sábado, 23 de fevereiro de 2013

Doutrina Cristã - Parte 19

Nota do blogue: Acompanhar esse Especial AQUI.

Monsenhor Francisco Pascucci, 1935, Doutrina Cristã
tradução por Padre Armando Guerrazzi, 2.ª Edição, biblioteca Anchieta.


6.° MANDAMENTO
Não cometer atos impuros

9.° MANDAMENTO
Não desejar a mulher de outrem

            O sexto mandamento nos proíbe toda impureza; a saber: as ações, palavras, olhares, livros, imagens, espetáculos imorais.
            O sexto mandamento nos ordena "sermos santos no corpo", tendo o máximo respeito à própria pessoa e à de outrem, como obras de Deus e templos, onde Ele habita com a presença e a graça. O nono mandamento nos proíbe os pensamentos e desejos maus.
            O nono mandamento nos ordena a perfeita pureza da alma e o máximo respeito, do íntimo do coração, no santuário da família.

A pureza ou modéstia cristã

            37. - Entre as virtudes que o cristão deve praticar, está a pureza ou modéstia cristã, chamada também virtude angélica. Recomenda respeitar o nosso corpo, como um templo consagrado a Deus, e interdiz o que poderia ofuscar a pureza e aviltar a dignidade humana.
            Jesus Cristo com as palavras e os fatos exaltou essa linda virtude. No discurso da montanha, disse: - "Bem aventurados os limpos de coração; porque eles verão a Deus". (Math. V, 8.) Escolheu para mãe Sua a uma sempre Virgem; mostrou predileção por S. João, o Apóstolo Virgem, ao qual, ao morrer, confiou Sua santa mãe; suportou dos Fariseus toda espécie de acusações, mas nunca a da impureza.

O que é proibido

            38. - O sexto mandamento proíbe os pecados de luxúria, isto é, toda ação exterior contraria à pureza.
            Os atos impuros são atos desordenados que subvertem a ordem imposta por Deus na propagação da vida humana e repugnam ao fim santo e nobilíssimo, prefixo pelo próprio Deus ao homem.
            São, destarte, proibidas todas as ações imorais, porque más em si, e, mesmo que sejam ocultas, não podem ficar impunes diante de Deus, que, presente em toda parte, tudo vê e julga; são proibidas quaisquer conversações inverecundas, quer se pronunciem, quer sejam ouvidas deliberadamente, porque servem de escândalo e incitamento aos maus costumes; são proibidos os olhares impudicos, porque pelos olhos entra o pecado e é o caminho direto para perverter o coração; são proibidos os livros, os jornais, os espetáculos e as ilustrações desonestas, porque aliciam e atraem para o abismo do mal.
            O nono mandamento vai além, e, buscando o mal na raiz, proíbe até o desejo do mal.

Gravidade do pecado

            39. - Os pecados contra o sexto e o nono mandamentos, quer por pensamentos, quer por obras, são todos graves, quando houver plena advertência da mente é complacência plenamente deliberada da vontade.
            Antes, podem agravar-se cada vez mais, ficar disformes e mudar de espécie e malícia, consoante as pessoas, os lugares e os modos como são cometidos.
            Graves castigos infligiu Deus aos povos dissolutos, como e dilúvio universal e a destruição de Sodoma e Gomorra; graves males ferem os transgressores desses mandamentos, quer no corpo, quer no espírito, como o demonstra a experiência.

Meios para evitá-lo

            40. - Os meios principais, sugeridos pela fé ou pela razão, para superarmos os assaltos da paixão impura e dela sairmos vitoriosos, uns são positivos e negativos outros.
            Positivos: a oração, a mortificação dos sentidos, a frequência dos sacramentos, a devoção a Maria Santíssima e o pensamento da presença de Deus e dos novíssimos.
            Negativos: são a fuga do ócio, dos companheiros e livros maus, e das ocasiões perigosas.