lacedemônia, parece vantajoso submeter as crianças a uma certa austeridade de regime.
Mestres experimentados recomendam este método - chamam-lhe "regime educativo da coragem": Consiste em inspirar a energia contra a dor; a privação voluntária duma injúria; a aceitação resoluta duma punição merecida; a sinceridade na confissão duma falta.
O emprego deste meio não apresenta algum perigo?
Sim.
É que o "austero regime educativo da coragem" degenera em estoicismo ou em rigidez orgulhosa. Evita-se esse perigo purificando e espiritualizando as intenções da criança.
3º - É preciso habituar as crianças ao sofrimento.
Qual é o primeiro meio a empregar para ensinar às crianças a suportarem as dificuldades?
É de não prestar àquilo que as contraria senão uma atenção relativa.
"Não lhes mostreis jamais um interesse muito grande quando as encontrardes com um parecer um pouco demudado; faz-se-lhes um mal que nem imagina com estas perguntas: 'Como estás?', olhando-a fixamente. É o meio de as predispor para as doenças e, sobretudo, para os abalos nervosos, torná-las preocupadas com a sua saúde. Temei menos os pequenos acidentes do que as emoções morais; ensinai as crianças a ser ágeis à custa mesmo de algumas contusões na cabeça".
(D.Donné, citado por Depoisier, Da educação, p. 303-304)
Qual é o segundo meio a empregar para ensinar às crianças a suportarem as dificuldades?
É o de só lhes prestar atenção proporcional às contrariedades que sofrem...
4º- É preciso obrigar as crianças a fazerem sacrifícios
"Um cristão não sucumbe, sacrifica-se"
Como podem os pais obrigar os filhos a fazerem sacrifícios?
De quatro maneiras:
1) Proporcionando-lhes a ocasião;
2) Ajudando-os a aproveitar as ocasiões;
3) Levando-os a provocarem as ocasiões;
4) Obrigando-os a prestarem contas, todas as noites, do que fizeram durante o dia.
Quais são as ocasiões de sacrifícios que os pais podem proporcionar aos seus filhos?
"Podem, por exemplo, não lhes conceder tudo quanto desejam; não lhes dar imediatamente o que eles pedem com instância; habituá-los, por meio de conselhos, exercícios e lições de coisas, a serem contrariados sem se irritarem, e esperar sem se impacientarem, a sofrer provações sem chorarem, a sentir a falta de qualquer coisa sem julgarem tudo perdido".
(Das palhetas de ouro, 1º- série, p. 113 e 133)
Como podem os pais ajudar as crianças a aproveitarem as ocasiões de se sacrificar?
1º- Avivando-lhe frequentemente o pensamento de fazerem um esforço;
2º- Indicando-lhes uma ou outra ocasião que se apresentar: obediência, privação, esmola, bom porte, amabilidade, etc.
Alguns exemplos:
1º- Ocupar um lugar menos cômodo, dizendo com um sorriso: "Como estou bem aqui!"
2º- Apresentar-se para um trabalho obrigatório com toda a naturalidade e com os modos alegres, próprio de quem nisso sente um grande prazer.
3º- Privar-se dum objeto de pequeno valor, dando-o sem afetação a quem, ao vê-lo, manifestou o desejo de possuir um igual.
4º- Colocar no seu lugar os objetos que estão fora dele, sem que se saiba que os arrumou.
5º- Remediar os esquecimentos.
6º- Proporcionar pequenas alegrias, sem que aquele que as desfruta tenha manifestado a ninguém a felicidade que lhes deviam dar.
Esta procura dos sacrifícios não ultrapassa a capacidade moral das crianças?
Não, certamente.
As crianças são em geral, muito generosas; por pouco que se incitem, lançam-se no caminho do sacrifício com uma facilidade prodigiosa; põem nisso a mesma impetuosidade que outros imprimem à aquisição dos seus prazeres.
É importante finalizar o que fazem as crianças?
Sim; é muito importante, apesar de geralmente esquecido.
A criança, com efeito, é um aprendiz; precisa dum mestre; a sua vontade é inconstante: carece dum apoio; a sua consciência não lhe basta: têm necessidade dum socorro exterior. E, no entanto, esta fiscalização não se exerce senão raramente.
Temos pedido muitas vezes às crianças da catequese que arranjem uns cadernos de lembranças em que registrem os seus sacrifícios; de quando em quando, nós examinamo-los. Mas o que mais nos admira é a indiferença dos pais. Eles deveriam ser os primeiros a querer e a empregar este meio de educação... e vemos que se desinteressam! Ah! os pais desinteressam-se frequentemente de muitas coisas!
Uma jovem, à qual nos esforçamos um dia por fazer compreender a importância dum regulamento cheio de senso, respondeu-nos:
- Mas que quer? Ninguém me fala nisso a são ser o senhor. Ninguém mais me incita a cumprir esses regulamento!
5º- É preciso fazer agir as crianças sobrenaturalmente
Que comporta esta recomendação?
Comporta uma dupla operação:
A primeira consiste em fazer oferecer a Deus os pequenos sacrifícios do dia.
A segunda consiste em oferecer uma intenção sobrenatural ou elevada à generosa atividade das crianças.
É importante fazer oferecer a Deus os pequenos sacrifícios de cada dia?
Sim.
E por muitas razões:
1º- É, primeiramente, o único meio de não perder o merecimento.
2º- E, além disso, este pensamento de Deus, por cuja intenção se procede, é um recurso sem igual, para sustentar a vontade da criança.
- Oferece a tua dor de cabeça a Deus, dizia uma mãe a um seu filhinho de poucos anos.
- E se eu a oferecer a Deus, Ele querê-la-á?
Esta ingenuidade, que parece desconcertante, fornece uma ocasião para uma explicação edificante e educativa; todas as mães, verdadeiramente mães, a aproveitarão com solicitude.
Que intenções se podem sugerir à criança para animar a sua generosidade ao sacrifício?
A conversão dum pecador conhecido; uma graça particular cujo valor a criança possa conhecer; a imitação do Menino Jesus e dos santos, etc.
Qual será a eficácia deste meio seriamente utilizado?
Será maravilhoso.
"A alma das criancinhas é cândida e pura, e Deus compraz-Se com esta inocente simplicidade. Ele o declara no Seu Evangelho. Quantas graças, pois, estes pequeninos seres poderiam obter do Céu por suas mortificações, para a conservação dos bons e a conversão dos maus! Quando o santo cura de Ars queria obter de Deus uma grande graça, a conversão dum pecador em particular, reunia as criancinhas, conduzia-as diante do tabernáculo e fazia-as orar com os braços em cruz. São Filipe de Nery usava do mesmo meio".
(Simon, A arte de educar as crianças. p. 119)
Todos os missionários o empregam.
Os pais e as mães deveriam inspirar-se neste pensamento sobrenatural e eficaz.
Quais são as ocasiões de sacrifícios que os pais podem proporcionar aos seus filhos?
"Podem, por exemplo, não lhes conceder tudo quanto desejam; não lhes dar imediatamente o que eles pedem com instância; habituá-los, por meio de conselhos, exercícios e lições de coisas, a serem contrariados sem se irritarem, e esperar sem se impacientarem, a sofrer provações sem chorarem, a sentir a falta de qualquer coisa sem julgarem tudo perdido".
(Das palhetas de ouro, 1º- série, p. 113 e 133)
Como podem os pais ajudar as crianças a aproveitarem as ocasiões de se sacrificar?
1º- Avivando-lhe frequentemente o pensamento de fazerem um esforço;
2º- Indicando-lhes uma ou outra ocasião que se apresentar: obediência, privação, esmola, bom porte, amabilidade, etc.
Alguns exemplos:
1º- Ocupar um lugar menos cômodo, dizendo com um sorriso: "Como estou bem aqui!"
2º- Apresentar-se para um trabalho obrigatório com toda a naturalidade e com os modos alegres, próprio de quem nisso sente um grande prazer.
3º- Privar-se dum objeto de pequeno valor, dando-o sem afetação a quem, ao vê-lo, manifestou o desejo de possuir um igual.
4º- Colocar no seu lugar os objetos que estão fora dele, sem que se saiba que os arrumou.
5º- Remediar os esquecimentos.
6º- Proporcionar pequenas alegrias, sem que aquele que as desfruta tenha manifestado a ninguém a felicidade que lhes deviam dar.
Esta procura dos sacrifícios não ultrapassa a capacidade moral das crianças?
Não, certamente.
As crianças são em geral, muito generosas; por pouco que se incitem, lançam-se no caminho do sacrifício com uma facilidade prodigiosa; põem nisso a mesma impetuosidade que outros imprimem à aquisição dos seus prazeres.
É importante finalizar o que fazem as crianças?
Sim; é muito importante, apesar de geralmente esquecido.
A criança, com efeito, é um aprendiz; precisa dum mestre; a sua vontade é inconstante: carece dum apoio; a sua consciência não lhe basta: têm necessidade dum socorro exterior. E, no entanto, esta fiscalização não se exerce senão raramente.
Temos pedido muitas vezes às crianças da catequese que arranjem uns cadernos de lembranças em que registrem os seus sacrifícios; de quando em quando, nós examinamo-los. Mas o que mais nos admira é a indiferença dos pais. Eles deveriam ser os primeiros a querer e a empregar este meio de educação... e vemos que se desinteressam! Ah! os pais desinteressam-se frequentemente de muitas coisas!
Uma jovem, à qual nos esforçamos um dia por fazer compreender a importância dum regulamento cheio de senso, respondeu-nos:
- Mas que quer? Ninguém me fala nisso a são ser o senhor. Ninguém mais me incita a cumprir esses regulamento!
5º- É preciso fazer agir as crianças sobrenaturalmente
Que comporta esta recomendação?
Comporta uma dupla operação:
A primeira consiste em fazer oferecer a Deus os pequenos sacrifícios do dia.
A segunda consiste em oferecer uma intenção sobrenatural ou elevada à generosa atividade das crianças.
É importante fazer oferecer a Deus os pequenos sacrifícios de cada dia?
Sim.
E por muitas razões:
1º- É, primeiramente, o único meio de não perder o merecimento.
2º- E, além disso, este pensamento de Deus, por cuja intenção se procede, é um recurso sem igual, para sustentar a vontade da criança.
- Oferece a tua dor de cabeça a Deus, dizia uma mãe a um seu filhinho de poucos anos.
- E se eu a oferecer a Deus, Ele querê-la-á?
Esta ingenuidade, que parece desconcertante, fornece uma ocasião para uma explicação edificante e educativa; todas as mães, verdadeiramente mães, a aproveitarão com solicitude.
Que intenções se podem sugerir à criança para animar a sua generosidade ao sacrifício?
A conversão dum pecador conhecido; uma graça particular cujo valor a criança possa conhecer; a imitação do Menino Jesus e dos santos, etc.
Qual será a eficácia deste meio seriamente utilizado?
Será maravilhoso.
"A alma das criancinhas é cândida e pura, e Deus compraz-Se com esta inocente simplicidade. Ele o declara no Seu Evangelho. Quantas graças, pois, estes pequeninos seres poderiam obter do Céu por suas mortificações, para a conservação dos bons e a conversão dos maus! Quando o santo cura de Ars queria obter de Deus uma grande graça, a conversão dum pecador em particular, reunia as criancinhas, conduzia-as diante do tabernáculo e fazia-as orar com os braços em cruz. São Filipe de Nery usava do mesmo meio".
(Simon, A arte de educar as crianças. p. 119)
Todos os missionários o empregam.
Os pais e as mães deveriam inspirar-se neste pensamento sobrenatural e eficaz.
(Catecismo da Educação, pelo abade Rene de Bethléem)
PS: Grifos meus.
PS: Grifos meus.