quinta-feira, 18 de abril de 2013

Doutrina Cristã - Parte 28

Nota do blogue: Acompanhar esse Especial AQUI.

Monsenhor Francisco Pascucci, 1935, Doutrina Cristã, 
tradução por Padre Armando Guerrazzi, 2.ª Edição, biblioteca Anchieta.

III. — CRISMA
Definição. — Instituição

            20. - A Crisma (ou Confirmação, porque nos confirma na fé recebida no Batismo) é o sacramen­to que nos torna perfeitos cristãos e soldados de Jesus Cristo. Imprime caráter.
            A Igreja nos ensina que este sacramento foi instituído por Jesus Cristo: — os Apóstolos, depois da Ascensão do Senhor, impunham as mãos aos novos batizados e estes recebiam o Espírito Santo.

Matéria, forma e ministro

            21. - Matéria da Crisma é o sacro Crisma, mistura de óleo e bálsamo consagrado pelo Bispo na quinta-feira santa. O óleo, que se espalha e dá for­ça, indica a abundância da graça que se espalha na alma do crismado e a fortifica; o bálsamo, que é olo­roso e preserva da corrupção, significa o bom odor da virtude que o crismado deve possuir, fugindo à corrupção dos vícios.
            Forma da Crisma são as palavras: — "Eu te assinalo com o sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da salvação. Em nome do Padre, etc.”
            Ministro ordinário da Crisma é o Bispo: extraordinário pode ser também um sacerdote, que seja para isso autorizado, quer pelo direito, quer pelo Papa.

Efeito

            22. - A Crisma a) aumenta a graça santifi­cante e dá a abundância dos dons do Espírito Santo, tornando-nos soldados de Jesus Cristo, fortes na prá­tica da vida cristã e aptos a professar a fé e comba­ter os inimigos da alma com as armas espirituais da oração, da mortificação e da fuga das ocasiões; b) dá a graça sacramental, isto é, o direito às graças atuais necessárias para sermos bons soldados de Jesus Cristo; c) imprime o caráter de soldado de Jesus Cristo.


Necessidade

            23. - Embora a Crisma não seja um sacra­mento necessário de necessidade de meio para nos salvar, todavia a ninguém é licito transcurá-lo: quem não o recebe priva-se das graças e dos auxílios para combater os inimigos espirituais, professar sem te­mor a fé e praticar a vida cristã.
            A idade em que é bom receber a Crisma é a idade de cerca de sete anos, isto é, quando a criança chega à idade da razão, porque então soem começar as tentações e pode-se suficientemente conhecer a santidade e a eficácia deste sacramento.
            Para se conhecer dignamente este sacramento é mister estar em graça de Deus, e, se há o uso da ra­zão, importa conhecer os mistérios principais da fé e aproximar-se do sacramento com devoção.

Como se confere

            24. - O Bispo, quando administra esse sacra­mento, estende primeiro as mãos sobre o crismando, invocando sobre ele o Espírito Santo; depois, com o sagrado Crisma unge em forma de cruz a fron­te, dizendo ao mesmo tempo as palavras da forma. Por fim dá um leve tapa ao crismando, com estas palavras: — A paz esteja contigo.
            A unção na fronte indica que o crismado não se deve envergonhar de professar a fé; o tapa signi­fica que o crismado deve estar pronto a suportar qualquer afronta por amor de Jesus Cristo. Tam­bém na crisma há um padrinho para o crismando ou madrinha para a crismanda, os quais devem instruí-los no manejo das armas espirituais contra o demônio, o mundo e as paixões. Para se exercer tal ofício de padrinhos cumpre ter o uso da razão, estar já crismado, ter para isso a intenção e tocar fisicamente o crismando com a mão por sobre o ombro direito.
            Para a liceidade, requer-se geralmente seja di­verso do padrinho de Batismo, tenha, ao menos, qua­torze anos e não seja de ordens sacras, nem um re­ligioso, salva dispensa.