quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A educação do bom-humor


A fim de que as energias da criança não corram o risco de fraquejar, uma educação forte deve ser ao mesmo tempo uma educação alegre. O otimismo, e bom-humor, o caráter alegre são expressões semelhantes - ressalvados certos matizes - de uma realidade preciosa que permite afrontar a vida com o máximo de possibilidades de êxito para si próprio, e de felicidade para os outros.

Uma atitude positiva em face de uma situação difícil permite conservar a lucidez e o sangue frio necessários para encontrar as soluções mais vantajosas. A atitude negativa só pode aumentar os riscos do fracasso e do aniquilamento... não é cerrando os punhos e batendo numa rocha que obstrui o caminho que conseguiremos afastá-la. Usamos inutilmente os nervos e os músculos. Olhar o obstáculo com um sorriso far-nos-á descobrir mais facilmente o meio de contorná-lo.

Desânimo é uma palavra que deveria ser banida para sempre do vocabulário de um cristão ou de uma cristã dignos desse nome. E por isso é preciso que a própria idéia dessa palavra nem sequer aflore ao espírito.

O clima da família

É preciso acrescentar, do próprio quadro em que a criança evolui - contribui poderosamente para orientar uma alma em busca de uma atitude positiva ou negativa. Onde os pais não fazem outra coisa senão gemer, criticar, queixar-se de tudo e de todos, onde o sol nunca penetra, onde tanto as paredes como os dias são cinzentos, como espantar-se de que a criança só encare a vida sob o seu aspecto mais sombrio, e que mais tarde, ela se recuse a desfrutá-la e a extrair-lhe novas energias sob o pretexto de "isto não dura"?

Uma criança que não sorri, uma criança que não canta, é uma criança votada à infelicidade e à doença.

... Os pais verdadeiramente educadores devem renunciar à cultura mórbida do descontentamento que envenena a atmosfera familiar, que leva à misantropia e ao desânimo, e cria nos jovens quer uma impressão de asfixia, quer o medo de viver.

Para criar um clima favorável à educação nada melhor do que a participação ativa dos pais na vida alegre dos filhos. Por que não encorajar-lhes a inicativa na escolha dos divertimentos e das distrações, sobretudo na preparação das festinhas familiares, animá-los quando dos êxitos obtidos, exames bem feitos, volta de viagens?

As crianças têm necessidade de calma: a agitação o nervosismo agem sobre elas como o vento sobre as dunas. Onde há furacão os arbustos não crescem. Há na vida muito aborrecimento e dificuldades, nada porém é mais funesto para o equilíbrio harmonioso da criança do que exibi-los a todo instante. Arriscamo-nos a criar idéias fixas que não deixam de ser perigosas.

Como as plantas, a criança precisa de sol.
A educação triste corta as asas, a educação alegre duplica o impulso de voar.
O que é preciso a todo preço é impedir que no espírito das crianças a família seja um lugar fastidioso, monótono e penoso, "lugar onde nos aborrecemos".

( A arte de educar as crianças de hoje - Pe. Gaston de Courtois)

PS: Grifos meus

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