quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Estigmas das mãos de Nosso Senhor

PS: Esta postagem é de caráter informativo .Visa fornecer dados sobre estudos feitos por dois grandes estudiosos do Santo Sudário. Dr Pierre Barbet em sua obra: A Paixão segundo o cirurgião e Dr. Frederick T. Zugibe em seu volumoso estudo sobre o assunto: A crucificação de Jesus.
Não temos o intuito de afirmar o local exato da perfuração dos pregos nas Santas mãos de Nosso Senhor, afirmação essa que exige autoridade e conhecimento elevado, ambas qualidades que nos faltam.


(Figura ilustrativa, não confere com a citada no livro, apenas para dar uma noção da localização dos pregos)

Até o começo da década de 1930, cristãos devotos acreditavam que os pregos tinham atravessado a palma das mãos de acordo com os textos das Escrituras (Zacarias 13:6; Salmos 21:16, 17; Lucas 24:39; João 20:20-27). Crucifixos mais antigos como o de marfim, datado de 420 d.C., que se encontra no Museu Britânico, e o que está no portão de madeira de Santa Sabina, em Roma, datado da primeira metade do século V, mostram os pregos no centro das palmas. Estudiosos da crucificação, como Hengel, escreveram que, nos tempos romanos, era regra pregar o crucarius nas duas mãos e nos pés.

Porém, em 1932, na exposição do Sudário de Turim, o Dr. Pierre Barbet, um conhecido cirurgião de Paris, proclamou que o prego penetrou no pulso e não na palma da mão, já que ela não poderia suportar o peso do corpo. Ele turvou as àguas mais ainda ao afirmar que o prego penetrou uma área específica do pulso chamada espaço de Destot, onde, segundo ele, o objeto atingiu o nervo mediano, fazendo que o polegar se retraísse para a palma.

Essa novidade se espalhou como fogo pelo mundo todo até os tempos atuais, com uma infinidade de artigos na imprensa, documentários na TV, revistas, livros, capítulos em livros, etc., muito embora as suposições de Barbet fossem baseadas em mera especulação. Ele chegou a essa conclusão depois de notar que o Sudário de Turim parecia mostrar os ferimentos perto do pulso, na costas da mão; conduzindo uma única e indefensável experiência utilizando um braço amputado; e levando em consideração a revelação da Virgem para Santa Brigite, que dizia: "as mãos do meu Filho foram penetradas no ponto onde o osso é mais sólido." mais tarde, ele desenvolveu outra suposição, a de que somente um prego penetrou ambos os pés, ignorando totalmente a revelação de Santa Brigite, conforme a qual cada pé teria sido percurado separadamente. (A crucificação de Jesus escrito pelo dr. Frederick T.Zugibe)
                                                                       ***
Segue algumas comparações feitas entre as opiniões de Dr.Pierre Barbet e Dr. Frederick T.Zugibe sobre o estigma de Nosso Senhor.


* Local do cravo segundo Dr.Pierre Barbet (Espaço de Destot - figura ao lado)

1) O Homem do Sudário foi pregado na área do pulso chamada espaço de Destot ?

Dr. Barbet

- "É portanto coisa certa: os cravos não puderam ter sido fincados nas palmas das mãos sem que as dilacerassem rapidamente; logo, é necessário procurarmos outro local." (Barbet - A Doctor at Calvary pág 118)

- "O cravo entrou no espaço de Destot; afastou, sem quebrar um só, os quatro ossos que o limitam." (´pág. 124)

- "Existe no meio dos ossos do carpo, um espaço livre, limitado pelo grande osso, o semilunar, o piramidal e o uniforme. Conhecemos tão bem este espaço que está de acordo com o espaço de Destot" ( Barbet - A Doctor at Calvary - pág 125)

Dr. Frederick

"Infelizmente, isso não pode ser verdade porque esses quatro ossos localizam-se na região do pulso pertencente ao dedo mínimo (ulnar) e não na região do polegar (radial), como é mostrado no Sudário! Olhe para a imagem do ferimento na mão para confirmar isso. Note que a imagem do ferimento na mão no Sudário é, sem dúvida, na região radial (polegar) do pulso.
Em primeiro lugar, o prego não poderia ter entrado no espaço de Destot, porque está no lado errado do pulso. Segundo, não poderia ter entrado no centro da palma, porque ele não teria saído no local do ferimento que a imagem do Sudário de Turim aponta. Em terceiro lugar, não poderia ter entrado no espaço entre o rádio e a ulna, porque não teria saído onde é mostrado no Sudário.


O prego poderia ter entrado na parte superior da palma da mão - não no centro da palma. Essa área é também tão robusta quanto o espaço de Destot ou a área radial. Um prego entrando nesta região poderia emergir no local detalhado no Sudário."

2) O polegar que falta no Sudário deve-se a um ferimento no nervo mediano por causa da passagem do prego?

Dr. Barbet

"Operava eu, e nisto insisto, sobre mãos vivas ainda, logo após a amputação de braço. Ora, verifiquei desde a primeira vez e, regularmente nas seguintes, que no momento em que o cravo atravessava as partes moles anteriores, estando a palma para cima, o polegar se dobrava bruscamente e, sobretudo, se opunha na palma, pela contração dos músculos tenarianos, ao mesmo tempo que os quatro dedos se dobravam muito ligeiramente...Ora, as dissecações me revelaram que o tronco do nervo mediano estava sempre gravemente ferido pelo cravo, seccionado, triturado na altura do terço, metade ou dois terços, de acordo com os casos...a contração destes músculos tenarianos, ainda vivos como seu nervo motor, se explicava facilmente pela excitação mecânica do nervo mediano" ( Barbet - A Doctor at Calvary ,pág. 126)

Dr.Frederick

"Isso é indefensável por duas razões: Primeira: Anatomicamente isso é impossível, porque o nervo mediano não passa pelo espaço de Destot, mas corre na área do pulso referente ao polegar e ao longo do sulco tenar até a palma da mão.Um jeito fácil de localizar o nervo mediano do seu pulso é dobrá-lo para a frente.Você vai notar uma estrutura firme, como se fosse uma corda, projetando-se externamente. Esse é tendão palmar longo. O nervo mediano corre ao longo desse tendão do lado do polegar, não do dedo mínimo. Obviamente, Barbet estava danificando o nervo ulnar, que corre na área do espaço de Destot.
Segundo: Mesmo que passasse e fosse ferido, não haveria flexão do polegar. O dr. Ernest Lampe um dos principais cirurgiões do mundo relata que, na ruptura do nervo mediano, dá-se a inabilidade para flexionar o polegar, o indicador e o dedo médio"

3) As palmas das mãos não vão agüentar o peso do corpo.

Dr.Pierre

"Fiz a seguinte experiência: acabando de amputar um braço no terço superior, de um homem vigoroso, enterrei meu cravo de 8mm de lado a lado (igual ao cravo da Paixão) em plena palma no 3º espaço. Suspendi devagarinho ao cotovelo 40 quilos(isto é, metade do peso de um homem que tivesse cerca de 1,80 m). Depois de 10 minutos, a chaga se havia estigado, e o cravo estava na altura das cabeças metacarpianas. Dei então uma sacudidela muito moderada no conjunto e vi o cravo franquear bruscamente o ponto do espaço retraído pelas duas cabeças matacarpianas e dilacerar bastante a pele até a comissura. Uma segunda sacudidela fê-lo arrancar o que restava da pele." ( Barbet - A Doctor at Calvary, pág. 116)

Dr.Frederick

"Ele descobriu que o prego rasgou a mão depois de cerca de dez minutos, com agitação. Acrescentou cálculos matemáticos derivados da fórmula de tensão pra um homem suspenso em um ângulo de 65 graus, que ele indicou resultar em, um impacto de aproximadamente 94 quilos. Sua conclusão é incorreta. O problema com essa e outras hipóteses de Barbet é que elas nunca foram sujeitas aos princípios do método científico, o que é indispensável para validar ou modificar uma hipótese...

Sempre tive muitas reservas quanto ao experimento de Barbet com o braço amputado, já que ele só o fez uma vez e, ainda assim, usando apenas um braço. Amputações de braço são muito raras na medicina e, acontecem principalmente quando existe gangrena por causa da obstrução do fornecimento vascular causado por doenças ou grave circustâncias traumáticas. Em casos como esses, os tecidos isquêmicos ofereceriam menos resistência que os tecidos normais, e os pregos, assim, dilacerariam as mãos com mais facilidade... As experiências de Barbet com o braço amputado não são aplicáveis à suspensão na cruz quando os pés estão presos à estaca. A fórmula de tensão é aplicável somente se a vítima está totalmente suspensa pelas mãos, com as pernas pendendo livres. A tração nas mãos e braços durante a suspensão é notadamente diminuída quando os pés estão presos à estaca, porque as pernas absorvem grande parte da tensão."



4) Os estigmatizados

Dr.Pierre

"Acrescentemos que a localização exata dos estigmas não tem sido sempre a mesma, mas vai variando por toda a extensão da zona metacarpiana e até perto do carpo. É necessário, portanto, concluir que os estigmas não poderão dar informação alguma sobre a localização nem sobre a forma das chagas da crucifixão... Aliás, é este o sentimento dos próprios estigmatizados, suas chagas não têm para eles senão valor místico. Apenas citarei uma: Teresa Neumann, embora suas manifestações sobrenaturais não tenham ainda sido homologadas pela autoridade legítima. Teresa disse a um dos seus amigos: 'Não creio que Nosso Senhor tenha sido pregado nas palmas das mãos, no local em que tenho os estigmas. Estes sinais não tem senão uma significação mística. Jesus deveria estar fixado sobre a cruz mais solidamente' .

Concluamos, então. Sem querer, pois quase que não o podemos, discutir o mecanismo somático do milagre (porque continuo a admitir que estes estigmas têm uma causa sobrenatural) , é permitido pensar que a impressão deles geralmente se faz no local em que o estigmatizado crê que estavam as chagas do Senhor."

Dr.Frederick

"É interessante que não se sabe de nenhum estigmático que tenha ferimentos no pulso antes da hipótese de Barbet. Além disso, a legitimidade dos estigmáticos pós-Barbet que tiveram ferimentos nos pulsos, como o padre italiano Gino Buresi e o padre americano Brussis, foi recentemente contestada. Alega-se que, aparentemente, Brussis procura refletores e supostamente está registrado no Guinness, o livro dos recordes, como a pessoa que permaneceu em uma roda-gigante por mais tempo do que qualquer coisa."

Tu me moves!


Ato de amor perfeito e contrição perfeita,
atribuído a São Francisco Xavier

Não me move meu Deus, para querer-Te,
O Céu que me tens prometido,
Nem me move o inferno, tão temido,
Para deixar por isso de ofender-Te.

Tu me moves, Deus meu, move-me o ver-Te
Cravado em uma cruz, escarnecido;
Move-me o ver teu Corpo tão ferido,
Movem-me tuas afrontas e tua morte;

Move-me, enfim, teu amor e de tal maneira
Que, ainda que não houvesse Céu, te amaria,
E, ainda que não houvesse inferno, te temeria.

Nada tens que dar-me porque Te quero;
Porque, se não esperasse o que espero,
Te queria o mesmo que te quero.

(Retirado do livro: A contrição perfeita uma chave de ouro do Céu -  Pe. J. de Driesch - pág. 32)

Aos devotos de São Miguel Arcanjo (Um pouco atrasado)


No ano de 590 Roma foi assolada por uma série de calamidades, entre as quais a invasão dos lombardos, a inundação do Tigre, e uma peste que ceifou a vida do próprio Papa Pelágio II. Seu sucessor, São Gregório Magno, conclamou todos os fiéis para uma procissão rogatória, a fim de implorar a misericórdia do Céu. O Pontífice compareceu descalço, com uma imagem de Nossa Senhora.

A procissão atravessou toda a cidade para chegar à Basílica de São Pedro. Quando o cortejo estava cerca da ponte do cais de Adriano, ouviram-se coros angélicos que cantavam:
"Rainha dos Céus, alegrai-vos, aleluia, porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio, aleluia, Ressucitou como disse, aleluia".

São Gregório, ajoelhando-se na rua, terminou o cântico dos Anjos:
 "Rogai por nós a Deus, Aleluia".

Nesse momento São Miguel, protetor da Igreja, apareceu sobre o Mausoléu de Adriano, tendo uma espada nua na mão, que ele recolocava na bainha. A partir desse momento cessaram todas as calamidades.
Como lembrança desse acontecimento, colocou-se sobre o Mausoléu, tornado uma espécie de cidadela do Papado, uma imagem de mármore branco representando o Arcanjo como fora visto. Bento XIV a substituiu pela de bronze que ainda hoje está sobre o que passou a ser chamado de "castelo Santo Anjo", às margens do Tigre, na cidade Eterna. (ver imagem acima)
(O Livro dos Três Arcanjos - Ed. Artpress)

Oração a São Miguel pedindo assistência na hora da morte

"Glorioso Arcanjo São Miguel, pela vossa proteção fazei que, no dia da minha morte, a minha alma seja revestida da graça de Deus, e digna se ser apresentada pelas vossas mãos a Jesus Cristo, meu soberano Juiz.Ah! santo Arcanjo, o inferno tem muitas armas com que pode investir contra mim nessa hora: estas armas são os meus pecados, cuja enormidade ele me há de representar então, para me precipitar no desespero; são todas as horríveis tentações com que há de me assaltar para me reduzir a cair no pecado. Ó vós, que vencestes e expulsastes do céu este terrível adversário, vinde vencê-lo de novo e expulsá-lo para longe de mim no momento da minha morte; isto vos suplico pelo grande amor que Deus vos tem, e vós a Ele. Ó Maria, Rainha do Céu, ordenai a São Miguel que assista à hora de minha morte. Amém".
(As mais belas orações de Santo Afonso de Maria Ligório, Ed.Vozes, 1961)


Coroa Angélica de São Miguel Arcanjo

Esta devoção foi ensinada e pedida pelo próprio Arcanjo à serva Antónia d'Astonoac, em Portugal. A devoção passou para outros países, foi aprovada por muitos bispos e até pelo Papa Pio IX, que a enriqueceu de indulgências, em 08 de Agosto de 1851.

São Miguel prometeu, em retribuição, que aquele que lhe rendesse este culto, teria na ocasião em que se aproximasse da santa Eucaristia, um cortejo de nove Anjos, escolhidos dentre os noves coros. Além disso, para a recitação quotidiana destas nove saudações, prometeu a sua assistência e a dos santos Anjos durante todo o decurso da vida, e depois da morte a libertação do Purgatório para si e seus parentes.
(Estatutos e Devocionários da Associação de São Miguel, p.13)

Método para rezar:

Sobre a Medalha, diz-se:

Vinde, ó Deus, em meu auxílo!
Socorrei-me sem demora!
Glória ao Pai...

Depois, deixando para o final as quatro contas que se sequem, toma-se a primeira conta grande da coroínha e reza-se a primeira saudação:

Primeira Saudação
Pela intercessão de SÃO MIGUEL e do coro celeste dos SERAFINS, para que o Senhor nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade.Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Segunda Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos QUERUBINS, para que o Senhor nos conceda a graça de fugirmos do pecado e procurarmos a perfeição cristã. Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ...Glória.

Terceira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos TRONOS, para que Deus derrame em nossos corações o espírito de verdadeira e sincera humildade. Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Quarta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das DOMINAÇÕES, para que o Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e de nos corrigir das nossas más paixões. Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Quinta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das POTESTADES, para que o Senhor se digne proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações do demônio. Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Sexta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das VIRTUDES,para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre de todo o mal. Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Sétima Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos PRINCIPADOS, para que o Senhor encha nossas almas do espírito de uma verdadeira e sincera obediência.Amé m.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ...Glória.

Oitava Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ARCANJOS, para que o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e nas boas obras, afim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

Nona Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ANJOS, para que o Senhor se digne conceder-nos que sejamos guardados por eles nesta vida mortal, para sermos conduzidos por eles à glória eterna do Céu.Amém.

Um Pai Nosso ... Três Ave Marias ... Glória.

No final reza-se nas quatro contas grandes:

Um Pai Nosso ... (em honra de São Miguel Arcanjo)
Um Pai Nosso ... (em honra de São Gabriel)
Um Pai Nosso ... (em honra de São Rafael)
Um Pai Nosso ... (em honra do nosso Anjo da Guarda)

Termina-se rezando:

Antífona: Glorioso São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção que adiantemos, cada dia mais, na fidelidade em servir a Deus.Amém.

- Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
- Para que sejamos dignos de suas promessas.

Oração: Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhesses para príncipe de vossa Igreja o gloriosíssimo arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós Vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e Augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Amém.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Santos Anjos


Há na criação, uma série de seres, que vai desde os minerais até os puramente espirituais. A existência destes últimos não poderíamos conhecer por nossa razão apenas, mas a conhecemos pela Revelação. São os anjos.

- Existência dos anjos
A Bíblia está cheia da existência dos Anjos, os quais aparecem desde o princípio (Gên.3). No Antigo Testamento eles aparecem impedindo que Abraão sacrifique Isaac, consolando Agar no deserto (ver cap. 16 e 22 do Gênesis), alimentando Elias (I Rg 19). E em muitas outras passagens. Nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos há numerosas aparições de anjos, cumprindo ordens de Deus. Apesar disto, o espiritismo, desprezando totalmente a Bíblia, nega a existência dos Anjos.

- Como são os anjos

Os Anjos são as criaturas mais perfeitas, porque são as mais semelhantes a Deus, por serem puramente espirituais. São superiores aos homens pela inteligência, pela vontade, pelo poder. Fatos da Bíblia o mostram. Um anjo matou de uma vez 185 mil soldados dos assírios (Is 37,36); outro arrebatou Habacuc pelos cabelos e o levou para Babilônia (Dan 14,35).

- Que fazem os anjos?

a) Adoram e louvam a Deus sem cessar, felizes por contemplá-Lo no céu.
O profeta Isaías os viu cantando sem cessar os louvores da SS.Trindade: Santo, santo, santo é o Senhor Deus dos exércitos (Is. 6,3)

b) Cumprem as ordens de Deus
Guardam a porta do paraíso (Gên. 3,24); comunicam o nascimento de Cristo (Lc 2,13) e sua Ressurreição (Lc. 24,4), etc.

c) Protegem-nos contra os males da alma e do corpo, pois, no seu amor aos homens, Deus deu a cada um de nós um anjo da guarda.
Os seus anjos, no céu, contemplam sempre a face do meu Pai (MT. 18,10), disse Jesus (ver a libertação de São Pedro; At. 12,1-11)


- Culto aos anjos

1 – Além das festas dos arcanjos São Gabriel (24 de março), São Miguel (29 de setembro) e São Rafael (24 de outubro), a Igreja celebra a dos Anjos da guarda (2 de outubro).
2 – Assim nos ensina a honrar o nosso anjo da guarda, invocá-lo nos perigos e tentações, confiar nele, ouvir as suas sugestões.
Oração para rezarmos diariamente ao anjo da guarda:

Santo anjo do Senhor,
 meu zeloso guardador,
 já que a ti me confiou,
 a piedade divina.
 Sempre me rege e guarda,
 governa e ilumina. Amém.”

- Os demônios

Antes de confirmar os anjos na graça, Deus os submeteu a uma prova. Alguns caíram e foram imediatamente precipitados no inferno. São os anjos maus ou demônios. Porque odeiam a Deus, os demônios nos odeiam também e procuram fazer tudo para perder-nos:

- Fizeram a desgraça dos homens, levando Adão ao pecado;
- Vivem em torno de nós, como um leão que ruge, procurando a quem devorar (I Pdr. 5,8),
- Expulsos no Batismo, voltam com seus ataques (Lc. 11,24)

Felizmente podem provocar-nos ao pecado; mas não podem fazer-nos pecar, só pecamos se quisermos.
Usam de mil astúcias para seduzir-nos, dando aspectos agradáveis ao mal, deturpando as grandes invenções, corrompendo os costumes, etc. Temos o dever de vencer a ação do demônio em nós, e trabalhar para destruí-la nos outros e na sociedade.

(A doutrina Viva – Mons. Álvaro Negromonte)

domingo, 27 de setembro de 2009

Um velho feminismo apresenta-se como novo nos tempos atuais (feminismo = arma do demônio)


Apresentação feita em sua biografia

Betty Naomi Goldstein, mais conhecida como Betty Friedan, (Peoria, 4 de fevereiro de 1921 — Washington, DC, 4 de fevereiro de 2006) foi uma importante ativista feminista estado-unidense do século XX. Participou também de movimentos marxistas e judaicos. Em 1963, publicou o livro "The Feminine Mystique" ("A Mística Feminina"), um best-seller que fomentou a segunda onda do feminismo, abordando o papel da mulher na indústria e na função de dona-de-casa e suas implicações tanto para a sobrevivência do capitalismo quanto para a situação de desespero e depressão que grande parte das mulheres submetidas a esse regime sofriam.

Auxiliou também na criação do NARAL, organização de fomento aos direitos reprodutivos, inclusive o do aborto. Em 1971, com Gloria Steinem e Bella Abzug, fundou a Organização Política de Mulheres. Por esse tempo, Mística feminina era usado como verdadeira bíblia pelo movimento de mulheres americanas. É considerada uma das feministas mais influentes do século XX.

Alguns trechos do livro citado

- "Seria inteiramente errado de minha parte oferecer soluções fáceis do problema para todas. Não há respostas fáceis nos Estados Unidos, hoje em dia; é difícil, penoso, e talvez leve muito tempo para que cada qual descubra a sua solução. Primeiro é preciso dizer «não» à imagem da dona de casa. Isto não significa, naturalmente, divorciar- se do marido, abandonar os filhos, renunciar ao lar. Não é preciso escolher entre casamento e profissão — esta foi a opção errada da mística feminina.
Na verdade, não é tão difícil como se sugere conciliar casamento e maternidade com o objetivo pessoal que antigamente recebia o nome de «carreira». E' necessário apenas fazer um novo plano de vida, em termos da existência inteira.

O primeiro passo é considerar o trabalho doméstico tal qual ele é na realidade — não uma profissão, mas algo que deve ser feito com o máximo de rapidez e eficiência. Uma vez que a mulher deixe de considerar as tarefas de cozinhar, arrumar, lavar e passar como «algo mais» poderá dizer: «Não, não quero um fogão de cantos arredondados, não quero quatro tipos diferentes de sabão». E será capaz de dizer não a esses devaneios em massa apresentados pelas revistas femininas e a televisão, não aos pesquisadores e aos psicólogos comerciais que querem dominar sua vida. Depois usará o aspirador, a lavadora de pratos e todos os eletrodomésticos e até o amassador de batatas, dando-lhes o valor que realmente têm: economizar tempo para tarefas mais criativas." (pág. 292)

- "Quando mães realizadas as conduzirem (filhas) à segurança de sua condição de mulher não será necessário forçar-se por ser feminina. Poderão evoluir à vontade, até que por seus próprios esforços encontrem sua personalidade. Não precisarão da atenção de um rapaz ou de um homem para se sentirem vivas. E quando não mais precisarem viver através do marido e dos filhos, os homens não temerão o amor e a força da mulher, nem precisarão das suas fraquezas para provar a própria masculinidade. E finalmente homem e mulher verão um ao outro como de fato são, o que talvez venha a ser um passo adiante na evolução humana." (pág 322)

- "Mas a nova imagem de que essa mística reveste a mulher é também uma velha imagem: «ocupação — dona de casa». Transforma a espôsa-mãe, que jamais teve oportunidade de ser outra coisa, em modelo para todas as mulheres; pressupõe que a história tenha atingido um final glorioso neste capítulo. Sob roupagens sofisticadas faz de certos aspectos concretos finitos, domésticos, da vida feminina, conforme era vivida pelas mulheres limitadas que estavam por necessidade a cozinhar, lavar, procriar, dentro de uma religião, dum padrão pelo qual deviam todas pautar-se, sob perigo de perder a feminilidade." (págs. 40 e 41)

(Mística feminina - Betty Friedan)

Cumprimento do dever

O cumprimento do dever é a maior carência de nossos tempos. Desprezados os valores espirituais, impregnados os homens do utilitário, descaiu-se para o egoísmo e o conforto, para o interesse e o dinheiro fácil. Chegou a virtude a desprestígio tal que, se poucos lhe deitam ainda um olhar de admiração, desprezam-na muitos como inútil ou prejudical na vida prática. A fidelidade ao dever, que dava a medida dos homens, não serve mais de padrão. Na confusão dos novos tempos chegou-se a deplorável inversão de valores. A dissolução das inteligências alcançou as vontades. Das mentes sem princípios chegou-se às vontades sem firmeza.

... Já se pune quem o cumpre (o dever), quando contraria aos poderosos do dia. E se galardoam os que transigem, os que se acomodam, os que fecham os olhos, os que "são um jeito", os que traem a consciência, os que desrespeitam a lei, os que se acovardam, os que se vendem, os que rastejam.

Mas a educação há de preparar o homem do dever... É essencial.

Formar homens que ponham o dever acima das comodidades; que o cumpram sem temor nem acepção das pessoas, sem medo às conseqüências, sem fraquezas nem desfalecimentos, sem constrangimentos nem hesitações, mas com o desembaraço e a naturalidade de quem respira e anda. Homens que consultem a consciência e lhe ouçam a voz, seguros e tranqüilos; e que em face do dever, não vejam outra convêniencia senão cumpri-lo.

Forjar homens assim é renovar a face da terra. É o que falta: que cada um cumpra o seu dever. Alegra-se-nos o coração só de pensar como seria o mundo se cada um cumprisse o seu dever.
Mas a beleza da tarefa não logra esconder-lhe as dificuldades crescentes.

(O que fazer de seu filho - Pe. Álvaro Negromonte)
Ver também:

Ditos de luz e amor - São João da Cruz


Deus prefere de ti o menor grau de pureza de consciência do que todas as obras que possas fazer.
Deus estima mais em ti que te inclines à aridez e ao sofrimento por seu amor do que todas as consolações e visões espirituais que possas ter.
Agrada mais a Deus a alma que na abstinência e na tribulação se sujeita à razão do que aquela que faltando nisso, faz tudo com consolação.
A mosca que pousa no mel impede seu próprio vôo; a alma que se apega ao sabor do espírito impede a sua liberdade e a sua contemplação.
Não tenhas as criaturas presentes em ti, se quiseres guardar clara e simples na tua alma a imagem de Deus; mas esvazia teu espírito e libera-o delas o mais que puderes, e andarás na luz divina, pois Deus não lhes é semelhante.
A alma enamorada é suave, mansa, humilde e paciente.
A alma insensível no seu amor-próprio endurece.
Um só pensamento do homem vale mais que o mundo inteiro; portanto, só Deus é digno dele.
Meu espírito secou, pois esqueceu de se alimentar de Ti.
Senhor meu Deus, não és estranho para aquele que não se afasta de ti; como se diz que és Tu que te ausentas?
Na tribulação, recorre logo a Deus com total confiança, e serás onfortado, esclarecido e instruído.
Entrega-te ao repouso afastando de ti todo cuidado, sem te preocupares em nada com tudo o que acontece; assim, servirás a Deus como Ele gosta e Nele gozarás.
Lembra-te de que Deus só reina na alma pacífica e desinteressada.

(Ditos de luz e amor - São João da Cruz)

sábado, 26 de setembro de 2009

O que pode uma mãe!


O filho que teve a graça de possuir uma santa mãe, é a mais feliz das criaturas. A mãe é o anjo de nossa vida. Ela tem um poder imenso sobre o destino dos filhos. "O homem moral, dizia José De Maistre, está formado aos 11 anos e, se não o foi dos joelhos de uma mãe, será uma desgraça para toda a vida."

Realmente, a influência materna é decisiva e poderosa na formação do caráter e da alma dos filhos. O mundo de hoje tem necessidade de mães santas ... O que aprendemos nos joelhos de nossa mãe, nos acompanha em toda a vida. O homem pode se desviar, pode ter a desgraça de haver desprezado aos conselhos e as lágrimas de uma santa mãe. Porém, mais cedo ou mais tarde, a influência materna o leva ao bom caminho, Temos visto tantos exemplos e provas disto!

Tornou-se conhecido em todo o mundo o célebre caudilho Rafael del Riego, autor da revolta militar espanhola de Cabejas de San Juan, no ano de 1820. Preso e condenado este homem ao ver desvanecidas suas ilusões, sentiu o arrependimento de seus pecados, tocado pela graça divina. Quis se reconciliar com Deus e mostrou o desejo de se confessar a um padre dominicano do colégio de Santo Tomaz, de Madri. Fôra chamado o sacerdote sem demora. Riego prostrado em terra e entre lágrimas fez a sua confissão com tal dor de haver ofendido a Deus e tais sinais de um arrependimento muito sincero, que o sacerdote não pode conter as lágrimas.

O homem terrível, o caudilho perigoso e temido ali estava manso e humilde aos pés do ministro de Deus. Não temia a morte a que fôra condenado e a esperava sem susto. Doía-lhe a alma haver ofendido tanto a Deus em sua vida que fôra um tecido de crimes hediondos. Perguntou-lhe o Padre:

- Diga-me, meu filho, que fez para merecer esta graça tão extraordinária do céu, esta contrição tão perfeita?
- Meu Padre, respondeu Riego ainda a soluçar, toda a minha vida é um tecido de iniquidades, não me recordo de coisa alguma que me possa ter merecido esta graça da misericórdia divina. Todavia se alguma coisa posso atribuir a minha conversão é ao Rosário de Nossa Senhora.
- Como assim?
- Sim, padre, quando menino, minha santa mãe levava-me à igreja de São Domingos em Oviedo e ali de joelhos rezávamos o rosário de Nossa Senhora. Morreu minha mãe e antes da agonia ela me recomendou que não deixasse o rosário. E apesar de minha vida de pecados nunca deixei de rezar o meu terço cada dia.
- Basta, meu filho, basta, exclama o padre e abre os braços e aperta Riego contra o peito, comovido - Basta, meu filho, compreendo tudo. Maria Santíssima o salvou pelo Rosário. Dá graças a Deus por Ela e não tenhas mais tristeza por deixar este mundo enganador...


No dia seguinte, Riego, subiu ao patíbulo, sereno, resignado e, depois de haver beijado o crucifixo fôra execultado.
Nossa Senhora, Refúgio dos pecadores, salvara aquela pobre alma pelo seu rosário bendito.
E quanto pode o exemplo e a influência de uma boa Mãe!
Ó se as mães soubessem ...

(Um mês com Nossa Senhora - Mons. Ascânio Brandão)

PS: grifos meus

Correção: um bem necessário


Uma boa educação não pode transcurar a correção bem feita. O cão que não ladrar não é bom guardião das ovelhas. "Os pais que poupam a vêrga, isto é, a correção e o castigo, são inimigos dos seus filhos". É o Espírito Santo que assim fala. Infelizes os filhos que têm tais pais!
A correção deve ser em tempo oportuno e nos devidos modos.

Em tempo oportuno, quero dizer: "a seu tempo", depois de dissipados aqueles primeiros movimentos de cólera que ofuscam facilmente as idéias do pai e da mãe; sob ímpetos de cólera sempre há algum exagero.

Nos devidos modos, quer dizer que a correção deve ser proporcionada à falta. É a falta leve, cometida por inconsideração, num ímpeto repentino de temperamento? A correção também deve ser mais suave e leve o castigo. É a falta grave, cometida com deliberação, com malícia? A correção deve ser mais severa e grave o castigo. Todavia deve ser feita com bondade e doçura, fazendo compreender que o ato de castigar é desagradável também para quem castiga, e só se castiga por dever, para o bem de quem faltou e em benefício da família toda e da sociedade. A bondade, pois, deve sempre acompanhar uma justa e sã firmeza.
Os gritos, os berros, a raiva e a fúria não fazem bem, pelo contrário são sempre prejudiciais.

(Casai-vos bem - Pe. Luís Chiavarino)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Feminismo - Arma do demônio contra as famílias católicas


Descrição de Kate Chopin feita pela revista: Estudos feministas

Kate Chopin (1850-1904) era uma mulher à frente de seu tempo. De escrita elaborada na forma e ousada no conteúdo, Chopin surpreende pela habilidade narrativa e pela coragem em lidar com temas polêmicos. Já no final do século XIX, impõe corajosamente em sua literatura uma percepção apurada e crítica da sociedade.

Tendo como exemplo a audácia de sua avó, que, em pleno século XIX, foi a primeira mulher a se separar legalmente em Saint Louis (Missouri) e, já em idade avançada, tornou-se empresária, Chopin se tornou uma mulher destemida. Viúva aos 32 anos, teve de se sustentar sozinha, vindo a descobrir sua verdadeira vocação quando passou a escrever regularmente, por indicação do seu terapeuta, tornando-se, assim, uma excelente romancista e conquistando sua independência como escritora.

Culpados, mesmo sendo o primeiro romance escrito por Chopin, já apresenta uma maturidade narrativa inegável ... Chopin encontrou inúmeras barreiras para publicar suas obras, visto que tocava em temas tabus como divórcio, alcoolismo, tensões raciais, preconceitos morais e religiosos, a frivolidade burguesa, etc. Sua escrita era uma afronta à moral estabelecida, na medida em que construía personagens femininas fortes, que representavam o desejo feminino de independência e colocavam em xeque preceitos morais e o comportamento padrão que a sociedade impunha à mulher, comportamento esse objeto incansável da ironia de Chopin.

A protagonista de Culpados, Thérèse Lafirme, viúva aos 30 anos, passa a administrar com desenvoltura a plantação de algodão deixada pelo marido. David Hosmer, um empresário divorciado, aparece para propor a Thérèse uma boa oferta em troca do direito de cortar madeira de suas terras por alguns anos. Os dois rapidamente se apaixonam, mas Chopin nos mostra então as limitações de Thérèse, que, ao descobrir que Hosmer era divorciado (de Fanny Larimore, uma jovem alcoólatra e dada a rodadas de diversão com amigos), mostra-se ainda refém de uma moral elevada demais para se dar ao luxo de ser feliz com ele:

– Não pensei que a senhora fosse católica. – Disse, finalmente virando-se para ela com braços cruzados.
Porque o senhor nunca viu nenhum sinal externo. Mas não posso deixá-lo com a impressão errada: a religião não influencia minha opinião neste assunto.
– A senhora acredita, então, que um homem que teve tamanho infortúnio deveria ser privado da felicidade trazida por um segundo casamento?
– Não, nem uma mulher, se estiver de acordo com seu princípio moral, o que eu acredito ser algo peculiarmente pessoal.
– Isto me parece ser um preconceito. Preconceitos podem ser deixados de lado por um esforço da vontade. Respondeu, segurando-se a um fio de esperança.
Existem alguns preconceitos que uma mulher não pode se dar ao luxo de abandonar, senhor Hosmer, mesmo pelo preço da felicidade. Por favor, não diga mais nada sobre isso, não pense mais no assunto. – Ela disse com um pouco de arrogância (p. 55-56).

Ainda, a partir desse diálogo podemos refletir sobre a própria questão do divórcio. Chopin, aqui, também subverte o que normalmente se veria à época, que é a mulher divorciada sofrendo o preconceito da sociedade, sofrendo impedimentos morais para poder se casar de novo. Aqui é o homem que aparece como vítima desse preconceito; é o homem que aparece em condição de humilhação.

PS: grifos meus

Ver também:

Chagas de Cristo


Por que se chamam as Chagas de Cristo selo?

Porque o selo serve de firmar a escritura para lhe darmos crédito. Lêdes uma Provisão real ou um Breve Pontífico: chegais a ver os selos e então lhe dais inteiro crédito. Pois assim também, tudo o que o Rei da Glória e Sumo Pontífice Cristo Jesus nos afirma e promete, tudo o que a fé nos ensina, que é senão uma escritura?

E os selos desta escritura são suas Chagas; e assim como os selos se estampam  na cera branca ou vermelha, assim as Chagas de Cristo se estampam na cera cândida e rubicunda de sua carne santíssima. Pois para que creias, alma, diz o Senhor, que tudo o que te digo é verdade, olha para os selos da escritura: Pane me ut fignaculum: para que renoves a fé de que eu sou quem o afirma, olha as minhas Chagas: Videte manus meas et pedes meos: Ego sum.

(Prática da Segunda oitava da Páscoa - Pe. Manuel Bernardes - I - 211/212)

PS: grifos meus

Cera - Símbolo da virgindade


A cera é símbolo da virgindade; que tem uma coisa com a outra? Eu direi.

Que foi a cera em seus princípios, senão flor conservada com os influxos da graça? Mais: a cera é inimiga da corrupção, por isso os persas envolviam os cadáveres em cera, como outros o fazem em bálsamo, para se conservarem incorruptos. Não há medicina que mais preserve o corpo da corrupção dos vícios, e ainda dos humores, como a castidade.

Mais: a abelha, mãe da cera, é virgem; não tem coito; Maria, puríssima Mãe da castidade, não conheceu obra de varão. E esta é a razão por que naquele círio que arde nos quarenta dias que vão da Páscoa da Ressurreição de Cristo até a Ascensão, diz Durando, que se representa Cristo, porque, assim como a cera foi feita pela abelha, a qual não tem coito, assim o corpo de Cristo foi gerado de Maria sem obra de varão.

A abelha das flores fez a cera para iluminar a Igreja; Maria Santíssima das flores de seu sangue fez o corpo de Cristo para iluminar o mundo. Não cuidem que naquele trono arde só um gênero de cera e um gênero de luz; duas são as ceras e duas as luzes, ainda que vai tanto de uma a outra. A cera que lavrou a abelha dá luz aos olhos do corpo; a cera que lavrou Maria Santíssima está dando luz ao olhos da alma.

(Sermões e práticas - Pe. Manuel Bernardes - I - 13/14)

PS: grifos meus

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O raquitismo da alma


Se tivéssemos uma lâmpada com que pudéssemos ver uma alma humana, gritaríamos a cada passo:
 "Pobres almas raquíticas, aleijadas!"

Que vem a ser essas almas raquíticas? São almas que milhares de comodidades da vida civilizada e a preguiça enraizada em nossa natureza tornam moles e covardes; almas que estremecem logo que ouvem falar em trabalho, dever, domínio de si mesmo, mortificação. Tais almas podem desenvolver-se, sua inteligência pode cultivar-se, mas a vontade delas, que lhes será constantemente necessária durante a vida, permanece definhada, adoentada, anêmica, inútil.

... Começa desde hoje a educação da tua vontade. Quanto mais cedo começares, tanto melhor para ti. Quando fordes maior, tua vontade será indócil e dura qual uma velha árvore. Dificilmente se encontra um adolescente que no pecado queira cair. No entanto, muitos há que nele caem contra a sua vontade. Por quê? Porque a vontade deles é fraca. Por conseqüência, é de extrema importância o meu conselho de que fortifiques a vontade com exercícios repetidos.


... Habitua teu corpo a pequenas mortificações. Experimenta uma vez ou outra renunciar alguma coisa que agrade aos seus sentidos e te não seja proibida. Por exemplo: quando encontrares ao almoço o teu bolo predileto, deixa um bom pedaço, não o comas todo, e se um prato está acaso queimado, come dele sem uma palavra de comentário. E se chegardes tarde do colégio, com fome, não atormentes com queixas os ouvidos de tua mãe, a pretexto de que vais morrer de fome, se o almoço não for imediatamente servido. Se se rompem os cordões do teu sapato, quando te estás vestindo com pressa, não atires longe o calçado, mas assobia alegremente, consertando os cordões.

Se as coisas não te correm como queres, és capaz de não te enervar?
Se zombarem de ti, de não responder às zombarias?
Se a porta se abre, de não olhar imediatamente?
E, quando recebes uma carta, és capaz de não a abrir?
Se alguém te ofende, és capaz de conter a cólera, que te queima?
E, se alguma novidade te faz cócegas, és capaz de a guardar em segredo durante um dia?
És capaz, quando te pões a estudar depois do almoço, de deixar em cima da mesa dois ou três confeitos de chocolate, e de os abandonar assim diante de ti, sem que neles toques até à noite, não obstante os sobressaltos da gula?

E quando leres alguma coisa interessantíssima, és capaz de fechar o livro na passagem mais interessante e não continuar a leitura senão no dia seguinte?
Á mesa, durante o almoço, ou em aula, no teu banco, poderás ficar sentado tranquilamente, sem te mexerdes? e conservar-te sempre em boa disposição, ainda que te sintas fatigado? E assim por diante....

Vais dizer-me: São minúcias. É verdade. Mas não sabes que as grandes coisas são feitas de minúncias? que os arranha-céus de Nova York de cinqüenta andares, foram construídos com pequenos tijolos? São essas minúsculas vitórias cotidianas que farão aumentar a confiança em ti mesmo, e então não recuarás tão facilmente diante das dificuldades que encontrares pela existência afora.

(O brilho da mocidade -Dom Tihamer Toth)

PS: grifos meus

Filho não é doença


Por ventura é doença para a árvore o fruto sorrindo entre as folhas?
Para apresentar "os frutos da natividade", fez o Criador a mulher, uniu-a ao homem no casamento e presta seu concurso para dar uma alma ao corpo que ambos formaram. Por isso também, em geral, encontra a mulher sua saúde nas funções da maternidade.

"Objeção contra o argumento a favor dos filhos é a fadiga, as doenças que os filhos trazem às mães. Mas isso é uma idéia absolutamente falsa. O prazer é quase sempre um empréstimo com juros elevados. Ao lado da maternidade colocou a natureza, porém, ótimas vantagens para a saúde e longevidade. A fecundidade e a gravidez fortificam, ao passo que a esterilidade mirra o organismo. Parece moça a mãe de vários filhos ao lado da esposa cautelosa que sacrificou alguns anos somente ao prazer das relações." (Dr.Bergeret)

O afamado Dr. Pinard afirma que somente com o terceiro filho encontra a mulher a plenitude de sua saúde. Três verdades ficam estabelecidas por célebre ginecologista (Dr.Desplat):

1ª - Os melhores clientes para os especialistas em doenças nervosas saem do meio de senhoras que não querem mais do que dois ou três filhos;
2ª - Que um sem-número de senhoras nevropatas viram-se, de repente, livres de seus sofrimentos e idéias sob a influência de uma gravidez;
3ª - Que certas moléstias só conhecem um remédio infalível: a gravidez.

A maternidade é para a mulher sadia uma garantia de saúde prolongada e, muitas vezes, um remédio de eficácia sem par para a mulher doente. Vale a lei para as mães em todas as classes sociais. Pois não há diferença orgânica entre a mulher do povo e a dama da alta sociedade.
Não há dúvida, leitora, exageram-se hoje os perigos da maternidade. Isso acontece ou por ignorância ou por malícia. E por que não pintam os grandes males que a esterilidade voluntária traz para as casadas? Desordens físcias, pertubações nervosas, transtorno morais costumam acompanhar, como sanções, os manejos contra os filhos.

Os escrúpulos e remorsos, inevitáveis com o tempo e com os cuidados, contribuem para essas desordens. Mesmo senhoras que não são religiosas, angustiam-se ao notarem que frustram o fim natural do casamento. Fica alterado o equilíbrio interno e daí nascem misérias sem número e sem nome ...

(As três chamas do lar - Pe. Geraldo Pires de Souza)

PS: grifos meus

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

São Mateus, Apóstolo e Evangelista


Comemorado no dia 21 de Setembro

Lemos no Evangelho a narração que São Mateus nos deixou da sua própria conversão: foi inesperada e perfeita, tanto quanto o podia ser. Vem e segue-Me, disse-lhe Jesus; e ele segui-O. A epístola descreve-nos a célebre visão de Ezequiel em que este profeta viu quatro animais, os quais foram desde os primeiros séculos reconhecidos como símbolos dos quatro Evangelistas.
São Mateus é nela simbolizado pelo animal de face humana, por ter começado o seu Evangelho pela narração dos Ascendentes, segundo a carne, do Salvador. O objetivo que o Evangelista teve em mente ao compor o seu Evangelho foi demonstrar que Jesus Cristo realizou  plenamente os oráculos relativos ao Libertador de Israel, e que é consequentemente o Messias.

sábado, 19 de setembro de 2009

A mulher moderna - Pio XII

O dever da mulher aparece nitidamente traçado pelos lineamentos, pelas atitudes, pelas faculdades peculiares ao seu sexo. Colabora com o homem, mas no modo que lhe é próprio, segundo sua natural tendência. Ora o ofício da mulher, sua maneira, sua inclinação inata, é a maternidade. Toda mulher é destinada para ser mãe; mãe no sentido físico da palavra, ou em um significado mais espiritual e elevado, mas não menos real.

A este fim o Criador ordenou todo o ser próprio da mulher, seu organismo, mas também seu espírito e sobretudo sua especial sensiblidade. De modo que a mulher, verdadeiramente tal, não pode de outro modo ver nem compreender a fundo todos os problemas da vida humana, senão com relação à família. Por isto o sentido agudo de sua dignidade a coloca em apreensão cada vez que a ordem social ou política ameaça prejudicar sua missão materna, em favor da família.

Tais são hoje, infelizmente, as condições sociais e políticas: elas poderiam se tornar ainda mais incertas para a santidade do lar doméstico e portanto para a dignidade da mulher. A vossa hora soou, mulheres e jovens católicas: a vida pública tem necessidade de vós: a cada uma de vós, pode-se dizer: "Tua res agitur".
Que desde muito tempo os acontecimentos públicos tenham-se desenvolvidos de modo não favorável ao bem real da família e da mulher, é um fato inegável. E para a mulher, voltam-se vários movimentos políticos, para ganhá-la à sua causa. Alguns sistemas totalitários colocam diante de seus olhos magníficas promessas; igualdade de direitos com os homens, proteção das gestantes e das pasturientes, cozinha e outros serviços comuns que a libertarão do peso das obrigações domésticas, jardins públicos para a infância e outros institutos, mantidos e adiministrados pelo Estado e pelos próprios filhos, escolas gratuítas, assistência em caso de doenças.

Não queremos negar as vantagens que podem ser tiradas de uma e de outra destas providências sociais, se aplicadas nos devidos modos. Permanece, porém o ponto essencial da questão, a que já acenamos: a condição da mulher, com isto se tornou melhor? A igualdade de direitos com o homem, trazendo o abandono da casa onde ela era Rainha, sujeita a mulher ao mesmo peso e tempo de trabalho. Desprestigiou-se a sua verdadeira dignidade e o sólido fundamento de todos seus direitos, quer dizer, o caráter próprio de seu ser feminil e a íntima coordenação dos dois sexos; perdeu-se a vista o fim desejado pelo Criador para o bem da sociedade humana e sobretudo pela família. Nas concessões feitas à mulher, é fácil de perceber, mais que o respeito de sua dignidade e de sua missão, a mira de promover a potência econômica e militar do Estado totalitário, do qual tudo deve inexoralmente ser subordinado.

De outra parte, pode talvez a mulher esperar o seu bem-estar verdadeiro de um regime de predominante capitalismo?


... Recolocar o mais possível em honra a missão da mulher e da mãe, no lar: tal é a palavra que de tantas partes de levanta, como um grito de alarma, como se o mundo se despertasse quase aterrado pelos frutos de um progresso material e técnico, do qual se mostrava antes tão orgulhoso.
Eis a mulher que, para aumentar o salário do marido, vai ela também trabalhar na fábrica, deixando durante sua ausência a casa no abandono, e esta, talvez já suja e pequena, torna-se também mais miserável pela falta de cuidado; os membros da família trabalham cada um separadamente, nos quatro ângulos da cidade e em horas diversas: quase nunca se encontram juntos, nem para o jantar, nem para o repouso depois das fadigas do dia, ainda menos para as orações em comum. Que permanece da vida da família? e quais os atrativos que podem ser oferecidos aos filhos?

A estas penosas conseqüências da falta da mulher e da mãe no lar, ajunta-se outra ainda mais deplorável: ela diz respeito à educação, sobretudo da jovem e sua preparação para a vida real. Habituada a ver a mãe sempre fora de casa e a própria casa tão triste no seu abandono, ela será incapaz de encontrar aí qualquer fascínio, não provará o mínimo gosto pelas austeras ocupações domésticas, não saberá compreender a nobreza e a beleza das mesmas, nem desejará um dia dedicar-se a isso, como esposa e mãe.

Isto é real em todos os graus sociais, em todas as condições de vida. A filha da mulher mundana, que vê todo o governo da casa deixado nas mãos de pessoas estranhas e a mãe ocupada em ocupações frívolas, em fúteis divertimentos, seguirá seu exemplo, quererá emancipar-se o quanto antes, e segundo uma bem triste expressão "viver a sua vida". Como poderia ela conceber o desejo de ser tornar um dia uma verdadeira "domina", isto é, uma senhora da casa em uma família feliz, próspera e digna?

(Pio XII e os problemas modernos - Parte do discurso de Pio XII à juventude Feminina de Ação católica, 24 de abril, 1943)

PS: grifos meus

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Alma, buscar-te-ás em mim"


"De quem é esta imagem?"
Alma, busca-te em Mim
E a Mim busca-me em ti.

Tão fielmente pôde o Amor
Alma, em Mim, te retratar
Que nenhum sábio pintor
Tua imagem figurar.

Foste, por amor, criada
Formosa, bela e assim
Dentro do Meu ser pintada.
Se te perderes, minha amada,
Alma, procura-te em Mim.

Porque Eu sei que te acharás
Em Meu peito retratada,
Tão ao vivo figurada
Que ao ver-te folgarás
Por te veres tão bem pintada.

E se acaso não souberes
Em que lugar Me perdi,
Não andes dali para aqui
Porque se encontrar Me quiseres
A Mim, Me acharás em ti!

Em ti, que és meu aposento
És minha casa e morada.
Aí busco, cada momento,
Em que do teu pensamento
Encontro a porta fechada.

Só em ti há que buscar-Me,
Que de ti nunca fugi;
Nada mais do que chamar-Me
E logo irei, sem tardar-Me,
E a Mim, me acharás, em ti!

(Poesias, nº 8 - Sta Teresa d'Avila)

Vaidade sobre vaidade


Vaidade é a nobreza do sangue, pois todos os homens são do mesmo barro da Adão, todos os convertem na mesma cinza da sepultura e, em estando desacompanhados dos aparatos da fortuna, logo se desconhece a diferença. Vaidade é a presunção das letras, pois o maior sábio do mundo de boa mente trocará a parte que sabe pela que ignora, e isso mesmo que sabe, quase tudo está reduzido a opiniões e muitas vezes se engana até nas coisas que traz entre mãos e debaixo dos sentidos.

Vaidade é o que o mundo chama honra, fama ou crédito, pois depende da opinião dos outros que a dão ou tiram justa ou iniqüamente, como lhes parece, e em um momento apenas há lembrança do homem mais afamado. Vaidade é a gentileza, pois qualquer injúria do tempo a murcha como flor e, aos toques de um humor destemperado, estala como vidro.

Vaidade são as amizades dos mundanos, pois na verdade cada um se ama a si e uns contemporizam com os outros, levando o sentido na própria comodidade.

Ô quanta vaidade há nas riquezas, gostos, e dignidade; nos edifícios, trajos e costumes; nos palácios, tribunais e universidades e ainda nos lugares onde parece que só moravam a piedade, o desengano, a penitência e a imitação de Cristo!

Enfim, tudo é vaidade e assim como no mar não há outra coisa senão ondas que sucedem a ondas e todas se desfazem em espuma, assim no mar do século não há senão vaidade sobre vaidade e tudo se torna em vaidade. Et totum vanitas.

(Exercício II – Das misérias da vida – Padre Manuel Bernardes - I –243)
PS: grifos meus

Palavras torpes e indecentes!

Se lhe apresentassem na sua mesa o pão ou qualquer outro manjar, em um prato ou vaso que houvesse servido em coisas que não são para nomear, quanto se indignaria contra o seu criado, por esta grosseria e desatenção. E quem duvida que muito mais repreensível é que a língua de um fiel, que serve de patena ao verdadeiro corpo de Cristo quando comunga, sirva de instrumento a palavras torpes e indecentes?
(II – 530)

Quem usa de semelhante linguagem, por mais que se desculpe, dizendo que lhe não entra da boca para dentro, e que é só para rir e passar o tempo, dá claro indício de que o seu interior está corrupto. Porque oráculo é de Cristo Senhor nosso que a boca fala conforme o de que abunda o coração: Ex abundantia enim cordis os loquitur; e outra vez disse: Que do coração saem os maus pensamentos; e claro é que o que vem a língua primeiro esteve no pensamento; e ainda Sêneca assentou que o modo com que cada um fala é o translado ou cópia do seu espírito: Imago mentis sermo est; qualis vir, talis oratio... Logo, quem é acostumado a falar descomposturas, com que verdade afirma que lhe não entram no coração? E se até os sonhos de um adormecido e os delírios de um frenético são ordinariamente das coisas a que a natureza estava acostumada, quanto mais se conhecerá o nosso interior pelas palavras que proferimos, estando em nosso siso e liberdade? (II 530/531)

Escreve Estrabão que há na Índia um gênero de serpentes com asas como de pergaminho, que, voando de noite, sacodem uns pingos de suor tão pestífero que onde caem causam corrupção. Tais me parecem os que entre conversação soltam palavras e chistes descompostos; que são estes senão pingos de suor asquerosíssimo, que onde caem geram maus pensamentos e corrompem os costumes dos ouvintes? E se estes são gentes de tenra idade, a corrupção é mais pronta e mais certa, porque meninos são tábuas rasas onde o bem e o mal se pintam facilmente; pelo que mais respeito se deve ter a um menino, para não falar ruins palavras em sua presença, do que a homens de cãs veneráveis, porque estes sabem conhecer e reprovar o mal e aqueles não; neste caso ficará quem falou mal temeroso de achar repreensão, naquele outro ficará contente de achar imitadores.
(Tratado da Virtude da castidade – Padre Manuel Bernardes - II – 532)

PS: grifos meus

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Piedade profunda - sucesso de um lar

É doloroso verificar que tantos cristãos vivam afastados da graça divina. Cristãos de nome, apenas. Têm apenas o nome de vivos, mas estão mortos. Cristãos sem o Espírito Santo! Que não pertencem a Cristo!

Mais doloroso verificar que para muitos é o matrimônio a ocasião do pecado. Um sacramento, transformado de meio de santificação em pedra de tropeço. Moças piedosas de ontem, agora empedercidas no pecado mortal, afastadas do tribunal da Penitência e da mesa de Comunhão! Capitularam com uma facilidade de pasmar.

Que lhes faltou? "Uma profunda piedade". responde Pio XI.

É o que a muitos está faltando. Não basta a piedade superficial, feita de exterioridade, sem profundezas, sem convicção. A Religião não se satisfaz com formalismos, com aspectos "sociais", com práticas suaves, com um vago ou mórbito sentimentalismo. Uma piedade que se acomoda ao espírito do mundo, às idéias do mundo, às práticas do mundo - é burguesismo, não é piedade.

É uma deformação, e não uma formação católica. Não pode haver piedade sem espírito de renúncia, sem a virtude da esperança - que põe a felicidade perfeita no céu e não neste vale de lágrimas. Não pode haver vida cristã sem o estado de graça. Uma piedade verdadeira, uma piedade profunda é de tal maneira decidida a viver em estado de graça que prefere morrer a pecar mortalmente! Isto, sem retórica nem hipérbole.

Absoluta necessidade

As melhores intenções fracassam sem uma profunda piedade, como as mais belas colunas desabarão ao próprio peso sem sólidos fundamentos. O futuro da vida matrimonial depende da boa formação religiosa que tiverem os cônjuges. A virtude não se improvisa.

A comunidade doméstica se faz a custo de sacrifícios, renúnicas, abnegação, caridade, domínio de si, paciência - todas virtudes de longo fôlego, mesmo porque a convivência é de todas as horas e para sempre ... Que vigor é necessário para resistir às tentações do cônjuge que não quer ter filhos! Mil oportunidades se oferecem para queixas: escasseiam os recursos, multiplicam-se os trabalhos, crescem as despesas, as crianças desejam alguma coisa que se lhes não pode dar, etc., etc. - a culpa é dela, ou dele (conforme o caso).

O próprio amor requer bases cristãs. Passando o enlevo dos primeiros tempos, a vida em comum começa a oferecer perigos. Os defeitos lobrigados se firmam e outros, desconhecidos, aparecem. "Eu não sabia!", dirão. "E agora?", perguntam outros. Baseado na areia da paixão ou no lodo dos interesses humanos, estará ameaçado o lar, que só se firma amparado no amor de Deus, na prática consciente da Religião. Esta é uma verdade que se demonstra até pelas estatísticas.

Vêm os filhos. A alegria da concepção. A felicidade da expectativa. O interesse do enxoval. Mas a criança não é uma boneca. Os grandes sofrimentos da maternidade não são os da gestação e do nascimento: são os da educação. E os filhos aumentam, aumentando o trabalho e preocupações! Entre alegrias e os sofrimentos da família só uma sólida vida cristã fará ressaltarem aquelas.

A educação religiosa só é possível num lar cristão: - ambos os cônjuges cristãos, para se unirem na mesma orientação para Deus. Ai dos filhos cuja formação espiritual sentir a influência de um dos pais sem fé, sem prática religiosa. Quando, à idade das crises, experimentarem o peso de certas exigências da Igreja, tomarão o rumo que lhes aponta aquele mau exemplo.

E a vida cristã na família? A oração em comum, a Missa no Domingo, a devoção mariana, as festas cristãs? As mortes, as dores, as alegrias, os aniversários? E  o espírito cristão que envolve tudo, dando sentido à vida, elevando a almas, consolidando o lar? Como é possível tudo isso, sem a verdadeira piedade?

Se quisermos reduzir tudo isso a uma só palavra voltaríamos ao estado da graça. Mantê-lo já requer, às vezes, esforço quase heróico. Os chefes de um lar cristão querem a graça de Deus em todos de casa. Fazem dela a base, a condição e a finalidade da educação. Põem nela todo o empenho, teórica e praticamente, mais dispostos a morrer do que a perdê-la.

Tudo isso requer formação larga, prática constante, fé esclarecida, vida sacramental. E não se improvisa, repitamos. Os que pensam em casar tratem de intensificar sua vida cristã - o melhor de se garantirem a desejada felicidade no futuro lar.

(Noivos e esposos - Padre Álvaro Negromonte)

PS: grifos meus.

As Sagradas Chagas de São Francisco de Assis

Comemorado no dia 17 de Setembro
Dois anos antes de morrer, São Francisco de Assis retirou-se para as solidões do Monte Alverne e começou aí um jejum de quarenta dias em honra do Arcanjo São Miguel. No meio das vigílias e da santa oração a que se dera, viu o Santo, um dia, um Serafim de asas flamejantes com os pés e as mãos cravados numa cruz. Sabendo que era o sofrimento incompatível com o estado glorioso dos espíritos angélicos, compreendeu que a si se referia a visão e que por um místico abrasamento do amor de Deus havia de participar de modo particularíssimo dos sofrimentos de Jesus. E para que este amor sacrificado nos pudesse servir de exemplo, formaram-se-lhe nos pés, nas mãos e no lado cinco chagas semelhantes às de Jesus. A chaga do lado deitava sangue.

Estes estigmas foram por muitos constatados, a ponto de Bento XI mandar que se celebrasse todos os anos a memória do fato e Paulo V, para reacender nos fiéis o amor da Cruz, estendeu esta festa à Igreja Universal.

(Missal Quotidiano e vesperal - por D.Gaspar Lefebvre - pág 1610)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As oito bem-aventuranças de uma casa

As oito bem-aventuranças de uma casa

1 - Bem-aventurados a casa onde se reza, porque Deus habitará dentro dela.
2 - Bem-aventurada a casa onde se guardam as festas, porque seus moradores tomarão parte nas festas do céu.
3- Bem-aventurada a casa onde se não sai para freqüentar diversões mundanas, porque nela reinará a alegria cristã.
4 - Bem-aventurada a casa cujos filhos são logo batizados, porque nela se criarão bem-aventurados para o céu.
5 - Bem-aventurada a casa na qual se pratica a caridade para com os pobres, porque o trabalho de seus moradores será abençoado por Deus.
6 - Bem-aventurada a casa onde os que morrem recebem os santos sacramentos, porque sua morte será tranqüila e cheia de esperança.
7 - Bem-aventurada a casa onde se ama a doutrina cristã, porque nela jamais faltarão as consolações da religião.
8 - Bem-aventurada a casa na qual pais e filhos mutuamente se edificam pelos exemplos de virtude, porque a felicidade e o contentamento aí morarão também.

(As três chamas do lar- Pe. Geraldo Pires de Souza - 398)

PS: Foto retirada do blog Educação cristã e família